O Garoto De Olhos Cor Chocolate. escrita por Luíza AD


Capítulo 7
Capítulo sete


Notas iniciais do capítulo

Oi, boa noite galera! Tudo bem com vocês? Nessa fic o Set não é tio da Sadie, porque ficaria meio... Meioo... Incesto. Set não é tio da Sadie.. Mas Set é pai do Anúbis. Queria agradecer á "Uma escritora retardada" (??) por ter feito aquela linda recomendação! Adorei, viu?
Espero reviews, e talvez uma recomendação? Aproveitem o capítulo! Depois de amanhã tem mais!



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- O quê? - perguntei incrédula. - Minha mãe morreu quando eu tinha 8 anos. 

- Não. - ele disse calmo. - Seu pai se separou dela, e não queria contar para você que ela está viva. Seu irmão concordou.

- O-O quê? - tudo começou á ficar mais claro. Quando meu irmão falava sobre minha mãe, e tinha uma aura mentirosa. Meu pai, sempre sorrindo fracamente quando eu perguntava sobre como minha mãe era..... Tudo isso.... Foi uma mentira. - Quer dizer... Que ela está viva? Tudo o que eles falaram é uma grande mentira? - forcei ao máximo minha voz á ficar normal, mas ela continuou trêmula.

- Olha, vem aqui amanhã. - ele falou, certo de que eu iria começar á chorar. - Eu te explico tudo. Não precisa se preocupar. Eles não fizeram nada disso por mal. Não entenda errado, ok?

- Certo. - limpei a garganta. - Até amanhã.

E desliguei. Caí de joelhos, e não sei por quanto tempo fiquei assim, nessa posição. As lágrimas queria cair, mas eu não deixava, não iria chorar de novo. Se minha mãe estava viva...Quer dizer que ela não se importa comigo, não... Quer dizer que ela não é responsável o bastante para ligar para mim, ou pior, ela nunca faria nada por alguém que ela mal conheceu.

Mas... Ela fez isso com... A própria filha? Senti um nojo dessa mulher. Nunca... Nunca quero vê-la em pessoa! Nunca.

Adormeci, e nesta noite, sonhei com Anúbis. Ele olhava para mim com um semblante diferente. Nós dois tínhamos uma aura de... Casal Adolescente Apaixonado. Estava sorrindo quando acordei. Mas ele sumiu, depois de lembrar o que eu estava fazendo.

Talvez demorasse um mês para mim voltar para casa, voltar para Anúbis. Arrumei uma bolsa, com o que eu precisaria. Fiz minha higiene matinal, bebi um copo de suco e saí de casa. Tranquei a porta, e fiz o caminho normal para aquela clínica. Demorou uma hora de caminhada, mas não me importei. 

Me perguntei como Zia se sentiria quando não me visse na escola. E Jasmine? O que aconteceria quando ela visse que não tem ninguém para lhe aconselhar? Respirei fundo e entrei na clínica. Disse o meu nome para a assistente que estava sorrindo tristemente para mim, provavelmente já sabia o meu problema.

Segui para a sala do Paolo, apelidado Set, por mim. Não sei por que eu dei esse apelido para ele, me pareceu adequado. Paolo é Set, meu médico, que faz exames e consultas.Entrei lá dentro tremendo, já sabendo que eu poderia estar doente, e teria que fazer quimioterapia. Toquei meus cabelos, que agora batiam nos ombros.

- Bom dia, Sadie. - o homem tinha uma aparência que poderia assustar até o diabo se quisesse, mas na verdade, guarda um coração quente e amistoso. - Senti saudades.

- Bom dia. - falei desanimada. - Vai me explicar?

- Ah, sim. - ele levantou, e puxou uma das cadeiras para perto da mesa dele. - Sente-se aqui.

- Posso ficar em pé. - disse seca. 

- Ora ora. - ele falou e sorriu. - Sente-se logo aqui e deixe de ser teimosa.

Me sentei na cadeira desgostosa. Olhei para Set/Paolo. Ele não mudou nada. Digo, na personalidade. Porque na aparência, bem, ele estava mais velho.

- Sua mãe... Ruby - ele falou, e olhou para mim, como se estivesse procurando as palavras certas. - Ela foi uma boa mulher. Amou o seu pai. Mas... Quando você ficou doente, os dois brigaram muito. - e seu semblante mudou para triste. - Não sei se você se lembra, da noite antes depois de fazer sua primeira quimioterapia, eles brigaram, se lembra? - fiz que não com a cabeça e ele assentiu, preocupado. - Isso é normal, faz tantos anos. Eles brigaram, até que sua mãe começou á chorar excessivamente, dizendo "ela nunca vai se recuperar, não façamos isso de novo, se ela não é forte o bastante para superar, nunca vamos ser uma família normal." Ruby tomou uma decisão muito precipitada, então, peço para não ficar com raiva dela, ela sempre vai te amar.

Entrei em um colapso mental, apertei os olhos e falei:

- Se ela me ama tanto, por que ela não me ligou? - a raiva crescia instantaneamente em mim. - Eu odeio ela. Ela nunca se preocupou comigo, e nunca vai. É tão simples escrever uma carta, ou me procurar em alguma escola. MAS NÃO! ELA NUNCA FEZ NADA POR MIM!

- Entendo pelo o que está passando Sadie...

- NÃO! O SENHOR NÃO ENTENDE. - gritei. 

- Tem razão, eu não entendo. - ele se deu por vencido. - Mas quero que saiba... Não diga que ela não te ama. Ela sempre te visitou aqui quando você estava doente, mesmo depois de ter se separado de seu pai. Ela te ama mais do que tudo, entendeu?

- Mas...

- Olha, Sadie... - sua voz ponderou um tremor maior. - Ruby gosta muito de você. O que ela fez, ou deixou de fazer, foi por algum motivo. Então, não fale assim dela antes de saber os motivos.

A voz dele gritava para mim um "pode me dizer agora seus sintomas?". Respirei fundo.

- Eu venho sentindo dores de cabeça. - ele me olhou como se isso fosse óbvio. - Minha amiga, Zia, sempre tenta me ajudar. Mas sabe... É difícil, principalmente agora que eu acho que eu estou me apaixonando. - meus olhos brilharam de animação. - Mas não quero que ele crie expectativas comigo, se eu não puder atendê-las.

- Esse garoto, tem muita sorte, né? - ele falou sorrindo, e eu o interceptei. - Vamos fazer alguns exames. Vou ligar para o seu pai e falar sobre isso, ele vai ficar muito surpreso em saber que você está voltando.

Sorri.

- É.

- Sadie? - ele perguntou. - Esse garoto... Como é o nome dele?

- De quem... - e lembrei. - Ah, é Anúbis.

- *tem muitos garotos com esse nome certo?* Hmm.. - ele pensou. - Sadie, nós temos que começar á planejar seus exames. Chame os outros médicos aqui, certo? 

Saí da sala e os chamei. Eles agradeceram pelo aviso e eu me encostei na parede. Senti meu celular tremendo. Olhei para o visor, e respirei fundo antes de apertar o botão vermelho, ignorando a chamada. Não quero ninguém se preocupando comigo já de manhã.

Fui chamada novamente, e eles me explicaram tudo o que eu já sabia. Iria ficar internada, com meu próprio quarto. Peguei as chaves, depois do que pareceu horas, e fui direto para ele.

Abri a porta, e o cheiro era de pessoas doentes e plástico. Senti um enjoo e joguei minha bolsa na cama de ferro. O colchão era mole, como se a pessoa que tivesse ficado ali, não saísse dela por nada.

Me joguei nela, e resolvi pegar meu celular. Havia 8 ligações perdidas, e várias mensagens. Liguei de volta para o número da Zia.

Alô? Sadie, o que houve? - sua voz de preocupação foi como uma facada no meu coração. - Eu passei na sua casa, você não estava, fui para escola e você faltou. Estão todos preocupadíssimos com você. Onde você está?

Fiquei em silêncio. Não queria que a Zia soubesse de nada. Queria guardar para mim. Lágrimas rolaram. Só conseguia escutar a respiração dela na linha, e eu não fazia nenhuma barulho sequer.

Sadie? - sua voz era raivosa. - Vadia, desligou na minha cara?

Não. - respondi, forçando minha voz. - Eu estou bem. Meu... Pai me chamou, e eu estou indo ver ele.

Seu pai? - ela falou. - Por que não me falou antes? Eu poderia ir junto e... - cada palavra era uma facada no meu coração, eu estava mentindo.

- Não. Ele me ligou á pouco tempo, não tive tempo para nada.

Sadie... O Anúbis quer falar com você. Posso passar para ele?

NÃO! - senti que ela se assustou com o meu desespero. - Passa o número dele, deixa que eu ligo para ele depois, ok? - e lembrei de uma coisa. - Ah, Zia, fala para ele não se preocupar, tá bom? Eu só estou viajando com o meu pai.

Por que está dando satisfações para o Anúbis? Não me diga que vocês estão namorando... - não falei nada.

Ela me passou o número de celular dele. Desliguei na cara dela, antes de avisar para não me ligar. Será que ela não sabe que eu preciso de privacidade?

Decidi não ligar para o Anúbis ainda. Não saberia o que falar. Depois do dia que ele me levou para casa, nós ficamos mais próximos, mas nada de namoro. Só ficamos perto um do outro, de certa forma. Para falar a verdade, ficamos juntos o tempo todo, ele me levou para a escola, me trouxe de volta, e quando estivemos separados, parecia que o tempo andava lentamente, jogando psicologicamente com a minha mente. 

Mas o que eu iria falar? "Oi Anúbis, então, só te liguei para falar que eu acho que vou ficar fora um mês, e não falei nada para você porque eu tinha coisa melhor para fazer"? Não, não posso ligar para ele ainda.

Agradeci á Zia, que não deu meu número para ele. Mas.. Aí a ficha caiu. Eu, praticamente fui embora sem pensar nos sentimentos do Anúbis, sem falar nada para ele... "Oh, merda.." Ele deve estar se sentindo horrível agora... O que eu faço?


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, vocês querem um POV da Zia, Jasmine, ou do Anúbis?