Shooting Star escrita por valeriafrazao


Capítulo 5
Capítulo 4 - Impressões




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POV Bella

 

Aeroporto de Londres, 29 de dezembro de 2009

 

Eu ainda estava estática a frente daqueles olhos verdes que me observavam como se pudessem me ver ou ainda eu tinha a estranha sensação de que eles já me conheciam, mas isso era definitivamente impossível e por mais que eu tentasse formular qualquer tipo de palavra nada, absolutamente nada vinha a minha mente para descrever a sensação que estava tendo diante daqueles olhos.

 

Eu o fitei por alguns breves segundos, observando cada linha do contorno do seu rosto e por Deus como ele era bonito, seu tom de pele tão branco faziam o verde de seus olhos se destacarem ainda mais e todos os traços pareciam ter sidos desenhados com tamanha perfeição.

 

Seus cabelos casualmente bagunçados era de um tom entre o loiro e o vermelho, algo mais próximo do cobre e eram simplesmente perfeitos demais, bonitos demais contrastando com seus olhos que ainda estavam fixos aos meus e eu simplesmente não conseguia parar de olhar para aqueles olhos.

 

Por um instante eu imaginei o que aconteceria se este mesmo encontro acontecesse há pouco mais de dois anos atrás e quais seriam minhas reações diante desses mesmos olhos, mas agora, era tarde demais para mim e tudo que eu poderia fazer era admirá-lo na certeza de que ele jamais me veria, mas eu estava enganada.

 

No segundo seguinte a esse pensamento seus olhos penetraram com tanta força contra os meus que eu tive que desviar o meu olhar buscando atrás de mim a quem ele encarava, mas o aeroporto estava tão repleto de pessoas que seria impossível identificar, mesmo assim, não consegui visualizar ninguém em especial que poderiam atrair a atenção daquele par de esmeraldas a minha frente.

 

- Desculpe, eu quase esbarrei em você. – Ele falou com um tom rouco tão sedutor que eu tive que me conter para não fazer algo absurdo, mas por Deus ele estava falando comigo?

 

Ok. Definitivamente algo estava errado comigo hoje, primeiro Gabrielly e agora essa mistura de Brad Pitty com Jason Presley na minha frente. Não definitivamente ele ainda era melhor que esses dois, eu não conseguia achar palavras no dicionário que definissem a onda de sensações que passavam a minha mente quando eu o olhava.

 

Mas eu estava no meio dos devaneios errados. “Concentração Bella”, pedi a mim mesma, o que realmente intrigava era como ele estava me vendo?

 

Somente Gabrielly havia me visto, mas bem... Gabrielly estava numa situação com a minha então era normal que ela me visse.

 

Me lembrei do que houve com Gabrielly um pouco mais cedo e então conclui que poderia estar novamente de frente a um novo fantasma e vamos combinar que se todos os espíritos que eu cruzasse a minha frente fossem tão belos quanto este eu já deveria ter morrido há muito tempo.

 

- Você esta bem? – Ele me perguntou e então percebi o quão idiota estava sendo em me manter calada, claro que eu já deveria ter respondido algo, mas as palavras simplesmente não saiam.

 

- Estou. – Com muito esforço foi tudo que consegui responder. Ridícula.

 

Mas minha curiosidade era grande demais para que a onda de ridicularidades parasse por ali e eu tinha que saber, tinha que perguntar,afinal, ele era ou não como eu?

 

Partindo do pressuposto do que houve com Gabrielly sim, mas e se não, como perguntar alguém algo do tipo: “Oi você morreu? Puxa eu também, acho que temos algo em comum”. Definitivamente eu precisava de uma pergunta melhor.

 

Então decidi usar a mesma tática que usei com Gabrielly se  a resposta fosse negativa, tudo que poderia acontecer era ele achar que eu sou louca. Certo?

 

 

- Você... er.. você pode me ver? – Perguntei de forma tão desajeitada que tudo que eu queria era achar um buraco e enfiar minha cabeça dentro.

 

 - O que disse? – Ele perguntou de volta, mas juro que eu o ouvi sussurrar algo do tipo “Mais do que deveria”

 

- Perguntei se pode me ver. Você esta me vendo? – Isso soava tão ridículo para mim, mas eu era tão nova nisso tudo que não tinha a menor idéia de como agir.

 

- Claro! – Ele disse com um riso nervoso nos lábios. – Não deveria?

 

Bom, ok, tudo isso não ajudou muito, mas e agora o que eu faria?

 

A pergunta que ele me fez só me davam quatro possibilidade. Duas para a verdade e duas para mentira.

 

Possibilidade 1: Eu omitiria, não diria nada e ficaria sem a resposta da qual eu esperava, afinal ele era ou não um espírito como eu?

 

Possibilidade 2: O mesmo da possibilidade 1 só que engajada ao fato de que ele me acharia uma louca, por que afinal que tipo de pessoa que acaba de conhecer a outra pergunta se ela pode te ver?

 

Possibilidade 3: Eu diria a verdade a ele caso ele não estivesse na mesma condição que eu o máximo que poderia acontecer era ter um cara lindo desmaiado no meio de um aeroporto ou ainda pior eu poderia causar um infarto neste ser o que me custaria a culpa, porém olhando por uma nova perspectiva eu teria algo pelo qual a morte valeria a pena.

 

Ok. Delete esta parte da possibilidade 3, eu não iria querer me sentir culpada pela morte de alguém, mesmo que isso viesse ao meu próprio beneficio. E isso com certeza seria de grande beneficio para mim.

 

Possibilidade 4: Eu conto a verdade, ele é um espírito, eu terei algo pelo qual valeu a pena morrer e sinceramente esta possibilidade realmente me agrada.

 

“Chega de possibilidades malucas Isabella”

 

O dono do par de olhos cor de esmeralda me fitava esperando que eu dissesse alguma coisa, e então resolvi ignorar todas as minhas possibilidades ridículas e apenas fazer o que seria mais educado.

 

- Desculpe, eu estava brincando. – Meu sorriso forçado não convencia muito.

 

- Tudo bem, é que são tantas pessoas neste lugar é normal a gente achar que não é notado. – Ele respondeu enquanto deslizava suas mãos sobre seus cabelos e eu podia jurar que ele estava tão nervoso e sem graça quanto eu.

 

Eu apenas sorri e ele devolveu o sorriso.

 

- Como se chama? – Ele perguntou. E mais uma vez eu juraria que antes mesmo que eu pudesse responder ele sussurrou algo como “Não... Bella.. favor..”.

 

Com a falta de incoerência eu decidi ignorar e simplesmente responder.

 

- Bella, quer dizer, meu nome mesmo é Isabella, mas eu prefiro que me chamem de Bella. – Como se meu nome tivesse causado uma onda de choque em seu corpo, o sentiele paralisar em minha frente e seus olhos voltaram a me olhar com a mesma intensidade de quando havíamos quase nos chocado minutos antes.

 

Sem saber o que dizer, ou mesmo sem compreender aquela reação, decidi tentar quebrar um pouco a tensão no ar e então tentei perguntar seu nome, mas antes que eu concluísse a pergunta Gabrielly apareceu por trás de suas costas de maneira que somente eu pudesse vê-la.

 

No primeiro instante tomei um susto com sua aparição afinal de contas eu não estava adaptada aquilo, os lindos olhos verdes a minha frente estava ainda tão estático que nem percebeu minha mudança de expressão.

 

No segundo instante notei que Gabrielly movia sua mão desesperada em um sinal negativo com o seu indicador e depois levava o mesmo dedo a boca com um sinal de que eu deveria ficar em silencio, eu não entendia o por que daquilo até que Gabrielly cansou de sinalizar feito uma louca e decidiu verbalizar alguma coisa em alta e bom som.

 

- Bella, o que você pensa que esta fazendo? Você não pode falar com humanos.

 

- Hein? – Eu perguntei e então ouvi o clique em minha cabeça. Aquela beldade a minha frente esta bem viva, mas como então ele poderia me ver? Falar comigo?

 

 

- Você disse alguma coisa? – Ele me perguntou e foi ai que notei que ele me via, mas somente a mim  e não a Gabrielly que agora estava do meu lado.

 

- Não, er.. desculpe, mas eu tenho que ir. – Falei sem jeito enquanto Gabrielly continuava a sinalizar que eu deveria sair dali o mais rápido possível.

 

- Ah ok, desculpe. Foi um prazer conhecê-la Isabella, quero dizer Bella. – E então ele estendeu sua mão para que eu pudesse apertá-la.

 

Posso dizer que nesta hora Gabrielly me fitava desesperada, ela dizia que eu não deveria, não poderia, bem, na realidade ela gritava que não havia contatos entre espíritos e humanos, que se eu tentasse causaria um colapso nervoso nele, por que o máximo que aconteceria seria minha mão atravessar a sua. Mas por Deus, o que eu deveria fazer, simplesmente ignorar a mão do homem estendida a minha frente e sair andado.

 

Sem que eu pudesse perceber eu já direcionava minha mão em direção a dele, por que um desejo súbito me tomou de que eu fizesse isso, de que eu tocasse sua mão e de que eu pudesse sentir talvez não o seu toque, mas ao menos o calor que surgia dela.

 

- Edward! – Alguém gritou no aeroporto chamando a minha atenção e a dele também.

 

E foi ai que percebi que a pessoa chamada era ele no momento em que ele se virou para um grandalhão bonito que seguia em nossa direção.

 

- Edward. – Sussurrei para mim mesma com a surpresa do nome.

 

- Lado de fora do aeroporto, agora Bella. – Gabrielly ordenou e antes que eu fizesse qualquer outra coisa pela qual me arrependesse eu me teletransportei para a área externa do aeroporto antes mesmo que Edward pudesse notar meu sumiço. Mesmo sabendo que agora o que eu queria era entender o que estava acontecendo.

 

E foi assim que Edward e eu nos conhecemos, mas eu ainda não sabia o que afinal nos ligava para que tivesse passado dois dias de minha morte chamando por seu nome do alto de um prédio e para que agora ele simplesmente fosse a única pessoa quando nem minha mãe, nem minha puderam me ver que conseguira esta façanha, mas de uma coisa eu estava certa.

 

Eu iria descobrir.

  

POV Edward

 

A caminho do Millennium Hotel London Knightsbridge, 29 de Dezembro de 2009.

 

 

Virei para ver de onde vinha o som do meu nome já sabendo quem o chamara e avistei Emmet vindo em minha direção, girei meu corpo de volta a ela para cumprimentá-la, mas ela já não estava mais lá.

 

Simplesmente, havia sumido.

 

- Bella. – Chamei inutilmente sem respostas girei meu corpo em 360° graus por todo aeroporto a sua procura, mas nada.

 

- A não ser que eu tenha trocado de sexo meu nome ainda é Emmet. – Emmet dizia debochado a minha frente ao me ver estático em meio ao salão do aeroporto.

 

- Agora deu pra sonhar acordado também Edward. – Meu irmão disse rindo. – Você nunca vai me contar mesmo quem é essa garota, não é?

 

Apesar da afirmação dele decidi contar o que havia acontecido enquanto caminhávamos para parte externa do aeroporto.

 

- Hotel London Knightsbridge, por favor. – Emmet comandou ao motorista de nosso táxi que assentiu prontamente enquanto terminava de carregar nossa bagagem em seu porta-malas.

 

- Edward me conta de novo, você viu quem? – Meu irmão me perguntava enquanto entravamos no táxi a caminho do hotel que a Universidade havia reservado para nós.

 

Me acomodei no banco traseiro do táxi aguardando o motorista terminar com nossa bagagem. Assim que Emmet sentou ao meu lado ele refez a pergunta mais uma vez e eu tentava assimilar o que havia acontecido no saguão daquele aeroporto antes de poder respondê-lo.

 

- Emmet, eu estava parado no meio do saguão do aeroporto, você havia ido alugar o nosso carro...

 

- Que por sinal não consegui. – Emmet me interrompeu.

 

- Sim, mas você quer ouvir ou não? – Perguntei a ele com pouca paciência, ele apenas assentiu levantando as mãos dando-se por vencido. – Quando fui procurá-lo ela apareceu na minha frente, eu simplesmente não sei como, mas ela estava lá.

 

- Ok Ed, essa parte eu já entendi, mas quem é ela? Você parece mais ter visto um fantasma. – Meu irmão dizia enquanto o taxista tomava o seu lugar diante do volante e seguia para o nosso destino.

 

Eu ainda não havia contado nada a Emmet a respeito dos sonhos de que vinha tendo, ele sabia que eu os tinha, simplesmente pelo fato de ter presenciado eu acordando chamando o nome de uma completa desconhecida por duas vezes, mas sempre me questionava e eu nunca dava maiores explicações, por que mesmo para mim nada daquilo fazia sentido algum.

 

Mas depois daquele encontro no aeroporto eu não via mais como não contar a ele o que vinha acontecendo nos últimos dias. Agora eu sentia a necessidade de falar sobre isso.

 

Respirei profundamente olhando nos olhos do meu irmão que ansiava por uma resposta minha e então comecei. Contei lhe sobre o primeiro sonho, como ela havia aparecido a mim e como tudo se desenrolara, a historia de salvarmos mutuamente um ao outro e o fato inexplicável de eu ter sonhado com uma garota que eu nunca vira antes até encontrá-la pessoalmente em um aeroporto de um lugar onde eu nunca havia estado.

 

Ouvindo minhas próprias palavras, até mesmo para mim tudo aquilo parecia extremamente absurdo. Emmet observava cada palavra que eu dizia sem me interromper nenhuma vez, exceto por alguns ahans e hãs que ele resmungava em determinados momentos.

 

- E então é isso. – Eu disse ao meu irmão ao terminar de contar tudo, seu olhar era inexpressivo como se não entendesse meia palavra do que eu acabara de dizer. – Você não vai dizer nada? – Perguntei a ele já aflito.

 

- Você realmente esta falando sério? – Emmet me olhava profundamente agora sem nenhum vestígio de humor procurando qualquer coisa que indicasse uma possível mentira em meus olhos. Assenti que não mentira em uma única palavra e então ele continuou. – Então deixe me ver se entendi tudo que você disse. Você esta me falando que sonhou com esta garota, esta tal Isabella...

 

- Bella. – Eu o corrigi. – Ela não gosta que a chamem de Isabella. – Deus, eu estava mesmo corrigindo meu irmão à forma correta de chamar aquela garota.

 

- Hã? – Emmet perguntou pela forma com que o corrigi, provavelmente ele começava a achar que eu estivesse ficando louco e para falar a verdade eu começava a pensar o mesmo.

 

- Esqueça Emmet, prossiga. – O incentivei.

 

- Que seja! – Ele me disse ignorando minha correção a respeito do nome da garota. - Você sonhou com esta tal “Bella” – Emmet deu ênfase agora ao apelido. - ainda quando estávamos em Nova York, e então você nunca há viu antes até ter este sonho e você esta me dizendo que você a encontrou aqui em Londres? É isso ou eu me perdi em alguma coisa?

 

- Sim Emmet, é isso. – Confirmei. – Eu sei que parece loucura, mas é exatamente isso.

 

Emmet levou a mão ao queixo e me fitou por alguns segundos, fiquei tentando imaginar se ele realmente não havia concluído que eu estivesse maluco com aquela expressão tão pensativa que se apoderou dele.

 

Por fim ele soltou um longo suspiro levando suas mãos até os meus ombros, enquanto olhava profundamente em meus olhos como se estivesse procurando as palavras certas.

 

- Mano. – Emm fez uma pausa e então voltou a falar tudo de uma vez. - Você esta usando drogas? Olha você não precisa mentir pra mim, se quiser não contamos nada ao papai e a mamãe e talvez a gente possa procurar ajuda aqui em Londres, ninguém vai ficar sabendo...  – Meu irmão parecia um trem bala em movimento cuspindo todas as palavras em minha direção.

 

Segurei suas mãos que estavam sobre meus ombros e o encarei firmemente o que o fez imediatamente parar de falar.

 

- Emm, eu não uso drogas e bom até onde eu saiba ainda não estou maluco antes que você siga para essa suposição, apesar de eu mesmo ter duvidas disso neste momento e sim, antes que você me pergunte eu acho isso muito estranho.

 

- Ok Ok...  Não esta mais aqui quem falou. – Emmet disse soltando meus ombros e voltando a sua atenção para fora do carro. – Desculpe. – Ele disse observando o movimento através da janela.

 

Durante todo o trajeto até o hotel não tocamos mais no assunto do que havia acontecido no aeroporto, mas apesar de as palavras não saírem de minha boca mantendo o silêncio dentro do carro elas eram permanentes em meu pensamento.

 

Eu já tinha ouvido falar de coisas como premonições que você possa vir a ter antes de conhecer uma pessoa, mas aquilo tudo soava tão estranho que eu não conseguia compreender, de certa forma eu não levava a sério aqueles sonhos. Até aquele dia, mas agora não havia como ignorá-los. Existia uma ligação entre aquela garota e eu, mas qual seria? E por quê?

 

De qualquer forma, decidi que a melhor coisa a ser feita era esquecer tudo isso antes que Emmet resolvesse mesmo me internar em uma clínica. Foi apenas um encontro casual não foi? Não haveria a possibilidade de reencontrá-la, havia?

 

Eu sabia que em uma cidade do tamanho de Londres seria impossível, um novo reencontro, mas por que me sentia desejando isso? Ok, isso soava como loucura.

 

Então a melhor coisa a fazer era mesmo esquecer e seguir com o que vim fazer quando decidi vir a Londres, recomeçar minha vida e seguir com ela.

 

A viagem do aeroporto até o hotel foi rápida, e logo estávamos de frente a ele descarregando nossas malas.

 

O hotel era algo grandioso, do tipo que você imagina Angelina Jolie e Brad Pitt passando alguns dias enquanto participam de uma convenção em Londres e não do tipo pelo qual uma universidade paga aos alunos simplesmente por irem pesquisar velharias descobertas, mas Emmet havia me dito que a pesquisa era muito importante e por isso a faculdade decidiu não poupar recursos para manter bem acomodados seus pesquisadores e alunos.

 

Como Emm havia ganhado toda a hospedagem da universidade fiquei com ele em seu quarto o que era bom por um lado, pois teria a companhia do meu irmão que há muito não via, mas por outro lado significaria pouco sossego e muita movimentação por ali, movimentação essa não só relacionada a estudos, mas se eu bem conhecia meu irmão também a muitas mulheres.

 

Um camareiro nos auxiliou com a bagagem até a porta de onde seria nosso quarto e quando abrimos a porta nos surpreendemos com uma espécie de ante-sala aos quartos que teria duas vezes o tamanho do meu próprio quarto em Nova York.

 

A “pequena” ante-sala nos pareceu extremamente confortável, com móveis em um tom escuro o bastante que criavam um perfeito contraste com as paredes claras num tom quase de pêssego.

 

No centro um jogo de sofá em couro preto e de frente um moderno aparelho de home theater com um TV de plasma da qual sinceramente eu nem sabia que existia naquele determinado tamanho.

 

Mas o que me chamou a atenção em toda a ostentação daquela sala fora um piano de cauda preto na parede norte do quarto, parede esta, substituída integralmente por vidro o que nos dava uma completa visão da cidade londrina abaixo de nós com direito a vista para o Big Ben.

 

Assim que o camareiro nos deixou a sós em nosso quarto Emmet e eu, nos jogamos no gigantesco sofá a nossa frente e nada mais pudemos expressar a não ser um “Uau” em conjunto.

 

- Cara, essa pesquisa deve ser muito importante mesmo, este hotel parece... Ah cara sei lá com que isso parece, mas é ótimo... – Disse a meu irmão ainda em êxtase com o que os meus olhos viam. – Obrigado por ter me convidado Emm.

 

- Eu que agradeço mano, por você ter vindo, fico feliz que esteja aqui comigo. Você realmente precisava sair de Nova York. – Por mais que as palavras de Emm fossem carinhosas pela preocupação que se instalara em minha família nos últimos anos, não tive como não me sentir culpado por fazê-los sofrer com a minha dor.

 

 Emmet percebeu o peso de suas palavras sobre mim e imediatamente trocou de assunto a fim de me distrair, o que naquele momento, funcionou muito bem.

 

- Eu nunca te contei o que estamos pesquisando não é?

 

- Não. – Respondi.

 

- Bom, estamos pesquisando destroços de uma estrela cadente que caiu em Londres há cerca de dois anos.

 

- Uma estrela cadente? – Perguntei me lembrando da última vez que vira uma e o pedido que fiz a ela. – Mas o que tem de tão especial nisso?

 

- Bom, na verdade, estamos correndo atrás de uma lenda no escuro. – Emmet começou a explicar. – É meio estranho por que para nós, arqueólogos, buscamos relíquias voltadas as coisas aqui da terra.

 

- Como artefatos egípcios? – Perguntei já curioso.

 

- Isso, mais ou menos como isso, mas a diferença é que artefatos egípcios existem, o fundamento de que existiram, por que são coisas daqui. Quanto a um artefato escondido dentro de uma estrela cadente é mais complicado, não há certezas e até então nunca ninguém realmente achou.

 

- Mas por que a faculdade investiria tanto em uma busca como essa então?

 

- Ah... – Emmet começou mostrando agora uma grande empolgação pelo assunto que desenrolara. – Existe uma lenda em torno de tudo isso.

 

- Uma lenda? – Perguntei incrédulo. Meu irmão estaria correndo atrás de lendas? – Que tipo de lenda?

 

- Bom, a lenda conta que quando uma estrela cadente cai traz consigo no interior do seu núcleo um pequeno artefato e aquele que o encontrar...

 

Toc Toc Toc

 

Serviço de quarto. - Uma voz gritou atrás da porta de nosso quarto.

 

Emmet fez sinal com o dedo indicador de que eu aguardasse um minuto enquanto ele atendia a porta.

 

- Boa noite senhores desculpem por incomodar. – A voz de uma pequena figura loura parada a porta irrompeu o quarto. – Estou aqui para lhes dar as boas vindas em nome do London Knightsbridge, meu nome é Jane e sou a camareira do andar de vocês.

 

- Muito prazer Jane. – Emmet respondeu a ela com um sorriso e eu apenas acenei de onde estava.

 

- Qualquer coisa que precisarem basta interfonarem e eu estarei aqui. – Ela disse já se despedindo.

 

- Claro, obrigado. – Emmet respondeu a ela se afastando da porta.

 

- Ah, Sr Cullen, quase me esqueço é necessário que o senhor desça para preencher os papéis da entrada no hotel.

 

- Ah, tudo bem obrigado, irei em um minuto.

 

- Ok, tenham uma boa estadia. – Ela nos disse e então se foi.

 

- Engraçadinha ela não é? – Emmet disse enquanto pegava as chaves do quarto que havíamos deixado em cima de uma mesinha ao lado da porta quando entramos.

 

Revirei meus olhos e ignorei a afirmação dele a respeito da funcionária do hotel, mas esse era o meu irmão, pra esse tipo de loucura dele, já não havia mais cura.

 

Me levantei e segui para o meu objeto de desejo assim que entrei no quarto, o piano.

 

Enquanto caminhava até ele tentei me lembrar qual fora a última vez em que eu estive sentado em frente a um.

 

- Você vai tocar? – Emmet me perguntou com os olhos arregalados.

 

- Acho que não, só quero ter a sensação de estar aqui.

 

- Você não toca desde... – ele se interrompeu.

 

- É desde que Tânia se foi, você está certo. – Respondi enquanto dedilhava os dedos sobre as teclas.

 

- Talvez você possa tocar uma canção de amor pra sua nova amiguinha, a tal “Bella”.

 

- Não seja idiota Emmet, eu nunca vou tocar uma canção para ela, ainda mais uma de amor. Eu nem a conheço. – Eu o repreendi por seu comentário infeliz.

 

- Tudo bem, não esta mais aqui quem falou, mas quem sabe ela não faça uma canção de amor pra você? – Sinceramente eu amava meu irmão, mas quando ele queria ser idiota ele conseguia se superar cada vez mais.

 

- Ok Emmet, também não acho que isso vá acontecer, afinal o que ela é pra mim? Nada, eu nem a conheço, então vamos mudar de assunto antes que eu me irrite com você. – Disse já me levantando do piano.

 

- Ok, então vamos mudar de assunto no caminho até a recepção do hotel, vem comigo?

 

Assenti que sim e seguimos em direção a porta.

 

Por hora o assunto Isabella estava encerrado, mas ainda sim havia algo que me fazia querer pensar nela, por mais que eu não quisesse admitir isso em voz alta para mim mesmo, de alguma forma ela conseguira entrar em minha mente como se tivesse sido plantada para ficar ali, mas eu sinceramente não tinha esperanças de encontrá-la novamente.

 

Quanto ao que nos ligava?

 

Bom, isso eu ainda não sabia, mas com certeza eu iria descobrir.

 

POV Bella

 

Parte Externa do Aeroporto de Londres.

 

- Bella, você não pode falar com humanos assim. – Gabrielly me dizia enquanto caminhávamos por uma colina próxima a pista do aeroporto.

 

- Mas como é que eu ia saber? – Respondi a ela. – Na verdade foi ele quem falou comigo e sinceramente Gabrielly como é que isso pode acontecer? Eu estou confusa.

 

- Sinceramente Bella, eu não tenho muito mais experiência nisso do que você. – Ela me disse enquanto parávamos numa determinada ponta da colina. - Mas nunca fui vista por ninguém, já ouvi algumas historias por ai, mas nada como o que eu vi hoje.

 

- Nada como você viu? – Perguntei. – O que quer dizer?

 

- Bem Bella... – ela começou. – O fato de estarmos mortas significa que não estamos mais no plano dessas pessoas. – Ela apontou a cidade abaixo de nós e só então percebi que tínhamos chegado ao pico da colina. – Eu já ouvi falar de contatos com eles, mas normalmente há uma ligação entre elas e pelo que vi você conhecia aquele rapaz tanto quanto ele conhecia você.

 

Refleti por um instante no que ela estava me dizendo e tive que concordar, eu nunca o havia visto até aquele encontro inesperado.

 

- Então... Como você disse que ele se chama mesmo?  - Ela perguntou.

 

- Edward. – Respondi já sabendo onde ela queria chegar.

 

- Você não acha que... – Eu a interrompi antes que ela pudesse concluir.

 

- Que ele é a pessoa que eu passei três dias chamando em cima daquele prédio? – Conclui a frase por ela. – Eu já pensei nisso Gabrielly, mas não vejo como eu sei que o conheço, sinceramente eu não sei o que esta acontecendo.

 

- Hum... – Ela levou a mão ao queixo pensativa enquanto encarava o horizonte. – Estranho Bella, muito estranho.

 

- Ah Droga... Perdemos. – Ela disse ainda olhando o horizonte.

 

Arqueei uma sobrancelha enquanto a encarava sem entender o que ela queria dizer. – Perdemos?

 

- O pôr do sol Bella. Este é o melhor lugar para ver o pôr do sol em Londres, eu sempre venho aqui. Nós voltaremos outro dia, não tem problema.

 

Os últimos raios do sol já haviam partido e o céu já se apresentava em um azul escuro estrelado. Ficamos ali por um tempo encarando as estrelas quando finalmente tive uma idéia.

 

- Sabe Gabrielly, eu estava aqui pensando, eu queria saber mais a respeito desse Edward. É estranho tudo isso, e eu realmente queria poder entender um pouco mais.

 

- E o que você tem em mente Bella?

 

- Bom, pelo que eu percebi, ele não sabe que estou morta, talvez eu pudesse vê-lo novamente, sabe...

 

- Não sei Bella, você acha que isso ajudaria você em que?

 

- A entender por que fiquei três dias de minha morte parada sobre um prédio chamando por um nome que eu nunca ouvi falar. Por que ele pode me ver quando nem minha própria mãe pode? O que afinal de contas nos liga, pra que isso esteja acontecendo.

 

- Ow ow ow. – Gabrielly ergueu as mãos como os bandidos fazem mostrando que estão desarmados. – Já entendi, não precisa me bater. – Ela disse rindo.

 

- Desculpe. – Respondi. – Mas sinceramente isso é um tanto confuso.

 

- É verdade, mas como você pensa em encontrá-lo novamente?

 

- Não tenho a menor idéia, eu sinceramente esperava que você me ajudasse com isso. – Disse a ela e me dei conta que poderia ser mais difícil do que eu pensava.

 

Gabrielly ficou pensativa por um instante enquanto eu pensava em como encontraria novamente Edward. E de alguma forma que eu mesma não compreendia, eu queria muito poder vê-lo mais uma vez.

 

- Ok Bella, eu não deveria, mas vou te ajudar. – Gabrielly quebrou o silencio entre nós. – Veja bem, quando eu quero ver o meu pai e não sei onde ele está eu faço exatamente como fizemos para chegar ao aeroporto. Eu penso nele e pronto eu estou onde ele esta. Eu não posso dizer se isso vai dar certo com você, por que praticamente vocês não se conhecem, mas não custa tentar.

 

- Você não vai comigo? – Eu não queria estar sozinha, Gabrielly me ajudara tanto até ali e seria bom tê-la por perto.

 

- Eu vou tentar, mas não sei se vou conseguir. Com meu pai é fácil, por que estamos muito ligados, mas não sei com você e este tal Edward.

 

- Ok, então eu vou tentar e então eu encontro você aqui caso não consiga, ok.

 

Ela assentiu e então eu fechei meus olhos e busquei com toda minha força pensar no par de olhos verdes que eu havia visto no aeroporto mais cedo e não foi nenhum pouco difícil recordar o tom esmeralda dos seus olhos ou o cobre dos seus cabelos, estava ainda tudo muito nítido em minha mente.

 

Quando abri novamente os olhos eu estava em um luxuoso quarto que eu reconheci como sendo de um hotel apesar de eu não ter a menor idéia de qual. Definitivamente aquele quarto não parecia pertencer a uma casa, haviam duas camas bem arrumadas com edredons negros e uma lareira no canto dando um ar muito agradável.

 

Enquanto eu admirava o quarto, vozes atrás das portas chamaram minha atenção.

 

- Talvez você possa tocar uma canção de amor pra sua nova amiguinha, a tal “Bella”.

 

Eu havia ouvido meu nome, mas não era a voz de Edward, e que história era aquela de música?

 

- Não seja idiota Emmet, eu nunca vou tocar uma canção para ela, ainda mais uma de amor. Eu nem a conheço

 

Bom, por mais que a idéia me agradasse, ele tinha razão. Não havia razões para isso. Mas por que, afinal, eles falavam isso?

 

- Tudo bem, não esta mais aqui quem falou, mas quem sabe ela não faça uma canção de amor pra você?

 

Rá. Que idiota. Agora chega. Esses dois já estavam indo longe demais nessa conversa, mas eu tinha que me segurar Emmet não poderia me ver, mas Edward sim e eu não queria que ele passasse como um louco na frente do seu amigo idiota.

 

- Ok Emmet, também não acho que isso vá acontecer, afinal o que ela é pra mim? Nada, eu nem a conheço então vamos mudar de assunto antes que eu me irrite com você.

 

Ok. Agora ele era o idiota. Eu realmente não precisava ficar ali para ouvir isso, tentei me concentrar pra voltar onde Gabrielly estava, mas ao abrir os olhos percebi que ainda estava no mesmo lugar.

 

Droga! - Pensei comigo mesma.

 

- Ok, então vamos mudar de assunto no caminho até a recepção do hotel, vem comigo?

 

Ouvi a voz do grandalhão falando com Edward e decidi que a única forma de sair dali seria mesmo pela porta da frente, bastava esperar que eles saíssem.

 

Assim que a porta bateu, eu saí do quarto onde estava entrando em uma espécie de ante-sala. Não prestei muita atenção nela, exceto por um item no canto de uma parede de vidro, um piano.

 

Eu deveria sair do quarto, mas não resisti em me aproximar daquele piano de cauda preto, o piano dos meus sonhos como muitas vezes eu havia dito a minha mãe, mas infelizmente ela nunca pode dá-lo a mim.

 

Sentei na pequena banqueta a minha frente e me surpreendi quando meus dedos correram pelo piano livremente, tirando o som das notas das teclas assim como quando eu estava viva.

 

Lembrei-me instantaneamente do que ouvira Edward conversando há minutos atrás com o grandalhão, enquanto eu estava no quarto ao lado.

 

Sem que eu percebesse os pensamentos tornaram-se notas sobre o piano e eu estava tocando.

 

Link Obrigatório da Musica: http://www.youtube.com/watch?v=zsnNug9VCUs 

Head under water
And you tell me
To breathe easy for a while
The breathing gets harder
Even I know that
Made room for me
It's too soon to see
If I'm happy in your hands
I'm unusually hard to hold on to

Blank stares at blank pages
No easy way to say this
You mean well but you make this hard on me

I'm not gonna write you a love song
'Cause you ask for it
'Cause you need one
You see, I'm not gonna write you a love song
'Cause you tell me it's make or break in this
If you're on your way
I'm not gonna write you to stay
If all you have is leavin'
I'm gonna need a better reason
To write you a love song
Today
Today...

I learned the hard way
That they all say
Things you wanna hear
My heavy heart sinks deep down under
You and your twisted words
Your help just hurts
You are not what I thought you were
Hello to high and dry

Convinced me to please you
Made me think that I need this too
I'm trying to let you hear me as I am

I'm not gonna write you a love song
'Cause you asked for it
'Cause you need one
You see, I'm not gonna write you a love song
'Cause you tell me it's make or break in this
If you're on your way
I'm not gonna write you to stay
If all you have is leavin'
I'm gonna need a better reason
To write you a love song today

Promise me
You'll leave the light on
To help me see
With daylight, my guide, gone
'Cause I believe
There's a way
You can love me
Because I say

I won't write you a love song
'Cause you ask for it
'Cause you need one
You see, I'm not gonna write you a love song
'Cause you tell me it's make or break in this
Is that why you wanted a love song?
'Cause you asked for it
'Cause you need one
You see I'm not gonna write you a love song
'Cause you tell me it's make or break in this
If you're on your way
I'm not gonna write you to stay
If your heart is nowhere in it
I don't want it for a minute
Babe, I walk the seven seas
When I believe that there's a reason to write you a love song
Today.
Today...

 

Assim que a última nota tocou, como se algo tivesse sido combinado com o destino, olhei para a porta e lá estava ele parado, me observando.

Oh Deus.

Foi tudo que consegui pensar.

Olá meninas, ta ai a atualização de Shooting Star feita com carinho pra vcs...

Mtas pessoas tem me perguntado por que demoro tanto a atualizar esta fic, bom como vcs perceberam os capitulos são bem maiores que as minhas outras fics e isso acaba levando mais tempo, mas conforme eu vou escrevendo eu posto no Orkut e trago para ca somente o capitulo completo...rs

Obrigada pelo carinho de todas e espero que gostem do novo cap...

Um grande beijo pra vcs e boa leitura.


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