Supremos Kings - A Saga escrita por MarryLeão


Capítulo 9
Um pouco da futura rotina




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/320128/chapter/9

—Não vai demorar muito para você vir com a gente. —Velox disse antes da porta do elevador se fechar, ele parecia sorrir.

Amanda ficou muito contente com aquelas palavras. Ficou parada por uns instantes olhando a parede onde se ocultava um elevador. Lembrou-se do que o Einstein disse mais cedo, que ela precisava tomar mais água, então ela se dirigiu à cozinha.

Ela parou na entrada. Havia esquecido como aquele lugar estava e ficou surpresa por um momento. Estava decidido, já que ela não tinha muito o que fazer, iria tentar organizar aquela cozinha. Ainda vestindo um roupão, ela começou mexer nas pilhas de louças que jaziam pela pia, balcão e a mesa. Ela não tinha nem ideia por onde começar, havia muitas embalagem misturadas com as louças, encontrou um saco plástico e o encheu com todas aqueles lixos, porém foram necessário mais sacos. Passou bastante tempo lavando as louças, ela não se importava, pelo menos ocupava seu tempo. Após guardar o que havia lavado nos armários, descobriu que atrás de uma porta ficava a lavanderia e acabou fazendo uma faxina geral na cozinha com os produtos que encontrou. Ela não tinha ideia de quanto tempo passou lá. Quando terminou, ficou satisfeita com o que viu, nem parecia o mesmo lugar, enfim ela podia ver como era realmente a decoração da cozinha: Paredes com azulejos brancos, armários em tons cinza, os eletrodomésticos seguiam um padrão cinza prateado, o balcão e a mesa eram de mármore preto e o chão parecia um tabuleiro de xadrez, alternando azulejos brancos e pretos.

Sua boca estava seca. Ela se deu conta que ainda não havia bebido água. Foi até a geladeira, abriu uma de suas portas e enquanto procurava uma garrafa ou uma jarra com água, sentiu um bem estar enorme. Amanda percebeu que aquele ar gelado que a geladeira produzia era revigorante.

Depois de beber bastante água, foi para seu quarto tomar um banho. Enquanto assistia um filme, passava nos hematomas, que ela conseguia ver, o gel que Einstein lhe deu. E fitando o chão, uma ideia se apossou de sua mente. Caminhou até o meio do quarto, calculou se sua ideia daria certo, e se abaixou, sentando nos calcanhares. Tocou delicadamente o chão com a mão esquerda, sentiu o formigamento se espalhar por seu braço, o gelo seguia pelo chão, Amanda ainda não conseguia controlar por onde ele poderia seguir ou não, por isso acabou congelando parte da cama que estava em contato com o chão. Levantou-se e cuidadosamente foi caminhando pelo chão traiçoeiro. “Não é tão difícil assim!” Amanda feliz com seu pequeno progresso, põe as mãos na cintura e adquire uma postura ereta, acaba por jogar seu peso para trás e escorrega.

—Ai! —Amanda acaba caindo sentada, machucando um lugar que já estava bem dolorido. —Tá ok... Não é tão fácil assim... —A garota se levanta fazendo uma careta por causa da dor, mas não era grave.

Continuou deslizando pelo quarto, mas dessa vez ela flexionava bem os joelhos, tentava encontrar seu ponto de equilíbrio. Amanda estava descalça, isso não a incomodava, entretanto ela percebeu que aquilo fazia ela ter menos atrito com a superfície. “Os patinadores de gelo conseguem isso por que eles têm aqueles patins... Mas onde é que eu vou arrumar um?... Será que eu...?” Um pequeno sorriso surgiu no rosto da Amanda. Ela sentou no chão devagar e sem hesitar tentou envolver seu pé com gelo, de uma forma que imitasse um patins, mas foi um desastre, parecia um bloco. Ela relaxou os músculos da mão e o gelo se transformou em neve. Respirou fundo e tentou outra vez. E de novo. E mais uma vez. Perdeu as contas do número de tentativas, porém cada vez ela se saía melhor. Uma notícia na TV lhe chamou atenção.

—... Mas o nosso câmera acabou registrando cenas perturbadoras, veja agora com exclusividade. —Um jornal mostrava cenas de uma ação policial, quando um movimento chama atenção de todos, Amanda reconhece o Esticado, ele usava seus poderes para escalar o prédio da escola onde bandidos mantinham alunos e funcionários refém, quando percebe que está sendo filmado, ele acena e sorri para a equipe de filmagem, entretanto algo o puxa pela janela para dentro do prédio. A equipe de edição do jornal congela a imagem e volta em câmera lenta, um rosto aparece, um rosto mascarado. Velox. Os repórteres estavam chocados com as imagens, e pelo o que eles comentavam, não era a primeira vez que cenas como aquela eram divulgadas, havia até um quadro especial no jornal que discutiam sobre esses acontecimentos. Como o telejornal ficou praticamente repetindo a mesma coisa, Amanda voltou a se concentrar em criar um patins decente.

—AMANDA! —Esticado gritou assim que chegaram pelo elevador. —CHEGAMOS! —Ele tinha um sorriso enorme no rosto, estava eufórico.

—Esticado, acho desnecessário gritar. —Einstein caminhava ao centro da cúpula. —Eu não quero ficar surdo... —Ele parecia estar exausto, se jogou no comprido sofá de couro preto.

—Onde será que ela está? —Ele olhava freneticamente por todos os lados sem parar quieto. —Preciso de um ouvinte, preciso contar meu ato heróico! Vou ver se ela tá na cozinha, e aproveitar pra fazer um lachinho! —Saiu apressado em direção a porta à esquerda.

Velox ignorava os dois, estava concentrado no painel, sentado na cadeira estufada, ele estava pesquisando noticias sobre eles, quando um grito o deixou sobressaltado.

—Esticado?! —Velox correu até a cozinha enquanto o Einstein ainda estava se levantando do sofá.

—Levaram a nossa cozinha! —Esticado exclamava com os olhos arregalados. —Fomos assaltados! —Sua expressão muda rapidamente para extrema confusão, unindo as sobrancelhas. —Mas, ...que espécie de ladrão rouba louças sujas e lixo?... —Diz em um tom mais baixo.

—O quê?! O que roubaram?! —O Einstein chegava assustado na cozinha. —O que leva... —Fica chocado com a visão da nova cozinha. —...Nossa. —Sussurra.

—Pra que essas reações? —Velox ainda olhava para a cozinha. —Amanda deve ter limpado, e por ser uma tarefa que vocês deveriam ter feito, amanhã, treino dobrado.

Esticado abriu a boca para argumentar, mas Velox saiu antes.

—As pizzas que eu encomendei devem estar pra chegar. —Einstein pousa sua mão esquerda no ombro esquerdo do garoto com expressões de revolta e frustração. —Amanda deve estar no quarto, chame ela para jantar.

Uma garota tentava se manter em pé em cima de um par de patins improvisados. Ela ainda não havia acertado as proporções e medidas corretas, todavia, já arriscava umas deslizadas mais ousadas. Com os joelhos bem flexionados e os braços estirados à sua frente, ela conseguia ter mais confiança. Batidas forte na porta a fazem se desequilibrar. Instintivamente, ela agita os braços para retomar o equilíbrio enquanto seus pés não paravam quietos, até que finalmente ela se estabiliza.

—Rá rá rá! —Amanda ria ironicamente.

Estendeu a mão em direção a seus pés, se concentrou, e surgiram delicados flocos de neve no lugar do patins de gelo, fez a mesma coisa com o chão enquanto caminhava cuidadosamente, quando percebeu que o gelo se fora, apressou os passos em direção à porta. Pressionou o botão do lado direito e a porta se abriu, revelando um sujeito mascarado que se encostava na parede perto da porta do quarto do Einstein.

Os dois ficam em silêncio por uns segundos.

—Que bom que vocês já voltaram. —Amanda estava desconfortável com aqueles olhos negros a fitando. —Ocorreu tudo bem? —Amanda sorria para tentar disfarçar o nervosismo, sentiu o rosto corar e baixou o olhar.

Velox andou calmamente em direção da garota na porta do quarto, fazendo-a erguer o rosto, um pouco sobressaltada. Ele para.

—Foi muito gentil da sua parte organizar a cozinha, —Ele observava cada movimento da garota. —Era uma tarefa que eu tinha designado aos garotos, mas não tem problema algum, pelo menos dessa vez.

O tom de voz mais despreocupado deixou Amanda mais relaxada.

—Eu não tinha muito o que fazer mesmo... —Amanda sorriu.

—Só não quero que os garotos se acostumem com isso. —Velox deixava um pouco de ter daquele ar sério que ele se acostumou.

—Amanda! Estava te procurando! —Esticado caminhava pelo corredor quase saltitando de alegria.

Amanda sorri involuntariamente. Aquele garoto do topete estranho contagiava com sua alegria.

—Vamos jantar na mais nova cozinha reformada! —O garoto deforma seu braço, passando pelos ombros de Amanda, e puxando-a para que acompanhasse seus passos. —E enquanto nós comemos pizza, vou contando como foi meu momento de herói.

—Eu vi você na TV. —Amanda caminhava ao lado de Esticado, os olhos dele brilharam.

 —Eu apareci na TV?! —Ele pôs a mão no peito, sua boca se escancarou, sua respiração ficou mais intensa, era como se ele tivesse ganhado um oscar. —E como é que eu estava? O ângulo foi bom? Valorizou minha beleza? —Amanda riu com esse último.

—Até ela concorda que você é feio que dói! —Einstein havia saído do elevador, com três caixas hexagonais em uma pilha que necessitava de suas duas mãos para segurar, se dirigia à cozinha também.

—Opinião de invejosos não conta! —Esticado cantarolou sem olhar para Einstein.

Esticado solta a Amanda quando chegam à cozinha, os dois se sentam ao redor da mesa e esperam o Einstein encontrar os pratos depois de ter colocado as pizzas em cima da mesa.

—A minha fome não pode esperar. —Esticado alonga seu braço e arrasta uma caixa para si.

O aroma que vinha da caixa recém aberta fazia a boca da Amanda encher-se d’água, e a aparência estava ótima. Esticado devorava cada fatia com vontade, fazendo Amanda fitá-lo curiosa. Só para de olhar quando Einstein lhe entrega um prato com um garfo, uma faca e um lenço de papel.

—Se quiser comer com garfo e faca ou com a mão mesmo, sinta-se à vontade. —Einstein sorriu e foi até a geladeira, voltou com uma garrafa de refrigerante e se sentou junto com os outros.

Quando Amanda deu a primeira mordida no pedaço de pizza de queijo, sente uma leve brisa tocar seu rosto. Não pôde deixar de ficar sobressaltada ao ver que Velox apareceu de repente na cozinha. Ele estava escorado no balcão a sua esquerda. Esticado, que estava de frente para ele, pareceu sobressaltado também.

—Do jeito que você aparece assim, me assustando, —Esticado disse mastigando, e engole. —ainda vou ter um ataque...

Amanda enchia um copo de refrigerante.

—Você vai jantar também? —Amanda provou o refrigerante de sabor laranja, sem deixar de fitar o sujeito mascarado.

—Não. —Velox respondeu após uns segundos.

Era possível ouvir o atrito da faca do Einstein com o prato. Esticado enchia novamente seu copo com o liquido alaranjado.

—Você nunca tira essa máscara? —Amanda olhava com curiosidade para ele.

O barulho de alguém tossindo sem parar, fez a Amanda desviar sua atenção. Einstein estava entalado, dando leves socos no peito. Esticado estava estático com o copo na boca, como se tive bebendo seu conteúdo. Por uns segundos, somente seus olhos se mexiam, alternando entre a Amanda e o Velox. O mascarado se mexe desconfortável. Esticado resolver ajudar o Einstein batendo de leve com a mão espalmada as costas dele.

Era evidente que aquele era um assunto delicado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!