Capitulo 27 - Trabalhando

Ser prudente e medir a consequência dos seus atos é extremamente difícil quando você tem um amigo como General das forças armadas pokemon te pedindo favores malucos.

Acho que meus amigos tem razão. Sou imã para confusão.

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– Surskit use jato de água. -

– Turtwig, pare e receba o ataque. -

Kevin fez uma cara de surpreso. Seu adversário comandou seu pokemon para receber o ataque? Provavelmente devia ser o efeito da noite mal dormida, batalhar sonolento causava efeitos nada agradáveis e com certeza problemas de audição estava na lista.

Tendo aceitado a proposta do General em proteger o Presidente Gutshor, Kevin recebia um disfarce de atendente do Hotel, para poder ficar de olho no presidente e qualquer atividade suspeita. Kevin apenas precisava avisar a policia caso algo viesse a acontecer, bem como retardar ao máximo o objetivo do criminoso. Mas, faria isso sem que tivesse um envolvimento ou exposição direta. Para tanto até seus pokemons seriam ocultados para que sua identidade se mantivesse oculta para não correr riscos desnecessários.

Kevin recebeu dois pokemons para usar contra os possíveis bandidos, um Swellow e uma Rosélia. Sendo que poderia escolher ficar com um deles como “recompensa pelos serviços prestados”. Mas, a recompensa só seria recebida se o presidente ficasse em segurança e ele ajudasse a policia com os assuntos menores, monitorando os quarteirões em volta do hotel. Em outras palavras, ele era um policial disfarçado e não um segurança particular disfarçado.

O hotel possuía seus funcionários fixos e esses tinham seus afazeres e rotinas. No entanto um grupo de 10 funcionários, todos treinadores pokemons, foram contratados para atendentes do hotel durante o período da Copa Equipe. O grupo criou afinidade e ajudavam-se mutuamente, tanto nas atividades do hotel, caso um se enrolasse, quanto nas atividades com seus pokemons.

Eles acordavam as 05:30 e faziam suas coisas pessoais como lavar roupa, enviar cartas e emails e outros mais que não poderiam fazer durante o dia. As 06:00 encontravam-se no jardim onde verificam as condições de seus pokemons, trocavam dicas de como cuidar de algum problema e receitas de comida pokemon. Quando dava 06:30 eles sorteavam duplas de combate, onde cada dupla teria cinco minutos de batalha, totalizando 25 minutos. As 6:55 eles paravam tudo e verificavam se algo estava fora do lugar, devido a batalha, e retornavam aos seus aposentos para uma nova higiene e tentativa de chegar ao café da manhã, dos funcionários, as 07:20 para que as 07:45 estivessem todos no saguão principal para receber as tarefas matutinas.

Dos 10 atendentes treinadores, 5 já eram um grupo. Desde que a Estilo de Poder começou a atacar, eles abdicaram de suas jornadas e estavam apenas a juntar dinheiro e cuidar de seus pokemons, afim de competirem em Sinoh e nas Ilhas laranjas em busca das vagas para a Quest Liga, dentro de um ano, sendo que todos vinham de Tokai. Três vinham de regiões distantes, que tinham suas ligas e renomes, mas o treinador que mais chamava a atenção, ao menos para Kevin, era Lucas Turtle.

Lucas Turtle era um jovem moreno de 15 anos originário de Sinoh. Ele havia começado sua jornada aos 10 anos como Coordenador Pokemon. Aos 13 participava de seu terceiro Grande Festival, já na região de Kanto. Mas o festival foi atacado pela Estilo de Poder acabando com a competição e dando fim a carreira de coordenador. Depois de muito pensar acabou migrando para a carreira de Treinador e participando da Copa Kanto onde foi eliminado da competição ao enfrentar o Caçador das Sombras e seu poderoso Kangaskan nas oitavas de final.

Aquilo chamava a atenção de Kevin por ele não se lembrar do jovem e por ele ter ficado em 9º colocado. Era apenas uma posição atrás da dele, que havia ficado em Oitavo. Poderia ser dito que tinha sido uma questão de sorte e azar, pois o Caçador das Sombras não era parado por ninguém.

Naquele dia Kevin e Lucas estavam fazendo sua batalha rápida, onde Kevin usava Surskit, seu pokemon água inseto. Azulado, de pequena estatura e com patas que eram verdadeiras navalhas o pokemon ainda movia-se rápido. No entanto Lucas usava Turtwig, um pokemon tartaruga do tipo planta que era extremante veloz. Chegando a ser mais rápido que o inseto de água.

Em um momento da batalha Kevin planejou interromper a velocidade de seu adversário. Usou o bolhar para reduzir a velocidade e depois usou o jato de água, na intenção de arremessá-lo para trás para dar tempo para que seu pokemon pudesse correr e atacar. Mas, Lucas havia comandado que seu pokemon recebesse o golpe o que deixou Kevin completamente confuso.

Turtwig tinha um casco de terra que absorvia água. Quanto mais água absorvia, mais duro seu casco tornava-se. Dessa forma, ataques aquáticos eram normalmente um fortalecimento de sua defesa natural.

– Finalize com investida. - Disse Lucas.

A velocidade foi grande Surskit foi jogado para trás com grande força.

– A vitória é de... o que? - O treinador que fazia as vezes de juiz da partida estava para declarar vitória de Lucas e seu pokemon. Surskit havia levado o golpe em cheio e quicado no chão três vezes antes de parar esticado. No entanto, o pokemon inseto levantou-se pronto para mais. - Isso é que eu chamo de resistência. De qualquer forma o tempo acabou. Isso ficará como empate. - Disse o rapaz.

Lucas e Kevin apertaram as mãos agradecendo um ao outro pela batalha enquanto faziam seus pokemons também se cumprimentarem. Os demais verificam o jardim rapidamente enquanto comentavam sobre as batalhas e faziam as observações, em um tom audível para todos, para que todos pudessem aproveitar os ensinamentos do dia.

– Seu Surskit é muito forte. Estou surpreso que não tenha evoluído ainda. Quando ele mandou aquele primeiro golpe cortante achei que ia partir meu pokemon no meio. - Comentou Lucas. - Mas, você não sabia das propriedades naturais de meu pokemon? -

– Não. Só conheço as propriedades dos meus e dos que vejo muito. Nunca vi um da espécie do seu que eu me lembre. - Kevin riu.

– Coordenadores exploram e estudam mais isso. Na hora de mostrar as habilidades ou combate de apresentações as habilidades naturais dão mais pontos do que os movimentos de ataques, ainda mais se conseguir fazer alguma variação com eles. - Lucas sorriu.

– Vamos lá que estou apostando que meu nome vai ser gritado mutas vezes hoje. - Ria Kevin se apressando.

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– KEVIN! OH KEVIN! - Uma voz gritava insistentemente pelo jovem. - Onde se meteu esse garoto? -

– Pronto senhor Wilson. - Dizia o rapaz nitidamente cansado de uma corrida que fez para chegar ao saguão do hotel.

Um uniforme vinho de calça, blusa social e um pequeno chapéu preso por uma corda. As vestimentas que todo o atendente do Hotel Mundai precisava usar enquanto estava em serviço. Alguns funcionários ficavam bem vestidos com eles, outros sentiam-se tão desconfortáveis que não viam a hora de terminar o expediente para retirarem aquelas roupas. As mulheres, em especial, pois o uniforme era o mesmo para todos, com exceção de um corte ou costura.

Kevin sentia-se desconfortável com a roupa devido ao chapéu, que não gostava de usar, bem como o sapato. Sentia-se muito mais a vontade de tênis, mas era o emprego que tinha e não poderia reclamar da sorte que tivera.

– Terminou de lavar os carros? Levar o lixo para o depósito? Ajudar na organização do restaurante? - Um senhor velho mas de um pouco mais de dois metros de altura questionava Kevin.

Era um senhor que talvez estivesse nos seus 50 anos de idade, mas o seu tamanho e porte físico assustavam. O Senhor Wilson tinha uma pele clara e rosada e vivia falando alto e gritando. Alguns funcionários brincavam que ele gritava porque achava que sua boca estava longe demais das orelhas dos funcionários, devido a sua altura. Estava constantemente com um terno vinho escuro de camisa social branca e grava também vinho.

– Claro! - Disse Kevin sorrindo.

Com uma jornada de 12 horas de trabalho por dia começando as 07:45 da manhã e terminando as 14:00 devido a 15 minutos de intervalo que poderia fazer nesse período, a primeira jornada era bem agitada. A segunda jornada era móvel, poderia começar as 15:15 indo até as 21:30 , ou começar as 17:45 indo até as 00:00.

Mas, era um avanço e uma oportunidade de sobreviver por mais algum tempo. Recebendo 10 pratas por hora, tendo 4 refeições no dia, uma cama confortável, toda a gorjeta que pudesse receber e um largo espaço para treinar seus pokemons, quando conseguisse uns minutos de folga, Kevin trabalharia por 15 dias naquela louca rotina, podendo fazer 1800 reais. Não era muito, mas tinha que admitir que era muito mais do que conseguiria fora de um evento pokemon com todas as suas não habilidades.

– Leve as malas dos Pendraco até cobertura. - Wilson disse a Kevin virando-se para atender o telefone que estava tocando.

Kevin fez uma cara de espanto e virou-se incerto de que havia escutado corretamente ao seu chefe. Ele girava lentamente, quase que vislumbrando a entrada do luxuoso hotel de paredes de mogno, bem como o amplo balcão, as cadeiras e sofás de espera. O apete vinho com o nome em dourado do Hotel Mundai se confundia com um carpete, bem como as escadas que davam acesso a uma espécie de sacada dentro da própria recepção. Aos fundos estavam os elevadores e as escadas de emergência. Mas, em meio a isso tudo, esperando junto as escadas que dariam acesso a sacada estavam Ana e Julio Pendraco.

– Fala sério! - Pigarreou lembrando-se que deveria ser cortês e completamente educado em atitudes e vocabulário. - É um prazer tê-los no Hotel Mundai. Sou o... - Kevin foi interrompido pelas gargalhadas de Julio e do olhar irritado de Ana.

– Pare de cerimônias meu jovem. - Disse Julio dando alguns tapinhas nas costas mostrando camaradagem. - Estamos feliz de vê-lo vivo depois dos últimos incidentes. -

– Especialmente por ter sido tão eficaz em tirar nossa filha dos dois incidentes tão rapidamente. - Ana estava com cara de poucos amigos. - Por sinal, onde ela está? -

O casal ficou olhando para Kevin de forma séria enquanto ele tentava manter a postura de um funcionário do Mundai, no entanto, ele estava pronto para correr e gritar ao estar diante dos pais de Juliana, sem estar com Juliana.

De repente duas gargalhadas. Eles perderam a cara séria e começaram a rir desesperadamente. Kevin chegou a olhar para os lados para entender o que poderia estar acontecendo. Viu o Senhor Wilson ainda no telefone, com cara de poucos amigos. Ele teria de ser rápido ou talvez levaria uma bronca não merecida.

– Não se preocupe. Sabemos onde ela está. - Diz Julio seguindo para o elevador. - Vamos rapaz, mostre-nos os aposentos. -

Kevin assentiu pegando o carrinho que estava com as malas do casal e começando a caminhar na direção do elevador.

– O relatório de Joy me impressionou. - Balbuciou Ana ao pé do ouvido de Kevin, enquanto ela se abaixava para pegar uma pequena bolsa de mão que queria carregar pessoalmente. - Quero ver a piramide e ouvir a narração da captura. -

Kevin gelou só em se lembrar de todos os eventos passados em Ecruteak. As vezes esquecia que aquele simpático casal de cabelos brancos, vestidos formalmente com roupas igualmente cinzas, eram Ex-Mestres Pokemon e membros da Sociedade Secreta que caçava aos demônios. Parou alguns instantes colocando a mão no peito e sentindo a pequena piramide que estava disfarçada de pingente de seu improvisado cordão.

– KEVIN! - Gritava Wilson batendo como telefone na base ao desligá-lo.

– Eu ainda estou no saguão! - Disse ele inconformado.

– Eu pessoalmente levarei os Ex-Mestres Pokemons até seus aposentos. - Disse ele aproximando-se rapidamente e puxando Kevin para um canto. - Quero que vá ao pier e tragam alguns treinadores que estão lá esperando por um de nossos atendentes. -

– Mas... - Kevin não podia ficar saindo do hotel com o presidente dentro dele. Mas, como era 13:00, certamente ele estava dormindo, era o que ele fazia após as refeições. - Lucas não foi buscá-lo a uma hora atras? -

– Foi! - Wilson respirou irritado. - Ocorreu uma briga por causa de lugar no veículo e dois treinadores resolveram se enfrentar, sendo que um terceiro está servindo de juiz. Lucas veio sem os três. - Wilson se dirigiu ao Elevador que havia chegado e preparava-se para subir com o casal Pendraco. - Traga aqueles três antes das 14:00 ou eles ficarão sem almoço, assim como você. - A porta do elevador começava a se fechar.

– Como eu vou saber quem são os três treinadores? - Questionou Kevin esticando a cabeça para falar pela abertura ainda existente.

– Deve haver centenas de batalhas pokemons naquele local nesse momento! - Ironizou Wilson antes da porta fechar-se completamente.

Kevin suspirou e virou-se para porta do hotel. Ele tinha apenas uma hora ou iria ficar sem almoço. Aquilo não era opção.

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Correr até o pier com aquelas roupas não era nada agradável. Sapato social era para um caminhar curto, e não para corridas. Aquilo Kevin estava aprendendo a duras penas naqueles dias.

Quatro dias passou-se desde a chegada de Kevin, sendo que ele não tinha ideia, ainda de quantas pessoas realmente estavam naquela ilha e quantas ainda estavam para chegar. Mas, tinha certeza que pela quantidade de pessoas na rua, a Copa Equipe seria realmente uma atração a parte.

Ao sair do hotel liberou Swellow instruindo a vigiar a janela do quarto do presidente, bem como qualquer movimento suspeito. O pássaro era realmente esperto e sabia que se algo acontecesse ele deveria primeiro chamar a atenção de um grande numero de pessoas, para aquela situação e depois chamar a policia.

– Por esse beco sairei exatamente em cima do pier. - Kevin parou olhando para o beco. - Que não tenham tantas batalhas acontecendo por lá. -

Kevin passou pelo beco sem muitos problemas e nem precisou procurar pela luta, já que a luta veio até ele. Um rajada de vento, como um pequeno tornado, arremessou-o lateralmente, junto com um pokemon que certamente deveria ser o do ataque.

– Estou começando a duvidar sobre esse emprego. - Caído no chão ele viu que o pokemon que caiu em cima dele levantava-se apressadamente enquanto a voz de uma menina se aproximava incentivando que o pokemon levantasse e prosseguisse a batalha.

– Kevin? - A menina exclamou assustada. - Agora é que não posso perder de forma alguma! Heracross ataque com Raio de inseto! -

Kevin viu oo pokemon levantar voo rapidamente e disparar um raio forte contra o adversário. Nesse momento Kevin teve como levantar-se, mas já tinha reconhecido a voz da menina, sem mesmo precisar olhá-la. Apesar do susto de receber o ataque e do pokemon caindo em cima dele, era muita sorte encontrar a treinadora.

– Juliana! - Disse Kevin sorrindo.

– Altaria! - Um berro vindo um pouco afastado chamou a atenção de Kevin. Conhecia aquela voz também. - Sua louca! Está atacando os meus amigos também? Altaria não se deixe abater por esse raio, use investida. -

– Are? - Kevin arregalou os olhos ao ver o amigo de New Bark enfrentando a amiga de Quinhão dourado. - São vocês que não foram no transporte para o hotel? - Questionou Kevin olhando a hora, eram 14:20.

– Depois conversamos Junior. - Disse Juliana. - Investida também Heracross. -

Kevin deu alguns passos para o lado. Olhou Juliana completamente concentrada naquela batalha, bem como Are.

A menina vestindo uma bermuda jeans e blusa vermelha. Estava com sua mochila ainda nas costas e o cabelo um pouco molhado, provavelmente da água do mar. Are estava sem mochila, usando uma grande camisa azul e um macacão jeans. O garoto parecia tão grande quanto ele lembrava.

– Então você conhece essa menina? - A voz assustou Kevin que saltou para o lado. - Você fez uns amigos bem interessantes. -

Kevin olhou assustado. Havia esquecido-se que havia um terceiro treinador junto dos que lutavam. Pele negra com feições duras e roceiras.

– Choc! - Kevin sorriu. - Acredite ou não todos eles eu faço no acaso. -

– Entendo. - Choc olhava para a batalha. Os pokemons acabam de se chocar na investida e refugiavam-se para os céus. - Pelo que vejo está trabalhando no hotel em que vamos ficar. - Ele parou alguns instantes. - Mas já vou avisando que não tenho muito dinheiro para gorjetas. Ganhamos os convites do líder do ginásio de Mahogany quando passamos por lá. -

– Passaram? - Kevin parou sem entender por alguns instantes. Mas, acabou percebendo a cara de debochado que Choc fazia para ele e lembrou de sua armação.

Kevin encontrou Choc no começo de sua jornada em Jotho e o jovem negro convidou-o para seguir jornada com ele, mas Kevin recusou. Em New Bark Kevin conheceu Are, que também queria seguir jornada com ele. Kevin resolveu juntar os dois mandando Are na direção em que Choc havia ido.

– Quando conheci Are estava para disputar a segunda luta no ginásio dos dragões. Enquanto conversava ele falava muito de você e do desafio que fez a ele de chegar naquela cidade em um determinado espaço de tempo. - Choch riu. - Entendi na hora que era uma armação sua. Inicialmente não pretendia deixá-lo seguir comigo, mas Are tem um coração de ouro e evolui muito rápido. -

– Fico feliz que tenha dado tudo certo nessa parceria. - Kevin parecia se desculpar naquele momento. - Eu queria ajudá-lo, mas não podia deixá-lo seguir comigo. Qualquer um que siga comigo vira alvo e Juliana aprendeu isso a duras penas. -

– Como assim? - Choc parou alguns instantes, mas logo entendeu que Juliana havia se tornado companheira de viagem de Kevin em algum momento entre Are e a excursão. - Faça qualquer coisa, mas não deixe Are saber. - Murmurou Choc preocupado. - Ele faria um escandá-lo. -

Naquele momento Altaria criava um novo tornado, mas desta vez Heracross desviava e seguia com o Mega Chifre. Altaria então lançava-se contra o pokemon inseto no que parecia ser um ataque de asas.

– Eu não vou perder! - Gritavam os dois.

– O que tá rolando com esses dois? - Questionou Kevin.

– Adolescentes. - Choc fez uma cara careta. - Entramos no iate da excursão meio atrasados e estabanados. Derrubamos Juliana no mar na hora. - Na hora que falou derrubamos apontava para Are, indicando que ele derrubou-a no mar. - Daí ela gritou conosco o primeiro dia inteiro, chamando Are de baleia e tudo mais. -

– Já vi ambas histórias. - Riu Kevin. - E isso continuou até agora? -

– Parou quando soubemos do ataque a Olivia, Juliana ficou preocupada com um amigo dela. Mas, a trégua durou pouquíssimo porque eles disputaram um pokemon, que ninguém capturou, porque ele fugiu enquanto eles brigavam. - Choc lembrava-se do pokemon que havia fugido, ele próprio queria ter pego, mas os dois estavam atrapalhando a todos os treinadores. - Depois Juliana acordou tarde e Are normalmente espera todos tomarem café para fazer a limpa. Resultado, ela ficou sem café e ganhamos uma nova briga. A pior foi quando visitamos o Ginásio dos pokemons lutadores. Só havia tempo para 5 treinadores enfrentarem o líder, antes do barco sair. Sorteamos e Are ganhou uma das vagas, mas perdeu feio. Enquanto os cinco lutavam, os demais faziam comentários sobre como estava a batalha. Juliana fez um comentário de que não dava para vencer um ginásio sem perceber seus desafios. Are ouviu, achou que era com ele e falou que ele já havia conquistado uma insignia e foi elogiado pelo líder, mas Juliana mostrou suas duas insignias e disse que se ele tivesse usado a Butterfree ao invés do Seel ele poderia ter tido mais chances. -

Kevin viu o momento em que novamente os dois pokemons se chocaram em investidas e caíram, cada qual para um lado esgotados.

– Declaro essa partida empatada. Ambos os pokemons estão sem condições de continuar. - Dizia Choc. - Agora espero que parem de brigar. -

– Desde que esse gordo não queira ocupar dois lugares no veículo querendo me deixar em pé. - Reclama Juliana.

– Gordo é sua mãe! - Gritou Are.

– Quanto a isso não se preocupe, nós teremos que ir a pé. - Disse Kevin.

Are e Juliana olharam sem entender. Até então não tinham reparado que a roupa dele era a mesma do rapaz que havia vindo buscá-los anteriormente.

– Por sinal, sua mãe e seu pai estão no hotel. - Diz Kevin consultava o relógio enquanto Are ria da informação. - Are, ria menos e corra mais. O almoço termina as 14:00. - Kevin fez sinal para que eles se aprontassem para sair.

– Não! - Berrou o gordo começando a correr, mas sem saber ao certo para que direção ir.

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As Ilhas do Mundo eram divididas entre Jotho e outras regiões menores. Uma dessas ilhas seria o palco da Copa Equipe. Uma antiga competição de treinadores, organizadas em equipes de batalhas, extinta devido as organizações criminosas.

Cada equipe poderia ter de 4 até 10 integrantes que poderiam se revesar como bem entendessem. O prêmio eram quatro vagas para a Quest Liga, além de um valor generoso em dinheiro. As equipes seriam divididas em duas chaves e se enfrentariam em partidas de 10 minutos, onde quatro pokemons de cada lado, um de cada membro da equipe, entraria na arena, até que só restasse pokemons de uma única equipe. Se o tempo terminasse a equipe que tivesse o maior número de pokemons em pé vencia, no caso de empate haveria uma morte subida, um duelo de cinco minutos um contra um sendo que era obrigatório o uso de um dos pokemons que estava na arena.

– Segurem seus corações meus queridindos, estamos recebendo a Poke Fight. - Com os cabelos loiros a pele negra e completamente magro, lá estava Upi fazendo a cobertura da chegada das equipes. - Vamos tentar conseguir uma palavrinha desses. -

Até aquele momento estavam inscritos 15 equipes na competição, sendo que as inscrições terminariam a meia noite daquele dia. Já havia chegado diversas equipes como a Brock e Forrest Team, equipe formada pelos irmãos de Brock e Forrest do ginásio de Pewter em Kanto. Os defensores da justiça que eram policiais de vários continentes. As Curandeiras formadas por enfermeiras Joys. Aquáticos só com pokemons de água. Incendiários com seus pokemons de fogo. Os lixeiros foram a última equie a passar até aquele momento.

Algumas equipes já estavam na ilha e dispensavam aqueles holofotes. Equipes como a Poke Music que era a favorita para conquistar a Copa, e os Gladiadores que poucos tinham conhecimento, mas diziam ser altamente habilidosos.

Upi aguardava a chegada de duas equipes que ainda não haviam anunciado a chegada, mas que prometiam estar na ilha ainda naquela noite.

– Estamos aqui com Takamura Kombat, líder da Poke Fight. - Upi saltava ao lado dele para alcançar o gigante de quase dois metros de altura. - Qual será a estratégia de batalha de vocês? -

Com um topete esquisito, trajando um calção que na perna direita dizia Campeão Mundial dos pesos médios e na perna esquerda dizia Campeão Mundia dos Pokemons Lutadores. Vinha com botas esportivas para luta que iam até a metade da perna e luvas de box penduradas no pescoço. O Homem sorriu e agarrou Upi pela cintura levantando-o até que o microfone chegasse a sua boca.

– Bater até que o adversário caia. - Diz ele sorrindo. - Principalmente nos meus irmãos. - Dizendo aquilo ele começou a rir desenfreadamente seguido pelos seus outros três companheiros.

A Poke Fight era composta de Takamura Kombat, um campeão mundial de boxe que liderava a equipe e também ganhou a última edição da Competição Mundial de Pokemons Lutadores. Em seguida havia Capoeira, outro que só vinha com uma calça branca com uma corda amarrada na cintura. Ao seu lado havia havia um homem apenas de short campeão em MMA, aquele era Betoneira, diziam que ele se chamava assim devido aos seus adversários sentirem-se dentro de uma betoneira. O último integrante da equipe era Daniel um campeão de Karatê.

– Por que todos os homens gostam de agarrar dessa forma? - Upi ria descaradamente. - Então nós veremos realmente uma luta pessoal da família Kombat na Copa Equipe? -

– Lado pessoal? - Takamura tomava o microfone das mãos de Upi jogando o estranho reporter para o lado. - No dia em que aqueles dois forem desafio suficiente para o Campeão mundial a gente se pega no tatame lá de cada para decidir quem herda o ginásio. - Dizendo aquilo Takamura jogou o microfone nas mãos de Upi e começou a seguir com sua equipe em meio a todos os fotógrafos.

Tudo era televisionado e era difícil alguém que não estivesse interessado em conferir as equipes. No Hotel Mundai não era diferente, durante todo o jantar as pessoas ficavam atentas a tela e as entrevistas que iam acontecendo.

– Aquele cara tem espirito. - Diz Julio dando alguns socos no ar. - Eu adoraria enfrentá-lo qualquer dia e poder ver o quão bom ele é. - o Antigo Mestre levava um beliscão de sua esposa para que ele se comportasse durante o jantar.

– Mas, quem são os irmãos dele? - Juliana parecia confusa mas escutou a gargalhada na mesa ao lado. Are não conseguia conter o riso. - Algum problema com a comida baleia? -

Are naquele momento levantou-se irritado, mas foi segurado por Choc.

– Para com isso Are. Já chega da briga de vocês dois. - Diz Choc. - Você não deve ter prestado muita atenção no ginásio dos pokemons lutadores que passamos. O líder do ginásio é o senhor Kombat e tem três filhos, estava numa foto pendurada logo na entrada. Takamura Kombat é o do meio. O mais novo é Douglas Kombat, ou Doko, dos Poke Escolhidos. -

– O que? - Kevin que passava servindo as mesas naquele momento parou incrédulo. - Cara é irmão do campeão mundial e filho de líder de ginásio? - Kevin com a bandeja olhou em volta procurando o senhor Wilson, tendo certeza que ele não estava por ali pegou um dos copos de bebida e virou de uma vez na boca, puxando uma cadeira e sentando-se entre a mesa dos Pendraco e de a mesa de Choc e Are. - Por isso ele é tão pirado. Deve ter apanhado tanto que afetou a cabeça dele. -

Juliana e Are riram do que Kevin dizia, mas ao perceberem que riam da mesma coisa pararam fazendo cara feia um para o outro.

– Achei que soubesse. - Disse Ana. - Afinal os Poke Escolhidos são seus rivais, certo? -

Kevin balançou a cabeça que sim, mas realmente não sabia nada da vida de nenhum de seus rivais. Tirando Détrio, ele poderia dizer que Trevor era quem mais conhecia.

– Conheça a si mesmo e conheça seu adversário. - Diz Julio vendo Kevin se levantando e pegando a bandeja para levar as bebidas que ainda havia lá. - Aposto que nem sabe que O mais velho dos Kombat é o líder da Poke Music, o Music! -

– Que? - Kevin sentou novamente e bebeu outra das bebidas, batendo no peito com força e tossindo assustado. - Music é um Kombat? Como? -

– Pelo que sei ele não curte esse negócio de artes marciais e outros. Revoltado com a pressão do pai tornou-se o filho renegado e saiu de casa para seguir a música. - Dizia Ana. - Creio que vai ser uma competição e tanto. Três equipes com problemas familiares entre eles, sendo que também estará em jogo o combate entre os estilos de musica e lutadores, além do melhor lutador. - Ana sorriu. - Não seria demais estar no meio disso tudo? -

– Querida eu daria qualquer coisa para participar disso. Nem que fosse apenas como assistente de uma das equipes. - Diz Julio que olhou para sua filha. - Você não quer entrar na Copa Equipe fiha linda? - Julio sorria. - Você faria isso pelo papai? -

– O que? - Are parou incrédulo. - Ela vai fazer equipe com dois mestres pokemons? - Com os olhos arregalados e virando-se para Kevin o jovem gordo pegou uma jarra de suco virando-a de uma vez.

– Acho que preciso ir pegar mais bebidas para atender as mesas. - Suspirando e pegando a jarra de suco vazia Kevin levantou-se para voltar ao trabalho.

– É Are, certo? - Julio ria. - Em competições regionais, ou essa da Copa Equipe, Mestres e líderes não podem participar. - Eu seria apenas um orientador de minha filha na equipe. Quer participar? -

– O que? - Juliana gritou. - Está ficando louco pai? A gente briga desde que nos conhecemos, como é que vou fazer equipe com ele? -

– Vai sera um ótima experiência. - Diz Choc. - O convite me inclui? Eu adoraria poder mostrar os pokemons de minha fazenda. Seria uma ótima propaganda. Vou poder associar meus pokemons ao nome de Mestres Pokemons. -

– Claro! Mas, tem que seguir minhas orientações. - Dizia Julio rindo e animado.

– Mamãe! - Chamava Juliana desesperada. - Faça alguma coisa. -

– Você conhece seu pai. Ele se sente um garotão quando se fala de batalhas pokemon. O que você quer que eu faça? -

– Espera... Eu não tenho dinheiro para inscrição. - Diz Are sem graça. - Acho que nem você Choc. -

– Quanto a isso não se preocupem meninos. A Equipe Pendraco vai para essa competição. - Julio sorriu. - Só precisamos demais um competidor. Alguma sugestão? -

– Kevin? Kevin? O Kevin? - Alguém gritava o nome do Kevin.

Kevin que atendia outra mesa ficou olhando em volta procurando que o gritava.

– Que gritaria é essa? - O Senhor Wilson entrava no restaurante escutando Julio chamar por Kevin. - O que está aprontando garoto? -

– Eu sei lá! - Disse Kevin aturdido.

– Kevin? Ele ainda está vivo? - A voz vinha da Televisão. - Meus irmãos mais velhos são o único desafio que os Poke-escolhidos precisam se preocupar. - No telão todos podiam perceber que Upi entrevistava os Poke Escolhidos que acabam de chegar para a competição. - Os poke-escolhidos tem as habilidades da Poke Fight... - Doko Levantava os braços. - .. da Poke Music... - Ele apontava para Marjori. - E se isso não bastar temos uma campeã! - Ele apontava para Lúbia. - Isso é tudo o que precisamos.

Os Poke-escolhidos estavam com suas jaquetas negras e todos vestiam roupas de coro combinando. Estavam realmente fazendo uma entrada chamativa onde Doko vinha a frente como o líder da Equipe, sendo seguido por Lúbia e Marjori, atrás das duas vinha Détrio, que irritava-se com a situação de não ter sido citado nos comentários de Doko.

– Confesso que Kevin Maerd Júnor ganhou algum destaque em sua viagem por Jotho, mas nada que se compare ao que fizemos no mesmo período. Além disso ele sequer tem uma equipe. - Suspirando e rindo Doko encarou a camera. - Mas, se ele quiser tentar a sorte, prometemos que ele vai sair gritando de forma escandalosa como sempre faz. -

O restaurante ficou em silêncio e todos esperavam uma reação explisova de Kevin. Todos o fitavam, mas ele parecia congelado olhando para a tela. Alguns tinham a certeza de poder escutar os batimentos cardíacos dele acelerando.

– Kevin! Você vai para a Copa Equipe com a Equipe Pendraco e vai fazer ele correr e gritar! - Gritou Julio fazendo todos no restaurante começarem a aplaudir e a gritar pelo nome dele.

O Senhor Wilson ficou olhando em volta sem saber o que fazer. O nome de Kevin continuava a ser gritado. Ele sabia que o menino era um bom treinador, mas não imaginava que os hospedes fossem criar um fã clube para ele de uma hora para outra.

– Agradeço a todos pelo apoio. - Disse Kevin levantando a mão direita. - Mas terei de fazê-lo correr em outra oportunidade. Estou trabalhando e isso é tudo o que posso fazer no momento. - Dizendo isso Kevin sorriu. - Está na hora da sombremsa, quem quer bolo? - Disse ele virando-se para a cozinha apressadamente.

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Eu queria dar uma surra no Doko por aquelas falas idiotas. Acho que até as pessoas que ajudei queriam fazer aquilo, mas eu não podia mais errar. Aceitar o convite dos Pendraco seria uma imprudência pois eu não teria como conciliar um trabalho de 12 horas com as batalhas, sem contar que as chances de conseguir encontrar os Poke-escolhidos em batalha seria pequena, já que as outras equipes ao menos tiveram tempo para treinar juntas, nós iriamos com a cara e a coragem.

Eu tinha um objetivo naquela ilha, proteger o presidente e conseguir dinheiro para continuar minha jornada. Não iria colocar tudo a perder por causa de provocações daquele patife de Doko. Um dia eu iria poder dar uma surra nele tão grande que ele jamais iria querer me enfrentar de novo. De qualquer forma, ele já tinha muito com o que se preocupar, afinal ele tinha que enfrentar seus dois irmãos mais velhos e isso já seria castigo o suficiente para ele.

Que o melhor vença a Copa Equipe e que eu possa dormir tranquilo para mais um longo dia de trabalho amanhã, mas primeiro, terei de atender a porcaria da porta que alguém insiste em bater. Será que não se tocam que já são 1 da manhã?