Demigoddess escrita por Pacheca


Capítulo 54
Walkabout


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas .q To enrolada (oh, que novidade -sqn) Enfim, espero que gostem, obrigada :)



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Desde criança, quando eu comecei a ler meus livros, eu sempre sonhara em me tornar uma perita no uso de espadas e adagas. Acontece que eu me tornei. O Acampamento tinha me dado a oportunidade de aprender a lutar com minhas duas espadas como um mestre.

Eu só nunca usava essa habilidade.

Naquele momento, por exemplo, eu estava encarando um bicho bem feio que eu nem sabia o que era, tentando achar uma boa mira com a Mac10.

Eu nem sabia que conhecia tantas armas diferentes. Eu só pensava “arm...” e alguma arma imensa brotava na minha frente. Fiz bem em desligar na cara de Dante, ou aquela “coisa” ia me atacar dentro do ônibus.

– Vamos logo, vire-se. – Acontece que aquele bicho parecia um crocodilo gigante com uma barriga molenga. Era ali que eu queria acertar. E bem, mesmo estando nos fundos da rodoviária, num terreno baldio, não queria fazer barulho a toa. Uma Mac10 era bem barulhenta.

Tentar atirar num monstro imenso enquanto a alça de sua mochila começa a cair é horrível. Tipo, por que não deixar a mochila cair? Porque ai ela estaria me atrapalhando de andar livremente. Também não era bom.

Já era a quarta vez que eu me pegava pensando se Nico realmente valia tanto. Ignorei aquilo mais uma vez e voltei a mirar. Eu nem sabia como tinha ficado tão boa com armas de fogo.

Ele começou a correr. Comentei que ele andava em duas patas quando corria? Porque ele ficava totalmente exposto, mas bem maior. Disparei por dois segundos. Algumas das balas atravessaram uma nuvem de poeira.

Respirei fundo. Onde eu tinha parado mesmo? Acabara de chegar em Houston, agora tinha que ir para o Rancho Triplo G. Ok. Plano traçado. Nenhum.

Arrumei a mochila nas costas e voltei para a estrada. Quintus me disse para não chamar a atenção para mim, era o que eu estava fazendo. Entrei no meio de um grupo que pegava um ônibus saindo da cidade.

Acho que nunca gastei tanto com passagens. Sentei e peguei o mapa que Quintus me dera. Mais um problema. Havia uns cinco “Provável localização” marcados, nenhum perto do outro.

– Droga. – Falei, sorrindo. Tinha como ficar pior? – Ok, por qual começar?

Olhei a minha possível localização e comparei com meu mapa. Estava a meio caminho de um deles. Dei de ombros e dobrei o mapa. Aparentemente, já tinha destino.

“É bom esse garoto não me dar trabalho.” Pensei, querendo que Hades ouvisse. Era muita humilhação. Ir atrás do filho preferido, enquanto ele mal sabia de mim.

Tentei me distrair, colocando uma música qualquer no iPod. Ainda tinha muita estrada para andar antes do meu ponto.

Desci do ônibus no início da tarde. No meio do nada. Nunca vi tanto pasto num lugar só. Ajeitei a mochila e comecei a andar no canto da estrada, olhando o sol e o relógio. Ele estava começando a caminhar para oeste.

– Vamos lá, Apolo. Você é lindão, me ajude.

Talvez inflar o ego do meu amigo deus o fizesse me dizer qual era o rancho certo. Infelizmente, com os minutos passando, ele só evidenciou mais a direção que eu seguia. Nordeste. Parecia certo.

Vi uma fazenda ou outra, todas com quilômetros de plantações para todos os lados. Mas nenhuma o rancho. Finalmente alcancei o ponto marcado no mapa.

E não tinha nada.

Olhei ao redor. Nada. Pensei que podia ser cansaço, ou a iluminação sobre a Névoa. Não. Só não tinha nada mesmo.

– Não acredito nisso. – O pior é que, não tinha rancho e nem Nico. Nada mesmo. Só eu no meio de um pasto gigante.

Suspirei. O Sol começava a se pôr, tinha começado a ventar.

– Ah, fala sério, achei que éramos amigos. – Berrei na direção do astro se escondendo. – Apolo?

Nada. Meu anel não fez nem cócegas. Sem reclamar mais, peguei um moletom na mochila e voltei para a beira da estrada.

– Ok, para onde agora? – Peguei o mapa e o iluminei com a lanterna do celular, me sentando na ponta de um barranco.

Eu tinha mais quatro tentativas. Próximas daquele lugar, duas.

– Esquerda ou direita? – Perguntei não sei para quem. Olhando nas duas direções, pensei por alguns instantes e decidi seguir meu amigo Apolo. Esquerda, então.

Desliguei a lanterna e fiquei de pé, bocejando. Uma caminhada de noite, no meio do nada, completamente só. Iupi. Divertidamente estúpido.

Ia seguir mais um pouco em frente pela estrada e então seguiria pelo meio do pasto. Legal.

Pouco depois de cinco minutos de caminhada, quando eu já começava a ver vagalumes na minha frente, um par de faróis quase me cegou. Parei apertando os olhos.

– Ei, garota? – Era um casal de idade dentro de uma caminhonete. – O que faz aqui?

– Oh, eu estou apenas caminhando. – Falei. – Sou só uma mochileira. Entrei em um ônibus qualquer e parei aqui.

– Ora, andar sozinha de noite? – A senhora perguntou. Dei de ombros. – Qual seu nome, querida?

– Katherine. – Não era bem mentira. Não, eu não me chamava Elgin Katherine. Mas minha mãe queria me dar esse nome. Não sei bem porque ela mudou de ideia repentinamente.

– Uma Kat. – Ela riu. – Vamos, entre.

– Não precisa, estou bem.

– Ora, não vamos fazer mal. Moramos na fazenda mais próxima. Durma lá.

Ela não ia ceder. Não mesmo. Acabei por aceitar. Afinal, no cansaço que estava eu não ia muito longe mesmo. Sorri para a senhora e entrei no carro, abraçando minha mochila.

Estava voltando no meu caminho já percorrido. Fiquei em silêncio.

– Meu nome é Dorothy e esse é meu marido, Charles.

– Prazer. – Realmente era. Meu anel não esquentou. Fiquei feliz.

– Quantos anos tem, garota? – Charles me perguntou, dirigindo loucamente.

– Dezoito. – Era estranho. Era meu quarto ano no acampamento, mas eu já era uma das mais velhas. Percy Jackson, meu primo, não tinha nem quinze. Pelo menos eu achava que não.

Fui respondendo uma e outra pergunta. Pelo menos eles não perguntaram nada muito pessoal. Só uma, mas que tinha desculpa fácil.

– Bonito colar. – Dorothy falou. Olhei para as contas no pescoço. – Você o fez?

– Oh, não. Alguns amigos no meu acampamento.

– Acampamento?

– Sim. – Sorri. – Uma vez a cada ano nos juntamos para falarmos das viagens. Mochileiros também.

– Deve ser divertido. Nunca sai do Texas.

– Adorei minha visita ao México. – Qual? Nunca sai do país. Fui relatando minhas supostas “andanças” esperando chegar logo nessa fazenda. Dante não tentou mais me ligar.

Fiquei tranquila com aquilo. Pelo menos ele entendera que não era para ele me seguir. Só continuar com a desculpa de ajudante de Quintus.


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Notas finais do capítulo

Bom, digam-me o que acharam e beijos das trevas da noite :3



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