Capítulo especial com P.O.V Lucinda

Eu acordo me sentindo toda dolorida. Sinto-me como se tivesse caído do sexto andar. Abro os meus olhos e percebo que não estou sozinha. Lindos cabelos dourados e bagunçados estavam ao meu lado. Ok. Eu não me lembro de ter dormido, nem de ter feito nada. Uma terrível lembrança do dia anterior fez com que minha cabeça quase explodisse.
Luce? -Ele acordou e inclinou-de para me beijar. Afastei sem pensar duas vezes.
O que você esta fazendo no meu quarto? E por que age como se nós estivéssemos juntos? Não esta acontecendo absolutamente nada entre a gente ouviu!?
Fiquei preocupado com você e resolvi ficar aqui caso precisasse de ajuda!
Ótimo, já ficou, já ajudou. Agora vá embora.
Luce, temos que conversar. Sobre o que aconteceu ontem...
Eu estou louca, certo? -Essa conversa começou a me deixar apreensiva.
Infelizmente, não. -Ele estava completamente serio e eu percebi o quão violeta os olhos dele são. Não se por que mais, isso me da nojo. -Você me promete que vai escutar e depois pode fazer tudo o que quiser. Ir embora, ir ao hospício. A escolha é sua.
Eu olhei atentamente para essa conversa de louco e ele continuou:
Por onde eu começo...
Pela parte que eu enlouqueci e você é um psiquiatra que vai fazer um tratamento? -Eu debochei e Daniel me fitou.
Há muito tempo atras...
Descobriram uma doença chamada esquizofrenia? Eu sei, estudei em ciências. Essa é a parte em que eu vou para o hospício?
Lucinda, PARA! -Sua voz foi tão forte que eu me calei. -Como eu estava dizendo, há muito tempo atras, uma maldição foi jogada entre dois...
Ótimo, você vai me contar historias infantis, contos de fadas para eu dormir e me matar? Passo legal.
Isso é serio. -Ele começou com as chatices e bla bla bla.
Sabe o que eu acho? Que você esta louco e esta passando isso para mim. Ou então tudo isso é um sonho, eu não sou maluca e minha amiga existe.
Ah, então isto é um sonho, você não esta em um reformatório e nunca matou seus pais.
O que você disse? -Eu falei entredentes. -O QUE VOCÊ DISSE? -Agora eu estava quase gritando para o mundo inteiro ouvir.
Estou mentindo, Lucinda? Todos aqui são malucos ou anormais. Me diz UMA pessoa que é normal aqui? Só uma.
A Penn. -Eu disse engasgando com as minhas lagrimas. Por que eu estava chorando?! E ainda na frente do Daniel?
A Penn morreu Luce. -Ele disse o mais doce possível.
Então por que eu consigo ver ela? Por que? Você consegue me explicar?
Porque Luce, você é diferente. Eu também sou. Você tem um dom, que deve ser cuidado e abençoado. São poucos que tem um dom como o seu.
E você, também tem um dom? -Eu falei enxugando minhas lagrimas.
Sim, mas o meu é diferente. Eu sou diferente. E é por isso que queria falar com você hoje. A muito tempo atras, um anjo muito mal, amaldiçoou duas almas. Uma paixão. E um segredo. Des de então, essas duas almas nunca poderiam ficar realmente juntas. Varias vidas passaram e uma das almas foi condenada na morte e a outra alma, na dor. Em uma das vidas mais recentes, cerca de trezentos anos atras, você se uniu ao anjo do lado do mal, para se salvar. Ele te traiu e condenou-a ao inferno. Assim, você serve a Lucifer e eu, a Deus. Por isso que você me odeia. Se libertou da maldição. Mas eu fiquei preso, assistindo você morrer e me odiar, em cada vida, mais e mais.
Ahh... Não entendi porra nenhuma. Eu morro? Então por que estou viva? -Estou mais me divertindo com essa história, do que prestando atenção.
Não sei. Geralmente é quando nos beijamos,ou...
O QUE? Você me beijou sabendo que eu poderia morrer? E depois eu que sou uma assassina né, seu vagabundo! Entendi porque me aliei ao mal. Te aguentar deve ser muito difícil! -Me arrependi no momento em que falei. Ele realmente parecia acreditar no que falava. -Desculpa. Olha... Eu não te odeio... É que, eu sou bipolar. E você, é estranho. Eu sempre me senti enjoada ao seu lado. E quando nos beijamos, eu achei que iria apagar. Mas isso pode mudar. Podem ter escrito meu passado. Mas eu posso mudar o futuro. O destino não esta escrito. Eu posso mudar.
Serio? -Daniel perguntou, com esperança. Nossa, essa carinha me da dó.
Eu acho que sim. Vamos tentar. Vamos tentar ser felizes.