O Mundo Secreto De Ágatha. escrita por Koda Kill


Capítulo 25
Andarilhos


Notas iniciais do capítulo

Tentando retomar gente, por favor peguem leve comigo e se puderem me ajudem.



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Já fazia alguns dias que eu estava hospedada no castelo, mas desde aquela noite jotta e eu não tocamos mais no assunto do beijos. Alias não tocamos em assunto nenhum. A cada dia eu ficava mais rabugenta e distante e não conversava com ninguém a não ser pelo estritamente necessário. Jotta ainda me visitava com bastante frequência, mesmo que apenas pela minha companhia.

Era bom não ficar sozinha. Ele apenas ficava por lá ao meu alcance, sem falar nada. Na maioria das vezes eu chegava no quarto e já o encontrava sentado no parapeito da janela. Sentava ao seu lado e passávamos a noite sem dizer nada. Ambos perdidos em nossos próprios pensamentos. Eu não gostava de pensar, odiava lembrar dele, Diogo. Tudo em que eu me focava era frio, distante e refletia o ódio que eu sentia por ele. Jotta ainda tentava me alcançar, mas ele já estava se cansando eu podia ver.

Era cada vez mais difícil obter minha real atenção. Quando minhas costelas já estavam quase curadas Jotta me ajudou a escrever uma carta para casa. Contei da proposta do rei, contei que estava hospedada no castelo, contei sobre jotta... Contei sobre tudo menos sobre Diogo. Nem cheguei a menciona-lo. Contei que ficaria mais um tempo para analisar a proposta e que eu estava sendo muito bem tratada, mas na verdade só queria ficar sozinha sem perguntas... Apenas com a companhia ocasional de Jotta.

Passei a andar com Jotta nas suas famosas caminhadas noturnas. Sempre isolada, sempre nos cantos mais inóspitos do castelo. De alguma maneira ele conhecia o castelo com a palma da sua mão e quanto mais eu me escondia, mais ele me encontrava. Um dia estava caminhando pelo telhado da parte sul quando ele surgiu andando lentamente. Sentamos lado à lado e ele segurou minha mão. Eu gostava quando ele fazia isso. Me dava segurança.

– Você vai ter que falar comigo uma hora ou outra Agastar. Nem que seja para me dispensar. - Disse ele me encarando com seus olhos coloridos. Meu coração deu um pequeno salto.

– Como assim? - Perguntei.

– Você é o mais próximo que eu tenho de um amigo. Doi muito ser solitário... - Confessou ele olhando para o horizonte. Apenas esperei que ele continuasse. - Eu tenho... Alguns problemas. As pessoas não gostam de mim.

– Onde você quer chegar Jotta?

– Eu não sei... Só... Argh. - Falou ele frustrado soltando minha mão.

– Me desculpa Jotta. Só não sei mais o que fazer... - Abracei minhas pernas. - Eu tenho que voltar pra casa, você sabe.

– Eu sei. - Disse ele com um sorriso triste. - Eu posso te levar. De qualquer maneira eu devo te escoltar pelo menos ate você tomar uma decisão quanto à proposta do rei.

– Tudo bem. Vai ser legal. - Falei dando um sorriso um pouco sem graça. - Vamos na cidade, tenho que comprar alguns presentes.

– Como assim?

– Bom Amanda vai ficar louca de raiva se eu não levar nada para ela e se eu levar para ela... Tenho que levar para os outro. - Disse sorrindo de maneira sincera.

– Outros?

– É, a Danandra, os meninos...

– Porque você mora com tanta gente?

– Eles são minha família, eu os amo.

– Deve ser legal. - Falou ele com um ar sonhador.

– Vem comigo, preciso de opinião masculina.

– Agastar talvez isso não seja uma boa ideia. As pessoas da vila...

– Não quero saber Jotta. Preciso da sua ajuda, vamos. Vai ser legal. - Prometi. Ele me olhou sorrindo e concordou. - Não é como se ninguém soubesse que eu sou sua amiga.

Na vila as pessoas nos olhavam meio apavoradas quando passávamos. Era como se tivéssemos lepra ou algo assim. Jotta me seguia encabulado e sem falar muito. Os aldeões nem aceitavam o meu dinheiro e queriam que eu levasse as coisas de graça. Claro que eu não permiti. Mas era realmente muito chato. Jotta parecia deprimido e eu queria anima-lo.

– Ei, já comprei tudo que eu precisava, porque não duelamos como tínhamos combinado? Estou louca pra ver você beijar o chão. - Ele sorriu.

– Ate parece que eu ia perder pra uma magricela feito você. - Disse ele cutucando minha armadura. Empurrei-o meio sem jeito. Fomos para uma área mais afastada, perto da floresta. A batalha foi difícil. Eu era boa, dava para o páreo, mas Jotta me superava com muita facilidade. Perdi a conta de quantas vezes ele me derrubou. Na ultima vez apenas continuei deitada ofegante e suja de terra, mas rindo. Ele me ofereceu sua mão, mas em vez de me levantar puxei-o com força para baixo. Desprevenido ele cambaleou e caiu próximo a mim. Subi em cima dele e apertei a espada no seu pescoço.

– Cheque mate.

– Isso foi jogo sujo. - Reclamou ele imóvel.

– Eu nunca jogo pelas regras. - Afirmei brincalhona. Ele me encarou sorrindo. Seus olhos vibrantes me hipnotizavam. Fiquei ali deitada sobre ele por bastante tempo. Seus olhos estavam próximos demais. Ele estava próximo demais.

– Você não vai me libertar? - Perguntou ele. Sem jeito levantei sorrindo e me afastei. Ele também estava sorrindo. Um garotinho se aproximou lentamente de Jotta. O guerreiro se abaixou para conversar com o pequeno. Me afastei mais um pouco dando privacidade aos dois que cochichavam e sorriam. Olhei para o lado e me assustei quando percebi a presença de uma mulher olhando fixamente para os dois. Boquiaberta e com os braços estendidos a mulher se inclinou para frente como se fosse correr.

– Espere. - Ordenei segurando sua mão. A mulher tentou se soltar em vão. - Calma. - Tentei. - Apenas olhe. - Quando voltei a olhar Jotta brincava com a criança jogando-a para o alto e colocando-a nos seus ombros. O garotinho gargalhava enquanto Jotta pulava pelo espaço. - Não sei por que o tratam assim, mas ele não é um monstro. - Pontuei. Jotta percebeu a mulher e ficou tenso. Ele colocou o menino no chão. O garotinho abraçou sua perna e depois correu para a mãe. Algumas pessoas nos assistiam agora. Jotta estava desconfortável e olhava para os lado sem saber o que fazer. Segurei sua mão e o beijei encostando levemente em seus lábios. Senti nossos corpos se arrepiarem e sorri ao vê-lo sem jeito e corado.

– O showzinho já acabou? - Perguntou Diogo irônico e raivoso saindo das sombras.


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Notas finais do capítulo

E ai? Sejam sinceros e por favor me ajudem. Aceito sugestões, mandem mensagens.



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