Há um tempo atrás, existia uma garota chamada Misa Amane.
Eu, você ou qualquer outra pessoa nunca a chamaria de típica.
Sua aparência era como a de qualquer outra. Seus seios não eram tão grandes e suas roupas, geralmente estilo punk-rock, não se destacariam em meio à multidão. Tinha interesse em arte das trevas. Gostava de sangue. Queria justiça. Típico.
Mas, algo a diferenciava de outras garotas. Era possuidora de um Death Note.
Ela tinha sua própria definição de “maneiro”. Matar por diversão. Se alguém a desrespeitasse, ela apenas deveria escrever o nome da tal no caderno e esperar 40 segundos. Ela era uma Deusa. Controlava a vida das pessoas. Era uma Deusa.
E ela vivia em seu mundo. Naquele mundo em que construiu quando era pequena, logo após a morte de seus pais. Logo após de sofrer a maior dor que uma pessoa pode sentir, ela se tranca no seu mundo. Onde tudo era perfeito, magnífico e justo.

Ela tinha o seu próprio estilo e suas próprias regras. Ela realmente não se importava com a vida, queria viver livremente e nunca desrespeitar suas próprias regras. A principal dela era servir a Kira.
Kira... Era o salvador, o herói, o justo. Ela não admitiria que ninguém interferisse nos princípios de Kira. Porque com um protetor como ele, a vida seria apenas um jogo.

Com o passar do tempo, suas ações por Kira foram sendo notadas. Naquele momento, ela realmente queria saber quem era o verdadeiro Kira. Havia se interessado de tal forma... Que procurou saber mais sobre ele e em pouco tempo já estava sendo sua parceira. Seria os olhos de Kira. O orgulho era tamanho que ela nem se cabia dentro si. E ainda em troca estava saindo com o tal “todo-poderoso”. O seu herói. E ela era a princesa. Inicialmente teve atração pela beleza do detentor do titulo de “Novo Deus”, mas agora ela estava perdidamente apaixonada. Em tão pouco tempo havia se envolvido de tal forma, que não conseguia separar a gratidão da paixão. É. Realmente, ela não sabia que o que estava errado era que aquele jogo não haveria ganhadores. Mas ele a deixou jogar em seu jogo. Não era o que ela desejava?

E os meses passaram, e ela se encontrava realmente feliz. Poderíamos dizer que namorar alguém que nem ao menos sente algo por você não é um namoro feliz.
Mas para Misa, era mais que o suficiente. E sua felicidade crescia; Fazia planos para o futuro, o ajudava a esconder o grande segredo compartilhado do mais qualificado detetive do mundo, e ainda assim não sentia um pingo de medo ou insegurança. Ela estava com Kira. Ela vivia em meio às nuvens, e não tinha previsão de sair do céu tão cedo. Afinal, seu sonho era o mais perfeito de todos. E era real.

Varias pessoas como você, que esta lendo, ou até mesmo eu que estou aqui escrevendo essa história, poderia dizer que ela não deveria se rebaixar aos pés imundos de um Deus que apenas a quer como capacho.
Para dizer a verdade, nem ela gostaria. Essa era a dura verdade. Misa Amane nunca pode dizer que sua felicidade era absoluta. Pela mesma razão que não poderia dizer que era infeliz. E a única razão para tal situação era ser simplesmente uma serva. Sem vontade ou força. Apenas mais uma peça para o jogo do seu amado.
Queria que aquilo mudasse, mas... Quem era ela para se rebelar contra o seu herói?
Não seria nada digno de uma Deusa. Seria algo... Profano. Então, era melhor continuar assim.
Seu amor era verdadeiro. Sua fidelidade incontestável. Sua felicidade instável. Sua capacidade incomparável.
Essa era Misa Amane, a segunda Kira, a mulher do Deus do Novo Mundo, a mais fiel e incomparável soldada para a guerra entre o domínio do mundo.
Essa era a sonhadora, Misa Amane.