Ele E Ela escrita por Letícia Barbosa


Capítulo 18
A pergunta




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Eu estava curiosa para saber o que ele iria aprontar, só ele conseguia me fazer rir e esquecer tudo pelo que estávamos passando.

Como eu não sabia pra onde nós estávamos indo, eu coloquei um vestido vermelho de cetim meu favorito, que chegava aos meus joelhos,era tomara que caia, com um laço na cintura, pus um salto, e estava pronta.

–Se eu tropeçar você vai ver o que eu vou fazer com você ! - Eu disse sorrindo enquanto descia as escadas vendada e guiada por ele.

–Morrendo de medo !- Ele ria, eu gostava to tom de seu riso, era alegre, infantil e despreocupado. Eu não sentia isso nele a um bom tempo.

Bom, nós conseguimos chegar no hall de entrada em segurança. Ele me guiou até a garagem, isso posso afirmar, e me disse para não fazer barulho.

– Afinal, não queremos que nossos pais descubram a nossa fuga- continuou e eu assenti.

Em um momento, senti que ele tinha desaparecido de perto de mim, eu me encontrava sozinha na garagem e o impulso de tirar a venda foi grande, mas quando eu já estava tirando a venda algo me puxou pela cintura.

Era ele me pressionando contra seu corpo, eu ofeguei com o susto.

– Me desculpe pelo susto- Sibilou baixinho no meu ouvido. Me virei para procurar seus lábios mas ele os encontrou primeiro.

Nós rodamos pela cidade o que me pareceu meia hora, e tudo isso sem tirar a venda; mas eu não me importei, aquilo estava aguçando meus sentidos. A todo tempo nós conversávamos aleatoriamente e berrávamos músicas do Bon Jovi.

Em um momento nós paramos, descemos do carro e eu senti uma rajada de vento frio percorrer meu corpo, tremi.

– Sabia que você iria sentir frio, mas, eu te trouxe o casaco- Dizendo isso ele pós sobre mim o tecido quente e acolhedor, que tinha um cheiro familiar, o cheiro dele.

– Esse é aquele casaco do time ? O que você disse que não ia me dar ? - Perguntei.

– É esse mesmo, e é seu... ahh, está lavado ! - Ele pós os braços sobre meus ombros e caminhamos uns 4 metros.

– Quando eu vou poder tirar essa venda ? - Eu já estava ficando impaciente.

– Agora...- Ele se posicionou atrás de mim, e delicadamente desatou o nó e retirou a venda dos meus olhos.

Mal pude acreditar, meus olhos se encheram de lágrimas instantaneamente. Nós estávamos no parque, onde quando criança nossos pais nos levavam para brincar, eu amava esse lugar. Ele era imenso e cercado por um bosque lindo, no centro dele tinha uma praça, com uma fonte monumental. E era nessa praça perto dessa fonte onde nós estávamos.

Havia ali uma mesa confortável para um casal haviam flores nela e um castiçal de velas; o lugar todo estava iluminado e lindo, a lua refletia seu reflexo na água da fonte e eu continuava sem conseguir me mexer.

– Eu achei que talvez a gente merecesse uma folga - Ele disse pegando a minha mão e aparecendo na minha frente, eu nunca tinha o visto tão lindo, smoking ! Nossa, ele deveria usar isso mais vezes, todo seu corpo se encaixava perfeitamente naquele traje preto, seus olhos se acenderam quando eu sorri para ele.

–Meu...Deus... isso é mais que um sonho, essa praça me trás tantas lembranças eu... não consigo acreditar que você fez algo desse tipo, eu amo você, eu amo você, eu amo você, eu amo você ...- Me desfiz em lágrimas e me joguei em seus braços, ele me abraçou forte.

– Eu te amo mais que tudo, vou ser sempre seu guia, seu step, seu amigo, o que você precisar eu vou estar aqui - Ele me afagou os cabelos e depois se afastou.

– Vamos nos sentar ? Por que a comida vai esfriar- disse rindo e enxugando minhas lágrimas.

Nós caminhamos de mãos dadas até a mesa, e só ai eu pude notar que todo o lugar estava especialmente iluminado por velas protegidas em comportar de vidro, e um caminho dos mesmo se erguia a nossa frente nos direcionando para a mesa coberta por uma toalha branca.

– E agora ? - Perguntei.

– Agora dê as boas vindas ao melhor garçom que você já viu na sua vida, o master, o mais prendado o incrível ! - Começamos a rir.

– E que seria esse ? - olhei para os lados o procurando, e foi ai que o nosso amigo apareceu vestido como um garçom, eu ri, alto, porque ele estava visivelmente desconfortável.

– O que não fazemos pelos amigos.- Ele disse fazendo uma careta e apontando para a direção de onde tinha vindo. Foi ai que eu vi minha melhor amiga e no caso sua namorada lá trás, perto de uma outra mesa que tinham algumas panelas em cima.

Acenei para ela - E então monsieur qual vai ser o menu de hoje ?- brinquei com ele.

– Sua comidas favoritas madame - respondeu fazendo uma reverencia e depois saiu.

Fiz uma cara de incógnita, mas ele não me respondeu. Eu apenas entendi quando o primeiro prato foi servido.

A apresentação estava linda, ao longe pude ver a bandeja era prateada.

– Pode abrir... - Ele disse apontando para a tampa.

Quando eu olhei não pude conter o riso, e ele consequentemente acabou rindo.

Dentro haviam dois amburgueres gigantes, aqueles caseiros sabe ? Eu amo esse tipo de comida e ele acertou em cheio.

Depois de nós comermos e conversarmos, minha amiga veio buscar os pratos sujos, piscou para mim risonha e saiu.

Após uns minutos ela trouxe um lindo barquinho de sushi, não posso negar, eu me esbaldei naquilo.

A comida estava ótima, eu estava adorando tudo.

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Depois de uns 20 minutos nós fomos caminhar ao redor da fonte.

– Obrigada pela noite de hoje- eu o beijei- Foi simplesmente perfeita... -

– Mas eu sei que você ainda está preocupada-

– Claro ! Eu mal vi minha menina e ela está tão mal, eu tenho tanto medo de perde-la ...-

– Não diga um coisa dessas, iremos conseguir, nós dobramos nossos pais ! Depois disso nada mais na vida é impossível -

– O que me lembra que já está ficando tarde, e devemos voltar para casa -

– Calma! Ainda falta uma coisinha, e pelos céus eu espero que você goste- Não tive tempo de retrucar pois ele já tinha corrido para perto de nossos amigos. Eu fique ali, quieta, calada, só pensando que quando nós estivermos velhos e cansados talvez ele não vá mais fazer esse tipo de coisa. Sentei no degrau na fonte e fiquei olhando o trepidar do fogo na vela.

Eu o vi voltar correndo, segurando um prato na mão, mas esse era menor.

Era uma torta alemã, minha favorita, tinha até um morango em cima, e o garfo do bolo estava no bolso do smooking dele.

– O que me diz ? - Ele estava de pé na minha frente, enquanto eu estava sentada na fonte.

– Eu estou cheia ... desculpe- Eu não tinha a pretensão de deixa-lo triste, mas realmente eu tinha comido tanto.

– Mas... poxa...- Ele se ajoelhou aos meus pés - Então só coma o morando, sei que você gosta, faça isso por mim.

Levantei meus olhos em direção aos dele e sustentei seu olhar, não pude deixar de sorrir.

– Tudo bem- E quando consenti, ele aproximou o prato de mim e eu vi algo brilhar, estava ali, e eu quase caí dentro na fonte com o susto.

Cravado no morando havia um anel, lindo prateado com uma pedrinha brilhante em seu centro.

– O que... mas... eu... - Gaguejei

– Eu a amo, de todo o meu coração, e em nome de tudo que nós passamos e ainda vamos passar, em uma trégua e um pedido de desculpas por tudo que eu fiz de errado, é só ... você... você quer casar comigo ? -

Minha cabeça girou, ele estava segurando as minhas mão e entre os meus dedos se encontravam o morango com uma promessa cravejada.

– Por favor se você não responder logo dessa vez eu que vou parar no hospital - Eu cai em mim e vi seus olhos de súplica sobre mim.

– SIM ! sim ! SIM ! sim ! Mil vezes sim ! Eu aceito ! - O susto e felicidade estavam estampavam os nossos rostos, ele me abraçou e me girou pela praça e ele gritava de tanta felicidade, eu só conseguia rir !

Quando ele me pôs no chão eu separei o morango do anel, ele pegou o anel de mim e colocou no meu dedo.

Enquanto nós voltávamos para casa, eu comia o morango.


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