As Histórias De Thalia escrita por GiGihh


Capítulo 53
Dramas escolares


Notas iniciais do capítulo

Nesse cap a Thalia vai usar um pouco da linguagem informal...
Sem enrolação,
Boa leitura:



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THALIA

Não! Não, não, não... Por favor,qualquer otário que apareça, pode ser pedófilo, maconheiro, ladrão (de cabelos loiros e olhos azuis... Não! Se concentra Thalia!), não importa, eu não tenho preferências! Tio Hades, diabinho, ovelha negra do Olimpo, não me quer morta? Pode me levar até para o Tártaro; eu aceito... Alguém me tira daqui!

Não entendeu nada, certo? Vamos voltar um pouquinho.

[...]

Argos nos deixou na frente de um colégio enorme. Tipo, E-N-O-R-M-E. Eu tinha certeza de que nem metade daquele prédio era utilizada. Vou tentar descrever esse lugar melhor. Pense em um ambiente feito especialmente para gente rica pisar; um lugar impecável onde não existe uma poeirinha de borracha no chão. Conseguiu? Então ai esta minha prisão pelos proximos seis meses.

Bateu um desespero agora...

Quíron se dirigiu para dentro do novo inferno (desculpa!) escola e eu tive que ir atras. Argos sumiu, mas não me importei com esse detalhe. Eu tentava com todas as minhas forças conter a vontade inrrefreável de vomitar: as paredes eram de tons claros e alegres; branco, rosa, laranja, rosa, lilas, rosa, amarelo, rosa, coral e rosa.

Porra! Afrodite vomitou aqui?

Olhei para o lugar enojada demais para abrir a boca. O mentor notou meu desprezo e, por pura educação, prendia o riso. Ele adentrou o hall ou seja lá o que aquilo for, mas eu estava em estado de choque. Eu percebia pela voz que a maioria das meninas/alunas já tinham chegado e alguns pais saiam da sala e passavam por mim seguindo na direção que eu mais desejava seguir: a rua.

Um casal de pais com roupas sociais saiu calmamente, mas foi o individuo andando do lado deles que chamou a minha atenção: os cabelos de um tom bem claro de casatanho beirando ao loiro, os olhos eram puro mel, tinha um corpo comum, mas era a camiseta que me intessava: uma camiseta do Green Day!

Sem ter noção dos meus atos (pelo menos, não completamente), sorri adimirando estranho de muito bom gosto. O ser sorriu de volta e se aproximou deixando o casal; o menino-olhos-puro-mel-amante-do-green-day parou a pouca distancia de mim.

–Nova na escola? – ele perguntou de forma simpatica.

–Meio óbvio. O que me denunciou? O fato de mal conseguir andar até as patricinhas ou o fato de eu querer morrer a ter que encarar essas paredes e movéis todos os dias? – sorri e ele gargalhou; um som gostoso de se ouvir.

–Sou Felipe e você é a mocinha-de-muito-bom-gosto-que-também-é-forçada-a-ficar-aqui? – dessa vez, eu gargalhei. Daqui a pouco toda a escola estaria aqui vendo o nosso pequeno escandalo.

–Sou Thalia, prazer. – fizemos um toque de mãos improvisado e rimos disso também. – Não tenho muita opção a não ser esse inferno cor de rosa, mas diz ai... – começamos uma conversa interansante e bem aprofundada sobre bandas, musicas, shows de rock e skates. Aquele moleque era muito foda (no bom sentido). Fiquei sabendo que sua irmã mais nova (que devia ter a minha idade) era a versão feminina dele e que nós nos dariamos super bem. Ele tinha 16 anos e curtia os fins de semana andando de skate com a irmã e mais um grupo gente boa, no qual eu já estava convidada a participar. Topei na hora.

–Ei, nada pessoal, mas... – ele começou me analisando de cima a baixo – Nossa! Que corpinho hein! – arqueei uma sobrancelha e ele corou; por que não paravam de falar sobre o meu corpo? Eu onestamente não via nada de mais, com excessão dos olhos – Por que as roupas tão mais sociaveis sem rasgões ou spikes?

Eu ri. A pergunta era justa.

–Acabei de sair da delegacia. – ele fez um som estranho com a boca, mas riu depois.

–Veterena? Interesante. Você devia deixar o cabelo solto. – ele disse sério. Meus fios estavam presos em um coque improvisado por culpa do calor.

–Por quê?

–As meninas vão pirar quando virem a concorrencia...

–Não. Pera ai. Concorrencia? – to andando muito com o Percy.

–Aqui na frente é um internato para meninos; eu estudo lá. – ele começou a explicar apontando para o prédio impecavel do outro lado da rua; Felipe fez uma cara de desgosto e eu supus que só havia mauricinhos mimados – Umas vezes por mês ou semestre, nunca se tem uma data certa, os internatos passam o dia juntos... Você endendeu o resto, não?

Eu tinha entendido muito bem. As meninas vadias, que pareciam ser a maioria, se atiravam e com certeza se insinuavam para esses moleques. Por ser nova, eu seria um brinquedinho novo, a novidade. Ai como esse ano ia ser irritantemente agresivo...

–Lipe...

–Nossa que intimidade. – nós rimos.

–Esse ano eu vou causar um pouco.

–Espero poder ver um pouco desse show. – ele sorriu perversamente. – As meninas daqui...

–As vadias? – perguntei.

–É. Elas jogam forte...

–Você não sabe como eu jogo.

–Você não conhece as regras. – ele me desafiou.

–Aprendo rápido. – disse de forma manhosa, mas com um olhar que dizia com todas as letras que eu nasci para a liderança; o que não era mentira. Tipo, aff, sou filha de Zeus. – Mas, regras podem ser mudadas. E tem mais: obedecer não me agrada muito.

Não tinha me dado conta de que a manhã já estava acabando e eu não tinha nem passado daquela sala mediana que deveria ser o hall de entrada ou sabe-Zeus- o que. Lipe (nossa; peguei mesmo intimidade com esse ai) se ofereceu para me levar até a sala onde as meninas (lê-se vadias) estavam se “conhecendo melhor” antes das aulas. Em palavras diferentes estavam contando para as seguidoras sobre os meninos que tinham ficado e comentando as roupas das outras.

–Não quer ir pra lá, não é? – ele me olhou de forma compreensiva.

–Não. Estou pensando na posibilidade de me jogar na frente de um caminhão. – ele ria – Mas fugir não combina comigo. A não ser que seja questão de vida ou morte; acredite passo por essas o tempo todo. – ele ainda ria.

–Thalia? – uma voz feminina me chamou; eu não conhecia o ser.

–Eu. – respondi olhando para os ser magro de 30 e poucos anos com os cabelos presos rigidamente e óculos.

–Deveria estar conhecendo as meninas da sua escola e não falando com um men... – ele me lembrou a Zoe Doce-Amarga. Ah, qual é Hades? Me leva contigo?

–Olha aqui, querida – Felipe prendeu o riso – eu vou conhecer quem eu quiser e falar com quem eu quiser. Me entende? – perguntei lentamente como se falasse com uma criancinha. A mulher ficou vermelha até a raiz dos cabelos; Felipe só faltava morrer engasgado com o proprio riso.

– Você tem que ir para lá agora. Só falta você para as meninas conhece...

–Ai, ta bom. Eu já vou; me da dois minutos? – ignorei a resposta e me virei para o meu novo best friend.

–Me passa o numero do seu celular? – eu sorri e nós trocamos nossos numeros. Eu nem me importava com aquele negocio de que celulares são um risco para semideuses. Minha vida já esta praticamente fodida. Mais um monstro não vai me fazer diferença, certo?

–Me acompanha até a sala? Aquela ali não me parece muito simpatica com pessoas autenticas? – disse apontando para a de óculos.

Seguimos os três pelo corredor, mas só a caçadora de 30 anos continuou; quando eu notei as meninas parei. É oficial: Quíron você esta na minha lista negra! As meninas conseguiam ser pior do as filhas de Afrodite! Acredite, isso é algo aparentemente impossivel.

–Meninas, aqui esta Thalia. – quando a mulher me apresentou, Felipe, que não saiu do meu lado, me cutucou com o cotovelo e apontou para o meu cabelo. Fiquei apenas parada olhando para ele. Lipe bufou e soltou meus cabelos e, como a pessoa maravilhosa que ele é (percebam a ironia), me empurrou para frente.

Foi como se um holofote fosse focado em mim. Lancei um olhar assassino para meu novo best friend. Me recusei a olhar para as meninas que me analizavam de cima a baixo e foquei os olhos em um anjo de cabelos loiros cacheados. Sorri verdadeiramente para aquela menina meiga que me sorria de volta.

Saindo das sombras (porque eu não sei de onde mais os demonios saem), uma menina se aproximou de mim. O tom de castanho quase era ofuscado por tantas luzes no cabelo, a saia de marca era rosa forte e ela usava uma regata com um decote ridiculo em V. O salto alto e a maquiagem forte só me confirmaram que ela era uma das meninas que eu não estava disposta a simpatisar.

–Eu sou a Nayla. – a voz soou como mel: macia e doce demais – É um prazer conhecer você, Thalia. Nós não esperavamos encontrar meninas como você nessa escola - Nayla olhou para os lados – Bom, suas malas já chegaram e foram para o seu quarto...

–Chegaram? – perguntei pensando como, quem e por que? Mas depois perguntei outra questão estranha – E como você sabe disso?

Ela sorriu amarelo.

–Eram muitas malas e me deixaram na responsabilidade de entregar para você – ela me entregou um bilhete perfumado com rosas e o melhor perfume frances; sorri com sarcasmo.

“Aqui estão suas roupas e acessórios novos; considere mais um presente meu pela sua volta, maninha – A”

Annie me olhava com visivel entusiasmo. Chamei ela e entreguei o bilhete e ela sorriu assim como eu.

–Como se já não bastasse aquele quarto enorme! – Annie exclamou.

–Né? – ela devolveu o bilhete e Nayla nos olhou com os olhos faiscando.

–Se conhecem?

–Sim. – Annie respondeu de modo normal – Somos praticamente irmãs.

–Ou seja, cuidado com o que você pensa em fazer com ela. Eu não costumo ser piedosa – disse colocando mais verdade na afirmação de Annabeth. Nayla se entregou no milessimo de segundo em que demonstou medo. Ela já pensava em como humilhar a filha de Atena por ela já mostrar ser inteligente e não estar vestida de forma chique ou vulgar.

Meu ódio começou a crescer.

–Thalia, como pode pensar que fariamos alguma coisa de ruim a ela? – ela disse em um falso tom ofendido.

–Porque ela é esperto o suficiente pra ver a falsidade nessa sua cara de jumenta, Nayla . – a voz veio de tras de mim e uma menina parecida com Felipe entrou na minha visão. Parecia ser a unica vestida de forma simples (com excessão de Annabeth): short jeans surrado, camiseta cinza, alls star nos pés e uma bandana vinho nos pulsos.

As meninas que não gostavam de Nayla riram e eu também. Annabeth arriscou um sorriso.

–Sou Pamela e acho que você simpatisou com o meu irmão – ela olhou para a porta onde um Felipe ria abertamente – então vamos nos dar bem.

Apertamos nossas mãos e sorrimos enquanto Nayla bufava.

–Você vai entender, Thalia, que aqui existe uma elite e regras. Pessoas melhor do que outras podem te garantir uma boa possição...

–Ótimo. Vou descobrir sozinha, ok? – virei para Annabeth – E seus pais?

–Estão com a diretora e com o... – ela inclinou a cabeça e eu entendi que era o centauro.

–Aquele chato me deu uma pessima noticia. Vou te contar depois. – ela fez cara de decepção.

[...]

–Eu não vou usar isso! – disse com a voz potente, mas contendo meu grito de raiva e indignação. Quíron me olhava com pena o que só aumentava minha ira desenfreada.

Estavamos na ampla sala, impecavelmente limpa, da diretora. Mais uma vez aquelas cores claras se faziam presente, mesmo agora sendo apenas tons de branco e amarelo me senti enjoada. Estavamos os três na sala vendo o meu uniforme. Me recuso a usar aquilo!

A saia rodada em um tom de azul marinho, a camisa branca social uma gravata que misturava varios tons de azul (a maioria dos tons eram mais escuros), mas o sapato era considerado livre. Francamente, estou pensando em uma maneira menos cruel de se passar a vida. Por que tio Hades? Isso é vingança?

–Thalia...

–Thalia é o caralho. Eu não vou usar isso! – cortei o centauro e a diretora só olhava para mim com cara de reprovação.

–Este é o uniforme...

–Não me interessa! Ele é tão ridiculo quanto essas paredes estupidamente coloridas. Não. Eu repito se você quizer: eu não vou usar isso.

Ela suspirou cansada, mas isso não me interessa.

–Thalia, seja mais amigavel. – Quíron estava sendo detestavel hoje. Eu suspirei.

–Podemos fazer assim? – ela prestou atenção quando minha voz se tornou mais branda – Quando eu usar a camisa eu não uso a saia e nem preciso usar a gravata. Quando eu usar a saia e a camisa não uso a gravata. Pode ser?

–Por qual peça você trocaria a saia? – ela perguntou.

–Calças ou shorts jeans.

Pareceu passar um tempo enorme até ela concordar.

–Pode ser senhorita.

[...]

Com o dia que eu tive, esperava cair na minha nova cama e adormecer, mas não. O sono não vinha. Fiquei sentada no beral da janela enquanto via ora a rua movimentada ora minhas colegas, Annie, Pamela e uma gordinha, dormirem.

Fiquei pensando na minha mãe. Eu não desejava aquela morte. Ela era uma pessoa tão... Suspirei cansada. Eu não a conhecia sem a maldita garrafa de bebida alcoolica; hoje era vodka amanhã era cerveja e assim ia. Percebi que era isso o que mais doia: nunca ter conhcido aquela mulher de verdade.

As estrelas brilhavam lindamente no céu azul escuro e meu mundo parecia desabar mais uma vez enquanto aquele céu parecia feliz e perfeito. Uma estrela cadente atravessou o céu como que para ser vista apenas por mim.

–Faça um desejo, Thalia. Se realizando ou não, acho dificil sua vida piorar agora. - murmurei para mim mesma.

Fechei meus olhos e abracei meus joelhos: Eu só quero me encaixar em algum lugar e ter uma familia que se preocupe comigo...E que ninguem possa tirar de mim!

LUKE

Eu fechava a camisa de botões, mas deixava os últimos três abertos de propósito, mostrando meu peito bem definido (não me ache metido! A culpa não é minha se sou irresistivelmente sexy). Baguncei meus cabelos e sai da minha cabine. Para ser mais especifico sai do navio. A cidade me esperava para os negócios...

Era fim de tarde. O sol e a lua ocupavam o céu em uma disputa silenciosa pelo domínio do mesmo. Patético! Deuses brigando entre si. A mansão era bem ampla e os portões estavam sempre abertos para mim. A reunião já havia começado no segundo andar e faltava apenas a minha pessoa.

Abri as portas de madeira maciça e abri bem os braços quando todos os presentes voltaram seus olhos para mim. Os homens tinham idade entre 20 e 30 anos. A única mulher presente tinha cabelos acaju e um corpo bonitinho. Nada que me impressionasse.

–Vejo que começaram a reunião sem mim. – eles apenas me olharam com o começo de escárnio, mas no decorrer da reunião entenderam quem ditava as regras... Eu já tinha meus patrocinadores e em breve mercenários para os serviços antes da guerra.

[...]

–Vamos estabelecer a base aqui. – um dos patrocinadores disse com convicção.

–Não. – minha voz fria percorreu o ambiente deixando tudo silencioso. – É muito óbvio. A base deve ser aqui – apontei para a região (no mapa que cobria toda a extensa mesa) mais distante da cidade, mas não tanto. O antigo covil da Medusa.

–Mas...

–Não tem “mas”. O lugar é estratégico. Será a base onde ficarão nossas forças por hora. Depois vamos nos mudar para São Francisco. – estabelecido isso, as armas foram as próximas a serem apresentadas. Um rapaz moreno apresentou varias opções e alegou conhecer as armas por ser filho de um policial. Ele tinha um conhecimento bom do material e de onde poderíamos fazer as encomendas.

Os assuntos mais básicos fora resolvidos. Eu saia da sala quando reparei na conversa do menino das armas com um dos homens patrocinadores:

–Então teve uma bela visão, Caio... – o homem riu.

–Cara, eu ainda estou tão confuso! Aquela menina passava por mim... Caralho! Ela era muito fogosa. Tinha uns olhos azuis que não são desse mundo.

Tentei não demonstrar minha raiva, mas meu maxilar já estava travado e os punhos cerrados. Precisava falar com Cronos agora. Eu tinha que ver aquela menina... Mas antes eu cometeria um assassinato.

O sorriso macabro surgiu em meu rosto, mas os olhos eram tão mortíferos quanto os da Medusa.


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