Rangers -ordem Dos Arqueiros -a Lealdade escrita por Veritacerum


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Tem Mais!



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Capítulo 10


Quando Horace e Will entraram na estrada principal, o dia já estava começando a clarear. O vento estava um pouco a cima do normal, mas nada como o tempo não resolvesse. Eles viraram os cavalos para o norte e levaram os animais para um galope.

_Que deus nos ajude com esse tempo, disse Horace apontando para Halt, que estava dormindo na maca amarrada entre Puxão e Kicker.

_Nada que uma lona não possa resolver, disse Will.

Eles galoparam durante uma hora, quando Will sentiu o corpo de Puxão vibrar. Ele deu o sinal de parar para Horace, e colocou a mão em Abelard. O cavalo também emitia o mesmo sinal.

–Bons rapazes... disse ele para os dois cavalos. Pelo mínimo barulho que eles faziam, o aviso não era para inimigos, mas sim para companheiros.

_O que foi? Horace quis saber.

_Tem um amigo se aproximando, afirmou Will. Eles não tiveram que esperar muito. Depois de dois ou três minutos, Will ouviu os cascos de um cavalo em um trote forçado. Horace desceu a mão até o cabo da espada e começou a soltar a lámina.

_Não. Disse Will sem olhar para ele. –Mas fique atento.

O cavaleiro fez a última curva da estrada, e Will e Horace viram uma figura pequena, usando uma capa como a dos arqueiros, um cavalo pequeno e peludo, e um arco longo pendia de seu ombro. Quando o cavaleiro se emparelhou com os jovens, puxou as rédeas do cavalo que deu um relincho para os outros. Puxão e Abelard retribuíram o cumprimento e Kicker vendo que perdera algo, também relinchou. O arqueiro puxou o capuz para trás, revelando os familiares olhos e os cabelos cor de areia.

_Crowley! Will se enclinou para frente e apertou a mão de seu comandante.

_O que você está fazendo por aqui? Perguntou Horace explodindo de curiosidade.

_O mesmo que vocês. Estou correndo contra o tempo! E fez um gesto para Halt.

Will ficou chocado.

_Mas... mas você é o comandante dos arqueiros! Como Duncan permitiu?

Crowley deu um sorriso despreocupado para ele.

_Duncan está explodindo de felicidade: “Minha filha irá se casar com Will do Tratado!” - ele diz para quem quiser ouvir - e, quando pedi para ir junto, ele deixou. Aí eu fiz uns ajustes de última hora, e tudo bem. Estou aqui.

Will e Horace trocaram um olhar divertido e sorriram para o arqueiro mais velho.

_Então, seja bem-vindo! Disse Horace apertando a mão dele.

Os três cavalgaram até depois de escurecer, sem parar para a refeição do meio-dia. Horace porém, no meio da tarde já estava ficando de mal-humor.

Quando Will fez o sinal de parar, os três cavaleiros desceram e começaram a exploração do terreno. Horace, que tinha se lembrado de Halt, resolveu ficar ao lado do arqueiro, exercitando os músculos das pernas e dos braços.

_Você tem sorte de estar viajando deitado, disse ele inocente, mas logo se lembrou do veneno. Me desculpe, posso imaginar como você se sente...

Surpreendentemente, Halt deu um leve sorriso para ele.

_Você está acordado! Will! Crowley! Halt acordou! Horace gritou a plenos pulmões.

Abelard, que estava transportando um lado da maca de Halt, se virou a menção do nome de seu dono. Os dois arqueiros voltaram correndo, e como um só, Will e Crowley desamarraram a maca dos cavalos e a pousaram com cuidado no chão. Abelard se inclinou e começou a empurrar Halt com o fossinho.

_Calma, eu estou bem, disse ele colocando a mão no cavalo, que relinchou ao toque familiar de seu dono.

–Halt! disse Will se ajoelhando e tocando o rosto do homem que ele venerava acima de todos.

_Onde estamos? O que aconteceu? Perguntou Halt, sua voz não era mais alta que um sussurro. Will sorriu para ele, e se lembrou da resposta de Halt quando ele fez duas perguntas para Evanlyn na Toscana. Vendo que Halt estava consciente, resolveu arriscar. Ele deu um suspiro profundo.

_Você alguma vez...  - o Arqueiro mais novo disse com grande deliberação - Pretende fazer uma pergunta a cada vez? Ou tem que ser sempre múltiplas escolhas?

Halt se lembrou que tinha dado essa mesma resposta para Will a alguns anos atrás. Mas mesmo assim, ele olhou para ele com surpresa.

_Eu faço isso? - perguntou - Tem certeza?

Will não disse nada. Ele levantou as suas mãos em gesto de 'Você viu o que eu disse?’.

Crowley percebeu que já tinha dado o tempo suficiente para os dois brincarem, e resolveu entrar em cena.

–Como você está se sentindo? Halt olhou para cima e percebeu a presença de Crowley.

_O que você está fazendo aqui? Perguntou com surpresa.

Crowley torceu um lado da boca se divertindo. _Te levando para dar um belo passeio até o Norte do reino. Você sabe, os nossos dias estão muito parados. Estamos clamando por grandes aventuras, perigos e até mesmo pela confortável neve que já deve estar caindo lá. Está gostando? O arqueiro perguntou sarcasticamente.

Neste momento, eles ouviram algo pisando no mato perto deles. Will colocou um dedo nos lábios de Halt, que já estava preparando uma resposta a altura da brincadeira de Crowley. _Alguém... disse ele encostando a boca no ouvido do arqueiro.

Eles ouviram mais uma vez, quando, um cachorro saiu em disparada na sua perseguição de um pobre rato. Todos relacharam e se divertiram com a cena.

–Vocês achavam que poderia ser alguém? Perguntou Horace.

_Com o berro horrível que você deu a plenos pulmões, até as árvores acordaram, disse Halt com a sua fraca voz. “Esse é o Halt que eu conheço”, pensou Will divertido.

Horace deu a Halt um olhar de ofensa, mas o arqueiro fez sinal para ele ir.

–Tenho certeza de que ouço seu estômago gritando por comida, disse ele ao jovem cavaleiro. Horace entendeu o gesto, e saiu resmungando para quem quisesse ouvir: _Esse projeto de arqueiro que você está criando não parou para o almoço.

Halt olhou Will com surpresa. _Como você pôde fazer isso? Ele está em fase de crescimento, disse ele pensando no mal-humor que Horace deveria estar.

_Parece que essa fase nunca passa! Falou Will divertido.

–Crowley, você pode ajudar Horace com o jantar? O arqueiro percebeu que Halt queria ficar assós com Will e se virou para ir acender a fogueira.

Will se sentou ao lado de Halt e pegou a sua mão boa. _Está tudo bem? Perguntou ele temendo a resposta de Halt.

–Está, respondeu o arqueiro. Will relachou um pouco.

-Will? Chamou Halt. Não fique preocupado, eu estou bem.

Will olhou para ele tentando ler a mente de seu professor.

_Estou levando você até Malcoln, irá voltar para casa melhor, eu prometo.

Halt olhou para ele, e viu a responsabilidade que o jovem estava suportando.

–Devo lhe dizer que esse veneno é mais ou menos igual aquele dos genoveses... só que é feito aqui em Araluen. Will fez um gesto para que continuasse. _Já ouvi falar nele, mas não sei o nome e nem o antídoto. Esse veneno é mais fraco que o outro, mas os dois terminam com a pessoa no mesmo lugar.

Will se levantou de um salto. -Não! Eu não vou deixar que isso aconteça! Eu não poço perder outra pessoa em só uma semana!

-Will?! Chamou Halt. Will percebeu o que tinha feito e  sentou-se outra vez. _Desculpe. . ., não vou fazer de novo. Halt assentil para ele e continuou.

–É bem provável que eu comece a delirar e daqui a alguns dias ter febre. Quanto a isso, bem, você já sabe o que fazer. Will confirmou com a cabeça. _E Pauline? Perguntou Halt.

Will ainda não tinha pensado no que diria a Halt.

_Ela ficou em Redmont.. cuidando de uns detalhes do meu futuro, disse ele, grato que os olhos de Halt já estavam se fechando outra vez.

_Água, disse ao jovem. Will levantou e pegou seu cantil que estava amarrado em Puxão. Destampou a rolha e levantou a cabeça de Halt para que pudesse beber.

Todos jantaram e foram dormir. Horace se ofereceu para ficar com o primeiro turno de vigia, Will e Crowley ficaram agradecidos.

Will levou seu saco de dormir ao lado de Halt, e não vendo o arqueiro com os olhos meio abertos, começou a adormecer. Ele tinha dormido somente alguns minutos quando foi despertado pela fraca voz sarcástica de Halt.

–Will? Você está acordado?

Will deu um olhar maligno ao arqueiro.

–Não. O mal-humor era presente na resposta.

–Hã... desculpe, respondeu Halt.

–Cala a boca, disse Will fechando os olhos.

O arqueiro pensou em pedir desculpas mais uma vez, quando se lembrou que era contra as regras de fechar a boca.

Halt fechou os olhos por alguns minutos e dormiu. Não tinha passado nem cinco minutos quando ele foi despertado pela voz de Will.

–Halt? Você já dormiu?

–Sim, mas agora não estou mais, respondeu o arqueiro ofendido.

–Bom. Bem feito para você. E se virando para o outro lado, Will adormeceu.

Halt teve a certeza que acabara de cair em uma das suas próprias armadilhas.



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Notas finais do capítulo

Como estou?