Demigoddess escrita por Pacheca


Capítulo 35
Congrats


Notas iniciais do capítulo

O penúltimo da parte do mar de monstros, vamo que vamo :p
Boa leitura :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/310057/chapter/35

Percy chegou algumas horas depois no acampamento. A maioria dos campistas o cercava, igual fizeram com Clarisse quando ela chegou. Esperei a comoção se desfazer para falar com ela.

– Ei, La Rue. – Me aproximei dela depois que ela já tinha falado com os outros e ia tomar um banho. – Obrigada.

– A maioria me deu parabéns. Por que está agradecendo? – Ela era tão gentil. Só que não.

– Só estou dizendo que nos salvou aqui. – Dei de ombros. – É a heroína do chalé de Ares, La Rue. Parabéns.

– Valeu. – Ela deu um sorriso torto. – Você é diferente. Gostei de você.

– Vou pensar nisso como um elogio, mesmo se não for um. – Me inclinei um pouco para a frente, como em um cumprimento.

Ela deu uma risada alta e se afastou. Revirei os olhos, sorrindo. Depois de ficar alguns minutos parada ali, no meio do U de chalés, caminhei até o de Poseidon. Bati na porta.

O garoto moreno de olhos verdes abriu a porta. Ele devia ter uns 13 anos, se muito. Mas até que era bonitinho. Sacudi aquele pensamento da minha cabeça e me forcei a falar.

– Parabéns, garoto. Você foi muito corajoso.

– Ah, obrigado. – Ele segurava a porta do chalé, com o cabelo bagunçado. Como se tivesse caído na cama assim que tivesse chegado. – Mas não estava sozinho.

– Sei que não. – Sorri. – Mas acho que seus amigos vão aonde vão por confiarem em você. Tipo o líder.

– Não...

– Já falei o que eu queria. – O interrompi. – Pode dormir.

Deixei-o, indo para o pavilhão. Estava com fome. Mal consegui comer depois do ataque do minotauro e da sensação por Thalia. Nada tinha parado no meu estômago.

Me sentei perto dos gêmeos. Eles tinham se preocupado comigo depois do ataque, mas não pude falar da sensação. Nada com relação a ser filha de Hades deveria ser comentado.

– Nossa adorada voltou. – Connor pousou o braço em meus ombros.

– E sem namorado algum, meu caro irmão. – Travis brincava com meus cabelos.

– Eu melhoro um pouco e vocês já voltam a me cantar?

– Estamos felizes, só isso. – O sorriso de Travis sequer vacilou.

– Que bom. – Sorri. – Mas ainda namoro, obrigada.

– Com qual deles? – Connor sorria. – Porque eu duvido que Chad ficaria feliz te vendo dormindo de mãos dadas com Dante.

– Não fiz isso. – Minha voz estava controlada, mas senti minha cara começando a queimar. Por que eu não podia bloquear aquilo também? – Parem com isso.

– Fez sim. Mais de uma vez.

– Não fiz não, Travis. Fique quieto.

– Vamos tirar uma foto com seu celular da próxima vez. Não vai ter como negar.

– Mesmo se eu fiz, foi por amizade. – Que coisa mais tapada para se dizer. – Vocês que são maldosos.

– Claro que sim. Somos os Stoll, afinal. – Eles me soltaram. – Mas não vamos mais incomodar a enferma.

– Idiotas. – Sorri, sentindo meu rosto voltando ao normal.

Comi pouco. Mesmo com toda minha fome, ainda não estava muito forte. Provavelmente passaria mal de novo se comesse o tanto que eu queria.

Voltei para o chalé antes da fogueira, por ordem de Quíron. Não estava tão fraca, mas não discuti. Peguei um livro na mochila e fui ler.

– Ei, deveria estar descansando. – Dante estava parado na porta. – Quíron não vai gostar disso.

– E desde quando liga? Você não serve para enfermeiro, sabia?

– Sei, profissão de mulher.

– Patético, mesmo pra você. – Voltei a ler, ignorando-o. Como eu previa, em 3 segundos ele tomou o livro da minha mão.

– O que é patético? – Ele estava basicamente sentando no meu colo. – Eu?

– Esse seu jeito “machão”. É patético.

– Por que? – Ele aproximou seu rosto. Sério, estava virando uma situação bem desconfortável.

– Sai de cima de mim. – Tentei sair, mas estava presa entre as pernas dele. – Dante, sai.

– Por que eu não preciso ser assim? As outras gostam.

– Porque gostam de ser pisadas. Ridículas. – Ele ria da minha tentativa falha de sair de baixo dele. – Você não precisa ser rude com sua aparência, acredite.

– Me chamou de bonito? Isso mesmo? – Ele ergueu uma sobrancelha, sorrindo triunfante.

– Nunca neguei, Dante.

– Negar e dizer são diferentes, gatinha. – Eu estava deitada agora, minhas costas no chão.

– Sai.De.Cima.De.Mim. – Parei de me remexer, esperando ele dar aquele sorriso triunfante que ele daria e me soltar. Mas ele não fez isso.

– Já começou a perceber que sou o irmão certo? – Ele segurou meu queixo.

– Sai, Dante. – Droga, qualquer um poderia ver aquilo.

– Ok. Saí. – Ele se levantou, sorrindo. – Descansa.

Ele saiu do chalé, como se nada tivesse acontecido. Me sentei, trêmula. Por que Dante sempre fazia aquilo comigo? Desde sempre, mesmo quando estava sendo legal.

Quando cheguei no Brooklyn, antes de conseguir meu apartamento e meu emprego no café, passei duas noites na rua. Na terceira eu já estava faminta e esse cara chegou perto de mim. Me ofereceu um hambúrguer. Achei que ele fosse querer algo em troca, mas não. Dante só quis que eu o ouvisse.

Ele falou do pai, que na época eu não sabia ser um deus, da mãe que nunca estava em casa e do irmão. Me perguntou porquê eu estava na rua. Só falei que minha mãe tinha morrido.

Depois que eu passei a noite escondida no quarto dele, para a mãe não me achar, Chad me encontrou. Foi minha tábua de salvação. Por isso ele virou meu melhor amigo, porque ele convenceu a mãe a me ajudar, me ajudou a arrumar emprego, casa, tudo.

Não que eu não achasse que Dante merecesse créditos também. Ele só nunca quis. Depois que me aproximei de Chad, Dante se distanciou. Ele virou aquele babaca de agora. Sempre irônico, sarcástico e “machão”. E dando em cima de mim, claro.

Respirei fundo. O jeito que me deitei quando ele estava em cima de mim fez minha ferida quase totalmente cicatrizada arder. Minha cabeça parecia querer se soltar do meu corpo.

Pisquei. Eu tinha ficado daquele jeito pela proximidade de Dante? Ou por medo de Chad nos ver ali? Aliás, por que eu teria medo? Minha cabeça deu mais uma volta, e eu me forcei a deitar num canto isolado. Fechei meus olhos.

Quase senti os joelhos dele ao meu lado, me prendendo. Eu estava com alguma coisa muito estranha. Confusa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Todo mundo sabe o que falta agora >.
E que venha o fim...
Bjs



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Demigoddess" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.