POV’ Josh

Sophie me fazia perguntas de mais: “como ela age com você?”, “como foi o primeiro beijo de vocês?”, “como ela te conquistou?”, até que ela chegou em uma pergunta que me deixou em dúvida: “você ama ela?”.

Fiquei sem reação por alguns segundos. Eu... eu não sabia a resposta. Cara, se eu estava com ela e a lógica estava ativa, quer dizer que sim, não é? Fiquei olhando para o nada e dei uma mordida no meu cookie.

– Ei! – ela estalou os dedos e eu voltei à Terra. – Eu te fiz uma pergunta.

– É... sim claro! Se eu estou namorando ela quer dizer que eu amo ela, certo?

– Era isso que eu temia.

– Hã?

– Você está mentindo.

– Não estou não.

– Eu te conheço há cinco anos, Josh. Você não sabe mentir.

*silêncio de minha parte*

–Não tem problema. Não precisa me responder agora. Quer jogar vídeo-game?

– O.k – eu disse dando de ombros e engolindo o meu cookie.

Fomos até o quarto do irmão dela e cara, acho que ela daria uma ótima agente do FBI. Ela conseguiu tirar o console da TV e sair sem que o irmão dela acordasse. Não ouvi nenhum barulhinho.

Jogamos Super-Mário, e eu ganhei!

– MUAHAHAHAHA!!! – eu ri praticamente pirando.

– O meu irmão pensa que você tem problemas da cabeça, e se você continuar ele só vai comprovar essa teoria.

– O seu irmão o quê?!

– Nada não. Eu acho que eu não vou mais no fliperama amanhã.

– Posso saber por quê?

– Eu não quero ficar segurando vela pra você e a Ally e pro Mike e a Mary.

Perceberam isso: Mike e Mary! Daria para fazer um reality show! Vou pensar nesse assunto com mais empenho. Mas voltando para minha amiga triste.

– Eu não vou ficar beijando a Ally enquanto jogo. O jogo é um negócio sério, tipo um trabalho. Eu vou lá para me divertir, não namorar.

– Sério?

– Sério.

– Valeu! Uma vela a menos para eu segurar – ela me deu um abraço. Foi um abraço com sentimento, melhor que o da Ally. O.k eu não disse isso.

O meu cérebro falava: solta ela caramba! Você tem uma namorada gata, e a Sophie é sua amiga. A-M-I-G-A! Qual é o seu problema? Mas meu coração não deixava soltar, era reconfortante.

– Vamos fazer alguma coisa? – ela disse me tirando de meus devaneios saindo do meu abraço.

– Claro. As pecinhas de Lego ainda estão aqui?

– Ah! Sim, estão intocadas na caixa.

*Momento flashback on*

– Ei Sophie! Olha o que eu ganhei de natal! – eu disse passando a caixa para ela.

– Mas que legal! Uma casa de Lego!

– Não é uma casa qualquer. É uma casa de três andares com jardim e tudo!

– Vamos montar logo então.

– Que tal a gente deixar na caixa até ficarmos grandões?

– Tipo uma máquina do tempo? – ela disse empolgada.

– Isso!

– O.k. Mas vai ficar no meu porão.

– É meu presente!

– Eu sei, mas eu sou a garota aqui. E as garotas que mandam.

– Então tudo bem pra mim.

Isso foi quando tínhamos onze anos. E não me pergunte o porquê de eu ter aceitado esse negócio de ela ser a garota e as garotas que mandam. Eu era bem bobinho para a idade.

*Momento flashback off*

Depois de duas horas, nós conseguimos montar a joça da casa. Parecia bem mais divertido quando éramos crianças...

– Acho que acabamos – ela disse colocando a cabeça no meu ombro.

– É... como eu consegui pensar que seria um experiência emocionante eu não sei.

– Foi legal! Agora eu tenho uma decoração para o meu quarto!

– Você... hã? De quem é isso aqui mesmo?

– Nós montamos isso na minha casa, no meu quarto, ficou guardado quatro anos no meu porão, e eu ajudei. Quem merece ficar mesmo?

– Tudo bem, pode ficar. Eu não queria mesmo! – eu cruzei os braços e fiz beiço.

– Obrigada! Te adoro! – ela me abraçou, de novo.

Descemos as escadas e meu celular vibrou, minha mãe. Ela estava preocupada comigo e disse que era para eu voltar para casa e jantar. Já eram seis horas da tarde. Eu estava realmente atrasado.

Do lado de fora da casa, nós combinamos de depois do fliperama, iríamos escolher as coisas que levaríamos para a excursão.

Voltando para casa me lembrei de um detalhe importante: o dia dos namorados seria na próxima sexta-feira. O quê eu daria para a Ally?