Meus olhos preguiçosos se abriram, e quando levantei senti-me zonza, e minha cabeça latejava de dor.
Sentei na cama novamente, e coloquei a mão sobre a cabeça e fui ao banheiro.
Lavei meu rosto, e tomei um comprimido.
Apesar de estar com essa dor estúpida, eu já me acostumara, pois depois do incidente que aconteceu em nossa família, eu fiquei depressiva, bebia, me cortava. Então me acostumei com essa vida errada, na qual vivo.
- Bom dia Mad – disse Ariel.
- Bom dia Ari – respondi.
Caio logo saiu da cozinha quando entrei, foi para sala.
Ariel, era a única que me entendia, e que me apoiava quando eu precisava de consolo.
- Mad, vai falar com ele – disse Ariel.
- Não obrigada, não tô afim de patadas logo pelo dia – respondi irritada.
- Poxa Mad, ele só fez aquilo pelo seu bem... Bom, nenhum dos dois tem culpa, mas você que começou isso. E ontem à noite, tivemos que mentir pra mamãe. Caio que mais a encobertou. – disse Ariel.
- Okay, okay! Posso tomar meu café primeiro? – disse um pouco convencida.
- Pode, mas não demore muito...
Tomei um café preto e amargo, assim como era a minha vida.
Fui para sala e vi Caio assistindo um filme qualquer que passava de manhã.
- Posso conversar com você? – disse sentando-se do seu lado.
Ele esquivou-se de mim, olhou para o outro lado, mas ainda assentiu.
- Caio, eu sei que eu sou a pior irmã do mundo. Eu sei que deveria lhe dar exemplo, mas depois que tudo aconteceu, minha vida mudou.. Eu não sou a mesma, minha vida se tornou um maldito inferno. Eu tento bancar a forte, mas nem sempre sou... Desculpe-me por descontar em você, por falar tanta merda, por ser uma garota idiota, insegura, que não passa de uma pirralha medrosa – disse e meus olhos logo marejaram.
- Madson.... – disse com a voz rouca e baixa – Poxa, eu sei que enfrentar isso é uma barra, mas não podemos perder as estribeiras... É difícil? É sim, mas para isso estamos do seu lado, porque apesar de gritar, brigar com você.. Você sabe que amamos você. Eu amo você, prometo estar do seu lado... E aquilo, não foi culpa sua, você apenas quis se defender. – ele disse.
No exato momento desabei e pousei minha cabeça em seu ombro.
Com a outra mão ele fez cafuné em meus cabelos.
- Eu vou sempre estar com você, mana! Não se preocupe, eu tô aqui.. Shh, não chora, eu te amo sua marrenta – disse ele.
Dei um sorriso de canto, e ele me abraçou.
- Caio, apesar de eu ser um ano mais velha que você.... Você saiu muito melhor que eu em ser irmão mais velho – brinquei.
- É claro, eu sou o homem da casa, depois de papai e tenho que cuidar das minhas mulheres – riu ele convencido.
- Mas se acha né garoto? – revirei os olhos.
- Que bom que já fizeram as pazes – gritou Ariel.
Olhei e pisquei para Caio, que piscou de volta.
- Gente, vocês estão com essas caras malígnas, o que vão fazer – disse assustada Ariel.
- ATAQUE DE CÓCEGAS – gritamos juntos.
Ariel saiu correndo, mas ela sabia que com nós dois juntos, ela não media forças alguma.