Demigoddess escrita por Pacheca


Capítulo 58
All The Way Back


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas :3 Um momento esperado por muitos hahahha Violet, querida, volte logo a ler < 3 Especialmente para você, antes do natal :3 Boa leitura para todos :)



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É verdade que deixar o carro para trás era doloroso. Deixei bem no meio da cidadezinha e, de mochila nas costas e mapa na mão, fui caminhando de volta até a rodoviária.

O caminho era maior do que eu imaginava. Não que eu tivesse sentido qualquer coisa até parar para comer. Quando me sentei na pedra, minhas pernas começaram a tremer tanto que eu achei que fosse perdê-las. Depois de alguns minutos, passou.

– Caramba. – Aquilo era estranho. O bloqueio voltou por conta própria, me deixando mais calma. Ao longo dos anos, sentir cansaço ou dor não eram mais comum.

Descansei um pouco e voltei a caminhar antes que a noite caísse. Liguei a lanterna e fui caminhando o mais discretamente possível, pelo meio dos pastos.

Gastei quase dois dias inteiros. Quando cheguei ao terreno deserto atrás da rodoviária, dei um sorriso. Meu caminho de volta para casa estava estendido a minha frente.

– Manhattan. – Pedi a passagem, procurando um bebedouro. Estava com uma sede imensa. Peguei o bilhete e fui até o bebedouro no corredor perto do banheiro.

– Obrigado. – Um pouco da água escorreu pelo queixo quando ouvi a voz. Ergui o rosto e lá estava a imagem fantasmagórica de Hades. Sequei o rosto antes de responder.

– Não fiz por você. Nico é meu irmão, não quero que ele morra.

– Ainda assim, me fez um favor ao que sou grato.

– Não quero gratidão, Hades. Não quero nada do que está disposto a me dar.

– Elgin, eu amo você...

– Não pode me amar, Hades. Seus irmãos vão se irritar. – Quanto desprezo poderia ser medido em minhas palavras? Muito, com certeza. – Digo, Nico não te fez quebrar promessa nenhuma. Eu fiz. E perder o posto de único deus responsável...não. Não quero esse amor seu em que um irmão é posto para servir ao outro.

– Você não o serve, nem a mim. Eu confio em você e em sua maturidade. Não quero que seja uma criada qualquer, Elgin. Estou lhe mostrando um caminho de sabedoria.

Fiquei calada. Ouví-lo dizer tudo aquilo fez com que um peso fosse tirado de cima de mim. Ele notou e completou.

– Sinto muito, Elgin. Quero apenas evitar que o que aconteceu com sua mãe se repetisse.

– Entendo. E esses sentimentos...pais fazem falta. Não é o tipo de coisa que eu posso controlar.

– Ainda não. Eu espero que consiga se familiarizar logo com o bloqueio, controlá-lo e dominá-lo. Até mais, Elgin.

– Tchau, pai.

Ele sumiu. Tomei mais água e fui esperar numa cadeira vazia no meio do saguão. As horas passaram e logo eu estava a caminho de casa, com as palavras de Hades em minha cabeça. Pela primeira vez na vida, ele pareceu um pai.

Aquele sentimento estranho. Eu já estava quase em Manhattan quando ele voltou. Numa das paradas do ônibus, mandei uma mensagem de íris no banheiro para Quintus. Avisei que já estava quase chegando e que Argo fosse me buscar.

Só que quando cheguei, não tinha Argo. Em lugar nenhum. Estranhei. Sem entender, fui para meu apartamento e peguei um pouco do dinheiro que guardava escondido. O suficiente para pagar o táxi.

Dormi escorada na janela do carro, ouvindo as músicas lentas no rádio do motorista. E eu até conhecia algumas. Ainda assim, decidi descansar um pouco antes de chegar ao acampamento.

– Moça. – Acordei com a voz tímida do motorista me chamando. Entreguei o dinheiro e abri a porta, bocejando. Agradeci e desci, esticando as pernas. Meu anel estava quente.

Franzi o cenho, esperando ver alguma coisa no morro do Acampamento. Nada. A sensação quente entre meus dedos ia e vinha, como uma luz pulsante.

Estava de volta em casa. Só não parecia casa. Caminhei até meu chalé e deixei minhas coisas no chão da casa vazia. Assim que sai, fui até o chalé de Apolo. E ele estava na porta.

– Dante. – Ele ergueu os olhos do cubo mágico, sério. Sério não. Concentrado. Podia parecer bobagem, mas Dante nunca pensava muito. Geralmente ele simplesmente tomava tudo que podia e se deixava cair na poltrona de casa.

– El. Hey. – Ele soltou o cubo mágico e ficou de pé, esperando um abraço.

Primeira surpresa do dia, ele esperava para me receber de um jeito caloroso. Surpresa número dois, foi mais caloroso do que ele imaginava. Sorri e quase me joguei em seu pescoço, dando-lhe um belo de um beijo.

– Cadê a original? – Ele falou assim que o soltei e só consegui rir. Ele esperava mesmo.

– A original decidiu parar de tentar ignorar esse sentimento estranho dentro dela. – Apanhei o cubo mágico no chão e estudei a situação. Não parecia faltar muito. – Mas ela pode ir resolver isso se preferir.

– Pelo inferno que eu prefiro. – Dante riu e segurou meu rosto. Retribui o beijo, sentindo aquele calor dentro de mim. O mesmo do dia no hotel em que a gente tinha se beijado.

– Tenho que ir ver Quintus. – Soltei-me, arrumando meu cabelo. Ele parou, sério de novo.

– Sobre isso...Vai ser difícil.

– O que?

– Vê-lo. Ele sumiu tem umas duas noites e ainda não voltou.

– O que? – Eu perguntei, imaginando o que acontecera. Dédalo. Ele tinha ido assumir sua criação. – O Labirinto.

– Quintus...é Dédalo. – Dante demorou a entender, mas começou a seguir a mesma linha de raciocínio. – Ele foi pro labirinto.

– Pode ser. – Silêncio. Ele tinha ido encontrar Percy no fim da jornada. Só que ele não era um cara ruim. Na verdade, ele tinha ido corrigir erros. Engoli em seco.

– Ele vai fechar o labirinto. – Murmurei. Dante não ouviu ou não quis comentar.

– Vem cá. – Com um dos braços firmes na minha cintura, ele colocou o sorriso torto típico no rosto e se inclinou sobre meu rosto.

Meu coração estava apertado, meu anel continuava com aquela sensação estranha, a mão dele que tentava descer da minha cintura e que me divertiu...Era tanto que eu sentia. Inclusive um cansaço remanescente e dor nas pernas.

– Preciso deitar. – Ele riu, como se fosse um convite. Ri também e deixei ele me deitar em sua cama no chalé de Apolo. Dormi enquanto ele voltava a tentar organizar o cubo mágico.


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Notas finais do capítulo

Até mais e, se não passar aqui antes do natal, boas festas ;)



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