Meu Amor Imortal 2 - O Legado escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 34
Capítulo 34 - JORNADA


Notas iniciais do capítulo

ESTOU MUITO EMOCIONADA POR M.A.I - 2 A FIC GANHOU 2 RECOMENDAÇÕES DAS FOFÍSSIMAS MARI MAGANHA & MIIH EVANGELISTA OBRIGADAS MENINAS VOCÊS QUASE ME FIZERAM CHORAR DE EMOÇÃO.

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Todo o homem que é um homem a sério tem de aprender a ficar sozinho no meio de todos, a pensar sozinho por todos - e, se necessário, contra todos.
Romain Rolland



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( Leah chega a Gerona, Espanha )

O voo era longo, e Leah ligou os fones de ouvido. Se distraiu


com a música e adormeceu, ouvindo Ride, da Lana.




( Aeroporto de Gerona Espanha )






Uma garota morena, de cabelos pretos, com uma boina, segurava um papel onde estava escrito Lean. Ela esticava o pescoço de forma impaciente, em direção ao portão de desembarque. Ela mostrava o papel, de forma quase insistente, para todo garoto que passava por ela, com um sorriso de ponta a ponta no rosto.





Leah parou na frente dela, meio sem jeito, e foi deliberadamente ignorada pela garota morena de olhos grandes e negros.






– Pode sair da minha frente? Estou tentando achar alguém.






A garota disse, empurrando o braço de Leah.


Leah riu um sorriso sem graça, para ela.

– Acho que você já achou. Eu sou Leah, mas com H no final.

– Há! Mas que droga!

Leah encarou a estranha com olhos arregalados. Não esperava um recepção com tapete vermelho. Mas assim era de desapontar. A garota fez uma bola com o papel do nome, jogando para trás dos próprios ombros.

– Lá se foi meu green card! MENTIRA! Eu tô brincando.

A garota disse, entre gargalhadas soltas, de um riso fácil, estendo a mão para Leah em um cumprimento. A garota era jovem, entre seus dezessete ou dezenove anos. Leah cumprimentou. Mais relaxada agora, a garota animada e bonita, que tinha uma pele morena meio caribenha e falava com um forte sotaque espanhol.

– Meu nome é Cruz.

Ela revirou os olhos nessa hora.

– Sei que é estranho, mas minha mãe é uma católica fervorosa. E você, Leah com H? É uma garota americana, obviamente!

Outra gargalhada da garota. E Leah já cogitava a possibilidade dela ser meio louca.

– Sim, com certeza sou uma garota. Lamento frustra-la.

Cruz fez um sinal de deixa para lá, e já arrancava a mochila das costas de Leah, para levar. Leah não protestou, apesar de saber que o peso não era nada para ela, e a garota não era tão forte.


– Vamos, deixe que eu levo isso. Preciso me redimir com você. Olha, não fique na bronca, está bem? Eu sou assim. Meus amigos me dizem que sou louca, mas você terá a chance de comprovar por si mesma...





As duas saíram do aeroporto. Cruz montou em uma biz azul, entregado o capacete para Leah.







– Não vou nisso aí, com você, de jeito nenhum, garota...





Cruz revirou os olhos, guardando a mochila de Leah no bagageiro da moto.


– Anda logo, Leah. Aqui não é a América. O taxi vai rodar por toda Gerona, até leva-la ao endereço certo, depois é claro, de pegar todos os seus preciosos dólares.

Leah não pôde discutir isso. Ela não era uma milionária. As poucas economias que tinha trago, iam ser gastas somente, se estritamente necessárias.

– Ok! Já que tenho tantas opções, que seja...

Leah concordou, sem opção, colocando o capacete e amarando no queixo.

– Vamos, vai amar isso aqui. Vamos pela praia, e você vai ver os gatinhos Espanhóis sem camisa. Delícia!

Leah teve que rir da garota, que falava com seu sotaque espanhol, de um jeito que não tinha como não sorrir com ela.


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( VOLTERRA - LUCIAN )







** Para eu te encontrar filho, onde quer que você esteja. **





A voz era de trovão, mas Lucian não viu seu rosto. Eram como nuvens em meio a um céu cinza, de uma tempestade, que nunca parecia cair, só se armava.


– Droga!!

Lucian despertou em seu quarto, em Volterra, e colocou a mão em seu medalhão de prata. Eram sempre os malditos sonhos. Já devia estar acostumado a eles. Mas eles sempre vinham sem sentido. Todos eles deixavam-no sobressaltado, como se mil vozes gritassem na sua cabeça. Primeiro a loba, as crianças, os estranhos de olhos dourados, a mulher de cabelo de bronze, que ele sabia que era sua mãe morta e agora o homem de voz de trovão “filho”. Ele tinha o chamado de filho. Teria ouvido a voz de seu pai? Seria ele, o homem que ele não conseguiu ver o rosto, e só ouvia sua voz rouca e forte como um trovão, colocando o colar de prata em seu pescoço. O mesmo colar que sempre esteve com ele.

Mais uma vez, ele se via segurando o colar, analisando os detalhes do desenho. Um lobo de prata. Em volta, algumas inscrições, em uma língua estranha, que ele não sabia qual era. Só sabia que era antiga. Mais nada. “Uma lenda de lobos.” Lembrava a prostituta falando. “Boa sorte na jornada.” A imagem do velho joalheiro. “Continente das Américas.” “Uma língua indígena, sem duvida.” O velho joalheiro tinha dado tanta certeza...

– O que foi mon ami, outro pesadelo?

A voz de Heide interrompeu os pensamentos de Lucian.

– Não Heid... O que ainda faz aqui?

A vampira se encolhe, fingindo de ofendida, se afastando do corpo quente de Lucian. Ele tinha sido um idiota. Se deixou ser seduzido por ela na noite anterior. Mas se sentia inquieto pelas lembranças do sonho com a loba. Dois dias sem sono, em uma agonia estranha a ele. Uma impaciência e irritação, que estava levando até mesmo Felix a se afastar dele...

– Quer que eu vá embora?

– Eu estava dormindo Heide. Não tinha mais nada pra fazer aqui.

– Gosto de vê-lo dormir. É fascinante, pra mim.

A vampira falou, tocando os lábios quentes de Lucian, com a pontas de seus dedos gélidos.

Heide é escultural, com seus cabelos cor de mogno brilhantes e suas pernas longas. Lucian admirava seu cabelos jogados no travesseiro branco. Seu corpo nu, coberto com um lençol fino. A noite tinha sido prazerosa nos braços da vampira. Mas agora se sentia vazio e incompleto, com uma forte sensação de peso sobre o peito. “Culpa!” Por que estou me sentindo culpado? A estranha sensação lhe deixava confuso. E o fato dela não ter ido embora assim que ele dormiu, dava um pouco de irritação. Seu cheiro muito doce, ia ficar por dias no quarto, por ela ter ficado ali tanto tempo.

– Tenho que sair Heide. É melhor você ir embora.

– Não, mon ami. Não me mande embora. Quero mais de você.

Lucian deu um sorrisinho cínico e abraçou a vampira, fazendo ela gemer em seus braços.

– Mais tarde, minha querida. Agora não!

Com um giro rápido, ele se livrou da vampira e levantou da cama, deixando-a, com protestos e xingando ele em italiano. Ele correu pro banheiro, trancando a grossa porta, sabendo que isso não deteria a vampira, caso ela realmente quisesse entrar. Mas ia dar tempo para ele fugir pela janela.

– Vá embora Heide. Já disse!

Ouviu a porta de seu quarto se fechar em um estrondo violento, e sorriu.

– Finalmente!

Mas sua solidão durou pouco. Quando saiu do banheiro, depois de sua higiene feita, Alec estava lá, olhando a cama bagunçada. Seus olhos estavam fixos nos lençóis brancos. Estava perdido em lembranças adormecidas.

Lucian o fitava com curiosidade.

– Espero, sinceramente, que não esteja imaginando a cena que aconteceu esta noite, nesta cama, Ala.

As palavras debochadas de Lucian despertaram Alec de suas lembranças. Lucian sorria da cara constrangida do vampiro, enquanto mordia uma maçã, que estava na mesa do seu café da manhã, que já tinha sido servido em seu quarto.

– Haide! Não preciso usar nenhuma imaginação com ela e você Lucian, juntos. Mesmo, porque não há nada ali, que realmente atraia a minha atenção.

– E o que atrai você, Ala?

– Pare de me chamar assim. Olhe pra você. Tem o dobro do meu tamanho. Quando era garoto, era engraçadinho. Agora fica ridículo, e queima meu filme.

Lucian riu com vontade, mostrando a boca cheia de resto de maçã.

– Ah, para com isso. Já é nojento vê-lo comer. Tenha o mínimo de educação, Lucian. Feche a boca.

– Responda, Ala. Ah, não! Ala não pode, né? O que atrai você? Qual o seu tipo de mulher? Nunca vi você com ninguém.

Alec ficou um tempo em silencio, pensando no que diria a Lucian. Resolveu por dizer a verdade.

– A sua mãe. Ela era meu tipo de mulher.

Lucian ficou calado por um tempo. Era doloroso falar dela. Ele não a conheceu. Mas saber que ela tinha traído seu marido e tido um filho de seu amante, já fazia seu estômago revirar, pelo seu comportamento.

– Como pode? Ainda pensa nela, depois de todos estes anos? De ela ter traído você? De ter tido um filho, com um homem qualquer. Eu soube, que até mesmo com aquele asco do Nahuel ela esteve. Teve uma época, que eu, até mesmo pensei que ele fosse meu pai. Sabia? Uma criança pode ter uma imaginação bem cruel, às vezes...

Lucian disse num tom baixo, quase triste. Mas riu no fim, para disfarçar. O que sentia de verdade com essas lembranças dura. Alec balançou a cabeça, negando aquilo que ouvia.

– Não diga bobagens. Sua mãe nunca teve nada com aquele imbecil. Seria impossível ele ser seu pai.

– Eu sei! A voz é diferente... E ele não é uma fera cheia de pelos.

– Que voz?

Alec perguntou, mas logo se concertou na cadeira.

– Não! Não me diga. Eu não quero saber. Guarde pra você. Não conte a ninguém sobre seus sonhos, Lucian. Guarde-os somente para você.

Lucian bebeu mais um gole do suco de amora do seu café da manhã, tentando entender as palavras de Alec. Ele sempre tentava contar seus sonhos pra ele, mas ele nunca permitia. Pedia para que os guardasse, pois Aro não conseguia ler sua mente. Mas ele sente falta de conversar sobre aquilo com alguém. É angustiante! Todas as noites, eram sonhos estranhos, que ele não entendia e não encontrava respostas com ninguém. Nem mesmo com Alec, que para todos, é seu guardião, pai, tutor e o único que ele tem como família no castelo, que sempre tinha sido seu lar há sete anos. Tinha de tudo. É tratado como um príncipe pelos três reis. Mas só se sentia verdadeiramente ligado ao vampiro com cara de anjo.

Mas toda aquela pompa estava para acabar. Lucian tinha em sua mente que aquilo não era mais para ele. Só tinha que encontrar um meio de sair e levar Alec com ele.

– Eu realmente gostaria de poder falar com alguém sobre tudo isso. É uma droga! Eu acordo toda noite com essas merdas de imagens gritando na minha cabeça. Você sabe o que são, e não me ajuda.

– Controle sua boca, Lucian. Não está falando com as sua garotas. Eu não vou aturar isso. Não pense, que só por que meus poderes não funcionam com você, que eu vou te aliviar. Ainda sou mais velho e seu único guardião. Eu exijo respeito.

– Quer respeito? E eu quero respostas. Que tal trocarmos?

– Realmente, hoje você está um ogro. Vamos caçar. Isto deve ser fome de sangue.

– Não quero caçar. Estou irritado, porque dormi mal. Dormi mal, porque estes malditos sonhos não saem da minha cabeça, e eu sei que você sabe o que são, e não quer me ajudar. Como sempre.

– Eu não posso Lucian. Eu já disse. Lamento, mas a jornada em busca da verdade é sua filho, e terá que faze-la sozinho.

“Jornada.” De novo aquela palavra. Estou mesmo em uma maldita jornada, em busca de fantasmas. Só pode.

Alec proferiu estas palavras, saindo do quarto de Lucian, deixando-o sem palavras, com a mente em turbilhões. O que ele quis dizer? Que jornada? O velho joalheiro, e agora Alec. Como sair de Volterra em uma Jornada, rumo às Américas e sozinho. Pelo visto, Alec não parecia interessado em acompanhar essa “Jornada.”

Uma viagem! Talvez férias. Poderia tirar férias, se quisesse? Sair do palácio. Mas para onde iria? Aonde buscaria respostas? Andar por todas as reservas indígenas das Américas, perguntando sobre lobos gigantes?

Mais uma vez ele tocou seu medalhão de prata, com as inscrições na língua estranha. Olhou seu computador na mesa de tampo de vidro. Foi até ele, abrindo o notebook. Passou os dedos nas teclas... Mas protelou, com a tela do Google, acesa à sua frente... Não! Não poderia usar a rede ali no castelo. Tudo é monitorado. Gianna! Nada passa por ela. Ela verifica tudo. Cada e-mail, cada site, que os vampiros usavam dentro do castelo. Teria que esperar para ter suas respostas. Gianna cuida das redes on-line. Eles não eram amigos. Ela tinha a estranha mania de vigia-lo pelo castelo. Lucian sabia o motivo daquela atenção especial a ele. Ela e Nahuel são amantes. E vigiar os passos de Lucian, parecia uma distração para o casal bizarro...

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