Harry Potter Por Olhos Negros escrita por CY


Capítulo 19
Ordem da Fênix - 04


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo segue o FILME:
Harry Potter e a Ordem da Fênix - (Parte 04)



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No dia seguinte, Harry acordou com um Sol ardente batendo em seus olhos. Ron ainda estava dormindo quando Hermione passou rindo lá fora no corredor. O silêncio da manhã, só ressaltou a voz dela. Harry despertou e acudiu Rony, que com muito esforço se levantou minutos depois.

– Sirvam-se meninos! – A Sra. Weasley prepara um belo café da manhã. Estava preparada para atender tanta gente, depois de tantos filhos. Harry se sentou ao lado de Rony. Seu olhar procurou Ellie, que estava na ponta da mesa ao lado de Sirius conversando. Os gêmeos estavam do seu lado.

– Nós deixamos ele furioso!

– Ellie, sabe que não pode fazer essas coisas. – Sirius tomava café.

– Mas pai, É o Snape. Se eu não me divertir às custas dele, quem vai?

– Mas explodir a porta dele é demais.

– Da próxima eu estouro a cadeira que ele for sentar e BOOM! Tudo pro alto! – Ellie levantar os braços imaginando destroços espalhados. Sirius rira de lado para não deseducar a filha. Já havia experimentado caçoar de Snape em seus tempos de Maroto e sabia sensação gostosa que era.

De repente, Harry percebera. Quando conheceu Ellie, ela lhe lembrava alguém. Não era o físico, e talvez fora por isso que demorara para descobrir. Ela não tinha os cabelos secos e cacheados de Sirius, nem os olhos cinzentos. Ela era alta, de olhos e cabelos pretos como a noite, mas Harry sabia agora. Era o jeito. O jeito como falava friamente, como gostava de aprontar. Como tinha um jeito sombrio e atraente. O mesmo jeito que fazia as meninas debruçarem sobre Sirius na época de garoto, fazia os meninos suspirarem por Ellie. Ela gostava de arranjar encrenca com Snape, o que só podia estar no sangue. Ellie tinha dito a Draco que fora para Grifinória, escolhida pelo Chapéu Seletor. Todos os Black eram sonserinos. Mas Ellie não. Tudo se encaixava. Sirius fora da Grifinória, assim como ela. Era filha dele, e não havia físico que separava isso.

– E os Malfoy? Como estão te tratando. - Sirius olhava para Ellie.

– Depende – Ellie comia uma torrada – Me tratando em relação ao que tratam Lizzy, ou ao que tratam Você-Sabe-Quem?

– Em relação a você! – Sirius sorrira, mas queria a verdade – Conte o que esse infelizes fazem.

– Me tratam bem. Narcisa é um amor, séria, mas um amor comigo. Lúcio eu não vou nem comentar. Era mais fácil ter uma planta de filha, mas não posso reclamar. Eu o perturbo bastante. Draco – Ellie dera outra mordida - Ele tem seus problemas. Mas eu vou resolver isso.

– Da última vez que vi Draco, estava maior que você.

– Da última vez que você nos viu, eu quase morri de susto! – Ellie dara um soco de leve em Sirius que sorriu.

– O que ele fez? - Harry se interessava pela conversa dos dois a mesa.

– Ele apareceu pra mim há alguns dias. Mas de longe não reconheci. No dia em que os Malfoy foram viajar, meu pai quase me matou de susto! Abri a porta do meu quarto e estava parado igual a uma assombração! – Sirius ria-se mais ainda. - Uma sombra medonha que agora eu reconhecia. Foi assim que ele me avisou que Dumbledore me buscaria para vir pra cá e te contar tudo.

– Os Malfoy foram pra onde? - Fred se interessara.

– Fugir do capeta - Sirius quase engasgara rindo da piada - Foram pra Irlanda. Lúcio queria dar um tempo até Voldemort voltar a procurá-lo. Graças a Deus! Foi assim que pude vir pra cá.

– E se eles voltarem antes? - Rony falava com um pedaço de pão na boca.

– Lizzy me avisará - Ellie riu - Enquanto isso, ela tem alguns dias para experimentar cada cama e sofá da mansão. Foi minha última ordem para ela!

– As camas são muito boas mesmo. Lizzy adorou. - O elfo aparatara do lado de Ellie.

– Liz! O que faz aqui?

– Ele voltaram senhorita! Lizzy veio avisar.

– Quando eles voltaram? - Ellie se levantara depressa e os olhos de todos se arregalaram.

– Há algumas horas. Houve um probleminha.

– Lizzy! Onde você estava? Por que não me avisou antes?

– Lizzy estava dormindo no sofá... - Sirius soltou mais uma risada sobre o elfo atrapalhado - Dormindo como a senhorita mandou.

– Droga Liz! - Ellie se aprontara rapidamente enquanto Sirius levantava ainda sorrindo calmamente. – Tenho que ir. – Abraçara forte seu pai - Agradeça a Sra. Weasley por mim.

– Se cuida. E agente se vê antes das aulas ainda. Prometo não te assustar de novo! - Sirius dava um último abraço e sentara de novo. Harry levantara.

– Você tem mesmo que ir?

– Tenho - O tempo passava devagar depois da fala de Harry - Mas eu vou torcer pelo seu julgamento. Dumbledore não vai te deixar sozinho. - Ela o encarou e o abraçou - Nem eu.

– Lizzy tem que levá-la depressa, senhorita. Senão o Sr. Malfoy mata Lizzy!

– Tudo bem! - Ellie segurava as mãozinhas do elfo - Lizzy, me leve para o banheiro de meu quarto.

– Sim, senhorita. Adeus. - O elfo falava baixinho e deixava um aceno no ar enquanto sumira com Ellie. As duas não estavam mais ali.

– Não se abale Harry - Sirius botara uma mão no ombro do afilhado que estava ao seu lado de pé enquanto a outra mão segurava um croissant. - Você ainda vai vê-la bastante.

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– Lizzy, onde eles estão? – Ellie andava pelo corredor do andar de cima da mansão.

– Na sala de jantar. Disseram para eu te chamar, aí eu fui até a casa dos Black.

– LIZZY! Não fale esse nome aqui! Pelo amor de Merlin!

– Desculpe, senhorita, Lizzy esquece que a senhora tem um segredo com a Ordem.

– LIZZY!

– Desculpe.

– Ai, droga. Desse jeito eu vou apagar sua memória... – Ellie já descia as escadas nervosa.

– Mas Lizzy não quer esquecer a senhorita. – Ao ouvir essas palavras doces, Ellie se ajoelhou ao lado de Lizzy.

– Olhe, eu confio em você elfo, mas tem que tomar mais cuidado, ok?

– Sim senhorita! – Lizzy dera um sorriso bobo.

Ellie viu a mesa de jantar, ocupada como de costume, e seguiu a cadeira que sempre se sentava.

– Por que voltaram tão cedo?

– Pra te pegar no flagra! – Draco apertara o nariz da irmã que levantou a mão para lhe socar.

– Parem você dois! Um minuto senhor! É tudo que peço! - Narcisa não aguentava cada encrenca dos filhos.

– Ele começou! – Ellie fazia caretas para Draco que sorria.

– Respondendo a sua pergunta filhinha – Ouvir aquilo de Lúcio depois de ver Sirius tomava Ellie de raiva – Tive um assunto a resolver aqui.

– Voldemort te chamou não foi? Vão fazer um piquenique agradável ou matar dois trouxas de mãos dadas?– Ellie provocou e Draco deixou o suco entrar no nariz ao rir.

– Ellie! – Nem Narcisa reconheceu a filha. Digamos que depois de visitar Sirius, Ellie ficara mais assanhada com as palavras.

– Suba agora! – Lúcio se levantou.

– Ou...?

– Ou você não vai ver a luz do dia!

– Sabe de uma coisa, eu já estou cansada de você não aceitar a verdade! Você segue Voldemort, mas quando eu digo algo você se ofende. Assuma o que faz pelo menos!

– Ellie... – Lúcio andara até a filha que se levantou com o ato – Ou você sobe, ou eu não falo por mim...

Ellie já havia enfiado a mão no bolso buscando sua varinha, mas não podia. Lembrava das palavras de Dumbledore cada vez que Lúcio a confrontava.

“Lembra-se da dor que é não ter sua mãe por perto? Agora lembre que Harry e muitos outros perderam seus parentes não por causas naturais como sua mãe, e sim por causa das ideias de bruxos como Voldemort. Se me ajudar, não vai estar ajudando só Harry, mas podemos evitar que tudo se repita novamente...Que uma segunda guerra comece...”

Se não fossem essas palavras, Ellie teria ficado na mesa, confrontado Lúcio, metido-lhe um bom feitiço e acabado com tudo, como quisera fazer várias vezes. Mas seu objetivo era maior. Não era por Dumbledore, ou por Harry, ou por seu pai. Era por um ideal, em que pessoas como o Sr. Malfoy, apodrecesse em Azkaban. Ellie ergueu queixo e abaixou o orgulho. Retirou-se da sala de estar e seguiu para o quarto novamente. Draco já estava sério. Odiava quando o pai tratava Ellie como um vira-lata. O sangue lhe subia.

– Depois, você tem a audácia de me perguntar porque vocês deveriam se casar com quem querem! – Lúcio olhava para Draco – Sua irmã precisa de alguém que lhe ponha na linha.

– Talvez seja o senhor que não saiba onde termina essa linha. Ellie não fez...– Draco não disse mais nenhuma palavra. Um tabefe lhe veio ao rosto, lhe causando a dor da mão pesada de seu pai.

– Lúcio! – Narcisa se levantara. Draco fez o mesmo, olhou com a maior raiva que já havia lhe consumido para seu pai. Mesmo que tivesse batido no filho tantas vezes, Lúcio nunca vira aquele olhar.

– Com licença! – Draco era ríspido nas palavras. Saiu da sala seguindo os passos de Ellie. Seu pai começava lhe dar provas que não merecia seu respeito.

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Já era de madrugada, e da janela da cozinha da Mansão Malfoy, se via o jardim calmo e silencioso onde os pavões descansavam formando os belos montes brancos, os quais Ellie adorava vê-los formar quando dormiam. Via-se também o carvalho a alguns metros da casa, onde Draco e Ellie brincaram e conversaram tantas vezes. Ele também estava quieto. Na cozinha, o silêncio preenchia o ambiente enquanto Ellie estava parada, em pé, encostada na pia com um copo d´água na mão. Não havia conseguido dormir, pois estava agitada após ver seu pai e contar toda a verdade a Harry. Lúcio também lhe vinha na cabeça. Como odiava seu pai postiço e faria de tudo pra não ter que conviver com mais ninguém igual a ele. Veio-lhe Draco na cabeça. Pedia aos céus que o irmão não acabasse como o pai, e puxasse o pouco de ternura que ainda havia em Narcisa. Ellie se virou e colocou o copo ainda meio cheio dentro da pia feita de mármore escuro. Virou-se para ir se deitar e deu grito ao ver uma sombra estampada em sua frente.

– Desculpa. Não resisti... – Sirius colocava sua mão mais uma vez na boca de Ellie para abafar o grito.

– Você prometeu não me assustar! – Ellie se recompunha – Droga, pai...

– Não deveria estar dormindo? – Sirius ainda sorria.

– Não consigo. Tenho coisas demais na minha cabeça...

– Filha... – Sirius mudara a feição – Já lhe pedi. E lhe peço de novo. Desista desse jogo. Deixe essa casa. Fique com os Weasley, lá eu lhe visitarei mais vezes...

– Pai, por favor... – Ellie se afastara – Não comece...

– Eu não gosto de você morando com esses infelizes. Cansei de rondar a casa como cachorro, esperando o dia em que eles vão descobrir tudo e sabe Deus, o que farão com você!

– Eu prometi a Dumbledore. Ainda mais agora que Voldemort voltou – Ellie sussurrava – Eu tenho que ficar pai.

– Não tem não..

– Tenho sim. Você está pensando só em mim. E Harry? Eu tenho que protegê-lo. Voldemort voltou e não vai demorar muito até ele encontrá-lo. Eu preciso estar aqui...

– Ellie...

– Não adianta pai. – Ellie olhara nos olhos cinzentos do pai – Como se sentiria se eu mandasse você sair da Ordem da Fênix só porque é perigoso?

– É diferente..

– Não é não! – Ellie elevou a voz, mas logo percebeu e voltou ao sussurro – a Ordem foi sua missão. Deixe eu fazer a minha!

– Às vezes eu acho que você é mais inteligente que seu velho pai aqui, sabia? – Sirius era calmo e Ellie sorrira com a fala – Mas teimosa igual a mim! – Sirius abraçou a filha com força e a soltou ainda segurando seus braços – Tudo bem, eu respeito sua decisão...Mas prometa que se algo der errado...

– Pai!

– Se quer fazer isso, vai ter que pensar em tudo! Prometa, que se algo der errado...Se algo me acontecer, acontecer a Ordem, ao Dumbledore, que seja...

– Pai! – Ellie não queria ouvir o pior.

– Prometa que vai ser forte. – Ellie podia jurar que vira uma lágrima de Sirius – Eu só preciso saber que você estará segura.

– Prometo – Ellie era forte para o pai – Prometo ficar segura.

Ellie! É você? – Draco vinha da sala. Devia ter escutado algo.

– Eu tenho que ir. – Sirius dava mais um abraço – Te vejo em breve.

– Adeus – Ellie sorriu e viu o pai aparatar deixando um ultimo olhar de preocupação.

– Está falando sozinha agora? Achei que demoraria mais uns anos até ficar maluca.

– Draco, até com insônia você é um saco, sabia?

– Não fale assim... Eu sou muito legal.

– É talvez para um daqueles pavões ali fora... – Ellie se aproximara do irmão que também estava ali na cozinha – Mas para mim... Um saco!

Draco rira junto com Ellie, mas o sorriso dela se desfez assim que olhou o rosto do irmão. Um vermelho bem marcado estampava no rosto de Draco, o que era resultado do tapa que seu pai lhe dera no jantar pela resposta atrevida.

– Draco... – Ele tentou disfarçar – O que é isso?

– Nada...Eu caí.

– E eu sou um elfo! Anda... o que aconteceu?

– Nada... – Draco respondia com o olhar.

– Foi seu pai não foi? – Ellie tentou olhá-lo, mas seu irmão desviava da vergonha. – Vem, senta aqui. – Ellie puxou uma cadeira da cozinha e Draco sentou.

Ela poderia começar um discurso de como Lúcio era terrível. Então Draco iria defendê-lo até ver que Ellie tinha razão e acabar por isso mesmo. Uma discussão repetida e cansativa. Ellie apenas pegou da pia o copo de água novamente que ainda estava meio cheio.

Glacius – Ellie estava apenas com a mão no copo, sem varinha. A água petrificou-se em gelo, fazendo o copo estalar. Levou o copo a bochecha de Draco para amenizar o vermelho.

– Como fez isso...sem varinha? – Draco franzira a testa.

– Shiiiu. Fique quieto. – Ellie em pé na frente de Draco, enquanto ele estava sentado recebendo os cuidados.

– Não precisa disso...Eu to bem.

– Meu Deus! Cala a boca. – Draco riu e ficou calado.

– Ellie...

– O que? – Ellie ainda segurava o copo no rosto de Draco que se levantou deixando seus rostos próximos um do outro.

– Obrigado. – Os olhos de Draco fitaram Ellie. Não era só o estranhamento de que Draco falara algo bom. Agradecera por algo. Mas o olhar. O olha sim era de agradecimento. As palavras pouco contavam naquele momento. Era o olhar. Ellie desviou olhando para a porta da cozinha. Pegou a mão de Draco e o fez segurar o copo.

– De nada. – Deixando Draco segurar o copo no próprio rosto, Ellie se afastou.

– Boa noite.

– Boa noite chato – Ellie sorriu e deixou Draco sozinho na cozinha.

“Ele apanhou porque discordou do pai! O tapa foi bem feio. Nós nem discutimos se Lúcio estava certo ou não. Talvez meu pai estivesse errado sobre os Malfoy em geral. Talvez Draco estivesse mesmo mudando. E pra melhor! Ele disse obrigado...E com o olhar ainda. Isso é raro. No mínimo estranho”

Ellie subiu as escadas com esse pensamento e um leve sorriso no rosto. O tempo finalmente estava mostrando algo diferente em Draco.



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Notas finais do capítulo

Capítulo 20 em breve!