Meu Amor Imortal 2 - O Legado escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 2
Capítulo 2 - NASCIMENTO DE LUCIAN O PRÍNCEPE


Notas iniciais do capítulo

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.
Clarice Lispector



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O nascimento de Lucian Volturi, o príncipe de Volterra .

(Alguns anos antes )

Os grandes portões de ferro se abriram, deixando a passagem livre para
o carro de luxo entrar. Um belo sedã Honda civic preto de quatro
portas, que estava com uma densa camada de poeira da estrada, que
denunciava a viajem longa que fizera, com seus vidros escuros, que
não permitiam que a luz do sol penetrasse o carro, percorreu a
pequena estradinha de pedra, e logo um jardim imenso se estendeu à
frente, e o castelo dos Volturi começava a surgir. Soldados
aguardavam na grande entrada o carro parar. Um deles abriu a porta
para o visitante que acabava chegar. Alec desceu, entregando a chaves
para o soldado, que parecia relutante em pegar. Alec olhou firme
para o soldado Volturi.

– Guarde o carro e mande Felipe levar as malas para meu quarto.

Alec disse e saiu, não esperando a resposta. Abriu a porta de trás,
tirando a criança de dentro. Os soldados se olhavam ainda mais
confusos. Mas Alec não parou para falar mais nada. Seguiu entrando
no castelo, tendo olhares curiosos acompanhando-o em cada passo.
Ninguém o parou, ou ousou perguntar-lhe algo. Ele seguia à passos
firmes, até a sala do trono. Parou na frente da porta. Mas esta não
foi aberta como sempre acontecia, quando ele se aproximava. Suspirou
pesadamente, olhando a criança em seu colo, que olhava para ele com
expressão de curiosidade. Ele empurrou a porta, e logo pôde ver
seus antigos mestres, em sua posturas de sempre. Percebeu o olhar que
todos da sala lhe lançavam. Jane olhava para ele, era estranho
reve-la depois de tudo. Ela apenas esboçou um sorriso frio a ele.
Aro se levantou em um rompante, vindo em sua direção, mas não se
aproximou muito. Renata veio com ele, se colocando ao seu lado para
protege-lo. Alec sentiu vontade de rir daquilo. Aro estava
visivelmente temeroso, e olhava a criança com espanto e preocupação.

– Não fará mal mestre Aro. É apenas uma criança.

Aro deu um sorriso débil à Alec, andando em volta do seu corpo, olhando
para eles, de todos os ângulos. Alec olhou para cada rosto naquela
sala tão conhecida. Eram os mesmos rostos de outrora. Imutáveis!
Felix o encarava com curiosidade, se perguntando como Alec pode ser
tão estúpido de ter voltado. Provavelmente serei eu a matá-lo.
Pensava com pesar. Nahuel olhava indiferente para eles. Marcus, com
sua expressão de tédio. Caius tinha um olhar furioso, mas esperava
Aro fazer sua análise. Chelsea não sorria abertamente para ele, mas
tentava disfarçar a satisfação em revê-lo. Heidi analisava suas
unhas, se mostrando pouco interessada em tudo. Jane estava com uma
expressão de morte, como se aquardando, a qualquer momento a ordem
de execução aos recém chegados.

Aro se aproximou mais da criança, tocando sua mãozinha.

– Interesante! Ele tem uma proteção! Não consigo ler sua mente
criança. Como sua mãe! E por falar nela. Onde está nossa pequena
infratora, Alec? Onde está
Renesmee?

A voz de Aro aumentou o timbre, quando pronunciou o nome de Renesmee.
Mas ele logo se consertou, olhando para Alec com um falso sorriso.
Alec não respondeu. Apenas estendeu seu braço e Aro tocou, lendo
as lembranças de Alec. Aro pôde ver Renesmmee fraca em uma cama,
seus olhos fechando até Alec não poder mais ouvir seu coração.
Viu uma lápide com o nome de Renesmee, e Jacob entregando a criança
nos braços de Alec. Edward conversando com ele, explicando que a
família estava desestruturada pela morte da menina. Aro soltou a
mão de Alec

–Então, ela não resistiu ao nascimento da criança _ Aro falou mas não era uma pergunta . Ele tinha um olhar perdido ao nada e tentava entender ou procurar algo mais . Na mesma hora Nahuel saltou de sua posição encarando Alec .

–Não acredito em você. Ela não está morta!!!

Aro o olhou com desprezo, voltando seu olhar para Jane, que entendeu
imediatamente o desejo de seu mestre. Nahuel caiu de joelhos, se
contorcendo em dores.

– Acredita que eu me enganei, Nahuel? Que a verdade não é essa? Que e tudo um engodo para nos enganar? _Os olhos de Aro brilhavam encandecentemente para Jason.

– Olhe a criança, meu caro amigo . Veja o que vejo. A própria evolução das
espécies imortais. Um filho legítimo de seres místicos imortais !.


Aro soltou uma gagalhada sonora. Pegou Jason do colo de Alec, levantando
ele no auto. A criança riu em expectativa. Era assim que seu pai o
levantava. Mas o vampiro não fez os sons engraçados, nem o girou, do avião .
A criança olhou com raiva para Aro.

– Olhem, irmãos! Este olhar. O olhar selvagem de um predador nato. Um Volturi.

– O nome dele é Jason, Aro.

Alec falou, mas Aro virou as costas para ele, levando a criança em seus braços, sentando em seu trono, colocando a criança sentada em seu
colo.

– Jason?... Esse não é um nome nobre.

Aro olhava Jason nos olhos, com um sorriso nos lábios.

–Seu nome agora é Lucian. Lucian Volturi. O príncipe de Volterra!

Alec fez menção de se aproximar, mas foi segurado por Felix, que em um segundo estava ao seu lado, segurando em seu ombro. Nahuel se
levantou, arrumando seu uniforme. Olhou com ódio para Jane, e essa
arqueou as sombrancelhas com um sorrizinho sutíl nos llábios. Ele
se voltou para frente, olhando para Alec.

– Pareçe que no fim, nenhum de nós ficou com ela. Não é mesmo?

Nahuel saiu do salão do trono, batendo com força a grande porta.

– Por quê ainda aturamos este selvagem, Aro?

Caius perguntou com desgosto à Aro, que não fez menção de responde-lo.Caios então se voltou a Alec com um blilho colerico no ohar !

– E quanto a você, Alec? Acha que pode vir aqui assim, depois da
traição que nos fez?

– Eu venho humildemente mestre Caius, pedir o perdão aos mestres por tudo que fiz. Foi um momento de fraqueza, ao qual eu me entreguei cegamente à
paixão de forma inconsequente e irresponsável. Rogo pelo perdão
dos mestres e juro mas uma, vez seguir e acatar as ordem de
Volterra.

– Pede perdão de forma eloquente, Alec. Mas será isso verdade, ou um plano como antes para nos enganar. Talvez, só queira é estar perto
desta criança. A única lembrança de sua amada morta!

As palavras de Caius eram repletas de ódio e escárnio. Tentava
humilhar Alec de todas as formas, mas Alec se curvou em respeito
para os três, levantando.

– Alec foi um leal soldado por muitos séculos irmãos. Sejamos
generosos com ele. Não vi nada que se parece com traição em sua
mente.

Aro falou, sem tirar os olhos da criança em seu colo.

– Chame Sulpicia, Heidi. Diga para ela que tenho um presente.

Alec queria protestar, reclamar, para que a criança ficasse com ele. Mas sabia que isso ia soar estranho. Aro não leu a promessa que ele
tinha feito à Nessie. E ele pretendia não revela-la. Era uma
maneira de se manter perto de Jason, sem Caius usar isso contra ele
para puni-lo com a distância. Sulpicia entrou na sala, com seu rosto
muito pintado de maquiagem e sua roupa chamativa demais. Andava
arqueando o corpo, revelando muito de sua pele. É extremamente bela,
mas seus exageiros a tornava irritante e volátil. Sorriu para todos,
ficando à frente de Aro, que a olhava com desgosto.

– Este é Lucian Volturi, príncepe de Volterra, Sulpicia. Uma criança, filho de imortais. Quero que cuide dele e o trate como filho.

A vampira olhou para a criança, que se encolheu no colo de Aro. Ela tentou toca-lo, mas em reação, Jason mordeu sua mão, trincando a pele dela, segurando-a firme com os dentes. Sulpicia tentou puxar a mão e gritava histéricamente. Todos na sala ficaram confusos, quando finalmente Jason soltou a mão da vampira, com um pedaço preso nos dentes. Olhava selvagemente para ela, e ela levantou a mão
para ataca-lo. Mas seu braço foi segurado por Aro com força.
– Não serve nem mesmo pra isso, criatura inútil. Nem mesmo para cuidar de uma criança.Jason cuspiu o pedaço da mão de Sulpicia no chão, ainda a olhando com raiva. Ela o encarava com ódio, pegando o pedaço de sua mão no chão.

– Isso não é uma criança. Isso é um demônio!

Aro deu uma gargalhada estrondosa, que foi acompanhada por Caius e Jane.Pegou Jason, endireitando em seu colo, olhando firmemente para o garoto.

– Força incrível. Conseguiu quase arrancar a mão da vampira. Quais
as outras surpresas que você tem pra mim, pequenino?

– Quem cuidará deste garoto, Aro? Ele precisa de cuidados. O que ele
come? Não pareceu gostar da pele de Sulpicia.

Outras risadas ao comentário de Caius.

– Alec deve cuidar dele.

Marcus disse de forma profética, e todos o olharam sem entender. Alec se aproximou, fazendo uma respeitosa reverência à Marcus. Seus olhares se encontraram, e Marcus fez um sutil gesto com a cabeça.

– Cuidarei dele, mestre.

Marcus fez um gesto com a mão, para que ele saisse. Alec olhou para Aro indeciso, mas estendeu os braços para pegar Jason, que já se esticava para ir com ele. Mas Aro o segurou, olhando firme nos olhos de Alec.

– Não se esqueça Alec ! O nome dele agora é Lucian. Deve chama-lo assim,para que se acostume e esqueça o seu antigo nome. Traga-o todos os
dias para nos ver. Ele deve se acostumar a nós. Ele é um
príncipe, e este castelo é sua casa agora. Faça-o entender isso.
E nunca mais mencione à ele, o seu passado. Diga simplesmente, que
todos estão mortos. Incluindo seu papai lobo. Estamos entendidos, Alec Volturi?

– Sim, mestre!

– Verei em sua mente se está cumprindo com a sua palavra, Alec. Nem tente me enganar de novo, ou eu mesmo cuidarei de você. Te dei a
imortalidade. Posso facilmente tira-la de você!

Alec pegou a criança, entendendo, que tudo a partir dalí deveria ser
esquecido. Ele não falaria mais o nome dos Cullen para o agora
Lucian. Ele teria que agir com cautela. Aro não é facilmente
enganado, e estaria de olho nele em cada passo que desse no castelo.
Tinha que cumprir o determinado se quisesse permanecer ao lado de
Lucian. Ele já se encaminhava para seu antigo quarto, mas percebeu
Lucian inquieto e parecia choramingar.

– O que foi, amigão? Não fique assim. Sei o que sente, mas não
fale. Nunca fale o que sente aqui pra ninguém. Nem mesmo pra mim.
Não é seguro. Entendeu, Lucian?

O menino olhou para Alec, com as sombrancelhas estreitas. O abraçou forte, e Alec pôde sentir as lágrimas que o menino deixava cair.
Mas era um choro contido. Ele havia entendido. Não falava o que
estava sentindo, nem pedia por aqueles que ele conhecia. Estava
estranhamente quieto para uma criança. Colocou ele na cama. A
criança se ajeitou entre os traveseiros. Alec ouviu batidas baixas
na porta, sem responder. Marcus entrou com Chelsea ao seu lado. Alec
os olhou sem entender. Marcus se aproximou da cama, olhando a
criança. Olhou para Alec novamente.

– Não sei o que pretendem, mas não sou estúpido Alec. Não sei como
mas vocês conseguiram enganar Aro, mas não à mim. Sinto o laço
que o une a este menino. Sei que gosta dele. Posso sentir.

Marcus sentou na cama, olhando Lucian mais de perto. A criança se sentou, fazendo também sua análize. Marcus esboçou um sorriso quase
imperceptível, e falou com o menino, como se ele o entendesse muito
bem.

– Sua mãe saiu daqui devendo algo muito importante pra mim. Sei que
ela não morreu. Ela ainda me deve algo. Não esqueci, garoto. Diga
isso a ela quando vê-la novamente. Eu estou esperando, jovem Lucian
de Volterra. Terei minha resposta? Ou será você a me dizer? Eu
esperarei. Não há pressa para seres como nós.

Marcus saiu com seus passos de sombra, deixando os três sem entender nada. Alec olhava para Chelsea, que colocava a mão na boca para não gargalhar alto.

– Sabe do que ele está falando?

– Claro que não, Alec. Só veio atrás de mim, quando percebeu que eu
viria para cá. Ia disfarçar, indo para outro lugar, mas ele disse
para eu continuar meu real trajeto. Isso foi muito esquisito, Alec.
Hoje, realmente é o dia das esquisitices. Mas olha isso, Alec.

Chelsea se abaixou na altura de Lucian, o olhando com indisfarçavel admiração.

– Nossa! Ele é lindo! O que ele é exatamente? Posso ouvir seu
coração. sua respiração.

Chelsea esticou a mão para toca-lo mas parou receosa.

– Não vai me morder, né pequeno? Só quero sentir sua pele. Não vou
machuca-lo.

Lucian não se encolheu. Ficou imóvel, e Chelsea o tocou, sentindo a quentura de sua pele.

– Nossa, ele é quente! Ele é filho do lo...

Alec não deixou ela terminar, fazendo um sinal de negativo com a cabeça.Chelsea se levantou, encarando Alec.

– Ele sabe, Alec? Quem é seu pai? O que vai fazer, dizer que é seu
filho, por ai?

– Claro que não. Ele sabe por enquanto, mas vai esquecer. Espero que me ajude com isso. Não pode ficar falando isso para ele toda hora.
Ele precisa esquecer sua antiga familia. Só assim, estará
protegido de tudo. Você sabe o que eu estou falando, Chelsea.

– Sim, sei. Mas e depois? Quando ele crescer e fizer perguntas, o que dirá a ele?

– Que ele terá que procurar suas respostas sozinho. Não poderei ajuda-lo quanto a isso. Ele deve saber de tudo, mas não serei eu a dizer. Meu trabalho é cuidar dele, para que nenhum mal aconteça a ele, e tentar fazer com que ele não se torne um mostro como nós.

– Vai deixar ele com fome?

– Não. Ele bebe leite, come comida normal, Chelsea. O sangue que ele bebe é irrisório. Nem daria para matar ninguém.

– Agora. Mas ele crescerá, e com isso, sua sede. Logo o sangue será

bem tentador a ele, como é para nós. O que vai fazer?

–Vou leva-lo para caçar animais, como os outros.

– Aro não vai permitir isso, Alec. Não permitira que o alimente como os Cul...

– NÃO SEI! PARE DE FAZER PERGUNTAS!

Alec estava impaciente e berrou a frase com ódio. Começava a se
instalar dentro dele, uma raiva mortal por tudo isso. Pela morte de
Nessie. De ter que voltar para o castelo. Destruiu uma mesa antiga e
pesada, com um chute violento, fazendo-a se espatifar na parede.
Chelsea se retraiu e Lucian começou a chorar copiosamente. Alec o
olhou com pesar, e a criança se encolheu em meio aos traveseiros da
cama.

– Ei, desculpe amigo. Não quis assusta-lo. Venha, isso não foi nada
pequeno. Nada.

Alec pegou Lucian no colo, o ninando. Chelsea o olhou com admiração,
sem acreditar no que estava vendo. Alec a olhou em dúvida.

– O que foi?

– Se alguém tivese me contado que eu veria essa cena hoje, eu teria
pensado o quão louca esta pessoa seria. O que aconteceu com você,
Alec? Olhe para isso e... Olhe seu olhos. Estão dourados como os
deles. Você realmente conseguiu ficar sem sangue? Eu tô muito
surpresa de verdade. Nem consigo colocar em palavras meu espanto.

– Não se incomode em ser expressiva Chelsea. Saia daqui agora. Nos
deixe em paz.

Chelsea se aproximou de Alec, tocando os cabelos do menino. Alec a olhou desconfiado.

– Eu não estou sendo sarcástica. Vou ajuda-lo Alec, pelo menino! Vou
até a cozinha, buscar algo para ele comer. Você provavelmente não
percebeu que ele está com fome.

Chelsea saiu como um vulto, fazendo sua capa negra farfalhar no chão. Bateu a porta, e
Alec olhava para Lucian com curiosidade.

– Não me olhe assim. Ela nunca foi gentil comigo. Até achei que me
odiasse. E pra você garotão? Acho que as vampiras tem um fraco por
você.

Alec riu de sua própria piada, e Lucian o tocou no rosto, em um carinho
infantil.

– Obrigado! Vamos cuidar um do outro meu amigo. Vamos nos vigiar para andarmos na linha aqui dentro, certo?

Lucian sorriu, encostando a cabeça no ombro de Alec, bocejando e esfregando seus olhinhos.

– Hora do soninho?

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( Uma semana depois )

– Você não para de me surpreender meu irmão. De babão apaixonado ababá limpadora de caca. Hunf! Mamãe deve estar se revirando na
cova vendo isso.

Alec afundou a ponta da caneta no papel, fazendo a tinta sujar tudo. Jogou tudo fora, se
virando iritado para Jane, que continuava parada, olhando a criança
adormecida na cama grande de casal.

– Fale o que quer e saia, Jane. Ou você não quer nada? Só entrou aqui para me encher?

Jane não olhava para Alec. Tinha toda a sua atenção presa na criança adormecida.

– Nem mesmo o tempo ou a distância fará com que sua origem seja esquecida, pedaço de carne suja!

Alec se indignou com as palavras de Jane. Ela olhava com ódio para o inocente bebê. Alec a pegou pelo braço, jogando-a para fora do quarto. Jane se virou enfurecida, lançando seu dom de dor pra cima do irmão. Mas este nem se mexeu. Ela o olhou assustada e tentou novamente. Alec percebeu sua intenção e olhou para Lucian, que estava acordado e de pé ao seu
lado, olhando de forma desafiadora para Jane. Ele era um escudo, como
Bella. Jane percebeu, olhando com desgosto a criança. Saiu
proferindo palavrões em todas as línguas que conhecia e Alec pegou
Lucian no colo, sorrindo para ele.

– Isso é novidade. Quer dizer que é um escudo também? Quando vai

parar de me surpreender?

Alec o colocou de novo na cama, ajeitando suas cobertas. Não que ele precisasse. Era mais cuidado, e o menino gostava de dormir aninhado a elas.

– His..toria, Ala.

– Já contei a sua história, Lucian.

– Mas eu cordei novo, Ala.

– Você não é mole garoto. Vamos lá!

Alec se deitou na cama ao lado de Lucian.

– Há muito tempo, havia duas crianças especiais, que viviam em uma aldeia. As pessoas fugiam delas porque eram diferentes. Tinham dons
especiais. As crianças eram muito pobres e passavam o dia nas ruas,
tentando conseguir alguma comida para levar para casa, mas era
difícil, porque as pessoas tinham medo das crianças e as outras
crianças viviam a persegui-las, provocando e caçoando delas.
Tacavam pedras e restos de comidas estragadas em cima das crianças,
que tentavam se proteger e ...

Alec parou quando viu Lucian adormecido, com seus olhinhos fechados. Tocou a testa do garoto em um afago e o menino sonolento balbuciou.

– Mamãe adê... cê? Não deixa... pa... ela me esperar. Mãe...

Ele estava sonhando, e o peito de Alec se encheu de saudades ao lembrar de Nessie. Se ajeitou no traveseiro, olhando o teto do quarto. Fechou os olhos, com a esperança de poder dormir novamente e ter sonhos. Os mesmos sonhos que tivera ha um tempo atrás com uma bela mulher, que
ele não via o rosto claramente, mas sentia sua pele morena caramelo
com olhos tristes, de um castanho profundo. Seus cabelos de um tom
castanho claro, que caiam como uma cortina. Eles constratavam com
sua pele morena. Os lábios eram macios como pêssegos maduros e
suculentos. Seu cheiro de mel e glicinias era avassalador. Alec abriu
os olhos, saindo da cama. Se aborrecia toda vez que lembrava daquele
sonho.

– Maldita feticeira! Por que não me deixou simplesmente dormir em

paz? Tinha que colocar essa imagem na minha mente? Este sonho maldito!!!

Olhou para Lucian, que dormia tranquilamente.

– Não sabe como eu o invejo pequenino. Queria dormir como você. Devia ter pego a receita do chá com a feiticeira. Mas por que mesmo eu tomei o chá? Não me lembro! E o maldito borrão de novo não me deixa lembrar. E talvez eu nem deva lembrar, e não vou nem tentar.

Sentou novamente na escrivaninha, pegando outra folha em branco e uma nova caneta. Era uma distração para ele. Escrevia à mão. Não conseguia se adaptar aos computadores e achava-os impessoais. Ninguém mais escreve à mão. Daqui a pouco, nem saberão como fazer. Pensava, escrevendo mais um poema. Era o que fazia antes de Jane o interromper com sua visita sem convite e indesejada.

Estranho é seu rosto à mim.

Mas minhas mãos conhecem seu corpo

Percorrem ele com entendimento e saciam os desejos de sua carne morna e doce.

Seu sangue tão tentador e proibido fazem minha garganta arder, mas minha pele arde mais de desejo e quer te devorar sem pudor ...

Mas..que droga!!!_Alec amassa a folha com raiva, jogando-a pela janela.
Levanta e beija a bochecha de Lucian

– Preciso caçar, amigo. Vou chamar Chelsea, para fazer companhia em seu sono. Nada de seduzi-la a contar mais histórias, se acordar. Hem, moleque.

Alec dizia isso, saindo pela porta. Encontrou Chelsea nos jardins e pediu que olhasse Lucian.

– Onde vai a esta hora Alec?– Preciso caçar estou com sede

–Hmf! Duvido que com esta sede toda, você se contente em caçar

animaizinhos saltitantes da floresta.

– Não enche, Chelsea.

A vampira ria com vontade, indo para o quarto, ficar com Lucian.

Não se envergonhe, meu amigo. Ela está morta. Não se importara com suas indiscrições.

Alec fingiu não ouvir e continuou seguindo até a garagem, mas ele sabia que Chelsea estava certa. A sua sede era atroz. Um simples animal não o saciaria.Precisava de um presa humana. Uma com a pele morena e de lábios de pêssego. Soltou um rosnado involuntário e sua boca se abriu em expectativa. A sede o consumia, deixando-o quase irracional. Sabia o quanto isso era perigoso. Tentava de todas as maneiras se controlar.

Saía para caçar com Lucian mas o sangue dos animais não o saciava
completamente. Era frustrante. Tentava disfarçar, para que Lucian
não percebesse, mas o menino não parecia notar. Eram raras as vezes
que Luciam precisava de sangue. Por isso, a sede de Alec estava
atroz. Já fazia dias que eles não caçavam, e tentava estar com
Lucian o tempo todo, para que os outros não tentassem a criança
com sangue humano. Mas esta noite ele ia seguir seus instintos. Ia se
entregar à sua natureza imortal. Seria o predador da noite, e que os
anjos acolham a alma de sua vítima. Pois esta noite ele sairia para
matar. O porsche conversível de Felix cantou pneu com a ré
descuidada. Alec pisou fundo no acelerador, sem se preocupar com a
fúria de Felix, por ele ter pego seu amado porsche prata. Sorriu
maldosamente, imaginando a cara de Felix quando se desse falta do seu
mimo, como ele mesmo referia-se ao carro. Mas uma sombra logo fez seu
sorriso se desmanchar, ao se lembrar de Nessie. Seu anjo de bondade,
que sempre o incentivava a não fazer mal aos humanos.

– Me perdoe Nessie onde você estiver ... Mas essa noite não !



















































































































































































































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Notas finais do capítulo

Oi meninas e meninos !!!
Bem estes dois capítulos foram especiais de estreia hahhahah .
A postagem ficará domingo e quarta . estão até quarta galera .
bjs