Pov. Edward

A cesárea da minha paciente fora muito delicada, porém, ela teve uma parada cardíaca depois que retiramos o bebê e a pressão subiu muito. O bebê agora estava na UTI Neonatal para melhorias na saúde, porque nasceu antes da hora e fraquinho. Eu ficava quando tinha esses casos, minha cabeça voava para minha mulher em casa grávida e às vezes sozinha.

- Meu filho vai ficar bem, doutor? – perguntou o pai do bebê da UTI.

- Vai sim, Deus vai ajudar vocês nessas horas e com certeza vocês irão estar com esse pequenino nos braços mais rápido do que imaginam – disse olhando aquele pequenino ser humano que viera ao mundo há 30 minutos. Cortava-me o coração ver os pais sofrendo daquele jeito.

- Tem filhos, doutor? – perguntou o rapaz olhando seu filhinho.

- Na verdade, minha mulher está grávida de 6 meses. E é uma menina – disse orgulhoso ao citar o nome das paixões da minha vida.

- Meus parabéns, doutor. Com certeza sua filha será abençoada com a luz de Deus sempre – disse ele. Aquelas palavras me fizeram sentir aliviado e ao mesmo tempo confuso.

- Doutor Cullen. Preciso falar com o senhor urgente – disse Collin desesperada. Sai da UTI Neonatal e fui atendê-la.

- O que foi, Collin? – perguntei preocupado. Ela estava branca feito papel.

- Graças a Jesus encontrei o senhor. Sua irmã Alice ligou na recepção e deixou um recado urgente – disse ela tomando fôlego.

- Diga logo, Collin – disse já quase nervoso.

- Sua esposa deu entrada no hospital agora, com muitas dores. Nesse minuto acabaram de me informar que foram para a ala da maternidade – disse ela e comecei correr que nem um louco para a ala da maternidade.

Acabei encontrando Alice no meio do caminho desligando o celular, provavelmente falando com nossos parentes.

- ALLIE, PELO AMOR DE DEUS O QUE HOUVE? – alterei minha voz por conta do desespero.

- Calma Ed. Bella me ligou dizendo que estava com muitas dores e chorando bastante. Eu e o Jasper a trouxemos para a maternidade rapidamente – dizia ela.

- Ela teve algum sangramento, Allie? – perguntei, com cabeça quente, pensei logo no pior.

- Pelo que pude ver, não. Ela só estava sentindo dores mesmo – disse minha irmã – Mas, por favor, Ed. Entre lá, Bella precisa da sua presença.

- Obrigado, maninha e agradeça ao Jass por mim – disse e fui para a sala de emergência na maternidade.

O caminho era curto, mas com o desespero esqueci até de quem eu era.

- Edward. Ainda bem que veio – disse Irina – Venha, Bella acabou de dar entrada. Ela está com muitas dores e chamando por você.

Acompanhei Irina até o quarto de Bella. Escutei gemidos sofridos de minha mulher e seus gritos de dor. Era horrível ver ela daquele jeito.

- ED, amor. Está doendo – soluçou ela quando entrei. Corri para seu lado chorando. Bella estava deitada de lado com a mão no baixo ventre e suava muito.

- Fica calma, meu amor. Eu estou aqui agora – disse limpando o suor que escorria em seu rosto. Ela estava pálida e sofria com as cólicas fortes que vinham de intervalos pequenos – O que você está sentindo?

- Cólicas fortes demais e pontadas no baixo ventre – disse ela – AAAAAAAAAAAAAI – gemeu, ou melhor, gritou quando veio outra.

- O que ela tem, Irina? – perguntei desesperado.

- Essas cólicas são sinais de falso trabalho de parto e provavelmente as pontadas devem ser a agitação da Renesmee – Irina dizia.

- FAÇA PARAR. DÓI MUITO – ela berrou segurando a minha mão – AAAAI – outra dor.

- Meu amor, respire fundo e fique calma. Aperte a minha mão se voltar a doer – disse e assim ela – Isso. Agora continue respirando e não feche seus olhos – continuei a instrui-la. Eu já atendi mulheres nesse estado, provavelmente eram contrações falsas ou cólicas.

- Excelente Bella. Agora tente relaxar, vou tirar sua pressão e ver como estão os batimentos da neném – dizia Irina. Ela começou com os procedimentos, primeiro medindo sua pressão e logo depois checando os batimentos de nossa filha com o aparelho de ultrassonografia.

- Estou com medo e nervosa – disse Bella agora mais calma – Ela está bem, Irina?

- Calma, meu amor. Vai ficar tudo bem – disse e beijei sua testa suada.

- Bom, a Nessie está bem. Mas agora Bella vou te dar um calmante para dormir um pouco e amanhã de manhã está liberada para ir embora, certo? – disse Irina e Bella assentiu. Um enfermeiro deu o comprimido para minha mulher, que tomou com um copo de água – Descanse por hoje. Edward estará aqui quando acordar – disse minha amiga e Bella sorriu.

- Durma meu anjo. Estou aqui sempre – disse e ela foi fechando seus olhos lentamente. Beijei sua cabeça e logo mais na barriga – Tenha um bom sono, meu amor – acariciei sua bochecha.

- Edward, preciso conversar com você – disse Irina e saímos do quarto – Vou aproveitar que agora Bella dormiu para te explicar algumas coisas.

- Tem algo errado, Irina? – perguntei preocupado.

- Na verdade Edward tem sim – disse ela e arregalei os olhos – Renesmee está querendo nascer antes do tempo e isso é perigoso. Essas crises de dores que Bella teve hoje são contrações prematuras e as pontadas são os movimentos que a bebê faz. Edward, você é meu amigo e não vou mentir para você, o estado de saúde delas é muito delicado e essas dores voltar vamos ter que antecipar o nascimento de sua filha. Como já havia dito, nesse período de gestação, as chances de sobreviver são poucas.

- O que podemos fazer? – perguntei

- Bella terá que se afastar de qualquer esforço, estresse e o principal, comer bem e sem pular nenhuma refeição. Ela não pode trabalhar daqui por diante e repouso, muito repouso – recomendou ela.

- Obrigado Irina. Sem você nessas horas eu ficaria perdido e agora vou avisar a família que já devem estar aguardando notícias – disse e ela me abraçou.

- Não tem de que meu amigo. Sempre que você ou a Bella precisar, estou a disposição – disse ela e mais uma vez agradeci. Seguimos nossos rumos diferentes, Irina foi ver os outros pacientes e eu fui dar notícias à família.

Não sei mais o que fazer, estou atordoado e muito preocupado com o que vem acontecendo na gravidez da Bella. Meu caminho estava cheio de dúvidas, confusões e minha cabeça girava com tanta coisa que nem sei mais em que mund estou. Minha filha, aquela linda princesinha no ventre de minha mulher, corre riscos se nascer prematura e Bella cada dia mais luta para que nada aconteça com elas.

Cheguei à sala de espera e todos estavam nervosos, cansados e muito abalados. Renée chorava nos braços de Charlie e minha mãe a amparava segurando as mãos de minha sogra.

- Pessoal, acabei de vir do quarto da Bella – disse suspirando e todos ergueram seus olhares para mim.

- Edward, querido. Como ela está? – disse Renée com a voz chorosa.

- Bem, pessoal às notícias que recebi não são nada agradáveis – disse – Nossa princesinha está querendo vir antes dos 9 meses e o estado de saúde delas é delicado. Então, Irina me explicou que se isso novamente ocorrer, terão que fazer uma cesariana de emergência e as chances é poucas de sobrevivência – disse com a voz embargada.

- Está sendo tão difícil essa gravidez dela. Nossa filha está lutando tanto – disse Charlie triste – Mas eu agradeço a Deus por ela estar sendo bem cuidada e amada, principalmente pela nossa netinha.

- Meu filho, fica calmo. Nós estamos aqui – disse minha mãe me abraçando – Lembre-se, Bella é forte e vai sair dessa. E com certeza Renesmee nascerá linda, perfeita e saudável.

- É verdade, mamãe. A Senhora está certa – disse Emmett – Nossa princesa virá para esse mundo perfeita de amor, saúde, inteligência e amada pela família que hoje está aqui.

- Obrigado, pessoal. Vocês me trazem muita força e os únicos que consegue me manter firme, continuar na luta pela vida para ter minha pequena família comigo – disse – Eu amo vocês – chorei e todos vieram me abraçar.

- Podemos ver a Bella, querido? – perguntou Renée.

- Bom, agora ela está dormindo sogrinha. Mas eu deixo você e o Charlie irem dar um beijo nela – disse e minha sogra sorriu fraco – Amanhã de manhã ela estará em casa de novo. E então todos poderão vê-la.

- Bem, então vamos todos para casa descansar que amanhã é outro dia, com certeza diferente – disse papai – Tchau filho, cuide-se e boa sorte para a nossa nora e netinha. Eu te amo

- Obrigado, pai. Eu também te amo, meu velho - ele riu e nos abraçamos como homens.

- Tchau meu amor. Boa noite – mamãe me deu um beijo na testa. Todos se despediram e partiram para casa, mas antes prometendo irem ver Bella quando estivesse em casa.

Charlie e Renée ficaram para dar um beijo na filha deles. Os acompanhei até a ala da maternidade, indicando onde era o quarto que minha esposa está.

- Vem, podem entrar – entramos no quarto e ela continuava dormindo. Tão serena, que nem parecia que havia chorado de dor há poucos minutos.

- Ela está tão serena -disse Reneé, dando um beijo na testa da filha – Eu te amo, minha filha. Fique bem.

- Elas vão ficar bem, sogrinha. Pode ter a certeza – disse colocando minha mão em seu ombro e ela sorriu fraco.

- Obrigada, Edward. Por amar, cuidar e proteger minha filha – disse ela e nos abraçamos.

- Ora, eu é que agradeço sogrinha. Por ter colocado no mundo a mulher que eu amo – disse e ela me deu umas tapinhas nas costas.

- É rapaz, nossa filha é muito feliz graças a você – disse Charlie batendo em meu ombro. Ele se aproximou de Bella, beijando-lhe a testa – Boa noite, minha filha. Amamos-te.

- Bem, nós já vamos. Até logo, Edward e fique com Deus – disse minha sogra.

- Amém e vocês também – disse. E então foram embora.

Aproximei-me de Bella e ela ressonava tranquila, com a respiração lenta e calminha. Acariciei seu rosto de porcelana levemente e depositei um beijo em seus lábios rosados e cheios.

- Continue lutando, meu amor. Eu vou estar ao seu lado – Minha mão foi para a sua barriga redonda e perfeita – E você princesa? Fique ai sossegada que quando chegar a hora, você estará aqui conosco. Papai ama você, assim como a mamãe – beijei a barriga carinhosamente.

Fiquei ali velando o sono de minha mulher e junto com ela vou estar para sempre, seja pro que der e vier pelo futuro.