Apenas Amor - Romione escrita por Anne Almeida


Capítulo 14
Calmaria




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Duas semanas. Ia fazer duas semanas que ele partira da casa de Hermione sem um adeus sequer. Aquela carta fora sua revelação. Fora uma mensagem recebida em boa hora. Ela lhe dava o tempo, a distração e a distância necessária para que ele pudesse por o pensamento em ordem e digerir o que ouvira naquela noite.

No céu uma lua cheia iluminava a pequena clareira onde acampavam. Os outros quatro homens se reuniam em torno da fogueira, mas ele buscava o isolamento. Caminhou até um tronco caído perto da encosta íngreme e começou a folhear o relatório. Várias fichas dentro de uma pasta velha e surrada. Nomes e fotos que se moviam já eram seus companheiros desde que começaram aquela vigilância.

Percebeu quando uma luz foi acessa a quilômetros dali criando um pequeno ponto claro na velha barraca de caça. Não alertou nenhum dos aurores que o acompanhavam. Esse era um costume diário dos ex-comensais que eles pretendiam pegar. Assim que escurecia as luzes eram acesas. Não se importavam se atrairiam a atenção. Tão certos da impunidade, quanto Rony de que a justiça seria feita.

Ele voltou o olhar para a reunião na fogueira e observou Harry, os óculos refletindo as chamas, a barba por fazer assim como a sua e um sorriso verdadeiro em seus lábios ao ouvir alguma coisa que um dos caras maiores dissera.

Rony sorriu também. Estava feliz por ele. Ele estava seguindo adiante. Namorava Gina, dera uma geral na casa em GrimauldPlace, tornando-a habitável, se dedicava aos estudos para ser Auror. Ele aproveitava a vida pela qual tanto lutara para manter. Ele não desperdiçava as oportunidades e os benefícios de se estar vivo.

Mas quando se tratava de si mesmo ele sentia que deixava tudo correr entre os dedos. Ainda estava morando com os pais, estudava para ser Auror mais por incentivo de Harry e falta do que fazer do que qualquer outra coisa, ainda não tinha certeza se era isso que queria para si. Mas, principalmente, parecia estar emperrado com Mione, cometendo os mesmos erros, magoando-a da mesma forma e se permitindo a perdê-la como se fosse o mesmo adolescente cabeça dura de anos atrás.

Será que não havia amadurecido? Tudo que passara não lhe servira para nada? Talvez fosse um tapado mesmo.

Não conseguia entender como fazia tudo errado e nem percebia. Naquele mesmo momento lidava com palavras que sabia ter gerado, só não sabia quando, como e onde.

Ela o chamara de idiota, o maior idiota da face da terra. Vê-la ofende-lo não era novidade, mas a forma como ela fizera fora totalmente nova para ele. Seu olhar estava irado e ele sabia que ela buscava mais do que irrita-lo, ela queria que ele soubesse a verdade. A cruel verdade.

>>> Dois dias depois...

Hermione respirou fundo ao olhar a capa do Profeta Diário deixado em sua casa logo cedo. Um ano. Essa era manchete. Letras garrafais. Um ano. Havia um ano que ela, Harry e Ronald haviam enfim livrado o mundo da ameaça do mestre do mal.

Aquela era uma data comemorativa, mas ela não conseguia se sentir feliz, tudo que sentia era o vazio. Às vezes ainda tinha pesadelos sobre aquele dia. Gritos. Sangue. Sofrimento. Morte. Ela com certeza não conseguiria comemorar.

Logo abaixo das letras garrafais uma segunda manchete um pouco menor chamou a sua atenção: A luta continua!

Ela olhou a foto que a ilustrava. Nela seis homens estavam lado a lado em uma pose quase militar e ela analisou cada um.

O primeiro foi reconhecido rápido, sua longa barba o denunciando como o Ministro da Magia londrino.

Ao lado dois grandalhões que ela nunca havia visto na vida, mas que devido à aparência ela concluiu que deviam ser irmãos.

No centro um rapaz magricelo e sem jeito, com velhos óculos fundo de garrafa e uma cicatriz na testa. Harry.

Com a mão sobre o ombro de Harry,um outro homem, porém, não alto como os outros, mas tão assustador quanto.

E finalmente o ultimo, um ruivo, um pouco menor que os gigantes e o único que não sorria. Rony.

Ela abriu o jornal na página indicada com pressa e começou aler a matéria. Falava sobre três aurores, e os jovens Harry Potter e Ronald Weasley – ainda aprendizes – terem vigiado possíveis ex-comensais e que finalmente na noite anterior ao terem a resposta positiva as suas dúvidas os haviam preso e mandado a Askabam, tudo, é claro, depois de um difícil duelo entre os dois grupos.

Era exatamente o tipo de matéria que se encaixava no jornal daquele dia, nada melhor do que mostrar o menino que sobreviveu prendendo uns comensais para comemorar o primeiro ano após a queda de Voldemort, pensou ela.

Aquilo não a animava. O único alívio que aquela data trazia era um dia de folga, agora que este era um feriado para todos os bruxos.

Ela bufou e já ia fechar o jornal quando viu mais uma foto, um pouco menor, que havia deixado passar, nela umaloira bonita e sorridente beijava a bochecha de um ruivo corado.Embaixouma legenda dizia: recepção calorosa aos heróis.

Hermione se roeu por dentro.

- Vaca! – soltou como se Lilá Brown pudesse lhe ouvir.


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Notas finais do capítulo

Estou tão feliz pela aceitação da fic aqui! Muito obrigada a quem lê e principalmente a quem dedica um pouquinho de seu tempo para comentar.
Como agradecimento: Postagem dupla! Então corram para o próximo queridinhos!



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