Estava cochilando no sofá vendo um filme no colo do Jacob, quando de repente dois chorinhos me despertaram completamente. Subi correndo, mesmo aos protestos do Jake e fui ver meus bebês.

Quando eu cheguei no quarto, e olhei pra eles, eles só estavam chorando mas eu não fazia idéia do que aquele choro significava.

- Alguém? Ajuda por favoor? – gritei do quarto.

- O que foi, Nessie? – minha mãe se aproximou de mim, e me ajudou pegando a Ammy no colo.

- Por que eles estão chorando?! – olhei pra minha mãe desesperada.

- Calma, Nessie. Eles devem ta com fome, ou com a fralda molhada, tantas coisas amor, não precisa se preocupar tanto assim, é normal!

- Normal? Eles vão gritar sempre assim? – indaguei-a.

- Vão! É normal em bebês.

- Paai! Paai vem cá! – gritei pelo meu pai, que em segundos estava no quarto.

- Aconteceu alguma coisa? Pra que o desespero todo? – ele perguntou aflito.

- Você bem que poderia ler a mente deles e ver o que eles estão precisando né? – falei com um sorriso no rosto.

- Não acredito que foi pra isso, Renesmee. Você vai ter que aprender a fazer essas coisas sozinhas. Você é mãe agora, isso não é minha responsabilidade, e nem da sua mãe.

- Mas Ed... – ela o olhou assustada.

- Sem “Ed”, Bella. Ela vai ter que aprender uma hora ou outra. A gente vai ficar aqui, só vamos olhar.

- Pai, eu não faço a mínima idéia de como fazer isso. – o olhei angustiada e foi quando o Jacob apareceu na porta.

- Jacob, me ajuda! – chamei-o pro meu lado, e ele veio de prontidão.

- O que foi, Nessie? Por que eles ainda não pararam de chorar? – Ele perguntou angustiado, colocando as mãos nos ouvidos.

- Meu pai não quer dizer o que eles querem, disse que era pra a gente descobrir. – tentei explicar.

- Então vai, faz alguma coisa! – ele apontou pros bebês no berço.

- Você é o pai aqui, nem vem! Você também vai ter que fazer alguma coisa! – falei quase aos berros pra ele.

- Nessie, gritar não vai ajudar muito agora! – minha mãe falou com os lábios firmes reprimindo um sorriso.

- Mãe, por favor! – implorei ajuda mais uma vez.

- Não, Nessie, seu pai tem razão. Descobre o que é primeiro e eu te ajudo depois!

- Você pega a Ammy! – apontei pro Jacob.

Eu peguei o Tony no meu colo, e comecei a analisá-lo. Primeiro eu pus um pouco do meu dedo na sua boca pra ver se ele puxava, seria uma dica pra ver se ele estava com fome.

- Muito bem, Nessie. Tá indo pelo caminho certo! – minha mãe falou mais animada do sofazinho do quarto.

Jacob fez a mesma coisa que eu, mas não foi assim tão sortudo com isso.

- AAAAI! – ele tirou o dedo da boca da Ammy e ficou agitando a mão.

- O que foi, Jacob?! – indaguei-o, tentando imaginar uma razão pra aquele escândalo, afinal, era só uma bebezinha inofensiva nos seus braços.

- Ela me mordeu! Foi isso que aconteceu! – ele a olhou com uma cara brava, fazendo com que ela chorasse ainda mais.

- Nessie, socorro! – ele estava desesperado ninando ela pra ver se ela parava de chorar.

E foi ai que eu senti que havia algo molhado no meu braço.

- Rápida hein filha?! Descobriu! Parabéns! – meu pai falou rindo ao lado de minha mãe.

- Fralda suja? – olhei pra minha mãe assustada. – Não, isso é demais pra mim! – falei entregando o Tony pra os braços de minha mãe.

- Nessie, as coisas não podem ser resolvidas dessa forma. – minha mãe tentava explicar tentando aninhar o Tony nos meus braços novamente.

- Ah, funcionam sim! Acho que isso não é meu trabalho. – Jacob entregou a Ammy pro meu pai e saiu em disparada do quarto.

- JACOB! – gritei irritada com ele. Mas em vão, ele não voltou.

- Pois é, filha. Vai se acostumando também com isso. Quando o assunto é fralda, os homens sempre correm. – minha mãe olhava o papai que estava tentando colocando a Ammy no berço e saindo de fininho do quarto. – Não é, Edward?! – ela falou sarcasticamente.

- Rose! Rose! A Ammy ta precisando de você! – ele falou e saiu do quarto também, mas pra minha sorte, Tia Rose já estava entrando pra me ajudar.

- Eu não tenho nenhuma habilidade pra isso. Acho que eu nunca troquei uma fralda antes. – ela falou tentando se desculpar comigo. Minha mãe riu e pegou o Tony e o colocou no trocador.

- Venham, não é muito complicado. Eu mostro a vocês. – e minha mãe começou a trocar o Tony bem devagar, pra que a gente pudesse aprender tudo direitinho, e em seguida me entregou a Ammy, pra eu colocar em prática pra ver se eu tinha aprendido tudo direitinho.

Tudo bem que eu gastei o triplo do tempo de minha mãe, mas no final das contas eu acho que eu consegui. Logo após eu tê-los trocado, a paz reinou novamente. Eles viraram pro lado e voltaram a dormir como dois anjinhos. E eu estava os invejando muito mesmo, porque eu estava caindo de sono também.

Fui indo lentamente por quarto, torcendo pra que os bebês não acordassem de madrugada, porque com certeza eu não iria conseguir levantar, abri a porta do quarto e lá estava o Jacob, deitado na cama do meu pai só esperando pra que eu chegasse.

- Você não tem casa mais não? – perguntei áspera a ele.

- Ow. Vamos com calma, Nessie. Por que essa raiva toda? – ele perguntou ainda sem entender.

- Hum.. vejamos... Ah! Acho que o fato de me deixar lá trocando fraldas suja sem ajudar em nada? – falei ironicamente, peguei uma almofada e joguei nele.

- Nessie, mas eu não sabia fazer aquilo. Eu não ia poder ajudar em muita coisa! -  ele falou tentando se explicar.

- Ah, e eu sabia?! – crispei os olhos. – Você tem noção do quanto fralda e de quanto tempo eu gastei lá até que minha mãe tivesse certeza absoluta que eu já sabia trocar uma fralda? TEM? – falei mais irritada ainda.

- Nessie, calma! Você não pode ficar tão estressada assim, isso não é bom pra você! – ele levantou e veio me abraçar.

- Jacob, sério. Saí daqui! Eu to muito estressada e garanto que eu vou ficar bem melhor se você não dormir comigo hoje! – falei séria e convicta. Ele merecia uma lição, afinal, os filhos não são só meus.

Ele olhou pra mim com os olhos perdidos mas assentiu e saiu do quarto pegando sua blusa que estava no chão. Ao passar, fechou a porta e saiu. Eu me deitei, e fiquei ali pensando em tudo.

Eu não queria que ele ficasse com aquela carinha, mas ele bem que merecia uma lição. Poxa, do mesmo jeito que tudo está sendo novidade pra ele, também está sendo pra mim. Eu não sei fazer nada relacionados a bebês, do mesmo jeito que ele. Ele não pode simplesmente deixar de fazer as coisas e alegar que não sabe, porque eu também não sei e tenho que fazer. Fiquei perdida em pensamentos e resolvi escrever, pra colocar tudo pra fora sabe? Ele tem que mudar. Com toda a certeza.

Fiquei pensando também no que ele tinha me dito há um tempo. Que eu não podia me estressar, e o jeito dele de me proteger de qualquer esforço. Afinal, o que aconteceu no parto? Porque ninguém comentou isso comigo, nem o meu vô Carlisle, nem o tio Jazz, nem as meninas. Nem ninguém!