As Histórias De Thalia escrita por GiGihh


Capítulo 36
Apenas eu?


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei e não espero que me desculpem... Semana de provas, computador quebrado e outros problemas pessoais... Mas isso não serve de desculpa!
Me esforcei nesse cap e espero que gostem:
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/320849/chapter/36

THALIA

-Eu já ouvi isso antes. Responda a minha pergunta: Quem é você e o que quer de nós?

Seus olhos se arregalaram e pude sentir os olhos de Annie e Luke sobre mim; tão surpresos quanto aquela criatura estranha. O menino estranho começou a soltar ruídos semelhantes ao de bodes... Eu ainda olhava firmemente para ele, mas estava um pouco assustada.

Sua visão ficou fora de foco e ele desmaiou. Olhei para Luke estranhando aquela reação e ele olhou do mesmo modo para mim. Comecei a procurar o olhar cinzento da pequena Annie, mas não encontrei... Luke olhou para os lados procurando por ela. Ouvimos uma respiração pesada e nos arriscamos a olhar para frente. Segurei-me para não rir.

- Ele estava me assustando! – a voz tremula de Annabeth chegou até nós. A menina tinha o corpo tão tremulo quanto sua voz. A pequena segurava sua faca e era evidente que tinha atacado o estranho com o cabo. Abri meus braços e Annie correu até mim buscando proteção e abrigo. Abracei-a bem forte enquanto olhava para Luke; ambos sorriamos com a atitude da pequena.

Depois de um tempo, com Annie ainda em meus braços, perguntei a Luke, muito incerta:

-O que faremos com ele?

Todos nós voltamos os olhares apreensivos ao ser inconsciente no chão. O que me intrigava era ele não ter respondido. Luke passou a pensar de maneira mais rápida possível, mas quem chegou à resposta primeiro foi a pequena loira; novidade?

-Devíamos sair da cidade; pelo menos do centro. Um parque serviria para nos ocultar, mas um bosque ou uma clareira seria o adequado. – a voz fina de uma criança era extremamente firme para a idade, mas ela era filha de Atena então...

-Passamos por um parque, não foi? – perguntei ainda atordoada com os últimos acontecimentos.

-Foi. – ele fez uma pausa pensando e suspirou – Faremos assim; Thalia, você leva a Annie. – Annabeth fez a menção de protestar – Não! Você esta cansada e pálida. Thalia vai levar você e eu levo o estranho até o parque.

Luke jogou o corpo do estranho sobre os ombros e começou a caminhar. Annie estava emburrada; os olhos levemente cerrados, braços cruzados e um pequeno bico nos lábios. Abaixei-me na sua frente e afaguei-lhe o rosto. Os olhos se fecharam apreciando o carinho e o biquinho se desfez.

- Você é a nossa estrategista. Precisamos de você com cem por cento de energia. Luke não quis ser mal, só quer ter certeza de que a nossa pequena guerreira estará bem.

Annie abriu os olhos e sorriu docemente para mim. A menina abraçou meu pescoço e escondeu o rosto em meus cabelos. Peguei-a nos braços e segui pela mesma escuridão pela qual Luke havia sumido. No fundo eu tinha medo de que teria que me acostumar a tranquilizar Annabeth. Mesmo depois de desabafar com Luke tudo o que sentia, não coloquei para fora que era a pequena filha de Atena que o admirava e que observava cada passo seu; toda criança é assim, mas Luke foi “o” herói que a salvou. No mais funda da minha alma, eu sentia que deveria fazer Annie acreditar que Luke não mudara... E no fundo meu maior medo era que as coisas mudassem... Mudassem para pior.

O caminho era curto, mas o silencio da noite e o desconforto entre nós fazia a caminhada não ter um fim aparente. Adentramos o pequeno parque abandonado e Luke se apressou a prender o menino estranho em uma arvore. Annie havia dormido, mais uma vez, em meus braços. Deitei a menina na grama e tirei minha jaqueta jogando em cima dela. Ela se aconchegou sob o recente peso e continuou adormecida. Luke continuava entretido procurando arames e cordas para prender ainda mais firmemente o estranho á arvore; eu procurava pedaços secos de madeira para fazer uma pequena fogueira. Feito isso, nós nos aconchegamos próximos a fogueira.

-Thalia... O-Oque foi aquilo que aconteceu? – Luke perguntou confuso e assustado.

-Aquilo o que? – perguntei tão confusa quanto ele.

-Aquela criatura falou alguma coisa de um jeito estranho e você respondeu do mesmo jeito! – Assim que Luke parou de falar me concentrei em momentos atrás. Aquele menino começou a falar uma língua estranha, mas embora eu ouvisse palavras esquisitas eu entendia o significado deles. Seria parecido com o espanhol; você fala algo quase absurdo, mas sabe o significado... Ele havia falado em grego! Meus pensamentos foram para ainda mais longe e pensei na manhã em que havia fugido... A suave canção! Eu havia decorado a canção em grego! Por isso meu padrasto se assustou tanto. As peças se ligavam e tudo fazia sentido para mim... Menos o que ele fazia aqui.

-Thalia? – Luke me chamou incerto.

-Ele falou em grego e eu entendi. Sabia que semideuses tinham essa facilidade, mas não pensei que eu tivesse tanta assim. – confessei com os olhos voltados para o fogo.

Ou vimos um balido de bode e voltamos os olhos assustados para o garoto que gemia sem parar pedindo por comida. Luke olhou nos meus olhos de uma maneira divertida; ambos mordíamos o lábio inferior para não rir do estranho bizarro... Esforço em vão. Mas nossas risadas despertaram o estranho. Ele olhou desesperado para os lados e tentou em vão se soltar.

-Não! Eles virão... O cheiro... É muito forte! Três... Três... Isso é perigoso... – Ele tentava controlar a voz para não gritar, mas era um esforço visível. O menino estava nervoso e me irritando profundamente. Ora, que diabos, ele não conseguia nem responder uma pergunta simples! Aproximei-me dele, mas o seu desespero era tanto que ele nem me notou. Dei-lhe um tapa forte na face; o eco ecoou noite adentro. Percebi Luke se esforçar para não rir. O garoto me olhou surpreso... Espantado se encaixaria melhor.

-Se acalmou? – perguntei inocentemente – Já consegue responder minhas perguntas sem ter uma crise de pânico e começar a tagarelar em grego? – ele me olhou assustado e ia começar a tagarelar novamente. Dei-lhe outro tapa; dessa vez do outro lado da face. Mais uma vez o eco se misturou a noite fria. Luke não se agüentou e riu abertamente.

-É melhor você se controlar, colega. Ela só começou a brincar com você. Nem queira saber o estrago que ela pode causar. – Luke comentou ainda rindo ao se aproximar de nós dois.

-Eu sei o que ela pode causar. – a voz soou fraca; um murmúrio baixo demais para ser ouvido por um ser humano.

-Quem é você? – perguntei ignorando sua resposta particularmente baixa para meus ouvidos.

-Grover. Me chamo Grover. – ele respondeu rápido com medo de outro tapa.

-E o que você é? – minha voz era exigente, autoritária, mas estava longe de ser fria e seca.

-Um sátiro. Metade homem, metade bode. De onde vim, somos treinados para proteger e guiar semideuses.

-De onde veio? – ele mantinha seus olhos em mim como se não conseguisse piscar e a cada pergunta relaxava mais, como se contando tudo nós não o mataríamos.

-Acampamento Meio-Sangue.

-Onde? – Luke se meteu na conversa tão confuso quanto eu.

-Um acampamento feito para treinar semideuses a fim de prepará-los para os monstros que habitam o mundo mortal. Fica em New York

-Então não há perigo lá? – minha voz soou curiosa embora o tom exigente continuasse em alta.

-Não há monstros lá.

-E o que quer aqui? – Luke perguntou soando irritado. Grover ficou sem graça e baixou o olhar. Passou muito tempo até ele conseguir recuperar o controle da voz. Sua resposta me chocou de uma maneira impossível de transcrever em palavras.

-Vim buscar a filha de Zeus para levá-la ao acampamento e mantê-la em segurança. Apenas ela! Não posso fazer nada que comprometa essa missão... E infelizmente, dois meio-sangues a mais comprometeria tudo e talvez nenhum de nós chegasse em segurança.

Ele despejou as palavras tão depressa que minha mente demorou a processar as palavras e a expressão de choque e surpresa aparecerem instantes depois. Luke olhou em meus olhos sem saber o que dizer.

- E o que aconteceria com eles? – perguntei com um fio de voz.

-Poderíamos mandar um sátiro à procura deles depois que chegássemos lá...

-Não!  Deixar eles entregues a própria sorte? Esqueça! – minha voz recuperou a força e determinação que antes. Eu nunca os deixaria! Adorava Annie como uma irmã mais nova e havia ainda duas promessas de protegê-la... Luke e eu não prometemos não nos separar. Nunca dizemos nada do gênero em voz alta, mas olhares eram o bastante. Meu coração era dele e eu não desistiria tão fácil... Deixar eles seria a escolha mais difícil a ser tomada por mim... Escolha? O dom de Atena! Como foi que ela disse? “escolherá com o coração ou com a mente e acertará”. O que melhor me convinha: estar com eles ou deixá-los?

- Mas... – Grover começou a argumentar, mas meu pensamento não estava em suas falas. Eu tinha que entender o que faria e como usaria o dom de minha meia-irmã.

Quando chegar a hora de escolher o seu destino, você fará a escolha que melhor lhe convém ao seu doce coração puro, e acertará.” – a voz da deusa ecoava em minha mente. Por que era tão difícil escolher? “Talvez seja porque seu coração e promessas estão em jogo” – a voz da deusa me assustou, mas ela falava apenas comigo; Luke e Grover não á ouviam. “Não tenha medo de errar Thalia. Você já sabe o que quer... Basta perguntar ao fundo de sua alma e encontrará a resposta.” – a voz de Atena ecoou uma ultima vez e desapareceu.

Qual era a minha escolha? O que minha mente dizia? Dizia, vá com ele e metade dos perigos sumirão, e os dois chegariam em segurança mesmo que tempos depois. O meu coração dizia? Não os deixe! Você fez promessas em voz alta e comprometeu parte de seu coração com o de Luke. Promessas feitas com o coração não devem ser quebradas... E minha alma? O que ela dizia?

-Chega Grover! Eu não vou com você se eles não estiverem ao meu lado. Nem tente contestar. – minha voz soava mais alta e clara do que a dele.

-Ma-ma-mas... – ele ficou pálido e arregalou os olhos.

-Grover, ou vamos todos juntos ou você vai sozinho. Sua vez de escolher. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tô desculpada? Se não é compreensivo...
Bjs!!!!