O Último Natal escrita por Fenix
O carro passa pela estrada em alta velocidade, Carol olha para trás e observa o breu, logo volta a sentar-se na cadeira, ela ergue a cabeça a Felipe.
- Ele não ta vindo! – Diz Carol.
- Droga, mas que velho doido – Diz Bárbara, assustada.
- Devia ter alguma coisa naquele carro – Diz Vinícius.
- É, mas eu não vou voltar pra ter certeza – Felipe diz olhando fixo para a estrada.
Ana fica assustada, olha para trás e arregala os olhos.
- Mas que merda! – Ela diz.
- O que? – Carol vira-se para trás, ela arregala os olhos – Droga... FELIPE ELE TA ATRÁS DA GENTE!
Felipe ergue seu olhar ao retrovisor e avista os faróis se aproximando com rapidez, seu pé pressiona o acelerador com toda a força o possível.
- Ele ta se aproximando – Diz Ana.
O carro vira a esquina abruptamente, derrapa um pouco na pista, porém consegue se manter em curso, o veículo se aproxima cada vez mais. Felipe fica ofegante enquanto dirigia, seu olhar volta ao retrovisor, o carro está se aproximando.
- Amor, precisa ir mais rápido – Diz Carol, nervosa, logo volta sua atenção para trás.
- Estou indo o mais rápido que posso – Responde Felipe.
A caminhonete está a pouco metros do carro, Bárbara e Ana ficam olhando fixo para o veículo.
- Ele vai bater na gente – Diz Vinícius.
A caminhonete se aproxima mais um pouco.
- MAIS RÁPIDO! – Grita Bárbara desesperadamente.
Felipe observa o velocímetro, está a 170kh.
- AAAAHHHHHHH – Grita Ana e Bárbara agachando atrás do banco.
A caminhonete colide com a traseira do carro, todos são lançados para frente, o vidro traseiro é quebrado.
- AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH – Grita Carol, em pânico.
Ana ergue-se e observa o carro se afastar, em seguida acelera novamente e colide.
- DROGA! – Grita Felipe, sem parar de acelerar o carro.
- O QUE ELE QUER?! – Grita Carol, com seus olhos cheios de lágrima, suas mãos tremulam.
Felipe avista uma curva em frente, sem acreditar abre um pouco a boca surpreso junto aos olhos, Carol gira seu olhar a frente.
- Merda! – Ela senta ao banco e segura-se com força.
- SEGUREM-SE – Grita Felipe.
Ana vira para frente, ela arregala os olhos, no instante em que o carro fará a curva, a caminhonete colide com sua traseira e o faz ser lançado a frente, o carro sai da pista entrando na mata.
- AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHH – Gritam todos.
O carro passa pelas árvores quebrando os galhos baixos e alguns arbustos, até que choca-se contra um tronco grosso, a frente do carro é inteiramente amassada ao meio.
A caminhonete fica parada na estrada por alguns segundos, em seguida faz a ré e vira a esquina com calma, assim afasta-se do local.
Carol abre os olhos de repente, sua cabeça está encostada no vidro rachado da porta, ela afasta-se do vidro com cautela e devagar analisa Felipe ao seu lado e jogado em cima do volante, Carol o toca no braço.
- Felipe... Felipe... – Ela o tenta acordar – Meu amor...
Felipe aperta os olhos e logo os abre, ele a avista e ergue-se.
- Carol... Você está bem? – Felipe a abraça.
- Sim... – Ela responde.
Juntos olham para trás, Ana está acordando pondo a mão na cabeça, ela observa Felipe e Carol.
- Droga... – Diz Ana erguendo o corpo – Vini – Ela o acorda.
Vinícius que estava com a cabeça apoiada no banco da frente, leva o corpo para trás, Bárbara acorda devagar levantando sua cabeça que estava deitada na curvatura do banco.
- Velho maluco – Diz Bárbara.
- O que vamos fazer agora? – Carol pergunta os encarando normalmente.
- Eu não sei... – Responde Felipe – É melhor sair do carro!
- Tem certeza? – Pergunta Bárbara.
- Ta tudo bem! – Responde Felipe – O velho já deve ter ido embora!
A porta amassada é empurrada para fora, Felipe sai do veículo cautelosamente, assim fixa seus pés no chão e observa o breu ao seu redor.
- Está frio aqui fora! – Diz Felipe caminhando para frente do carro – Ai droga... – Ele observa o estragado que havia acontecido – Ferrou... Não tem como sairmos daqui!
- O que?! – Carol já está fora do veículo pondo seu casaco – Então vamos ficar aqui a noite toda?
Vinícius se aproxima da frente do carro, ele o analisa.
- Só um reboque para tirá-lo daqui!
- Merda! – Ana põe a mão na cabeça e vira-se dando uns passos.
- Está muito frio, não tem como ficarmos parados aqui – Diz Bárbara.
- Eu já sei okey? – Diz Felipe irritado – Eu só...
- Temos que voltar para a estrada, quem sabe passa alguém para nos ajudar? – Diz Bárbara.
- Quem vai passar nessa estrada deserta a essa hora da noite? Ainda mais nevando – Ana a encara nervosa.
O silencio predomina alguns segundos, Ana encosta-se em um tronco e ajeita seu gorro, Vinícius se aproxima a ela.
- Olha, temos que manter a calma agora, não adiantar ficar nervosa – Ele diz – Nós vamos sair dessa, fica tranquila!
- Como? Essa estrada é praticamente inexistem!
- Acho que a Bárbara está certa, temos que voltar para a estrada – Diz Vinícius – Voltamos no posto e pedimos ajuda!
- Voltar no posto? É longe demais! – Diz Felipe.
- Não temos outra escolha – Diz Carol de braços cruzados.
- Não vou deixar meu carro aqui – Diz Felipe – Vocês vão, eu fico aqui!
- Tudo bem, você pode ir com ela, eu fico aqui olhando o carro – Diz Vinícius.
Felipe e Carol trocam olhares rapidamente, Vinícius segura a mão de Ana e juntos caminham para perto do carro.
- Não vamos demorar! – Diz Felipe.
Os dois se afastam por entre as árvores, Ana Beatriz, Vinícius e Bárbara ficam perto do carro.
- Droga – Diz Ana, levantando a franja para trás com a mão – Isso tinha que acontecer né?
- Já é natal... – Comenta Bárbara.
- Belo momento para comemorar! – Vinícius diz com um tom sarcástico.
Ana da uma risada abafada, ela senta no banco e respira fundo pondo suas luvas.
- Espero que não demorem, vamos congelar aqui! – Diz Ana.
- Deve estar uns dois graus – Comenta Vinícius.
Bárbara cruza os braços, era visível a fumaça de sua respiração.
-----------------------------------
Felipe e Carol caminham pela floresta, Carol agacha por um galho e leva seu olhar para o lado, de repente para de andar, Felipe da alguns passos para frente e logo em seguida para, ele vira-se e a encara.
- O que houve? – Pergunta Felipe.
- Olha ali – Ela aponta para frente, Felipe segue sua direção – É um lago!
Carol caminha em direção à água, Felipe estranha, porém a segue, os dois caminham cautelosamente pelas folhas secas e neve no chão. Carol apoia-se num tronco e observa um pequeno lago.
- Felipe...! – Carol diz olhando para trás.
Ele se aproxima e admira o lago, sua visão segue a água até que depara-se com um casaco na beira, Felipe o encara com cautela e afasta-se de Carol, ela o observa sem sair do local, Felipe desce um pequeno barranco que havia até a beirada do lago, logo pega o casaco que estava úmido e manchado de sangue na manga.
- Parece que alguém esteve aqui! – Diz Felipe, analisando o casaco branco.
Carol se aproxima e fica em cima do barranco o observando.
- Vamos embora daqui... – Diz Carol com receio – Está ficando tarde, precisamos de ajuda!
- Tudo bem, tudo bem... – Felipe caminha até ela, sobe novamente e juntos retornam a caminhada.
O casaco fica na beira do lago, a água molha a ponta devagar, uma pessoa sai de trás da árvore, desce o barranco e segura o casaco, em seguida vira-se e caminha para dentro da floresta com sua respiração forte.
--------------------------------------------
Bárbara levanta-se irritada do carro e caminha para frente, Vinícius vira-se para o lado e a avista.
- Bárbara... – Ele a chama naquele momento – Bárbara, onde está indo?
Ela gira a ele e cruza os braços.
- Eu preciso caminhar um pouco, estou cansada de ficar sentada – Diz Bárbara.
- Não acho uma boa ideia – Diz Ana.
- Eu não vou muito longe, podem ficar calmos... – Diz Bárbara.
- Espera... Eu... – Vinícius encara Ana – Tive uma ideia...
- O que? – Pergunta Ana.
- Não sabemos quanto tempo vamos ter que ficar esperando, e o frio está ficando mais intenso a cada hora que passa... Precisamos fazer uma fogueira! – Diz Vinícius.
Ana aceita a ideia confirmando com a cabeça, Vinícius leva seu olhar a Bárbara.
- É, pode ser... – Ela diz – Eu vou tentar achar alguma coisa!
- Ta bem, eu vou pegar alguns galhos e trago pra cá... – Diz Vinícius.
Bárbara afasta-se adentrando na mata, Vinícius vira-se a Ana e alisa seu rosto.
- Você vai ficar bem aqui sozinha?
- Não demora, por favor – Diz Ana, com seu olhar meigo e amedrontado.
- Pode deixar! – Ele a beija e sai do carro.
Vinícius fecha seu casaco, analisa tudo em volta e caminha para longe do carro. Ana Beatriz fecha a porta tremendo o queixo e já com seus lábios roxos, ela enrola-se ao edredom e encolhe-se no banco, no entanto extremamente alerta a qualquer barulho por perto.
-----------
Felipe observa a floresta enquanto caminha, ao olhar para o chão para de repente, estica o braço para o lado e faz Carol parar.
- Ai... O que foi? – Diz Carol.
- É uma armadinha!
- Do que você ta falando?
Felipe afasta-se um pouco, encontra uma pedra no chão e a lança para frente, a pedra cai em cima de uma folhagem no chão coberta de neve, logo a folhagem desaba em um fundo buraco, Carol arregala os olhos.
- Ai meu deus – Ela diz assustada.
Felipe chega ao seu lado, os dois se aproximam devagar.
- Porque teria uma armadilha no meio de uma floresta deserta e no natal? – Pergunta Carol.
- Pode não ter sido feita hoje – Diz Felipe.
- Duvido, os galhos estavam muito certinhos e se já tivesse feita há muito tempo, alguém animal já teria caído ai – Diz Carol, ela o encara – Talvez aqui não seja tão deserto o quanto pensávamos!
- Primeiro o velho, depois o casaco e agora isso... – Comenta Felipe – É melhor acharmos logo alguma ajuda!
Ele segura a mão de Carol e juntos retornam a caminhar.
------------------------------
Vinícius pega dois gravetos que encontra jogados no chão, em sua mão já havia mais alguns, ele caminha mais a frente e pega mais outros. Uma pessoa o avista em cima de um galho de árvore, ele aponta uma flecha em direção a ele.
- Acho que deve servir! – Diz Vinícius analisando o graveto.
-------------------------------
Carol sai da floresta e caminha até o meio da pista, ela observa Felipe se aproximando.
- Agora é ir naquela direção – Felipe estica o braço para a direita – Você está bem?
- Sim... Só estou com um pouco de frio! – Diz Carol, de braços cruzados e lábios roxos.
- Vem cá! – Felipe abre os braços, Carol se aproxima e o abraça – Vai ficar tudo bem, eu prometo!
Eles caminham abraçados pela estrada.
------------------------------
Bárbara põe o capuz do casaco e continua a caminhar, ela observa a neve caindo e a escuridão que a cercava, logo esquenta os braços com as mãos, ao erguer sua cabeça, avista Vinícius, ela da um sorriso.
- Vi...
Quando ia pronunciá-lo, avista uma silhueta na árvore, Bárbara desconfia apertando seus olhos e forçando sua visão.
Vinícius vira-se e avista Bárbara, ele da um sorriso e acena.
- Bárbara! – Ele diz, caminhando em sua direção.
De repente uma flecha atravessa o joelho de Bárbara e a faz cair.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH – Ela grita.
Vinícius deixa todos os galhos caírem no chão e corre para ajuda-la. No final da flecha havia uma corda, o sangue se espalha com frequência.
- AAAAAAAAAAAHHHHHHHHH – Grita Bárbara, erguendo a cabeça chorando pela dor que sentia – AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH...
Ela não consegue parar de chorar, a corda é estica de repente.
- SOCORROOOOOO – Grita Bárbara.
Ana abre os olhos e ergue o corpo, ela olha para o lado rapidamente.
Vinícius se aproxima o mais rápido o possível, a corda puxa com força, Bárbara vai sendo arrastada pelo chão sujo com neve.
- AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH – Ela grita desesperadamente.
- NÃÃÃÃÃOOOOO – Grita Vinícius, correndo em sua direção.
Bárbara vai sendo puxada rapidamente, assim que avista uma raiz grossa saindo do chão, a segura, porém a flecha desce rasgando sua pele e cortando sua carne a força.
- AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH – Grita Bárbara, sem parar de chorar.
Sem aguentar de dor, solta a raiz e retorna a ser puxada.
- NÃÃÃÃÃÃÃO – Grita Vinícius.
A flecha sai do joelho de Bárbara, o sangue continua a se espalhar com frequência, Vinícius corre em sua procura, ele salta por uma pedra e volta a correr.
- BÁRBARAAAA – Ele grita – BÁRBARA EU JÁ ESTOU INDO!
O pé de Vinícius entrar em uma armadilha de urso que estava embaixo de uma bola de neve, ele cai de peito no chão.
- AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH – Grita Vinícius, ele vira-se e põe a mão na canela, a dor é insuportável.
Um jovem se aproxima a ele e da um sorriso.
- SEU DESGRAÇADO, ME SOLTA... ME TIRA DAQUI! – Grita Vinícius, a armadilha penetra em seu osso, o sangue não para de escorre por sua perna – EU VOU ACABAR COM VOCÊ!
Bárbara se arrasta em direção a um arbusto, ela tentava controlar seu choro, as lágrimas descem pelo seu rosto, já não conseguia mexer a perna direita, com os braços ela continua a se arrastar.
O jovem se aproxima de Vinícius e o admira.
- Até que você é forte – Diz Nathan, um jovem completamente normal.
- O que você quer seu desgraçado? – Pergunta Vinícius, com uma extrema dor na perna.
- Eu só quero me divertir! – Diz Nathan – Na verdade, eu gosto de brincar com a comida antes da refeição!
- O que?! – Vinícius se surpreende, ele fica abismado.
- Você será ótimo! – Nathan pega a corrente da armadilha, antes que começa a puxá-lo, o encara – Não esquenta sobre sua amiga, meu irmão já deve estar atrás dela!
- Merda... BÁRBARAAAAA... – Grita Vinícius.
Nathan o puxa com força.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH – Grita Vinícius, sua perna está para o alto, assim a pele é um pouco corta e uma quantidade maior de sangue passa a escorrer.
Nathan caminha assobiando calmamente, ignorando todos os gritos de Vinícius.
Bárbara fecha os olhos chorando sem parar.
- Desculpa Vinícius... Desculpa... – Ela murmura.
Um pouco longe havia uma silhueta atrás de si.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!