Meu voo estava marcado para decolar em dez minutos. A primeira chamada já tinha sido feita mas eu ainda estava zanzando pelo aeroporto atrás de uma maquina que vendesse amendoim. Todas vendiam gotas de chocolates e nenhuma vendia amendoim.

Por sorte, ou nem tanta, achei uma perto da entrada de embarques. Coloquei minhas últimas moedas ali dentro e esperei meu pacote cair.

Mas ele não caiu.

– MALDITA MAQUINA! – gritei, dando alguns chutes nela. Que sorte a minha, ficar sem amendoim porque a maldita maquina tinha engolido meu dinheiro.

– Sam Puckett, qual o seu maldito problema?

A última coisa que eu esperava era que Freddie Benson estivesse ali, naquele momento, segurando meu braço enquanto eu estava irritada com a ladra maquina de amendoim.

– Você pode soltar meu braço, por favor? – perguntei, tentando forçar algumas palavras porque sinceramente eu estava morrendo de vergonha. – Preciso lidar com essa maquina.

– E eu preciso lidar com você – ele disse, me puxando pelo braço. Senti seus braços envolverem minha cintura e seu corpo contra o meu. – Por que você disse aquilo e saiu correndo?

– Disse o que? – pretendi me fazer de desentendida, mas é claro que eu não consegui. Fiz uma careta quando ele deu um sorriso de lado. – Eu disse somente a verdade. E porque estou indo embora. Ou pelo menos estava até ter a brilhante ideia de comprar amendoins o que...

– Eu adoro quando você tagarela assim para não ficar com vergonha – ele revelou, encostando sua testa na minha. Senti um arrepio percorrer meu corpo. – Você sabe que não precisa ter vergonha comigo. Somos amigos há tanto tempo.

– É, bem, amigos – murmurei, fechando a cara.

– Amigos porque você quer – Freddie assinalou, erguendo uma sobrancelha. Eu realmente queria saber porque ele precisava ficar sorrindo daquele jeito.

– Eu não quero – e eu o beijei ali mesmo.

Seu abraço ficou mais apertado e eu senti meus pés saírem do chão. Estávamos rodopiando no meio do aeroporto igual crianças. Éramos tão crianças.
Mas logo em seguida fomos para o hotel fazer coisas nem um pouco infantis.

Meu sutiã voou através do quarto e por cima do ombro de Freddie eu o vi bater na parede e cair em cima da televisão.

– Eles são grandes como eu imaginei – Freddie sussurrou, tocando meus seios.

– Legal, você ficou imaginando como meus peitos seriam? – gemi, puxando seu rosto contra o meu.

Ele apenas assentiu e sua boca me fez sentir arrepios. A lingua dele acariciava do modo certo, me fazendo arquear as costas e puxar os cabelos dele com força e fincar minhas unhas em seus ombros.

Deitei em cima dele e habilmente desabotoei seus jeans apressadamente. Não era como se eu fosse exatamente uma virgem puritana e tudo o mais. Um ano atrás, em uma conversa amistosa com Michael nós revelamos um ao outro que eramos virgens e simplesmente decidimos deixar de ser juntos.

Parei automaticamente ao lembrar de Mike. Eu andava sentindo muitas saudades dele, tanta que meu coração parecia que ia explodir. Eu não sei ao certo como isso tinha começado, mas aleatoriamente seu rosto aparecia em minha mente e eu não sabia o que fazer.

– Por que você parou? – Freddie indagou, acariciando meu rosto. Olhei para ele e seus olhos estavam fixos em mim, seus lábios entreabertos pela respiração ofegante. – Por favor, não pare.

E eu não parei. O rosto de Mike povoou minha mente, mas eu estava beijando Freddie, estava tocando Freddie, estava sentindo Freddie dentro de mim como se estivéssemos destinados a estar conectados para sempre.


Freddie estava deitado ao meu lado, os olhos fechados e a boca meio entraberta, sua respiração estava calma e ele dormia tranquilamento. Eu estava acordada, porque não conseguia pensar, não conseguia raciocinar sobre nada.

Transar com Fredward fora melhor do que eu tinha imaginado, disso eu sabia, mas a confusão me afogava lentamente. Aquele sentimento por Freddie, ele parecia estar há milhares de distancia de mim. Ok, eu havia gritado que ele amava ele na webcon, mas somente porque eu nunca tinha sido a primeira a dar o passo.

E talvez era isso que tinha estragado tudo. Eu tinha dado o primeiro passo tarde demais.



Fui para a sala de estar e encontrei Carly, Spencer e Gibby atordoados.

– Samantha Puckett, você é louca? – minha melhor amiga gritou, colocando os braços para o alto. – Pensamos que você já tinha ido embora.

– Eu estava no meu quarto, com Freddie – respondi calmamente e os três fizeram expressões de espanto e confusão. – Olha só, eu vou embora agora.

– Onde está Freddie? Vocês se acertaram? – Gibby perguntou, se levantando.

Dei de ombros e expliquei a eles o que tinha acontecido, é claro sem os detalhes sórdidos. Falei sobre Freddie e sobre Michael e sobre toda a confusão.

– E é isso – resmunguei, me sentando ao lado de Spencer, que me ouviu em silêncio. – Não sei o que fazer, entendem?

– Você disse algo muito sério por impulso, Sam – Carly murmurou, sentando do meu outro lado. – Você disse que o amava sem nenhuma certeza. E realmente, Freddie ama você mais do que qualquer outra garota. Eu e ele... Fomos um erro, nós dois sabemos disso e você é claro também deveria saber. Confundimos as coisas, então...

– É exatamente esse o problema, Carl – a interrompi, bufando. – Eu estou confundindo as coisas. Fiquei idealizando Freddie por tempo demais que eu acabei me enganando. Amei ele, nossa, eu realmente amei aquele idiota do Benson. Mas não sinto que...

Carly olhou para mim e pude ver nos olhos dela que ela não sabia o que pensar. Assim como eu, ela era fiel a ideia de que eu e Fredward iriamos ficar juntos para sempre.

– ... Eu precisei dizer a ele que o amava do jeito errado para perceber que o amo da forma que é a certa – sussurrei e senti meus olhos arderem. As primeiras lágrimas escorreram mas a mão de Spencer estava lá para apanha-las gentilmente. – E eu não me sinto nem um pouco mal por mim.

Senti meus ombros afundarem e Spencer me abraçar. Encostei minha testa no ombro dele e chorei copiosamente, sentindo as mãos de Carly e Gibby passando por minhas costas.

– Nós vamos ir agora, Sam. Vamos dar um pouco de privacidade a vocês – Spencer murmurou, puxando a irmã pelo braço e Gibby o acompanhou de boa vontade. – Faça o que for o melhor para você.

Assenti e antes mesmo de esperar eles saírem voltei para o quarto. Eu iria fazer o melhor para mim, eu estava cansada, eu estava horrorizada comigo mesma, eu estava louca, eu estava confiante.

Eu iria fazer o certo, pela primeira vez.