Rangers -ordem Dos Arqueiros -a Lealdade escrita por Veritacerum


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! Estou de volta! Ah, leiam as notas finais.



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Capítulo 26

-Fique calmo, respondeu Halt. -Uma pergunta de cada vez.

-Eles te machucaram? Perguntou Will com os dentes serrados de dor, pois Halt estava limpando bem em cima do corte em sua testa.

-Eles tentaram, disse Halt, tendo que segurar os ombros de Will.

-Eu os mato! Respondeu o jovem tentando se levantar.

-Eles tentaram, mas não conseguiram.

Will parou com as tentativas de se levantar e resolveu partir para a próxima pergunta.

-Que lugar é esse?

Halt parou de limpar a testa de Will e cortou mais um pedaço de sua capa para molhar e limpar o próprio rosto.

-Nós estamos em baixo do castelo Macindaw. Mas antes que Will fizesse a próxima pergunta o arqueiro continuou. -Quando íamos começar a descer as muralhas, um homem te acertou com um golpe e pôs a faca em seu pescoço. Ele estava com raiva de nós dois, e me fez abaixar o arco para não cortar sua cabeça fora.

-Por deus... começou Will. –Halt... me desculpe. Se não fosse por mim não estaria aqui.

-Cala a boca. A voz de comando do arqueiro tinha voltado. -Não foi culpa sua e você está proibido de pensar isso. Entendeu?

-Tudo bem, respondeu o jovem. -Mas agora deite e deixe que eu limpo esse rosto.

Halt se deixou cair no chão e Will começou a limpar o rosto grisalho do arqueiro.

-E Crowley e Horace? perguntou o jovem.

-Eu os vi fugindo com Orman e o resto da guarnição que conseguiram continuar vivos. A essa hora devem estar seguros na floresta, e espero que planejando um ótimo plano para nos tirar daqui.

-Impossível, respondeu Will. -Eu e você não estamos lá.

-Tem toda razão, disse Halt com um pequeno sorriso. -Mas Crowley está e eu confio nele.

-Eu também, concordou Will. -E em Horace também.

Will terminou de limpar o rosto de Halt, jogou o pano para o lado e deitou no chão ao lado do arqueiro.

-E agora? Perguntou Will.

-É só esperar, respondeu Halt.

-Esperar... resmungou Will.

-Eu te treinei muito bem para isso, retrucou Halt.

-Sim, treinou.

Eles ficaram em silêncio por vários minutos, cada um pensava em um jeito de sair dali.

Will se afastou de Halt e sentando em um canto da sela começou a pensar em Alyss.

Sua memória voltou ao dia em que os dois tinham se casado em Redmont...

-Você já passou as mãos nesse cabelo mais de dez vezes! Reclamou Horace.

-Eu estou nervoso, retrucou Will.

-Será que os dois podem se acalmar? Perguntou Halt entrando no quarto.

-Ele não para quieto! Continuou o guerreiro.

-É normal, respondeu o arqueiro. -Eu também fiquei nervoso no dia do meu casamento.

-Você ficou? Perguntou Horace com os olhos arregalados.

-Só eu sei como ficou, respondeu Will.

Mas se Will estava nervoso uma hora antes, quando ele chegou nas portas duplas do salão, ele quase estava tendo um infarto.

-Pelo amor de Deus Will, se controle! Ordenou Crowley.

-Não adianta, respondeu Halt. -Vá lá dentro e espere ele se acalmar.

Crowley  entrou e lady Pauline saiu.

-Will! chamou a mulher. -Você está pronto?

-Eu... não... sim... Ah, eu não sei! Respondeu o jovem confuso.

-Ele vai estar, confirmou Halt. -E como está Alyss?

-Igual a ele, ou pior.

Ela entrou e no mesmo instante Will puxou o braço do mentor.

-Halt... eu... eu estou com... Will não terminou a frase.

-Medo? Concluiu Halt.

-Sim. Eu estou com medo.

Halt olhou no fundo dos olhos do jovem e passou o braço em volta de seus ombros.

-Will, começou o arqueiro. -Todos sentimos a mesma coisa que está sentindo: medo, falta de maturidade, insegurança e nervosismo.

Will abriu a boca para dizer alguma coisa e fechou. É impressionante a forma que Halt sabia de todos os seus sentimentos. “Eu também o conheço e sei o que está pensando ou sentindo”, pensou o jovem.

-Como você sabe o que estou sentindo? Perguntou Will antes que pudesse fechar a boca.

Halt deu um pequeno sorriso.

-Eu te conheço melhor do que qualquer um, disse ele.

-Tenho certeza que sim, concordou Will. -Será que eu vou conseguir? Quero dizer, ser um bom marido e quem sabe um bom pai?

-Tenho certeza que você será um ótimo marido, falou Halt. -Está tudo bem. Podemos entrar?

-Sabe de uma coisa? Perguntou Will.

-O quê? perguntou o arqueiro desconfiado.

-Eu também te conheço melhor do que qualquer pessoa, e sei que está louco para o casamento acabar e o banquete chegar.

Halt fez um gesto afirmativo com a cabeça e logo depois se viu rodeado pelos braços do jovem.

Halt conduziu Will pelo grande salão do barão Arald, e foram até Crowley que estava de pé atrás de uma mesa.

-Está tudo bem? perguntou o comandante.

-Agora está, respondeu Halt. -Nosso noivo estava um pouco nervoso.

-Um pouco? Perguntou Horace que tinha sido escolhido como padrinho de Will.

-Sim, um pouco. E volte para o seu lugar agora, ordenou Halt.

As portas do salão se abriram e Alyss entrou sendo seguida por Pauline e Cassandra.

-Crowley? Halt chamou pelo canto da boca. -Isso é um casamento e não a formação de um arqueiro.

-E daí? retrucou Crowley fazendo cara de inocente.

-E daí que você não vai poder pular os protocolos como está acostumado.

-Ah, que pena, resmungou o arqueiro.

Alyss estava linda. Um longo vestido branco caía até seus pés, o véu se arrastava atrás dela e seu sorriso ia de orelha a orelha.

-Como ela está linda, sussurrou Will.

A noiva se aproximou, Pauline se postou ao lado de Halt que estava atrás de Will, e Cassandra foi até Horace.

Crowley começou a cerimônia e todo o salão ficou em um completo silêncio. O arqueiro contou das frustrações e de como Will ficava bobo quando se aproximava de Alyss, mas ninguém riu.

-Crowley e seu senso de humor, resmungou Halt.

Will pôs a mão para trás e fez sinal de positivo.

-Vocês dois podem parar com isso? pediu Pauline cutucando as costelas de Halt.

A cerimônia terminou e a hora do beijo chegou. Will ficou indeciso, mas depois que ganhou um discreto cutucão de Halt ele se aproximou e tocou os lábios de Alyss com os seus.

-Pensando em Alyss? Perguntou Halt trazendo Will para a realidade.

-Sim. Eu... eu estou com saudades, respondeu o jovem sufocando um soluço.

-Demorou para você dizer isso, falou Halt.

-Acho que só agora vou ter tempo de pensar em tudo que aconteceu, respondeu Will. -E em tudo o que fiz.

-Will... começou Halt.

-Halt?

-Você não ama Cassandra. Will percebeu que não tinha sido uma pergunta e sim uma afirmação.

Will refletiu a afirmação por um longo minuto, e achou que era hora de alguém saber os seus verdadeiros sentimentos.

-Não, eu não amo. ele respondeu.

Halt pensou na resposta de Will por alguns minutos e não encontrou resposta.

-Mas vou aprender a amar, continuou Will.

-Não sei... começou Halt. –Ninguém começa a amar de uma semana para outra.

-Sim, concordou Will. –Eu gosto muito de Cassandra e sei que ela vai me fazer... feliz.

-Tem certeza do que você vai fazer? Perguntou Halt.

-Tenho... eu já dei a minha palavra. Além do mais, você me ensinou que uma vez a palavra dada, não se pode voltar atrás. E eu dei a minha.

Halt fez que sim com a cabeça e rolou até o outro canto da cela.

-Mas agora precisamos sair desse gelo, falou o arqueiro esticando os braços e as pernas.

Will ficou pensando por alguns minutos e começou a se dar conta do frio.

-Halt? chamou o jovem.

-Fala. Will reparou que pelo tom de voz o arqueiro tinha começado a pegar no sono.

-Posso me encostar em você? Eu... estou com frio.

-Estava me perguntando se você ia demorar para sugerir isso.

E assim os dois homens dormiram, um aproveitando o calor do outro.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Gente... estou pensando em escrever outra fic: Halt - As Memórias de um Arqueiro. O que me dizem? Bjão!