The Only Exception escrita por Srta Lilian Tiff


Capítulo 1
One Shot


Notas iniciais do capítulo

One Shot mais lindinha desse mundo *-*
Primeira fic Elementary *O*
Boa leitura!



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Aquele caso levou uma madrugada toda para ser resolvido, onde nenhum dos dois acabou dormindo. Foram várias viagens entre o apartamento, delegacia, hospitais e coisas do gênero. Joan estava tomada pelo cansaço, tanto que andou da rua até a entrada do apartamento com Sherlock a sua cola e nem se importou com as inúmeras loucuras que ele dizia e nem com a fina garoa que despencava do céu frio e cinza de Nova Iorque. Já havia passado das 13h quando chegaram em casa. A morena ainda mantinha-se calada, subiu as escadas com dificuldade e exaustão, onde seus castanhos olhos orientais estavam ainda mais fechados. Sherlock ficou no andar de baixo, andando pelos cômodos, ligando as suas televisões e procurando por café. Joan chegou em seu quarto, pegou uma roupa de abrigo e depois correu para um banho rápido antes de jogar-se me sua cama e dormir por muitas horas.



Enfim estava relaxada em sua confortável cama, usava uma calça de abrigo cinza e uma regata preta, enfiou-se debaixo das cobertas e deixou um suspiro de alivio escapar. Ficou encolhida, deitada de lado e abraçada a um dos travesseiros. O mais estranho é que Sherlock estava quieto, quieto demais. Porém despreocupou-se, provavelmente tinha ido dormir. Logo foi pegando no sono tão desejado, suas pálpebras foram se fechando e aquela iluminação escassa e o som do chuvisco na janela serviam como calmante. Mas nada é tão perfeito.




– WATSON! – Sherlock entrou gritando feito um louco no quarto da morena, como de costume. Ela apenas bufou e nem se mexeu, sentindo o coração bater na garganta pelo susto. – JOAN WATSON!




– O que foi Holmes? – Disse em tom de voz grave e cobriu sua cabeça com a coberta.




– Eu estou entediado e sem sono, não posso dormir, pois tenho que aproveitar essa euforia para resolver enigmas... – Ele andava de um lado para o outro do quarto.




– Sem sono Sherlock? Como você pode estar sem sono? – Foi então que ela apoiou-se sobre os cotovelos para enfim olha-lo. Sua voz emudeceu por alguns segundo e seus olhos fixaram-se nele. Estava sem camisa e usando uma calça jeans preta, e mesmo naquela fraca luz deu para reparar no corpo definido a tatuado que tanto chamou-lhe a atenção no primeiro dia que o viu. Recuperou o foco e voltou a deitar-se. – Por favor, Sherlock, eu preciso, urgentemente, de muitas horas de sono.




– E aqueles métodos para espantar o sono?




– Não funcionam em casos extremos como esse e...




– Posso dormir aqui com você então?




Silêncio. Joan mais uma vez apoiou-se sobre os cotovelos para encará-lo. Queria ter certeza de que falava sério.




– Holmes, eu não posso permitir...




– Claro que pode, quem não deve não teme e eu sei das minhas intenções, quero deitar e dormir, apenas. Estamos com frio e seria agradável uma companhia. – O silêncio prevaleceu enquanto Joan buscava uma outra saída. Ele permaneceu ali parado, de pé e com os braços dobrados às costas. Sorria daquele jeito cínico e desligado.




– Ok Holmes, pode dormir aqui, mas sem gracinhas, ouviu bem?




– Sem gracinhas... – Ele juntou os dedos em cruz e beijou-os, fazendo aquele sinal de promessa. Watson suspirou.




– Sei que vou me arrepender por isso. – Foi a ultima coisa que disse quando deu um dos travesseiros para ele e voltou a deitar-se de lado, de costas para ele e cobrindo-se até o nariz. Ficou tensa, de olhos fechados, sentindo os movimentos lentos e calculados dele se ajeitando sobre a cama. Ele estava tão próximo. Sua branca pele arrepiou-se quando ele entrou embaixo das cobertas e o frio a tocou bem rápido. Ele parou, deixando o colchão com aquela inclinação natural de alguém sobre ele, ainda mais pelo fato dele ser maior que ela que tornava aquilo tudo mais excitante.



Mas tinha que se controlar.


E tinha medo. Medo de que ele percebe-se, com aquela dedução demoníaca, o que ela estava sentindo.


E ele estava.


Então ele voltou a se mexer, aproximando-se ainda mais dela e passando as mãos largas pela cintura dela, encostou seu corpo por toda a extensão das costas da morena, dando um atrito um pouco mais intenso nas áreas entre seu abdômen e o quadril dela.



– Holmes, eu disse sem gracinhas... – Descobriu seu rosto e olhou-o por cima dos ombros.




– E eu entendi Srta Watson, porém não estou fazendo nada que você não queira. – Calou-se esperando uma reação dela, que apenas suspirou vencida. – Percebe? Então vamos ficar quietos que logo pegaremos no sono.



 

– Mas isso não esta correto Sherlock... – Essa frase o arrepiou. – Eu sabia que eu ia me arrepender.


 

– Você só está arrependida pelo fato de eu ter percebido sua atração por mim, mas isso eu já peguei desde o dia em que você entrou pela porta de entrada Watson. - Aquele sotaque britânico. Rápido, preciso e delicoso pousando em seus ouvidos.



– Ok, agora fique quieto...




– Por você nega Joan? – Disse o primeiro nome e ela sentiu uma queimação no baixo ventre. E foi de enlouquecer.



– Eu não nego, bom, não exatamente...




– Tudo bem, eu não toco mais no assunto.




– Eu agradeço. – Seu tom de voz foi de ironia e irritação. Votou a relaxar, ainda de costas para ele.




Silêncio.




A garoa ainda batia contra as paredes externas do prédio, mas a cama realmente estava mais confortável, quente. Porém estava insuportável permanecer no mesmo espaço que ele. Joan lutava contra ela mesma. A pele dele estava fria e úmida, provavelmente havia acabado de sair do banho antes de ir até lá. Emanava o seu perfume exclusivo justamente ali, em tão pouco espaço. Seu hálito cheirava a menta, igual daqueles enxaguantes bucais que tanto gostava. Sem contar aquele cheiro de café com leite que escapava naturalmente de sua pele.



Ele suspirou, parecia chateado e ela percebeu.



– O que foi agora Holmes?




– Estou pensando em como será quando você partir. – Os dois ficaram tensos e ela virou de frente para ele.




– Eu já disse que será preciso.




– Não, não é. Eu mando um e-mail para meu pai e peço mais um tempo. Eu não quero outra pessoa como babá, quero você! – Os fatais olhos azuis pousaram sobre os dela, estavam aflitos e desesperados, ainda mais lindos por estarem contra a luz fraca que entrava pelos vãos da janela.




– Quero você? – Ela olhou para baixo e riu. – De qual novela você decorou isso desta vez?




– Joan Watson, eu estou falando sério... – Seus olhos petrificaram e hipnotizaram os dela, fazendo-a encarar séria.




– Sherlock, você não entende.




– Você que não está entendendo Watson. Eu só não consigo mais imaginar minha vida sem sua presença interessante e engraçada. Ou você acha que as "outras babás" irão me acompanhar como só você faz? - Ele suspirou e pareceu pensar no que falar. - Você é a unica exceção!




Calaram-se, olhos vidrados um ao outro, úmidos e brilhantes.



Aquele cheiro, o seu cheiro, só dele. O corpo semi nu e tatuado a sua frente, causando-lhe sensação que a tempos não sentia mais. Sua ironia, cinismo e inteligência. Como poderia viver sem ele agora que já estava viciada em suas manias e loucuras?



Ela sorriu ao "digerir" o que ele havia dito, ele sorriu de volta, parecia ler seus
pensamentos e isso o tornava encantador.



– Tudo bem Sherlock, eu entendi. Mas por favor, vamos dormir agora. Depois vamos conversar sobre o que fazer, ok?





– Ok. - Ele sorriu, um sorriso sincero e meigo, aquele que ela jamais viu.




A mão que ainda estava sobre a cintura dela subiu até as costas, trazendo-a para mais perto e apoiou seu queixo sobre a cabeça dela. O rosto de Joan ficou entre seu ombro e pescoço, ponto em que seu aroma estava ainda mais gostoso. A outra mão dele entrou por baixo do travesseiro, acomodando os corpos. Estavam ambos em apenas um travesseiro e no centro da cama.




– Até quando você vai resistir Joan Watson? - Ela bufou, dessa vez irritada e morta de sono a cada minuto perdido. A garoa havia se tornado em forte chuva, fazendo aquele som maravilhoso contra o telhado e ele não a deixava dormir.




– Durma bem Sherlock! - Ela então passou seus braços pelo pescoço e ombros dele, acolhendo ao seu cheiro viciante e ao corpo tão desejado. - Espere só até eu me recuperar desse sono Sherlock Holmes, espere só...




– Vou esperar sim, esperar você perder o controle. Só preze para que eu não perca primeiro.




Ambos riram baixo e depois ficaram mudos. Watson, enfim, havia dormido. Afogada em um sono profundo e relaxante que nem mesmo Sherlock Holmes poderia acorda-la naquela tarde fria.



*-*-*-*-*-*-*-*-*-*


Passaram-se horas e ela dormia de seu jeito lindo, calma, sem mover-se muito, cada vez mais presa ao aconchego e calor de seu braços. Ele não pregou o olho, nem sequer um segundo. Não conseguia deixar de observa-la, fixo e atraído pela beleza oriental que ela possuía.



Sabia que Nova Iorque passava pelo período de chuvas e frio. Isso poderia se repetir por longos e deliciosos dias, daqueles que ele nunca havia provado. Sabia também que paixões poderiam estragar seu raciocíonio, mas com ela era diferente, pois ela o acompanhava sempre. Ela o protegia.




Um raio cortou o céu que escurecia e uma forte trovão fez Watson estremecer e despertar.




– Está tudo bem Joan, não se preocupe com seu medo de raio agora.




– Como você sabe que eu tenho medo de... - Disse com a voz baixa e tremula, os olhos mal se abriam para olha-lo.




– Conversa para outra hora querida. - Beijou-lhe a testa e deitou a cabeça no
travesseiro, de frente para o rosto dela. O semblante da morena mudou na mesma hora.




"Querida"




– Volte a dormir Joan.




E assim, com um belo sorriso esboçado no rosto, que ela mais uma vez se acolheu nele, e dormiu novamente. Não tão profundamente como antes, pois percebia que ele a observava e não conseguia tirar suas palavras da cabeça.



Estavam arriscando tudo com o que estavam vivendo naquela tarde. Mas precisavam se permitir. Pois tudo, a partir dali, seria complemente diferente.



 


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? *O*