I Knew You Were Trouble escrita por Juliane Bee


Capítulo 44
Now you're just somebody that i used to know..


Notas iniciais do capítulo

Oiie! Perdoem a demora! Muito obrigada pelo apoio, eu amo vocês ♥ Well, estamos na reta final e em menos de 10 capitulos diremos adeus a Charlie e Sebastian :´( Esse capitulo está bem família, bem reconciliação mesmo. Minha semana foi corrida, e as próximas serão mais ainda. Me desejem sorte! Que saudades do Sebastian!!! Próximo capitulos erá um POV dele :))) Espero que gostem!
Sem mais delongas, boa leitura!



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Que você me vem na memória..

Eu penso 24 horas em você

Estou sem tempo pra te esquecer.

Mas se tiver que me deixar, vai deixando devagar..

Deixa eu me acostumar, com a sua ausência.

(...)

P.O.V Charlie

Assim que saí do hospital, fui direto para casa. Não a minha casa, mas a de minha Avó. Esse momento que tive no hospital me modificou. Toda vez que você vai a algum lugar assim, você se transforma. Só de entrar em um hospital você já se sente sortudo -ou como muitos dizem, abençoado- por estar vivo. Queria poder mentir para mim mesma, mas não consigo. Meu coração sabe que essa foi a última vez que a vi. Bella merece descansar, e se assim for, todos vamos aceitar e lembra-la como uma vitoriosa.

Não porque ela lutou contra a doença a vida inteira, mas sim porque ela teve forças para continuar todos os dias.

Quando cheguei com dois indivíduos sentados no sofá. Os observei e passei direto, indo em direção a escada.

–Charlotte, pode voltar aqui. Por favor, nos conceda o ar da sua graça - Vovó falou tentando quebrar o clima.

Fui até eles, ainda sem encara-los diretamente. Sentei ao lado dela, e fiquei encarando o chão.

–Por favor filha, não nos trate desse jeito - Meu pai falou meio transtornado.

–Voces preferem que eu minta, dizendo que está tudo bem? Eu posso me espelhar em vocês, e fazer isso. Mentir e mentir..

–Charlie! - Vovó me repreendeu.

–O que? É a mais pura verdade.

–Tudo bem, Mãe. Nós conhecemos a Charlie, é do temperamento dela - Mamãe completou, fazendo meu Pai rir - Filha, eu sei que qualquer coisa que nós falarmos agora não vai justificar o fato de que mentimos para você, mas nós tínhamos certeza de que ele não era má pessoa.

–Só me falem o porque, porque vocês fizeram isso? - Falei os encarando. Minha mãe suspirou e meu pai balançou a cabeça.

–Sua Mãe não teve culpa nenhuma - Ele disse.

–Então porque, Pai? Porque você colocou aquele cara dentro da nossa casa, depois de tudo que ele fez? Você sabia que aquilo era importante para o Luke - Já estava com lágrimas nos olhos - Droga!

–Charlie, quando eu vi aquele garoto desacordado no meio da estrada, tremendo de frio e com sangue na roupa, eu tive que ajuda-lo - Ele soltou o ar, e minha mãe afagou suas mãos - Eu não consegui ajudar Luke, eu não consegui fazer nada. Por mais que nós pagássemos os melhores médicos, fizéssemos qualquer coisa, não era suficiente. Nós não conseguimos salva-lo, infelizmente ele nos deixou. Com Sebastian, eu percebi que não precisava salva-lo da morte, mas sim do que ele estava se tornando - Eu nunca tinha visto meu pai daquele jeito, tão desarmado e frágil - Eu sei que se tivesse sido um pai diferente, não sei, talvez Luke não tivesse feito algumas escolhas, e estaria aqui. Mas eu sou só um pai, eu não estou sempre certo e eu também erro. Infelizmente meu erro custou um filho, e eu não quero que custe você. - Ele estava com os olhos vermelhos, e minha mãe limpava as lágrimas com a manga da blusa.

–Pai, não foi sua culpa Luke ter morrido - Me aproximei dele - As vezes coisas ruins acontecem com pessoas boas. -E sorri, fazendo ele perceber que estava tudo bem, ele não precisava se culpar. Eu já tinha o perdoado, mesmo ele não sendo o culpado.

–Me desculpa filha. - E me abraçou - Eu nunca pensei que isso pudesse acontecer, que você e ele pudessem se envolver desse jeito. E agora você está assim, de coração partido.

Nos soltamos e então foi a vez de minha mãe me abraçar.

–Eu sinto muito, filha. - Falou entre meus cabelos.

–Tudo bem, essa parte não foi culpa de vocês - Eles riram.

–Eu falei para ele não se envolver com você, mas..

–Mas o amor deles foi mais forte, e os uniu - Vovó cortou meu pai.

–Vó! - Falei rindo.

–É verdade, Charlie. É visível o quanto ele gosta de você. Agora que você sabe a verdade, quem sabe com o tempo você não vai perdoa-lo? - Mamãe falou.

–É, acho que não.. - Me levantei.

–Aonde você pensa que vai? - Meu pai perguntou, agora já

falando como sempre.

–Arrumar minhas malas - Eles me encararam confusos - Afinal, eu tenho que aproveitar esses últimos instantes com meus pais.

–Ah! Eu não acredito! - Minha mãe gritou dando pulinhos.

–Então você vai, filha?

–Sim, Pai. Só vou esperar a feira no final de semana que vem, e então vou para Oxford.

–Nós estamos muito orgulhosos - Eles me abraçaram.

–Tudo bem, tudo bem. Agora podem ir me soltando, vocês vão ter que se acostumar com a minha ausência.

–O que são alguns anos? - Vovó disse brincando. Anos para ela eram preciosos.

Subi até quarto de hospedes e coloquei algumas roupas na mala ainda intacta. Deixei o quarto arrumado e então desci, pronta para voltar pra casa.

Meus pais me ajudaram a carregar a mala, se despediram da Vovó e foram me esperar no carro.

–Vó.. - Falei a abraçando - Muito obrigada por tudo.

–Não diga nada, meu amor - Falou entre meus cabelos - Voce sabe que ELE tem um plano para cada um de nós. Não é coincidência Dan ter aparecido aqui, é destino.

–Sim, Vovó - Ela beijou o topo da minha cabeça e ficou acenando na porta.

Por mais que eu tenha passado somente alguns dias com ela, tudo que eu vivi aqui foi intenso. Um período de amadurecimento, e eu tinha ela para me aconselhar.

Fomos para casa, e ainda na esquina consegui notar que alguém estava na porta. Sentada nas escadas, mais detalhadamente.

–Ela já veio aqui várias vezes, e hoje chegou bem cedo - Papai disse.

–Acho que você deve conversar com ela, Chars. Aproveita que hoje você tá toda carinhosa e querida, diferente do normal - a olhei incrédula e ela riu - e escuta ela. Voces são amigas há tanto tempo, ela merece uma chance. Assim como nós, Hanna também é sua família. - Os encarei e percebi que já tinha perdido. Abri a porta do carro e desci primeiro, enquanto eles estacionavam na garagem.

–Charlie - Hanna falou levantando da escada.

Cruzei os braços e fitei o chão. Não sabia o que falar, então fiquei

quieta.

–Podemos conversar? - Ela se aproximou.

Assenti com a cabeça, e então nós começamos a andar.

Andamos em silencio até que chegamos a pracinha -sempre ela- e então ela sentou em um dos balanços amarelos.

–Porque me trouxe até aqui? - Perguntei sem encara-la.

–Eu sei como esse lugar é especial pra você, então pensei que talvez fosse mais fácil pra você me perdoar nesse lugar, você esqueceria de tudo - Ela riu fraca.

Garota esperta.

–Porque, Hanna? Me diga o porque de você ter mentido pra mim.

–Charlie, me desculpe - Falou baixinho.

–É que eu não consigo entender, como você pode? Como você pode mentir desse jeito, sabendo de tudo?

–Charlie, eu devia isso a eles, eles confiaram em mim.

–E eu? Sua melhor amiga? Meu Deus, Hanna!

–Esse segredo não era meu, era deles. E também, Sebastian ia contar a verdade, seria mais fácil de você aceitar tudo isso.

–Mais fácil de ser aceitado, claro.

–E se voltasse a ser a Charlie de antes? Só nós que te conhecemos de verdade sabemos o bem que ele te fez.

–Ah, ele só me trouxe coisas boas - Falei ironica.

–Charlie, não negue. Eu sei que você gosta dele.

–Eu gostava do Dan, mas ele nunca existiu. Nada disso existiu.

Foi tudo uma mentira. Uma mentira que você ajudou a contar. Uma mentira que você assistiu de camarote.

–Charlie, será que você nunca vai me perdoar?

–Eu não sei, Hanna. Agora você parece alguém que eu conhecia..

–Sabe Charlie, você lembra quando Luke, você sabe, depois do enterro nós fomos até a sua avó, e você ficou olhando pela janela daquele jeito. Você sabia que tinha perdido Luke. Charlie, olha pra mim - A encarei - Eu me sinto desse jeito, eu sinto que perdi você. - Ela ficou com a voz embargada - Eu sinto muito por ter mentido pra você, Charlie. De verdade. -Ela afundou a cabeça entre os joelhos e começou a chorar.

Nesse momento meu mundo parou. Foi como se existisse no mundo apenas eu e ela. Todos os nossos momentos juntas voltaram em flashes, e tudo que passamos juntas virou um filme. Era tudo tão complicado, minha cabeça parecia explodir. Foi então que eu percebi uma coisa, e com isso, um nome veio em minha mente. Hazel Grace.

Eu sei que minha história não sobre câncer, ou sobre como ser uma sobrevivente, mas uma coisa que ela menciona, se aplica a essa situação. Na balança da vida, o que conta são as coisas boas que vivemos, e olhando para trás, Hanna sempre está lá. É como se fosse involuntário, ela sempre está lá, mesmo eu não dando tanta atenção. Creio que nessa vida temos que viver o agora, e dar valor as coisas boas da vida. Perdoar é o começo, e eu já tinha botado tudo isso em prática com meus pais. E com Hanna não poderia ser diferente. Perdoar para me libertar - isso não se aplica a Sebastian (pelo menos por enquanto).

–Você nunca vai me perder, Hanna. Você é minha família também, e família a gente nunca esquece.

Ela ergueu a cabeça e se esticou até me alcançar em um apertado abraço.

–Eu amo você, Charlie.

–Eu também te amo, Hanna.

–Eu sinto muito por ter escondido tudo isso, mas não vou concordar com uma coisa - Já sabia do que ela estava falando - Charlie, o Sebastian ama você.

–O que acha de ao invés de falar sobre ele, você não prefere aproveitar os últimos dias da minha ilustre presença aqui?

–Do que você está falando? - Falou confusa.

–Hanna, eu vou embora na próxima semana.

–O que? - Falou chocada.

"Procurou-me na quarta feira,

Falamos do cotidiano.

Compartilhamos as ideias..

Que norteiam essa vida.

Ao lhe abraçar vi lágrimas..

Tres dias depois entendi.

Aquele momento feliz,

Era uma despedida."


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Notas finais do capítulo

E Aí? Gostaram?
Não esqueçam de comentar!
Muito obrigada por tudo ♥
Próximo capitulo terá mais emoções..
Uma boa semana,
Mil Beijos,
Ju ♥