O Mundo Secreto De Ágatha. escrita por Koda Kill


Capítulo 21
Encontro com o chef


Notas iniciais do capítulo

Gente eu sei que não mereço comentarios pela demora! Descuuulpaaa! Eu to travada nessa história e tenho me esforçado muito pra continua-la. Essa é uma tentaiva. Então mesmo que eu não mereça agradeceria se vocês comentassem o que acham. Beijocas e espero que gostem.



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Eu estava plantada na frente do espelho há uma hora e não conseguia parar. Eu odeio essas sardas, odeio. Elas são ridículas, me deixam ridícula. Dante está certo, todos estão. Por mais que meus personagens insistam em dizer que sou linda, eu sei que não é verdade. Eu não conseguia esquecer as palavras de Dante. “Você se acha melhor que os outros só porque sofre com sua auto piedade, com seu ego e com essas sardas ridículas.”

Será que eu sou mesmo uma pessoa tão horrível assim? Não importava o quanto eu encarasse o espelho não conseguia gostar de mim. Deitei na cama e chorei copiosamente. Eu sei que nos tínhamos “nos entendido”. E por isso entenda-se que não falamos mais nada sobre o assunto. Mas tudo o que nos havíamos dito pairava ali. Os beijos não conseguiam esconder, mascarar. Eu me sinto um lixo, uma bosta. Qualquer um poderia ter dito aquelas palavras, menos Dante.

Dois dias haviam se passado desde o incidente com o pai de Dante. Ele não ligava, não atendia minhas ligações, não atendia a porta do seu apartamento e também não foi à escola. Acho que ele cansou mesmo de mim. Simplesmente desistiu. Eu me odeio. Eu sou só uma arrogantezinha metida mesmo. E agora estraguei tudo com Dante, a única pessoa que tentou me estender a mão.

Eu havia prometido à Jotta que iria encontra-lo hoje. Mas estava há dois dias com a mesma roupa, simplesmente jogada na cama sem vontade de viver. Chorava as vezes, tentava me distrair. Eu estava pensando seriamente em mandar uma mensagem desmarcando ou simplesmente dar o bolo. Uma hora antes no entanto me decidi por ir. Pelo menos eu poderia me distrair um pouco. Ou fingir que eu sou uma pessoa normal. Mas claro que eu não iria com a mesma roupa que eu estava. Tomei um banho e passei uns 30 minutos na frente do espelho tentando disfarçar as sardas, coloquei uma roupa qualquer e pedi um táxi.

Pedi uma mesa pra dois e esperei. Esperei 10, 20, 30 minutos. Pedi uma água pra despistar. Mais 30 minutos e ele não apareceu. Suspirei. Apenas pedi a conta e fui embora.

– Idiota. – Resmunguei enquanto andava pela calçada.

– Alguém me chamou? – Disse Jotta correndo pra me alcançar com um sorriso. Muito engraçado. Fechei a cara e o ignorei. – Ei Ágatha, desculpa fiquei preso no escritório.

– Tudo bem, é uma pena. Mas eu estou indo pra casa. – Falei furiosa.

– Deixa pelo menos eu te levar pra casa. – Ele me encarou mostrando as chaves do carro. – Só uma carona. – Ponderei seu pedido. Ele me encarava esperançoso.

– Só uma carona! – Concordei. Ele sorriu animado. Me conduziu até seu carro enquanto eu tagarelava explicando como chegar no meu prédio. Era um carro meio capenga, mas tinha estilo. Era a cara dele pensando bem. O som estava com problema, então a viagem estava bem silenciosa. Olhei confusa para as ruas em que passávamos. – Espera, esse não é o caminho da minha casa.

– Não é. – Confirmou com uma cara safada.

– Pra onde está me levando.

– Surpresa. – Encarei seu rosto com raiva, mas fiquei meio penalizada quando vi seu rosto machucado, provavelmente pela briga com Dante.

– Me desculpa por isso. – Falei indicando seu rosto.

– Tudo bem, foi um acidente. E além do mais eu que deveria pedir desculpas. Eu não sabia que você tinha um namorado.

– Acho que não tenho. – Disse desanimada. Ele ficou confuso, mas não disse nada. O carro parou em uma rua escura e deserta. Encarei-o alarmada. – Onde nós estamos? - Ele me ajudou a descer do carro.

– É um restaurante de um amigo meu. Amigo do meu pai na verdade. – Ele explicou enquanto destrancava a porta de um estabelecimento completamente entregue ao breu.

– E você tem permissão pra entrar aqui a essa hora? – Mordi o lábio inferior.

– Hoje eu tenho. – Disse ele vago apenas balançando as chaves. Ele me puxou por entre as mesas, me arrastando até a cozinha quando ele finalmente ligou a luz. Quase fiquei cega, mas estava curiosa demais. Nunca entrei em nenhuma cozinha de restaurante. Imediatamente minha mente começou a maquinar e a imaginar como seria aquilo ali abarrotado de cozinheiros.

Jotta lavou as mãos numa pia e começou a andar de um lado pro outro recolhendo ingredientes. Sentei numa bancadinha e apenas encarei o vazio.

– Ágatha, está tudo bem? – Jotta me perguntou apoiando o peso do corpo sobre a bancada com as duas mãos.

– hum? – Perguntei encarando-o. Ele me olhava preocupado. - Ah, claro, está tudo bem. – Sorri forçada. Ele sorriu também.

– Vem cá me ajuda a fazer nosso jantar. – Pediu ele animado. Andei até a bancada e ele segurou minha cintura. – Okay você tem que descascar esses dois figos.

– Figos? – Perguntei torcendo o nariz.

– Você vai gostar. - Ele segurou minhas mãos e me mostrou o movimento correto. Comecei a descascar aquele troço enquanto ele sorriu e começou a preparar uma outra coisa com mel e vinagre. Depois disso as coisas ficaram mais complicadas, eu não lembro de muita coisa além de cortar uns camarões, amassar não sei o que, salpicar um bagulhinho. Não entendi quase nada, mas era divertido. Jotta conseguiu me arrancar risadinhas tímidas e até algumas gargalhadas. Ele preparou uma mesinha pequena ainda fazendo graça pra mim e serviu uma garrafa de vinho.

– Eu não bebo. Sou menor de idade. – Expliquei tentando impedi-lo.

– O vinho faz parte do sabor, além disso é só não exagerarmos. Uma vez ou outra não mata. – Ele piscou pra mim e me serviu. O jantar estava realmente muito gostoso, menos o figo que eu não arrisquei mais que umas mordidinhas tímidas. Prefiro aspargos. O sabor do vinho era diferente, mas docinho.

Durante o jantar trocamos teorias malucas de escritores meio bêbados. Era muito divertido. Eu me sentia, leve, animada e feliz.

– Meu deus já são onze horas! – Falei olhando meu celular. – Eu tenho que ir.

– Eu te levo pra casa.

– Tem certeza de que não vai me sequestrar de novo?

– É tentador, mas não. – Ele disse gargalhando e me ajudando a levantar. – Contanto que você de uma volta comigo antes. É bom pra pôr a cabeça no lugar. – Disse ele se referindo ao vinho. Eu já estava mesmo bem alta então segurei sua mão sorrindo e o puxei para fora do restaurante.

Andamos distraídos pela rua, cada um absorto em seus próprios pensamentos.

– Você fica linda rindo com essas sardinhas sabia? – Levei as mãos ao rosto.

– Não! - Procurei pelas malditas no reflexo do vidro da loja mais próxima. Não é possível que a maquiagem já tenha saído. Talvez o vinho tenha ajudado também. Meus olhos se encheram de lágrimas.

– Eu disse alguma coisa errada? – Perguntou ele coçando a cabeça.

– Não... – Falei cabisbaixa. – É só que... – Dei de ombros desanimada. – Eu odeio essas sardas. Obrigada pelo elogio, mas fala sério. – Bufei irritada.

– Ágatha, eu gosto delas. – Ele sorriu.

– Gosta? – Ele assentiu. Apenas suspirei com um sorriso meio triste. – Obrigada.

Jotta me levou de volta pra casa. Passe uma hora escutando meu pai brigar comigo por ter saído sem avisar. É claro que eu havia dito que apenas tinha perdido a hora na livraria. Apenas fiz cara de paisagem e esperei que ele me dispensasse irritado pra ir fumar na sacada “escondido”.

Adormeci em frente ao espelho ainda encarando as malditas. Acordei atrasada com meu irmão batendo na porta perguntando se eu iria com meu pai pra escola.

– Não precisa, vou terminar aqui um trabalho e já estou indo! – gritei do lado de dentro. Corri para o banheiro e me arrumei num pulo. Estava com uma baita dor de cabeça. Pensei seriamente em ligar dizendo que estava doente, mas a curiosidade quanto à Dante ir ou não. Corri para a rua, apressada. Acabei me distraindo com as poças de águas e cheguei atrasada. (Lapsos, lapsos). Sentei numa mesa, esperando pela segunda aula e acabei cochilando, enquanto imaginava se Dante havia vindo. E se estivesse na sala, como ele reagiria ao me ver. Eu só esperava que ele estivesse bem.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? Estou indo no rumo?



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