Three Federations: R-103 escrita por Aria S


Capítulo 8
Capítulo 7: The Hope's Day - Part 2


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, desculpa a demora (como sempre, sorry -.-) Mas aqui está mais um capítulo. Aproveitem o/P.s.: Ficou maior do que eu esperava G_G kkk



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Federação Subterrânea – Cidade Central

Faltavam poucos minutos para a passeata começar, logo os carros alegóricos começariam a andar, e todos da R-103 já estavam nos seus postos com suas funções determinadas. Se algo acontecesse eles estariam preparados, pelo menos assim era o esperado.

– Uau, eu nunca tinha visto esse dia com tanta gente assim. – comentou Tommy espantado, olhando pela janela de um prédio vazio usando um binóculo. – Saphira você precisa ver isso.

– Pra que olhar pela janela se eu tenho a vista dela pelo meu computador? – ela perguntou retoricamente, sem tirar os olhos do monitor que mostrava a filmagens de várias câmeras de segurança da rua a frente do prédio que estava.

Havia varias outras duplas como Tommy e Saphira espalhadas em outros prédios, monitorando ruas diferentes, assim eles poderiam ampliar a vigia de todos os lugares e também ficar de olho nos prédios que eram de proibido acesso nesse dia, matando dois coelhos com uma cajadada só.

Está tudo certo no posto de vocês, Saphira? – perguntou Alexander através de um comunicador também na mesa que Saphira estava.

– Sim Alex, tenho a filmagem completa das câmeras da rua 3 ligadas ao leitores de retina. – ela confirmou.

Ótimo, continuem ao trabalho então. – ele ordenou e transferiu sua comunicação para outra linha. – Ryan, tudo certo onde você está? ­– Alexander perguntou passando a chamada para o comunicador de Ryan.

Ryan estava misturado na multidão de pessoas que assistiram a passeata naquela mesma rua, também havia outros como ele em outras multidões.

– Tirando o barulho e as pessoas me empurrando o tempo todo, está tudo ótimo. – respondeu Ryan quase gritando para que Alexander ouvisse.

Aguente mais um pouco. – pediu Alexander. – Zoe, como está se saindo ai? – ele transferiu a comunicação novamente.

Zoe estava se preparando no carro alegórico do presidente, ela era uma das poucas que ficaria o mais perto possível dele, posição que só as melhores dançarinas poderiam ter. Ela vestia o figurino das dançarinas, um vestido branco cintilante, segurava duas fitas compridas em cada mão – uma branca e outra preta –, usava uma maquiagem brilhante a deixando mais linda ainda e seu cabelo estava arrumado de uma forma que a maior parte estava caída do lado direto. Ela estava deslumbrante.

– Está tudo certo Alexander, só estou um pouco nervosa. – ela confessou, falando discretamente para que ninguém a percebesse conversando em um comunicador escondido na orelha.

Você vai se sair bem. – ele garantiu.

Ele continuou a passar a ligação para todos os agentes em seus postos, confirmando a situação de tudo. Aquele dia não poderia ter nenhuma falha de segurança.

Saindo do térreo do prédio que estava ele encontra Nina do lado fora, o esperando escorada em uma moto, enquanto prendia seu cabelo.

Quando se aproximou, fogos de artifícios foram lançados ao alto, começando uma sequencia de estouros. Eles não eram de verdade, eram apenas projeções de computares. Claro que soltar fogos de artifícios de verdade numa cidade subterrânea fechada não era uma boa ideia.

– Parece que começou. – comentou Nina erguendo sua cabeça para observar as explosões.

– Parece que sim. – ele respondeu fazendo o mesmo. – Gostou do seu presente? – ele perguntou voltando olhar até a moto.

– Não tenho do que reclamar. Faz um tempo que não piloto uma dessas. – ela respondeu já se preparando para subir na moto.

– Você vai aproveita-la bastante hoje. Só não vá se distrair e esquecer-se da sua função. – ele brincou.

– Não se preocupe, não vou pegar a moto e fugir por ai. Mas até que é uma boa ideia... – ela brincou fazendo uma cara cínica, fazendo Alexander rir.

Nina colocou a mão direita sobre um leitor verde na parte superior da moto onde foi escaneada, segundos depois a moto ligou, e depois colocou o capacete preto sobre a cabeça.

– Manteremos contato. – Alexander informou e Nina concordou apenas com um aceno de cabeça, acelerando a moto e sumindo das vistas dele.

***

Todas as ruas ao redor de onde aconteceria a passeata foram proibidas o uso de qualquer veiculo, para a segurança do evento, e o número dessas ruas era muito grande. A função de Nina era passar por essas ruas, se certificando que não estava acontecendo nada de suspeito. Ela estranhou ser a única a usar um veículo por todas aquelas ruas, mas logo se acostumou com aquilo e aproveitava seus momentos de velocidade.

As ruas estavam quase completamente vazias. Pouquíssimas pessoas passavam pelas calçadas, a maioria estava na multidão que assistiria a passeata nas ruas, e as outras optaram por passar o feriado em casa. Não é preciso dizer que as raras pessoas nas ruas estranharam a passagem da garota com uma moto num dia que era extremamente proibido.

Durante seu percurso Nina foi parada umas quatro vezes por policiais, perguntando por que ela estava usando um veiculo, até que finalmente todos os guardas receberam a informação de que ela tinha autorização.

No caminho ela presenciou a cena de um cidadão sozinho fazendo um protesto contra a Federação Subterrânea, e ele logo foi levado à força por policiais para fora da rua. Também era extremamente proibido fazer qualquer tipo de protesto publico durante a passeata.

Depois de meia hora só circulando por ruas vazias, Nina já estava ficando entediada.

Em uma avenida completamente vazia, Nina parou a moto perto de um acostamento, retirando o capacete da cabeça e estralando o pescoço. Já estava cansada daquele peso na sua cabeça.

Ela se debruçou sobre a moto e descansou por alguns minutos. Alexander a mataria por aquilo, mas ela não era feita de ferro, tinha que descansar por pelo menos uns cinco minutos.

A avenida estava tão quieta e vazia que chegava a incomodar. Parecia que algo poderia acontecer a qualquer instante, mas nada acontecia. Estava calmo de mais.

“Não que eu deseje algo ruim...”

“Mas Alexander armou toda essa segurança pra ninguém tentar nada?”

“Que desperdício...”

Quando pensou em religar sua moto novamente, ela escutou uma espécie de murmúrio vindo de um beco não muito distante. Intrigada, ela desceu da moto e se aproximou do beco vagarosamente para não ser notada.

Chegando o mais perto possível, ela escutou os murmúrios mais alto ainda, como se alguém tentasse gritar, mas não conseguia.

Em frente ao beco havia um poste, e nele havia um espelho refletor voltado exatamente para o beco. Nina apertou os olhos para tentar enxergar o reflexo e conseguiu. Dois homens agrediam um policial, um deles o segurava enquanto o outro tampava a boca e o nariz do policial com um pano, que apagou em pouco tempo e foi jogado dentro de uma lixeira.

Nina olhava para todos os lados a procura de uma vigilância. Com todo o esquema de segurança que haviam implantado como não estavam vendo isso?

Voltando para o espelho, Nina viu os dois rapazes entrarem em um dos prédios do beco. Ela deveria informar o que havia visto, mas Nina pensou em agir o mais rápido possível, não sabia o que eles estavam aprontando e também não queria arriscar demorando muito.

Ela entrou no beco e foi até a porta que os dois de antes passaram. Não havia nenhuma janela ou buraco para que pudesse ver o que tinha dentro, então decidiu arriscar. Abriu a porta com tudo, mas para sua surpresa não havia nada, parecia apenas um deposito velho cheio de poeira.

Ela olhou para todos os lados a procura de algo e percebeu que o tapete não estava tão empoeirado como as outras coisas, parecendo que havia sido movido recentemente. O retirando do chão, ela encontrou uma passagem escondida.

Nina desceu a escada embaixo da passagem e para bem uma bifurcação. Não sabia para onde seguir, até que ouviu cochichos vindo de uma das direções e seguiu o som.

Ela tomou todo o cuidado para não ser percebida, chegando perto apenas o suficiente pra ouvir com clareza a conversa, que vinha de uma porta fechada não muito distante.

Tem certeza que ninguém viu vocês? – perguntou um deles preocupado e receoso.

Tenho! Para de me encher! – respondeu o outro, irritado.

Parecia que conversa era apenas entre dois.

Tá, tudo bem. Então, quanto tempo falta pra começar? – perguntou o de antes, mudando de assunto.

Falta... 17 minutos. ­– o outro respondeu.

“17 minutos pra começar o que?”

Ótimo, é tempo o suficiente. Falando nisso, onde está o Jason?

“Quem é Jason?”

Antes que percebesse, um arrepio percorreu seu corpo. Havia alguém atrás dela.

– Perdeu alguma coisa aqui, garota? – perguntou ironicamente o rapaz atrás dela.

Não foi preciso muito para perceber que havia uma arma apontada bem na sua nuca.

***

Os dois que discutiam antes analisavam uma papelada sobre uma mesa, quando de repente um estrondo abriu a porta e uma garota de cabelos roxos surge na entrada. Os dois já se preparavam para pegar suas armas presas no cinto até perceberam que um de seus parceiros trazia a garota que estava com uma arma apontada na cabeça.

– Quase você nos mata do coração, Jason! – reclamou um. – E quem é essa?

– Essa é aquela vadia que tava andando de moto pela cidade inteira. – ele informou parecendo bem irritado com Nina. – Toma, prenda ela com isso. – ele jogou para um dos parceiros um tipo de plástico flexível para prender as mãos de Nina.

– Por que eu? – resmungou o que recebeu o elástico.

– Porque eu estou com a arma. Agora prende logo essa vadia antes que eu atire nela.

Sem enrolação, o outro vai até Nina e amarrou suas mãos para trás e a joga num sofá próximo eles, onde ela ficou sentada.

– Será que ninguém a seguiu? – perguntou um deles desconfiado.

– Se tivessem já estariam aqui. – respondeu o outro.

– De qualquer forma, o que vamos fazer com ela? Mata-la?

– Não podemos, recebemos ordens de não matar ninguém até incidente acontecer.

– Fodam-se as ordens! Não vou deixar essa vadia estragar tudo!

– Se controle! Desse jeito quem vai estragar é você!

De repente, sem mais nada, Nina começou a rir, chamando a atenção dos três.

– Qual é a graça? – perguntou um deles.

– Ah não, nada, não se incomodem comigo. Continuem. – ela respondeu ainda entre os risos.

Irritado, um deles chegou bem perto de Nina com uma arma em uma das mãos.

– Dizemos algo engraçado? – ele perguntou tentando soar ameaçador, com os rosto e a arma bem próximos do rosto de Nina.

– Vocês? Não. – ela continuou. – Só estava pensando que nunca se devia amarrar alguém com um pedaço de plástico.

Em um segundo e em um simples movimento, Nina pegou as armas daquele homem e tirou na única lâmpada do cômodo acesa, deixando tudo em um breu total.

Filha da puta! – gritou um deles, depois seguiu um barulho dele mesmo sendo arremessado no chão.

Desgraçada! Como ela fez isso?! – disse o outro, apontando sua arma às cegas na escuridão, procurando inutilmente a garota.

Ele foi o próximo a ser nocauteado por algum movimento da garota, disparando acidentalmente sua arma para o nada.

O ultimo consciente não disse nada, apenas correu pela escuridão procurando o interruptor para a outra lâmpada ainda intacta.

Ele o achou e acendeu. Quando se virou novamente, Nina estava em pé bem atrás dele, o fazendo levar um grande susto.

– Buu. – ela disse somente, e depois deu um chute perfeito na cabeça dele, deixando-o inconsciente na hora.

Ela olhou ao seu redor, o cômodo estava uma bagunça com a confusão, junto com os três rapazes inconscientes no chão. Foi então até a mesa cheia de papeis onde dois daqueles caras estavam antes.

Ela analisou cada papel rapidamente, mas sem escapar nenhuma informação de cada um. No meio deles havia plantas de ruas e lugares subterrâneos, cheio de marcações com x’s e círculos, também havia o projeto de algum aparelho. Analisando melhor, Nina percebeu o que era, e depois lembrou de um deles falando que faltava apenas 17 minutos para alguma coisa. Já havia passado 7 minutos desde aquilo.

Sem perder mais tempo, Nina vasculhou cada canto para achar um comunicador e achou algo que parecia com um. Ao pegá-lo, discou o primeiro numero que lhe veio à cabeça.

Nina?! Onde você estava? Perdemos o seu contato já faz 15 minutos! – exclamava Saphira do outro lado da linha, bem preocupada.

– Depois eu explico, agora me diga onde o carro do Presidente vai passar daqui a 10 minutos? – ela pediu sem mais nem menos.

Hã? Por quê?

Apenas diga! – ela exigiu.

Ok... – Saphira estranhou muito, mas fez o que Nina pediu. – Ele vai estar na rua 14. Agora me diga o está acontecendo.

De repente Alexander invade a linha.

Nina, o que houve? – perguntou Alexander parecendo estar calmo com a situação.

– Eu encontrei uns caras, eles pareciam suspeitos. Então eu os segui, depois eles me viram e me pegaram... Não importa! Pelo o que eu descobri, parece que eles armaram algo em baixo da rua 14, dentro do sistema de esgoto, parece... Um tipo de bomba. – ela engoliu o seco ao dizer as ultimas palavras.

Uma bomba?! – outra voz entrou no meio da discussão, era Ryan.

A rua 14 está fechada. Teremos que entrar na rede de esgoto por outro lugar para desarmar. – verbalizava Alexander, ainda calmo, pensando na situação.

– Desarmar?! Temos que parar a passeata! É muito perigoso! – discordava Nina, muito espantada com aquela decisão.

Negativo. A passeata vai prosseguir. Não vamos interferir em nada. Vou mandar uma equipe anti-bomba para o esgoto agora mesmo. – ele continuou firme com sua decisão.

Você enlouqueceu?! – exclamava Ryan incrédulo. – Zoe está lá também! Se ela morrer a culpa será sua!

– Essas são minhas ordens. Não interfiram na passeata. – Alexander respondeu, parecendo ignorar totalmente o que Ryan disse sobre Zoe, e desligou sua transmissão.

“Não acredito nisso!”

“O que deu nele?!”

“Como ele pode tomar uma decisão dessas?!”

Isso não importava agora. Eles tinham menos de 10 minutos agora para desarmar a suposta bomba.

– Saphira, onde é o local mais próximo do esgoto da rua 14? – Nina perguntou.

Deixe-me ver... – ela respondeu. – A rua 8 parece ser a mais próxima e também não está fechada... Espere! Você não pretende ir pra lá, né?! – Saphira perguntou depois de perceber o que havia informado.

Nina não respondeu de volta, apenas desligou. Sabia que Saphira ficaria furiosa, mas não poderia ligar para isso agora. Ela não podia ficar parada depois de ter descoberto tudo isso, tinha que pelo menos tentar fazer algo.

Ela saiu o mais rápido que pode daquele lugar, subiu em sua moto – sem perder tempo colocando o capacete de volta – e saiu em disparada pelas ruas.

Ela cronometrava o tempo em sua cabeça. Não estava ajudando, mas não podia evitar, era automático.

Finalmente ela chega ao bueiro da rua 8. Ele estava semi aberto.

“Parece que a equipe anti-bomba já chegou”

“Pelo menos eu espero que seja eles...”

Nina desceu e parou em baixo da cidade, no sistema de esgoto. Ele era baixo e ligeiramente apertado, ela teria que andar agachada para não bater a cabeça. A corrente de água ia até o calcanhar. Ela tinha um mau odor e aparentava estar bem suja. Nina preferiu não ligar para isso agora. Nas paredes havia sequencias de lâmpadas de luz esverdeadas que não iluminavam muito, mas era suficiente para enxergar. Por sorte, nas paredes havia pequenas placas que indicavam a direção da rede de esgoto de cada rua, senão Nina se perderia.

No meio daquele silencio e solidão, o cérebro de Nina não parava de cronometrar o tempo que lhe restava, e isso já estava a irritando.

“Puta que pariu! Dá pra parar?!”

“Não tá ajudando!”

Depois de alguns minutos, ela já estava na rua 12. Faltava pouco. Mas de acordo com suas contagens, faltava menos de cinco minutos. Ela tinha que ir mais rápido.

Alguns passos depois, ela sente algo ou alguém passar numa bifurcação atrás dela. Ela se vira subitamente, mas não havia nada. De repente ela se lembrou de uma lenda urbana que dizia que algumas criaturas grotescas da superfície entravam no esgoto. Sentiu um arrepio no momento que se lembrou disso, preferia ter o cronometro irritante na sua cabeça do que lembrar isso agora.

Já estava na rua 13. Sentiu um aliviou por estar perto. Porém, quando deu mais alguns passos, ela vê o corpo de alguém estirado no meio da água do esgoto. Ele estava repleto de lacerações.

Com o susto, Nina acabou caindo para trás. Um medo percorreu por todo seu corpo, não conseguia imaginar o que poderia ter feito aquilo. Ela se levanta novamente, e apertando sua vista ela enxerga mais dois corpos caídos, no mesmo estado que o primeiro.

“Mas que merda fez isso?...”

Não sabia o que fazer, mas sabia o que não poderia ficar ali parada. O que quer que seja que tenha feito aquilo poderia voltar. Ela passou cuidadosamente por cima dos corpos, para não pisar em cima, e quando passou por todos eles, ela acelera seus passos. Não podia perder o foco, ela tinha que achar a bomba.

No meio da difícil da correria, ela conseguiu enxergar a placa que indicava a rua 14. Ficou mais aliviada e mais tranquila, mas não por muito tempo. De repente, algo agarrou sua perna e a arrastou. Não conseguiu ver o que era, mas suas garras eram muito afiadas e estavam cortando sua panturrilha como papel. Nina não conseguiu segurar os grandes berros que soltava com a dor.

No meio dos puxões da criatura e das tentativas inúteis de Nina de se agarrar em alguma coisa, ela conseguiu chutar o que puxava sua perna. Em uma das inúmeras tentativas, ela conseguiu, e na mesma oportunidade ela se levantou e tentou correr mesmo com sua perna esquerda toda ferrada.

Ela não se virou para ver o que era. Não queria arriscar. Mas alguns passos depois, aquela coisa pulou nas costas de Ninas, cravando as garras finas e afiadas em suas costelas.

Com a dor e o impacto, Nina caiu com as mãos apoiadas no chão. Ver seu sangue escorrer pelas suas costas e despejar na água não a ajudavam a aguentar a dor.

Tentando se livrar daquela coisa, ela se joga de costas no chão, pressionando suas costas e o chão nele. Ele saiu e finalmente foi para cima de Nina.

A criatura era uma espécie de robô, totalmente platinado e no formato que lembrava um escorpião. Parecia que todas as suas partes eram afiadas e feitas para ferir.

O escorpião tentou atacar Nina novamente, mas ela foi rápida e agarrou suas garras maiores. Estava difícil, ele era forte, pesado e persistente, e tentava cortas Nina com as garras menores ainda livres. Além disso, as garras que Nina segurava também eram afiadas, e estavam dilacerando a sua mão. Ela tinha fazer alguma coisa, mas não sabia o que. Ela estava perdendo suas forças, e então uma das pequenas garras alcançam a bochecha direita de Nina, fazendo um corte diagonal muito profundo. Nina não pode segurar o berro.

Nina!! – alguém gritou.

E de repente ele dispara dois tiros contra o escorpião que finalmente é contido.

Nina jogou aquele pedaço metal assassino para longe dela. Com as vista turva, ela enxergam Ryan bem na frente dela. Ele estava suado e com a respiração ofegante, parecia que havia corrido o caminho inteiro até lá.

– Você está bem? – ele perguntou com a voz cansada, ajudando Nina a se levantar.

– Não... Nem um pouco... – ela murmurou.

– Quando ouvi seus gritos, vim correndo pra cá. – ele afirmou apoiando ela em seu corpo, para ajuda-la a andar.

– Obrigada...

***

Andando mais um pouco, eles chegam ao local onde estava a bomba. Ryan colocou Nina sentada em um canto e correu até a bomba. Havia um cronometro nela, marcando que faltava menos de dois minutos.

Mesmo toda acabada, Nina se esforçava para tentar descobrir que tipo de bomba era. Ela percebeu que havia uma espécie de ventilação bem alta acima da bomba, onde até mesmo se podiam ouvir as pessoas da passeata gritarem de animação, e na bomba havia dezenas de tubos contendo uma espécie de liquido roxo. Nina descobriu o que era.

– Não é uma bomba qualquer... É uma arma de gás. – Nina informou.

Ryan olhou para Nina por um instante e depois voltou seus olhos para a bomba e a ventilação. Viu que Nina tinha razão, e no mesmo instante ligou para alguém em seu P.M.

– Saphira, achei a bomba. – ele avisou.

Ótimo, cadê o equipe anti-bomba? – ela perguntou.

Ryan hesitou um instante antes de responder.

– Eles estão mortos...

O quê?! Mas como?! O que aconteceu?!

Preciso que você nos ajude desarmar isso. – Ryan pulou toda a enrolação e foi direto ao assunto. Não tinham tempo para isso.

M-Mas eu não entendo nada de bombas! – ela parecia muito nervosa e até mesmo destrambelhada. – Não posso ajudar nisso... Espera! Tommy, o que está fazendo?! – de repente, Tommy interrompe Saphira se intromete na ligação.

Ryan, preste bem atenção. Está vendo alguma espécie de interruptor bem pequeno perto do cronometro? – Tommy estava bem sério e concentrado, todos estranharam vê-lo assim.

Ryan olhou bem para a bomba e achou o que Tommy tinha falado. Nervoso, ele apertou o interruptor e a placa do cronometro se abriu, mostrando centenas de fios e placas.

Você está vendo um fio azul e outro amarelo ligados no cronometro? – Tommy perguntou.

– Estou. – Ryan confirmou depois de olhar bem os fios.

Você terá que cortar os dois ao mesmo tempo. Mas preste atenção. – Tommy explicou, parecendo ter ficado mais sério. – Quando fizer isso, a contagem irá acelerar. Depois você terá que ligar um fio amarelo em um azul e vice versa, entendeu? Com isso sistema entrará em pâni e vai desligar. Seja rápido.

Ryan ficou extremamente nervoso, até mesmo tremulo. Se ele fizesse algo errado ou demorasse muito, algo muito ruim iria acontecer. Ele olhou de volta para Nina, que estava quase desmaiando, e ela apenas fez um pequeno aceno com a cabeça, como um sinal de confiança e boa sorte.

Ryan respirou fundo, pegou o canivete que guardava em sua calça e se preparou para corta os fios. Ele cortou, e o cronometro enlouqueceu. Com as mãos trêmulas, ele tentava juntar os fios o mais rápido possível como Tommy havia dito.

Quando juntou os últimos fios, ele fechou a placa e o cronometro havia congelado nos últimos três segundos e de repente os números se embaralham e a maquina desliga.

Ryan se sentiu extremamente aliviado, soltando sua respiração longamente.

– Deu certo Tommy. Obrigado mesmo. – ele agradeceu com todo o coração.

Do outro lado da linha, Tommy também estava extremamente aliviado e feliz por ter ajudado e conseguido parar a bomba. Mas Saphira estava pasma, nunca tinha visto Tommy daquela forma durante todo esse tempo.

– M-Meu pai era da equipe anti-bomba na policia. – ele informou para Saphira, voltando a ser o Tommy de sempre.

***

Com o fim da passeata, uma parte da equipe se reuniu em uma sala de reuniões da instalação, e Alexander estava lá.

O clima lá estava tenso, parecia que todos lá estavam indignados com a decisão de Alexander de não parar a passeata e deixar a sorte a favor de desarmar a bomba de gás. Sem que ninguém esperasse, Ryan chegou até a sala, parecendo furioso, e agarrou Alexander pelo colarinho e o prensou contra a parede.

– Seu desgraçado egoísta! O que você estava pensando?! Zoe estava lá! Ela quase morreu por sua causa! – Ryan exclamava furioso e todos lá ficaram sem reação.

– Ryan, para! Eu estou bem! – pediu Zoe se levantando de sua cadeira.

Ela já estava sem sua roupa de dançarina, vestindo um conjunto de moletom cinza escuro, seu cabelo estava solto e seu rosto sem a maquiagem, mas ainda continha um pouco do brilho que não saiu com a água.

– Mas Ryan está certo. – Nina se intrometeu, repleta de curativos pelo corpo. – Você arriscou a vida de centenas de pessoas. Você poderia muito bem ter parado tudo aquilo. E se não tivéssemos conseguido desarmar a bomba?

Ryan finalmente soltou Alexander para que ele pudesse responder e se afastou, porque se ele ficasse perto com certeza ele daria um soco na cara dele.

– Mas vocês conseguiram desarmar, não conseguiram? – perguntou Alexander retoricamente, ajeitando sua camisa.

– Não comece, Alexander! – reclamou Nina.

Alexander hesitou, mas tinha que dar uma resposta. Uma resposta honesta.

– Vocês estão esquecendo o que é a R-103. – ele começou. – Uma organização secreta que impede que as Federações vão a ruína. O que você acha que aconteceriam se nós interrompêssemos a passeata sem mais nem menos? As pessoas fariam perguntas e começariam a investigar. Como vocês acham que elas lidaram ao saber que houve um atentado terrorista e que existe uma organização secreta como nós? Nós vivemos em um período de paz, é o que as pessoas acham, é nosso dever manter assim. Não devemos interferir.

Com essa explicação, todos ficaram calados. Nina ficou completamente indignada, e imaginava que não era a única. Como Alexander poderia ser tão egoísta? Como ela não havia percebido isso antes? Não acreditava que ele deixaria centenas de pessoas morrerem para manter esse segredo. Ela não confiava mais nele.

– Saphira, descobriu alguma coisa sobre aqueles três? – ele perguntou se referindo aos homens que haviam pego Nina.

– Bem... – ela começou, ajeitando seu óculos e mexendo em seu tablet em suas mãos. – Não encontrei nada muito relevante. Nenhuma ficha criminal nem nada. Estavam completamente limpos. Mas percebi uma coisa. – ela continuou. – Parece que “coincidentemente” os três exerciam o trabalho de seguranças.

Ouvindo isso, Alexander analisou as informações e pensou uma possibilidade, e Nina pensou no mesmo.

“Eles procuravam alguém com experiência, mas com a ficha limpa...”

“Eles são espertos...”

De repente, alguém surge na porta da sala de reuniões.

– Senhor, você precisa vir até aqui. – pediu o homem que surgiu na porta.

Alexander o seguiu, e Ryan e Nina foram atrás dele, mesmo não sendo chamados.

Eles chegaram até a ala onde os três acusados estavam presos. Mas ao chegarem lá, os três estavam mortos no chão, deitados cada um em uma poça de sangue, mas não havia nenhum ferimento neles.

– Pensei que havia avisado para revistá-los por completo. – afirmou Alexander, parecendo extremamente indignado.

– Nós revistamos senhor. – disse o rapaz que o trouxe. – Não havia nenhum objeto com eles e nada no organismo também. Pelo menos nada que pudéssemos detectar.

– Eles disseram alguma coisa pelo menos? – perguntou Nina.

– Nada. – respondeu Alexander ainda indignado. – Esses desgraçados são espertos.

– Está falando desses três? - perguntou Ryan.

– Não. Estou falando dos desgraçados que os contrataram.

Epilogo

Localização desconhecida

Enquanto isso. Um rapaz totalmente asseado descia as escadas cobertas por um carpete vermelho de um lugar que parecia uma enorme mansão, feita de mármore e ouro, mas não havia nenhuma janela, em nenhum lugar. Ao descer a escadaria por completo, ele chega até o salão principal, onde tocava a sinfonia Outono do famoso compositor Antonio Vivaldi, e neste salão duas pessoas treinavam esgrima, sobre um grande tapete vermelho, como o próprio carpete da escadaria.

– Senhora. – chamou o rapaz sutilmente ao pé da escada.

A mulher, vestindo uma roupa de treinamento de esgrima totalmente preta, dos pés a cabeça, apenas ergueu a mão, dando um sinal para que o rapaz esperasse. Depois de uma pequena pausa, para que os dois - ela e seu parceiro – entrasse em posição novamente, ela voltou ao treino. Depois de uma sequencia de movimentos ágeis e muito bem coordenados, ela vence o seu adversário, o fazendo parar no chão com seu florete flexível mirado em seu pescoço. Vendo sua vitória, ela retira sua mascará de proteção e olha fixamente para o homem caído, mostrando o belo rosto de uma mulher madura e de grande poder, junto com um belo par de olhos verdes e de ondulados cabelos castanhos.

– Essa já a sétima vez seguida que te derroto. – ela dizia desapontada e indignada. – Não sei por que lhe pago para me treinar.

Ela retirou seu florete do pescoço do suposto treinador e se afasta dele.

– Está dispensado. – ela informou, enquanto tirava suas luvas e as entregava, junto com o florete, para um criado ao lado. - Diga, Walter. – ela pediu, se referindo ao rapaz que ainda a esperava ao pé da escadaria.

– Recebemos as informações sobre ultimas transmissão. – ele informou, lhe entregando um tablet, presumindo que sua chefa sabia do se tratava.

Durante poucos minutos, a mulher lia atentamente as informações contidas no tablet.

– Hm... Parece que Alexander continua a usar esse estúpido codinome para mim. Mas até que eu gosto. – ela comentou. – E quanto à passeata? – ela perguntou entregando o tablet de volta.

– Parece que nosso plano fracassou, senhora. A organização conseguiu impedir a bomba de gás. – informou o rapaz meio inseguro ao dizer isso.

– Não se preocupe, eu já esperava por isso. – ela respondeu, perecendo estar nem um pouco espantada.

– Parece que uma recruta novata está metida no meio. De acordo com as informações, foi que ela que descobriu sobre a bomba. – acrescentou o rapaz, mostrando pelo tablet uma imagem da novata que ele falava. Nina Callaway.

A senhora se aproximou para olhar melhor a foto, que parecia ter sido tirada espontaneamente, e então ela solta um misterioso sorriso de canto.

– Será que está na hora de nos revelarmos, senhora? – ele perguntou incerto.

– Talvez. – ela respondeu. – Mas se formos, devemos fazer isso sutilmente. – ela continuou, voltando seus olhos para um enorme quadro no topo da escadaria, a pintura da musa grega Clio, a original pintada pelo próprio Pierre Mignard. – Minha filha ainda não pode saber que estou viva.


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram? Mesmo estando grande desse jeito? G_G kkkkAh, para quem esteja pensando que ainda não foquei muito nas outras Federações, vou informar que o proximo capitulo passará a maior parte em uma das outras duas Federações, mas não vou dizer qual u.u hihiAté o proximo o/