In My Veins escrita por Ness Malfoy


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Cá está um capítulo novo! Espero que gostem e por favor comentem!! Esse capítulo é narrado uma parte na visão do Draco e a outra da Hermione, está indicado, mas deixando claro já. Sem mais delongas, boa leitura!!



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Draco Malfoy

Abri os olhos e fitei o teto escuro acima de minha cabeça. Não vi nenhum raio solar invadindo o quarto, pelo menos as grossas cortinas escuras serviam para algo. Fechei os olhos novamente e os abri depois de uns segundos, olhei para o relógio que havia no meu criado mudo, ele marcava 08:49, eu tinha muito tempo ainda.

Levantei vagarosamente da cama, firmei os pés no chão e fui até a janela, abri as cortinas e fui invadido pelo sol.

- Puta merda - disse quase sendo cegado pela luz, eu odiava a luz da manhã. Fui até a mesa do meu quarto e procurei pelos meus óculos escuros, achei-os e os coloquei. Observei o sol mais uma vez e peguei meu roupão que estava jogado em qualquer lugar, afinal não queria que meus pais me vissem de cueca.

Quando estava apresentável, entenda-se de roupão, óculos escuros e os cabelos devidamente arrumados, sai do meu quarto, desci as escadas e fui para a cozinha. Encontrei minha mãe preparando o café da manhã, o que era uma coisa rara, já que ela mandava nossa empregada fazer tudo, mas não questionei o porquê da mudança.

- Bom dia - disse sentando na bancada de frente para ela

- Bom dia, filho - ela disse sorrindo - o café ainda vai demorar um pouco - ela disse indo pegar alguma coisa em algum dos armários

- Tudo bem, querida, o lindo do seu filho vai colocar algo mais apresentável enquanto isso - ela riu e balbuciou um vai lá garoto. Sai da cozinha e voltei para o meu quarto. Chegando lá, tirei o roupão, liguei o rádio, aumentei o volume e fui para o banheiro.

Tomei um banho rápido, sequei os cabelos rapidamente com a toalha e fui colocar uma roupa. Escolhi uma calça escura um pouco mais justa, uma camiseta branca, uma jaqueta preta e meu tradicional tênis preto. Peguei minha mala que estava parcialmente pronta, coloquei aberta em frente ao meu guarda-roupas e comecei a jogar mais algumas peças de roupas, alguns livros, casacos, fones, cabos, carregadores, tudo o que eu havia deixado para última hora. Fechei a mala e deixei em um canto do quarto, peguei meu celular, coloquei no bolso e desci as escadas novamente.

- Eu voltei para a sua ale...- entrei na cozinha falando alto, mas quando me deparei com meu pai na cozinha me calei - bom dia - disse e me sentei à mesa, onde o café já estava devidamente servido.

- Espero que esteja ansioso para voltar para o internato - meu pai disse enquanto lia o jornal

- E estou - disse frio me servindo de café e algumas torradas.

- E nesse semestre e não quero nenhuma confusão e nenhuma intriga, já me basta o que aprontou no anterior, você está indo para estudar, não para ficar aprontando, me entendeu? - ele disse abaixando o jornal e me lançando um olhar acusador. No último semestres eu havia aprontado poucas e boas, mas não fora por minha culpa, fora culpa quase sempre de uma menina que eu ficara amigo, Ginny Weasley, mas ela não seria um problema nesse semestre, na verdade ela nem voltaria ao internato, nunca mais voltaria, a não ser que virasse um fantasma, e como essa opção era quase nula, as terras e edifícios de Hogwarts não a receberiam nunca mais.

- Sim, senhor - respondi de cabeça baixa

- Então estamos entendidos- ele se levantou, pegou o paletó que estava no apoio da cadeira - nos vemos no final do semestre, eu chego por volta das 18 - ele disse para a minha mãe e saiu da cozinha, como empresário exemplar e bem sucedido que era, ele tinha que chegar cedo ao escritório. Ouvi a batida da porta e suspirei.

- Você sabe que ele não faz por mal, ele só quer o seu bem - minha mãe disse afagando minha mão por cima da mesa

- Eu sei, eu sei, estou acostumado a isso - forcei um sorriso que por sorte minha mãe não percebeu que era forçado, ou pelo menos não disse nada.

- Termine de comer logo, senão iremos nos atrasar. - ela disse se levantando e saindo da cozinha também. Suspirei novamente e terminei de comer rapidamente.

Fui até o meu quarto, escovei os dentes, peguei mais alguma coisas que estavam por cima dos móveis, quais eu deveria levar e desci as escadas com minha mala em mãos.

- Mãe, estou pronto - disse me sentando no sofá preto da sala, peguei meu celular que estava no bolso e vi que eu havia recebido uma nova mensagem, selecionei-a e vi o seu conteúdo "é hoje! Vamos prontas todas nesse semestre?" Ri diante da mensagem de Blaise, meu melhor amigo  e logo respondi "desde que me pai não fique sabendo de nada, aprontaremos todas com certeza"

- Vamos? - minha mãe disse

- Uau, se você não fosse minha mãe eu lhe convidaria para jantar - disse olhando-a como quem olha para alguém do seu interesse. Ela riu e não falou nada, apenas dirigiu-se para fora da casa, eu peguei as minhas coisas e rapidamente a segui. Pouco tempo depois estávamos no carro seguindo para a estação.

O caminho fora descontraído, quando eu estava com a minha mãe eu podia ser eu mesmo, podia alar dos meus problemas, podia comemorar, rir, chorar, xingar, eu podia ser eu. Ela me entendia realmente, ela não me julgava, a única coisa que ela fazia era me aconselhar. Acima de qualquer amigo, ela era a minha melhor amiga, falar isso em voz algo soaria muito homossexual, então eu evitava, mas essa era a verdade, minha mãe era a minha melhor amiga.

- Tente se comportar - ela disse quando estacionou em frente a estação - não faça nenhuma besteira e cuidado com quem você se envolve, não quero ser avó cedo demais - ambos rimos

- Farei o meu melhor - eu disse e abri a porta

- Vou sentir sua falta - ela disse

- Também vou sentir a sua - eu disse e a abracei - mas eu não estou indo para a guerra, eu voltarei - sorri para ela

- Eu sei que vai - ela beijou o meu rosto e me deu um último abraço – Cuide-se - sai do carro e segui para a estação. Um novo semestre começava e Draco Malfoy o faria valer pena.

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Subi em um dos vagões do trem, e logo em seguida o mesmo entrou em movimento, comecei a procurar uma cabine que estivesse vazia, ou não estivesse lotada e barulhenta, como grande maioria estava. Encontrei uma cabine com uma menina de cabelos castanhos cacheados quase no último vagão do trem, bati na porta com delicadeza, mas a menina parecia ter sido tirada de um transe com o tamanho susto que levou quando me viu a porta perguntando se podia me sentar ali.

- Po... po.. pode – ela gaguejou para falar – fique a vontade – completou

- Obrigada – ela deu com a cabeça e se aproximou mais da janela – Sou Draco Malfoy

- Eu sei quem você é – ela disse sem desviar os olhos da janela e da paisagem que corria através do vidro

Fiquei surpreso por ela me conhecer, porque eu, nem ao menos sabia seu nome nem de que ano era e muito menos de quem era amiga, era apenas uma desconhecida para mim.

- Você era amigo da Ginny – ela disse a palavra amigo como se estivesse com ânsia ao pronunciar a palavra.

- Sim, eu era e você quem é? – me permiti perguntar de forma completamente fria

- Hermione Granger, a melhor amiga dela – ela disse finalmente olhando para mim e sorrindo forçadamente – Obrigada por afastar a minha amiga de mim quando ela mais precisava – ela voltou a olhar para a janela

- Você está dizendo que eu sou culpado por ela ter se afastado de você? – perguntei indignado

- Estou – ela disse indiferente

- Não tem sentido você dizer isso – como aquela menina podia achar que eu era culpado por algo que eu nunca fizera, nem tivera intenção de fazer? Minha proximidade com Ginny, não tivera nenhum motivo subjetivo, apenas acontecera, nem eu esperava por aquilo.

- Não tem? Você tem certeza disso? – ela olhou para mim com fúria, não uma fúria normal, essa fúria não era possível ver em sua face, mas sim em seus olhos, era como se eles queimassem enquanto ela dizia as palavras – Você tem culpa sobre a morte dela! – Hermione disse e saiu da cabine batendo o pé e a porta atrás de si.

- Você é louca! – falei alto enquanto ela saia. Eu não tinha entendido nada do que acabara de acontecer, tudo parecia surreal. Eu não tinha culpa pela morte de Ginny, eu não tinha! Ou será que tinha?

Hermione Granger

Sai da cabine com muita raiva, como aquele infeliz tivera coragem de vir falar comigo?  Ele tivera grande culpa sobre a morte dela, e ele ainda me chama de louca por dizer isso, todos sabiam disso, todos sabiam!

- Filho da mãe – eu disse encostando-se a uma porta de cabine que estava fechada.

Todos os pensamentos que eu tentara repreender durante todo o tempo que eu ficara longe da escola voltaram à tona. O dia de sua morte. O corpo magro dela no chão, gelado e extremamente pálido, os pulsos cortados profundamente, o sangue escarlate ao seu lado, os ossos das pernas quebrados e saltados para fora da pele. Toda a cena da morte dela veio-me a cabeça, os gritos de horror, os choros, os policiais, os pais desesperados ligando para a escola, tudo parecia vivo, tudo parecia estar acontecendo a minha volta. Lembrava-me de tudo, cada coisa que eu fizera naquele dia, cada lugar que eu fora, cada sentimento, cada lágrima, cada grito, cada silêncio, cada consolo, cada palavra falsa vindo de todos a minha volta. Eu lembrava.

Minhas penas cederam e cai encostada a porta, fiquei no chão e as lagrimas foram inevitáveis, chorei desesperadamente, eu não via nada a minha frente ou volta, tudo o que eu via estava borrado. Eu ouvi passos, mas não tinha forças para falar algo, então continuei chorando cada vez mais. Senti que alguém havia sentado do meu lado e essa mesma pessoa me abraçou pelos ombros, deixei-se ser abraçada e senti o perfume da pessoa, era Harry, eu nunca esqueceria aquele perfume.

- A cada dia fica mais difícil não é? – ele disse ternamente, embora Harry tivesse virado um tremendo galinha, ele continuara sendo meu amigo e ele me entendia, entendia a minha perda. Balancei a cabeça positivamente em resposta a sua pergunta e ele me abraçou mais forte. Porém não foi o suficiente para minhas lágrimas cessarem.

Chorei por longos minutos, minutos que pareciam estar retrocedendo, minutos que pareciam horas, segundos que pareciam eternos, tudo parecia ter parado no tempo, mas isso não aconteceu. Logo o solavanco do trem indicou que havíamos chegado a estação que dava acesso ao internato.

Hogwarts era um internato localizado nas frias terras nortenhas da Grã-Bretanha, situado em um antigo castelo medieval que não fora modificado em quase nada quanto a estrutura. Ou seja, dormíamos sob paredes enormes de pedras brutas, porem devidamente acomodadas que davam ao lugar um aspecto belo e rude ao mesmo tempo, passava uma confiança aos pais quando visitavam o lugar. Embora fosse um internato, Hogwarts era um lugar descontraído, o lugar, não a disciplina, essa era rígida e conservadora.

Quase sempre eu agradecia por ter sido mandada para um internato, eu quase nunca ia para casa e sempre estava com os meus amigos, e esses me entendiam e eram mais úteis que meus pais, então eu evitava muita coisa. E Hogwarts era um lugar muito animado, festas não faltavam, bebidas, sempre entravam no castelo ilegalmente (assim como outras coisas consideradas ilícitas para jovens), namorados, ficantes, amantes, amigos coloridos, Hogwarts tinha de tudo um pouco. E essa era umas das coisas que eu amava naquele castelo frio e velho.

- Vamos? – Harry perguntou se separando de mim e levantando-se – E... limpe o rosto, está parecendo um panda – ele disse abafando o riso

- Muito legal da sua parte rir de uma pobre coitada com a maquiagem borrada- eu disse limpando os olhos e procurando por um espelho que pudesse ver o estrago e dar uma jeito de arrumar o mesmo.

Harry continuou rindo enquanto eu arrumava minha maquiagem e as pessoas saíram de suas cabines e começaram a ir para a estação, eu e Harry seguimos a massa e logo estávamos na estação, prontos para um novo semestre, ou quase prontos. 


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Notas finais do capítulo

O que acharam?? Comentem, por favor!!! Vocês não vão morrer!