Shooting Star escrita por valeriafrazao


Capítulo 8
Capitulo 7 - Duvidas




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POV Emmett

Alguns dias atrás em Washington


Estávamos na ultima semana de aula quando o Sr Sullivan me chamou para uma “conversinha particular” como ele mesmo disse naquela tarde de dezembro.

Eu já havia sido dispensando das ultimas provas pelas minhas maravilhosas notas e claro, não que eu queira me gabar e definitivamente eu não me considero um CDF, mas as minhas notas realmente eram maravilhosas, afinal eu amava meu curso e adorava saber que dentro de mais alguns semestres eu seria um arqueólogo formado.

Mas aquela conversinha com o Sr Sullivan realmente estava me preocupando, eu imagina se ele não teria descoberto sobre a festinha da ultima sexta-feira no dormitório, mas se realmente fosse alguma coisa a respeito da festa ele já teria tomado alguma providencia, afinal já havia se passado alguns dias.

Aquela festa realmente tinha dado o que falar, fora uma excelente despedida de final de semestre, regada a muita bebida e muitas mulheres e uma noite incrível com Jéssica Stanley.

Mas agora, eu me via caminhando em um corredor na direção da sala do Sr Sullivan pronto a assumir as conseqüências, porém de maneira alguma mesmo que obrigado sobre tortura eu delataria meus amigos, pois ai esta uma coisa que jamais seria, um delator.

hei pelo corredor do campus que levava até a sua sala a passos penosos até chegar de frente a uma grande porta de madeira e confesso que tive que respirar profundamente antes de bater, tomando coragem pelo que viria pela frente.

- Entre. – A voz velha e cansada do Sr Sullivan soou do outro lado da porta após eu dar três batidas sobre a mesma.

- Com licença, Sr Sullivan, o senhor queria falar comigo?

- Sente-se por favor, Sr Cullen. – Ele me respondeu indicando uma poltrona a frente da antiga mesa de mogno a qual ele estava sentado.

Fiz um gesto com a cabeça agradecendo e me sentei, esperei longos segundos enquanto o Sr Sullivan remexia alguns papeis em sua mesa e eu imaginava se não seriam fotos da bendita festa.

Bem, se houvesse alguma onde Jéssica e eu estivesse em ação eu poderia pedi-las como recordação, já que estava mesmo prestes a ser expulso eu poderia ao menos guardar o melhor da minha expulsão.

- Sr Cullen. – A voz do meu professor me tirou dos meus pensamentos absurdos, o que eu agradeci mentalmente, por que definitivamente eu não estava pensando coisa com coisa.

A verdade era que eu gostava muito do Sr Sullivan, ele já era um senhor de meia idade com traços bastante cansados o que era facilmente visíveis pela sua olheiras.

Com seus aproximados um metro e meio e sua vasta cabeleireira branca, o Sr Sullivan era mais que um professor para mim, ele era uma espécie de tutor, um amigo mais velho do qual eu poderia contar e a idéia de desaponta-lo não me alegrava em nada.

- Sim. – Respondi um tanto sem graça a espera do pior.

- Emmet... – Ele começou e sinceramente isso não era bom, por que ele havia me chamado pelo meu primeiro nome. É, ele devia ter descoberto sobre a festa. – Você esta conosco a quanto tempo?

- Seis semestres senhor? – Ok, eu seria expulso eu já poderia prever.

- Bem, Emmet eu vou direto ao assunto. – Com essa tive que engolir em seco, eu realmente poderia esperar pelo pior. – Suas notas tem sido muito boas nesse semestre e você tem despertado o interesse de certos estudiosos na área, bem o que eu quero dizer é que por seus méritos acadêmicos você irá participar de um curso em Londres.

- Em Londres? – Perguntei surpreso enquanto soltava finalmente o ar preso em meus pulmões por meu professor nada saber a respeito da festinha de sexta passada.

- Sim, em Londres, a universidade irá custiar toda estadia para você e para um acompanhante, que eu espero que o senhor tenha a sabedoria em escolher. – E com essa eu tive que pigarrear para disfarçar o constrangimento que logo me veio, pois quando o Sr Sullivan disse a palavra acompanhante em meus pensamentos esse acompanhante teria lindas pernas, traços finos e um sorriso feminino.

- Sr Sullivan eu realmente não sei como agradecer essa oportunidade, eu, eu.. eu não esperava por isso. – Agradeci esboçando toda a felicidade que senti com o convite e imaginando a cara dos meus pais quando soubessem, eles ficariam simplesmente orgulhosos.

- Eu fico feliz que tenha gostado, mas espero que eu não tenha noticias de Londres sobre certas festas como a de sexta-feira passada Sr Cullen. – E foi nesse exato momento que o meu queixo caiu. Ele sabia.

- Mas... – Tentei formular uma frase em vão.

- Emeett, eu quero que saiba que eu já fui aluno e eu quero te dizer que sei exatamente o que são semanas intermináveis de aulas e sim, todo aluno precisa de um pouco de diversão, mas o senhor há de convir que a festa que os senhores armaram chamou um pouco a atenção da reitoria do campus e por pouco o senhor, mesmo que não soubesse, não perdeu a oportunidade a este curso.

- Desculpe Senhor. – Foi a única coisa que consegui responder totalmente constrangido.

- Tudo bem, não se preocupe, vamos falar a respeito do curso.

O Sr Sullivan me explicou a respeito do curso e o que estudaríamos, era algo novo na historia da arqueologia, mas ele dizia que os arqueólogos que se encontravam em Londres estavam bem próximos de uma grande descoberta, algo que já envolvia cerca de dois anos de pesquisas.

Havia também uma lenda envolvida nessa grande descoberta o que me deixou profundamente excitado com a idéia deste curso.

Ao final de uma boa conversa me despedi do Sr Sullivan que me passou mais um pequeno sermão antes mesmo que eu pudesse alcançar a porta.

- Sabe Emmet, tem uma coisa que aprendi quando eu era um estudante, nem sempre há vida nos dá uma segunda chance, aproveite esse curso, divirta-se, mas esteja pontualmente nos horários determinados. – Ele fez uma longa pausa enquanto eu assentia. – Você já sabe quem irá levar como acompanhante?

E foi ai, que as palavras dele minutos atrás penetraram em minha mente e eu sabia exatamente quem seria a pessoa ideal a desfrutar uma segunda chance na vida comigo.

- Não se preocupe Sr Sullivan, a pessoa que eu irei levar merece essa viagem tanto quanto eu.

- O Sr me permite saber de quem se trata? – Ele me perguntou.

- Sim, meu irmão.

- Escolha interessante, Sr Cullen.

- É uma longa historia. – Respondi a ele me despedindo.

No dia seguinte embarquei em um vôo de Washington para New York a fim de convencer meu estimado irmão que há dois anos sofria pela perda de sua namorada a também ter uma segunda chance em sua vida, um pouco diferente da minha e para ele muito mais significativa.

Eu sabia pelo que meus pais contavam o que encontraria quando chegasse em casa e não me surpreendi ao encontrar um Edward deprimido e isolado e eu me vi disposto a ajuda-lo.

Fiquei surpreso quando Edward aceitou tão rapidamente, apesar de contestar um pouco, fazer aquela viagem comigo e em alguns dias estávamos em Londres.

Eu estava extremamente feliz em ter Edward comigo e via uma oportunidade de voltarmos a ser os bons irmãos que sempre fomos antes da morte de Tânya, mas havia algo estranho com ele, algo estava acontecendo com meu irmão, mas por alguma razão ele não confiava em mim para contar-me e isso começava a me frustrar.

Dois dias antes de viajarmos eu havia encontrado meu irmão acordando aos gritos chamando por um nome e surpreendentemente esse nome não era o de Tânya.

Ele chamava por... Bella?

Esse era o nome que nos últimos dias por muitas vezes peguei meu irmão chamando durante seus sonhos.

Eu perguntei a ele de quem se tratava e logo me vi frustrado quando percebi que ele tentava a todo custo me esconder.

Logo que chegamos a Londres a frustração de não saber o que estava realmente acontecendo com Edward foi substituída pela emoção do hotel em que ficaríamos instalados, pois não se tratava de qualquer hotel, era simplesmente um hotel cinco estrelas.

A ultima vez em que a Universidade havia me instalado em algum lugar realmente não era dos melhores.

Minhas ultimas lembranças era de conseguir ouvir gritos e gemidos do quarto ao lado e poderia jurar ter visto uma família completa de ratos na cozinha interna do meu apartamento e eu estava preste a extermina-los quando por algum motivo sem sentindo eu me senti mal em saber que poderia ser o destruidor de uma família inteira de pequenos roedores. Acabei pegando minhas malas e pagando eu mesmo um motel para garantir a vida de pequenos Mickey Mouses que habitavam meu quarto.

Mas agora a Universidade não havia poupado um centavo e estávamos hospedados em um dos melhores hotéis da cidade e eu imaginei que isso fosse trazer algum animo ao meu irmão.

Tentei em vão por diversas vezes chamá-lo pra sair, afinal o próprio Sr Sullivan havia me dito que eu deveria me divertir desde que eu estivesse nos horários indicados no curso, coisa pela qual eu vinha fazendo corretamente, mas Edward era irredutível e eu sabia que ele me escondia algo.

De repente a companhia de meu irmão não era bem o que eu esperava, se não fosse pela charmosa recepcionista Lauren e meu amigo fiel Jasper acho que meus dias em Londres seriam extremamente monótonos pela presença ou eu poderia simplesmente chamar de a ausência de Edward.

Com o passar dos dias acabei por deixa-lo ter seu próprio tempo e isso pareceu de certa forma ser bom, ao menos ele não chamava mais pela tal Bella em seus sonhos e eu estava pronto a obriga-lo a sair ao menos uma noite, mas mais uma vez a minha tentativa frustrada foi em vão e então decidi eu mesmo sair com a turma do curso de pesquisa.

Quando cheguei em casa altas horas da madrugada, esperava encontrar meu irmão no seu vigésimo sono ou contando carneirinhos a minha espera, mas nada, nada no mundo havia me preparado para encontrar um Edward que zanzava pela suíte do hotel conversando livremente com alguém que simplesmente não estava lá.

E eu poderia jurar que ele falava ou sonhava com a tal Bella.

Sem saber o que eu exatamente fazer, apenas segurei firmemente em seus braços fazendo-o para de zanzar pela minha frente de um lado para o outro o que deve te-lo despertado, pois Edward abriu seus olhos me fitando por alguns instantes e era perceptível que ele ainda não se dava conta do que estava fazendo.

- Que foi? – Ele me perguntou.

- Cara, você tava falando com quem? – Perguntei a ele já imaginando a resposta, mas ao contrario do que eu esperava Edward se esquivou da minha pergunta.

- Com ninguém, você ta vendo mais alguém aqui?

- Então me responde o que você ta fazendo em pé no meio do quarto falando sozinho? Por que eu posso jurar que te ouvi conversando com alguém.

- Me solta Emmet, você que bebeu demais e esta surtando e alias, onde você estava?

Você não leu o bilhete que te deixei? Eu sai com o Jasper, meu colega de sala. – E isso pareceu o suficiente para disparar algum botão interno na cabeça do meu irmão, agora completamente maluquinho, pois essa era única certeza que eu poderia ter nesse momento.

Edward estava enlouquecendo.

Como um foguete Edward correu até a mesa de centro da nossa suíte retirando um papel de lá e eu que pouco estava entendendo alguma coisa de suas ações me limitei a somente observa-lo de longe enquanto ele desdobrava o pequeno papel e caia no chão atônito com algo que ele havia lido.

Por um instante poderia jurar ver seu olhar focado em algo, mas logo se desviaram limitando-se a olhar pra mim.

O olhar de Edward era perdido como se ele tivesse feito algum tipo de grande descoberta e eu imaginava o que teria escrito naquele pequeno pedaço de papel pra desconcerta-lo daquela forma.

Me aproximei lentamente e pude observa o por cima do seu ombro o papel aberto em suas mãos.


Eu disse que você não estava sonhando.

Bella.


Eu sabia, só poderia ter algo relacionado a misteriosa Bella.

- Edward, o que significa isso? – Perguntei a ele exigindo uma resposta, estava cansado de desculpas.

- Emmett, acho que precisamos conversar. – Seu olhar ainda era distante quando ele respondeu.

- Acho que sim. – Assenti.

Fui até a cozinha e preparei duas enormes xícaras de café.

Aquela noite eu sabia que a conversa seria longa.

 

 

POV Bella

Colina do Aeroporto, 07 de janeiro de 2010.


A vida é mesmo uma caixinha de surpresas.

Mas quando se esta morta, percebemos que apenas a morte e nada mais do que ela é capaz de nos surpreender cada dia mais e mais.

Quando cheguei ao quarto de hotel de Edward eu estava terminantemente decidida a saber qual era a razão de ele e apenas ele ser a única pessoa capaz de ver-me quando ninguém mais via e qual era o sentindo afinal das contas.

Eu realmente estava disposta a passar por essa experiência e descobrir quais eram as razões para que um mero desconhecido virasse o meu mundo de cabeça pra baixo quando na verdade eu já não fazia mais parte do mundo dele.

Cheguei aquele hotel na expectativa de invadir seus sonhos e de alguma maneira descobrir o que nos fazia tão próximos, tão conexos.

Por que de alguma forma eu acreditava que a vida não havia me dado uma segunda chance de corrigir todos os meus erros, mas a morte, esta sim, queria me mostrar um novo caminho a seguir.

Eu só precisava descobrir qual.

Quando me aproximei da cama de Edward e senti novamente aquele perfume inconfundível que somente ele e ninguém mais neste mundo exalava, um perfume que de certa forma revirava todos os meus sentidos como se minha mente não tivesse mais controle de minhas ações, tudo aconteceu muito rápido.

Quando dei por mim era tarde demais, tarde para voltar atrás no ato inconseqüente de permitir que nossos lábios já travassem uma batalha prazerosa da qual Edward ou mesmo eu não oferecemos nenhuma resistência.

O calor da sua pele sobre a minha, o toque de suas mãos sobre o meu rosto e principalmente o gosto da sua língua ágil na minha boca fizeram com que tudo pelo que eu fora buscar se perdessem em segundos e eu me dei conta que de uma forma pela qual eu não sei explicar Edward exercia sobre mim o poder de me deslumbrar.

E eu estava deslumbrada.

Agora não era apenas mais uma simples conexão.

De alguma forma, aqueles cabelos cor de bronze e aqueles olhos extremamente verdes como a esmeralda mais preciosa que pudesse existir no mundo exerciam sobre mim uma força pela qual eu não via o porquê lutar e eu não sabia se eu queria lutar contra essa força, eu estava completamente hipnotizada.

Isso me fez rir internamente com a ironia de que nem mesmo em vida eu havia sentido algo assim por alguém.

Eu estava sempre tão preocupada em sair por cima em todas as situações, em ser a garota que não abaixa a cabeça para ninguém que nunca, em momento algum, eu havia me permitido sentir o que eu havia sentido quando os lábios de Edward tocaram os meus e para ser bem sincera não havia sensação melhor no mundo.

Era como se as minhas estruturas tivessem sido abaladas.

Como o corpo do iceberg em baixo da água quando o Titanic foi de encontro a ele ou como Hiroshima quando atingida pela bomba nuclear ou mesmo o Word Trade Center em 11 de setembro.

Enquanto observava a paisagem através da colina ao lado do aeroporto internacional de Londres tudo vinha em minha mente como um flash, os segundos daquela noite estavam cravados na minha memória e mesmo que eu quisesse (o que definitivamente eu não queria), eu não conseguiria arranca-los.

O sabor dos seus lábios mesmo algumas horas depois ainda estavam nos meus como café fresco na manhã, forte e saboroso.

Não havia como ser indiferente com aquele sabor, era algo simplesmente incofundivel.

Levei minhas mãos a ponta dos meus lábios, deslizando os dedos por onde os lábios de Edward haviam passado, tentando recordar e memorizar cada momento e me perguntei no processo o que raios estava acontecendo comigo.

Que sentimento maluco era aquele que me pegou desprevenida, me fazendo olhar horas pela cidade de Londres procurando encontrar por algo que eu fingia saber do que não se tratava, mas que no fundo do meu coração eu já tinha a resposta.

Eu me chutei mentalmente quando percebi que a resposta a minha pergunta estava o tempo todo comigo e eu apenas não queria admitir em voz alta por que eu sabia das impossibilidades que aquela afirmação traria para mim, então confirmei apenas em meus pensamentos.

Sim, eu estava apaixonada.

As palavras soavam tão diferente em minha mente de tudo que eu já havia vivido que precisei de alguns segundos para assimilar a conclusão que eu havia chegado.

Eu estava apaixonada por Edward Cullen.

Ao mesmo tempo em que eu percebia esta realidade outra realidade mais dura e cruel se formava em minha mente.

Eu poderia estar apaixonada, mas havia apenas um pequeno, insignificante empecilho.

Algo que aparentemente não faria nenhuma diferença, quase nada, coisa alguma.

Por Deus, eu estava morta.

E que direito teria eu de me apaixonar nessa situação? O que eu poderia fazer em relação a isso?

A resposta era tão simples que como uma forma de afirma a mim mesma pronunciei em voz alta.

Nada.

Eu não poderia fazer absolutamente nada, simplesmente por que não havia nada a ser feito.

Edward estava vivo, eu estava morta e ponto final.

- O que é nada? – Perdida em meus pensamentos não percebi a presença de Gabrielly, provavelmente me observando e eu não poderia dizer a quanto tempo ela estava ali.

- Você esta ai há muito tempo? – Perguntei me desvencilhando da resposta a sua pergunta que realmente não estava nada a fim de dividir esses novos sentimentos com Gabrielly, ainda era tudo muito confuso para mim.

- Cheguei agora, mas me conte. – Ela perguntou animada. – Como foi? Você conseguiu descobrir alguma coisa?

Eu poderia responder a Gabrielly que havia descoberto a coisa mais importante em toda minha vida, eu estava completamente apaixonada. Mas preferi ocultar isso de minha melhor e única amiga.

Eu não sabia o que Gabrielly pensaria caso eu contasse que abusei um pouco do poder da ligação que eu tinha com Edward quando o beijei, ela já havia surtado o suficiente uma vez apenas por ele ter me visto, não quis nem imaginar o que ela pensaria a respeito do beijo.

- Na verdade não. – Respondi de certa forma sincera, já que em relação à ligação entre Edward e eu, eu não havia descoberto nada de importante.

- Hum... – Seu tom era desapontado. – Mas por que demorou? Você ao menos conseguiu entrar nos sonhos dele?

Expliquei a Gabrielly tudo que ocorrera durante a noite, tudo exceto a parte do beijo, eu realmente confiava na minha amiga, mas achei que ela não entenderia bem esta questão, então por hora decidi que seria mais prudente não falar nada a respeito.

Enquanto eu explicava a ela ao mesmo tempo revivia em minha mente todos os momentos que havíamos passados juntos durante a noite e contei a Gabrielly que eu havia tentado explicar a Edward o que estava acontecendo acreditando que talvez se ele soubesse desta conexão de alguma forma ele teria respostas.

Mas no fim ele sabia tanto quanto eu, talvez até menos.

Contei a também como Edward foi relutante a acreditar na questão de estar e não estar sonhando e como eu tive que convencê-lo através do bilhete e que para isso acabei tendo que fazer uma rápida e ultima aparição com ele já acordado para constatar que ele já não estava mais sonhando e que a conexão era real.

Quando terminei de explicar isso a ela eu acabei percebendo o quão confusa aquelas palavras saíram da minha boca e de certa forma entendi que eu deveria ter mesmo mais confundido Edward do que esclarecido qualquer coisa.

Desnecessário dizer que Gabrielly achou imprudente eu ter aparecido a ela logo após a leitura do bilhete.

Minha amiga parecia bem traumatizada em relação a aparições para humanos, mas eu preferi não perguntar a respeito afinal o fantasma era ela.

No fim de toda explicação ela acabou por entender que eu não queria assustá-lo, apenas descobrir o que estava acontecendo e essa foi uma forma rápida para faze-lo entender naquele momento.

Ficamos ali durante todo o inicio da manhã debatendo teorias do que era certo ou errado naquela historia toda e se realmente valeria a pena continuar com aquilo ou simplesmente se eu deveria enfiar na minha cabeça que tudo não se tratava de uma grande coincidência e o melhor a fazer era deixar Edward em paz.

- Você tem que voltar lá. – Gabrielly disse depois de muito tempo de nossa conversa.

- Você acha mesmo que isso vai levar há algum lugar? – Perguntei mais a mim do que a ela.

A verdade, era que eu ainda temia por esse novo sentimento dentro de mim e imaginava o que uma aproximação a mais com Edward não poderia causar.

- Olhe para mim Bella. – Desviei meus olhos da cidade a nossa frente encarando o azul dos olhos de Gabrielly.

- Bella, o que sabemos sobre tudo isso? Nada. – Ela mesma respondeu sua pergunta. – De certa forma existe algo entre você e esse rapaz. – Eu me perguntei se Gabrielly teria noção do quanto suas palavras iam além do algo que ela imaginava.

- Pois bem, acho que você deve descobrir, você não tem nada a perder e se de repente tudo isso for uma forma de você se redimir dos seus defeitos em vida, das coisas que você diz ter feito, de repente... – Ela fez uma pequena pausa como se buscasse as palavras certas. - ... e se você estivesse aqui para ajuda-lo com algo?

- Mas Gabrielly, eu nem o conheço, como posso ajudá-lo com alguma coisa? – Perguntei tentando mostrar a ela a impossibilidade da sua teoria.

- Bella, eu acho que você ainda não percebeu certas coisas. Não estamos aqui para entender como as coisas acontecem, estamos aqui para fazer algo. Você se lembra quando me perguntou por que estávamos aqui? – Assenti que sim, eu ainda me lembrava muito bem. Falamos a respeito disso no dia em que nos conhecemos.

- Por que acha que ainda estamos aqui? – Perguntei a ela. – As pessoas não deveria ir para um outro lugar? Não vejo sentindo em morrer e continuarmos ao lado das pessoas que amamos.

- Sabe Bella, eu me fiz essa mesma pergunta por um bom tempo, mas cheguei a conclusão de que deve haver uma razão, afinal Deus não da pontos sem nó não é?

- Sim, mas eu não entendo. Qual a lógica de eu estar aqui?

- Uma vez, eu encontrei uma mulher, bem na verdade uma senhorinha, e ela me disse que nós estamos aqui para resolvermos alguma coisa, alguma coisa que ficou pendente enquanto estávamos vivos, talvez Bella seja por isso que estamos aqui.

E o que você deixou pendente? – Perguntei a ela.

- Acho que de certa forma eu estou aqui para proteger o meu pai. – Ela me respondeu dando de ombros. – E você Bella?


- Não sei, talvez minha família, mas eu já pedi perdão a minha mãe e eu sei que ela me sentiu, então não entendo.

- Mas você vai entender não se preocupe. – Ela me disse sorrindo e ficamos ali mais um tempo conversando.

- Você me disse que estávamos aqui para resolvermos assuntos pendentes. – Disse a ela me recordando da conversa.

- Sim, foi isso que eu te disse. – Ela confirmou. – Mas talvez no meio dessa loucura toda não tenhamos percebido que Edward pode ser seu assunto pendente, quem sabe não é a ele que você tenha que ajudar.

- Não vejo como Gabrielly. – Disse percebendo a confusão mental que se instalava em minha cabeça.

- E que tal se nos descobríssemos? – Minha amiga respondeu animada quicando ao meu lado, o que me fez lembrar o jeito de minha irmã, Alice. Só então me dei conta que eu já não via minha mãe e minha irmã há algum tempo.

- Talvez. – respondi. – Mas antes iremos ver outras pessoas.

- Quem?

- Minha família.

Gabrielly e eu ainda ficamos mais um tempo sentadas conversando sobre todas aquelas possibilidades em relação a mim e a Edward.

Quando o sol no céu já chegava próximo ao meio dia me perguntei o que Edward estaria fazendo, será que ele teria as mesmas duvidas que eu?

No fim tudo que eu tinha comigo eram duvidas, mas eu iria tira-las.

 

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Meninas, flore, amoras e graviolas..

Desculpem o atraso na postagem do capitulo, mas a vida anda complicada...

Espero que gostem, sei que vocês esperam por um POV do Ed e mais a conversa que ele Emmet terão, mas o próximo capitulo começa algumas descobertas e é preciso ser detalhado...

Um grande beijo e deixem reviews...

 




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