Demigoddess escrita por Pacheca


Capítulo 71
Suffering


Notas iniciais do capítulo

Aiii, meu Deus, não me matem por gentileza. Eu estou muito enrolada na faculdade, duas matérias penduradinhas lá no perrengue rs. Enfim, preferi vir aqui postar porque já tava endoidando. Bjs ♥ POV todo do Dante :3



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─ El...El! ─ Eu chamei-a pelo nome quando percebi que seus olhos começaram a se fechar. Ela não podia apagar agora. Vi a cara que Chada fez quando viu aquilo, mas ele não podia desistir. Acredito que ele só estava ali por mim naquele momento.

Pode me chamar do que quiser. Iludido, idiota, esperançoso. Eu sei que naquele minuto eu estava tentando fingir que meus braços estavam cobertos do sangue de Elgin e que a vida tenha deixado aquele corpo vazio.

Naquela altura da guerra, a coisa toda já tinha desandado. O pavor se instaurou depois da cena com Elgin pendurada numa foice, claramente sofrendo. Uma parte dos campistas não estava mais querendo encarar o inimigo, enquanto mais e mais gente aparecia do nada.

Não que ligasse muito agora. Por mim se todo mundo morresse não mudaria nada. Um dos campistas me viu chegando com Elgin no colo, mas assim que eu cheguei mais perto, a expressão mudou totalmente.

─ Deite-a ali. ─ A mais velha apontou para um canto vazio e veio correndo. Eu queria ficar lá, coladinho nela, mas a moça me disse para sair. Eu não ia sair, mas Chad pôs a mão no meu ombro e falou.

─ Acha que as oferendas vão chegar hoje?

─ É melhor chegarem. ─ Ele simplesmente arrancou uma barrinha de cereal de dentro do jeans e me estendeu. Peguei meu lado, forçando a barrinha. Ela se partiu com um estalo abafado. Estávamos parados perto de uma tocha na parede, ou algo assim. Eu não era muito bom com nomes de objetos. Suspirei. ─ Você precisa ajudá-la. Por favor, pai.

Chad jogou seu pedaço depois de mim, encarando o fogo comendo o lanchinho. Eu tinha chamado o cretino do Apolo de pai. Tudo valia, desde que ele pudesse chegar e salvar Elgin. Cinco, seis, sete segundos e nada. Ergui o olhar e vi Chad fitando a menina que tomava conta de Elgin.

─ Não...Não, merda, não…

─ Dante.

A moça estava ajoelhada ao lado de Elgin. Quando me aproximei, tudo que ela pôde fazer foi murmurar um sinto muito e se retirar. Fez bem. Não que eu estivesse ligando muito para o que era ou deixava de ser patético ali, mas eu desabei. Chad parou ao meu lado, tentando me passar algum consolo.

─ Dante…

─ Para.

─ Não, sério. Ela estava segurando algo.

─ O que? ─ Me estiquei um pouco sobre ela, pegando sua mão direita. Apenas as pontas dos dedos estavam frios. Solucei, puxando o papel que ela prendia.

Era o tratado. Quando Trianna ainda era viva, todo aquele tempo atrás, quando eles ainda eram novos e bobinhos, a menina tinha feito que todos os quatro assinassem um tratado jurando que seriam amigos para todo o sempre. Os rabiscos que um dia a gente tinha chamado de assinaturas, todos aqueles nomes lá no papel.

─ Chad, Dante, Elgin, Trianna. ─ Leu na ordem, Chad finalmente olhando para o papel. ─ Acho que só tem a gente agora.

─ Eu não sabia que ela tinha isso. ─ Ele pegou a folha, agora com as bordas manchadas pelo sangue nos meus dedos. O que mais toda aquela história de mitologia podia tirar de mim? Meu próprio irmão? ─ Dante, o que está fazendo?

─ Não vou passar por isso tudo sozinho. ─ De novo ela estava nos meus braços. Agora ainda mais imóvel e...bem, morta. Chad questionou minhas palavras, mas teve que vir correndo para me alcançar.

Era um trajeto longo. O Empire State estava lá, parecia não estar tão calmo assim. Tinha fumaça para todos os lados, feridos de todos os lados, sons de bronze contra bronze. Não sabia bem o que estava acontecendo. Tinha um monte de centauros agoras com camisetas e gente correndo, mas segui direito par ao prédio.

─ Dante, qual seu plano?

O elevador sacudiu tanto que confesso que temi que ele caísse. As portas se abriram bem no saguão cheio de tronos e com o que parecia um peixe boi nadando numa bolha d'água voadora. Todos no lugar me olharam. Inclusive os outros campistas. Luke estava lá também, com um dos homens berrando por alguma honraria.

─ Qual o significado disso? Não pode simplesmente entrar aqui com…

─ Não vim te ver. ─ Imaginei que era Zeus simplesmente pelo ego inflado, palpável àquela distância. O homem do manto escuro passou pelos outros dois, sério. ─ Eu vim te entregar sua filha, ou o que sobrou dela. Não que eu ache que ela gostaria de te ver nesse instante, mas para te forçar a fazer seu papel de pai uma vez na vida.

Contra minha vontade, pus o corpo de Elgin no chão, deixando-a lá, estirada. Vi os olhos dele passearem sobre ela e então voltarem a me fitar. Ele realmente estava confuso? Filho da mãe.

─ Parece que não sabe, mas você teve três filhos. Dois e uma babá. Eu diria que espero que você queime no inferno, mas você mora por lá. Mas eu espero muito que tudo dê errado pro seu filho favorito.

─ Dante…

─ Eu estou mentindo, Chad?

─ Eu amei todos igualmente. ─ Não quis rir, mas simplesmente a gargalhada veio e me escapou. Ele me fitou.

─ Amou mesmo? Todos que se chamassem di Angelo. Nunca ligou para ela. Se ligasse saberia o quanto a machucava pedindo que ela ficasse seguindo um garoto que nunca se importou. ─ Olhei em outra direção agora, apontando para Apolo. ─ Obrigado pela ajuda também, a propósito.

─ Eu não pude ir, Dante. Eu apenas curo, não devolvo a vida para ninguém. E você mais que todos nós sabe que não havia mais tempo.

─ Há. ─ Hades voltou a discussão.

─ Não pode mudar isso, Hades.

─ Posso, Apolo. Eu devo isso a ela. ─ Ok, aquilo não fazia parte do plano. Só queria tacar sal na ferida de Hades e se vingar um pouco por ter falhado com Elgin, mas ver quando o deus sumiu. Olhei para Apolo, confuso.

─ A ambrósia vai curá-la bem.

─ Ela está morta.

─ Por agora...─ O Deus bonitão me deu um sorriso simpatizante. O que aquilo queria dizer. Chad começou a rir. Algo pareceu brilhar na minha frente, mas ao mesmo tempo puxar a luz. Naquela sensação estranha, o deus ressurgiu.

─ Elgin? ─ Ela piscou, imóvel. Hades entregou o pedaço minúsculo de ambrósia e disse.

─ Coma apenas até se sentir melhor. Não queremos que queime assim que se recuperar.

Na mesma hora cai de joelhos de novo, ajudando Elgin a morder uma lasquinha da bendita ambrósia. Ele nos deixou sozinho por um tempo, enquanto ela olhava ao redor.

─ Dante, o que…

─ Shh, só come. A gente explica depois.

Ela aceitou, roendo mais um pouco da ambrósia. Sorri, sentindo as costas quentes dela contra a palma da minha mão. Meu coração voltou a bater, feliz.


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Notas finais do capítulo

Até o final amiguinhos ^~^



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