POV VITOR

Não sabia como reagir e nem oque dizer. Eu acabara de me declarar para Julia, com medo de que ela não quisesse nada comigo e ela disse que sente a mesma coisa por mim! Isso é absolutamente incrível, mas algo a entristecia e eu não sabia oque era, então perguntei:

– Oque esta acontecendo? Por que esta triste?

– Meu avô morreu– respondeu, e eu entendi na hora.

– Eu sinto muito– tentei amenizar o clima tenso que estava se formando.

– Esta tudo bem. Você esta aqui agora, não vou me deixar abalar – murmurou, sorri e corei.

– Não vou mais te deixar sozinha, eu prometo– murmurei.

– Eu não iria deixar mesmo – riu.

Enquanto ela olhava para as ondas, eu apreciava seu rosto de anjo. Seus lábios de mexiam lentamente enquanto ela falava. Seu sorriso era tão perfeito quanto as nuvens do céu e as palavras jorravam de sua boca como as ondas do mar. Ela era tão linda, tão doce, tão incrível que eu podia jurar que aquilo era um sonho, mas se fosse, eu não queria nunca mais acordar.

POV JULIA

Nesse um ano e seis meses que estive longe de Vitor, tive bastante tempo para pensar e eu sabia que eu o amava, mas por que? Talvez seja pelo simples fato de amar. Amar por que amo. Só isso. Quando estou perto de Vitor, esqueço todos os meus problemas e as minhas magoas. Isso é bom, as vezes.

Pedi para ele me levar para casa de moto e ele aceitou. Cheguei em casa e não havia ninguém, tomei um banho rápido, vesti uma roupa simples para o calor do Rio: uma regata branca quase transparente, um shorts jeans azul claro, uma camisa xadrez e meu All Star Converse preto, nem passei maquiagem e deixei meus cabelos soltos.

Liguei para minha avó e perguntei aonde seria o velório, e seria muito longe de casa. Do outro lado da cidade. Vitor se despôs em ir comigo, mesmo eu dizendo que não precisava.

Demoramos uma hora para chegar. Vitor estacionou a moto e entramos. Um ao lado do outro. Vi minha avó chorando e sem perceber eu também estava. Vitor segurou minha mão e sussurrou em meu ouvido: "Tudo vai ficar bem, estou aqui".

Me aproximei de onde minha "família" estava. Você deve estar se perguntando por que eu coloquei família entre as aspas não é? "Família", pois só estava minha mãe e minha avó velando o caixão de meu querido avô Charlie.

Vitor entrou comigo, deu um longo abraço em minha avó e pude jurar que vi uma gota de lágrimas escorrendo em seu rosto. Meu avô era como se fosse o avô dele. Sempre muito carinhoso com todos. Vitor gostava muito dele, eu eu também, afinal, ele era como se fosse meu pai.

Minha mãe não gostou muito da presença de Vitor, mas eu a ignorei. Meu pai estava viajando (como sempre) e não pode ir. Então estávamos só nós quatro. Chorando de saudade de um homem maravilhoso.