Elenco: Carol Magalhães, Felipe Machado, Ana Beatriz , Vinícius Berardinelli, Bárbara Basilio  e Jonathan Bazanella.

Kerry corre desesperadamente pela floresta escura e fria, sua bota afunda em alguns solos grossos de neve, ela está ofegante, seu olhar arregalado e assustado, a respiração forte e a fumaça que saia de sua boca.

Kerry apoia-se numa árvore completamente exausta, de repente ouve uma risada aguda.

- Eu vou te encontrar menina... – Ela ouve uma voz masculina.

Kerry ergue seu olhar rapidamente e retorna a correr sem parar, ela chorava descontrolada, sem saber para onde estava indo, Kerry não hesita em parar, seus passos ficam mais rápidos.

Ela olha para trás e apenas avista o breu e a neve caindo devagar, retornando a frente, tropeça em um galho.

- AAH! – Kerry cai de peito à neve no chão.

Ela fecha os olhos com a ardência gelada da neve, em seguida ergue-se com seus braços e continua ofegante, Kerry olha para frente com seus olhos apertados, não conseguia enxergar muita coisa.

Um homem para ao lado de uma árvore e a encara no chão um pouco distante, em sua mão, ele gira um machado com a ponta suja de sangue ainda fresco.

Kerry ouve seus passos, ela ergue a cabeça girando seu olhar para trás, assim avista o homem se aproximar, ela arregala os olhos.

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOO – Grita Kerry, desesperada.

Portanto levanta-se já correndo para frente.

- Não vai adiantar... Você só está tornando isso mais divertido!

Kerry corre sem saber aonde iria chegar, o vento gelado bate forte contra seu rosto, os lábios de Kerry estão roxos, seu queixo está tremulo. 

Os pés o homem passando pela neve que cobria uma grande parte do chão. Kerry novamente vira seu olhar a fim de avistá-lo, seu pé é agarrado por uma armadilha no chão coberta de neve, Kerry cai para frente.

- AAAAAHHHH – Grita ela com a caída, logo a dor começa – AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH...

O sangue de sua canela passa a escorrer pela neve, Kerry levanta a cabeça chorando e com um grito alto. Kerry tenta puxar sua perna, mas as pontas da armadilha foram fincadas em seu osso, o sangue não para de escorrer.

- DROGA... – Diz Kerry, chorando – Droga... Droga...

O homem se aproxima.

- Feliz Natal...!

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH....

O ÚLTIMO NATAL

Na manhã seguinte.

Ana Beatriz aparece na porta de um dormitório.

- Já está pronta?

- Quase! – Responde Carol Magalhães, uma jovem loira que fechava sua bagagem em cima da cama.

Ana adentra no cômodo e caminha até Carol, ela põe sua mochila na beira da cama e a ajuda com a bagagem.

- Acho que não estou esquecendo nada...! – Diz Carol, analisando suas coisas no guarda-roupa.

- Você vai voltar aqui ano que vem, não precisa levar tudo – Diz Ana.

Carol vira-se a ela e da um sorriso de canto, caminha até seu criado mudo e abre a gaveta, encontrando uma foto de seus pais, ela a pega.

- Eu estou ansiosa, faz dois anos que não os vejo – Diz Carol, indo até sua bagagem.

- Devem estar morrendo de saudade – Comenta Ana, lhe observando.

Carol põe a foto em sua mochila.

- Com certeza! – Ela responde.

Ana pega sua mochila e anda até o corredor, Carol pega sua mochila e bagagem, assim corre até a porta, a fecha e caminha junto a Ana por entre o corredor.

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Felipe e Vinícius estão em frente a entrada do dormitório feminino, os dois põe as bagagens no veículo.

- Meninos...

Os dois olham para a porta.

- Encontrei os meus presentes... – Diz Bárbara, uma jovem morena de cabelo negro curto, usava um casaco branco e uma blusa preta de manga cumprida, ela caminha até eles – Pensei que não fosse achar!

Bárbara entrega os três presentes a Vinícius, ele tenta colocá-los na mala do carro.

- Pois é, seus pais já iam ficar sem presentes – Diz Felipe.

- Eles merecem – Diz Bárbara.

Felipe da uma risada.

- Você acha que vai ganhar o que neste Natal? – Ele pergunta.

- Não sei ainda, mas deve ser algo caro... Eu espero! – Ela sorrir.

Felipe a abraça amigavelmente, Vinícius vira-se a eles.

- Bem, temos espaço para as malas da Ana e Carol... – Ele diz – Cadê as duas?

- Eu não sei, quando desci a Ana já não estava mais no quarto dela – Responde Bárbara.

Vinícius olha o relógio, Felipe se aproxima e põe a mão em seu ombro, em seguida a retira.

- Calma, ainda temos muito tempo... Vamos conseguir chegar em São Francisco antes do Natal – Diz Felipe.

- Eu queria ter ido ontem! – Diz Vinícius.

- Vini hoje é véspera de Natal, cadê seu espírito natalino? – Brinca Bárbara.

Vinícius da uma risada.

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Ana e Carol entram no elevador, Carol aperta o botão e observa a porta se fechar.

- Eu estou animada em apresentar o Felipe para os meus pais – Diz Carol.

- Queria vê esse momento – Diz Ana.

- Vamos fazer dois anos de namoro, acho que chegou a hora!

- Já passou da hora – Ana da uma risada e a empurra com o ombro levemente.

Carol da um sorriso.

- Você... Vai passar o natal aonde? – Pergunta Carol, seu tom de voz fica mais baixo, suas sobrancelhas levantam.

Ana para de sorrir, respira fundo, abaixa a cabeça e logo a ergue em direção a Carol.

- Eu... Devo ficar no Vinícius... – Ela responde.

- Imagino que deve ser duro nessas datas para você – Diz Carol.

- Eu não ligo mais... Quero dizer... Eu me acostumei com o fato de não ter mais os pais para dar presentes... – Diz Ana.

O silencio prevalece por alguns instantes, Carol a abraça e sorrir.

- Agora vamos ter que enfrentar horas e horas de estrada escutando as músicas horríveis do Felipe – Diz Carol, as duas riem.

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- Já olhou a água do carro? – Pergunta Vinícius, indo até a porta de trás do carro.

- Sim! – Responde Felipe, sem olhar para Vinícius.

Bárbara está sentada no banco do carro e mexendo em seu iphone, Vinícius se aproxima.

- O que está fazendo? – Ele pergunta.

- Vendo o Twitter – Responde Bárbara.

- Você por acaso consegue ficar um segundo sem mexer no celular? – Pergunta Vinícius.

Felipe da uma risada caminhando até eles.

- Quer que ela morra?! – Brinca Felipe.

Ana e Carol saem do dormitório, Felipe caminha até Carol e lhe ajuda com a bagagem, eles se beijam.

- Pensei que não fossem descer – Diz Felipe, levando a bagagem de Carol para o carro.

- Queria ter certeza de que estava levando tudo – Responde Carol.

Felipe fecha a mala do carro, Vinícius envolve seu braço na cintura de Ana, ele a beija e leva seu olhar aos outros.

- Vamos indo galera, temos muito chão pela frente – Diz Vinícius.

- Espera, espera... – Bárbara sai de dentro do carro – Vamos tirar uma foto antes!

- Aaahhh Bárbara... – Reclama Vinícius.

Ela põe seu celular no teto do carro e corre até Ana e Vinícius, Carol puxa Felipe e ficam atrás de Bárbara, todos se posicionam e o celular fotografa-os.

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O carro avança pela estrada em alta velocidade. O veículo com todas as janelas fechadas e o aquecedor ligado, Ana Beatriz sentada no banco de trás com apenas uma blusa branca de manga, ao seu lado Vinícius que está com seu casaco aberto, ele estica seu braço e o envolve nos ombros de Ana, no canto, observando um enorme pedaço de neve que cercava a estrada, está Bárbara.

Dirigindo e conversando com Carol, está Felipe, ao seu lado Carol. Com uma música animada, todos ficam agitados dentro do carro, eles riem e se divertem, Bárbara tira algumas fotos.

Carol diminui o volume do som, ela vira-se aos outros.

- Já estão ficando com fome?

- Um pouco! – Responde Vinícius.

- Que horas são? – Pergunta Ana.

- São dez e dezoito – Responde Bárbara – Ai droga...

- Que foi? – Pergunta Carol normalmente, ela ergue seu olhar a Bárbara.

- Não estou com sinal no celular... Não consigo postar a foto no Twitter – Ela diz.

Ana pega seu celular no bolso da calça, logo o liga e o analisa.

- O meu também está fora de sinal – Ela comenta.

Carol senta-se corretamente ao banco, pega sua bolsa no chão do carro, a abre e retira seu celular.

- O meu ainda tem sinal! – Carol diz dando uma risada.

- Sortuda! – Diz Bárbara.

Felipe da uma risada, ele olha para Carol.

- Estou ansioso – Ele diz.

- Com o que? – Pergunta Carol, ela não o compreende.

- Conhecer seus pais e tudo mais... Estou nervoso!

- Calma, você vai se sair bem... – Diz Carol, ela inclina a ele – Eu gosto de você, eles também vão gostar... – Em seguida o beija.

Ana Beatriz está com a cabeça encostada na janela, ela limpa o vidro embaçado e observa as árvores com neve nos galhos, Vinícius aproxima-se de seu corpo abraçando-a.

- Você não vê muita neve em São Francisco – Comenta Vinícius, em tom baixo perto de Ana.

Ela da um sorriso de canto.

Bárbara observa a foto de seus pais no Twitter que seu irmão havia postado, ela da um sorriso animador, em seguida escrever “Estamos a caminho”.

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Depois de algumas horas, encontram uma cidade, estaciona o carro em frente a uma lanchonete, todos se retiram do veículo.

- Isso aqui é uma cidade abandonada? – Pergunta Ana, observando o silencio e o local vazio.

Felipe vira-se e observa a lanchonete, ele adentra no local e o analisa, em seguida caminha até o balcão.

- Olá... – Ele chama – Oi...!

Carol cruza os braços ao lado de Ana, ela observa Felipe dentro da lanchonete.

- Ainda sem sinal – Diz Bárbara – Isso aqui é uma droga! – Ela guarda seu celular.

Felipe ouve um barulho vindo da cozinha, ele afasta-se do balcão com alguns passos, seu olhar cauteloso fica focado na porta da cozinha.

- Tem alguém ai...?! Olá...! – Felipe caminha devagar em direção a porta.

Carol observa Felipe, ela descruza os braços estranhando, ela olha para o lado e avista Vinícius conversando com Ana e Bárbara encostada no carro olhando para o céu. Carol ajeita seu casaco e sobe a pequena escada de acesso a lanchonete, sua mão segura a maçaneta, puxa a porta e adentra.

- Felipe...! – Chama Carol, não havia ninguém ali – Felipe...

Carol olha para os outros na rua e volta sua atenção para o local.

- Felipe! – Seu tom fica um pouco irritado – Felipe aonde você ta?!

Ela caminha devagar em direção à cozinha, seus passos vão com pressão ao chão, a respiração de Carol fica ofegante, ela olha para os lados.

- Felipe...?!

Carol fica em frente à porta, ela ergue sua mão, encosta na porta e a empurra devagar, Carol analisa a cozinha.

- Felipe!

Uma panela cai em sua frente.

- AAAHHH! – Grita Carol, com um pulo para trás.

Ela fica ofegante, põe a mão no peito e fecha os olhos, em seguida os abre rapidamente, Felipe está em sua frente rindo.

Vinícius entra na lanchonete correndo.

- CAROL! – Ele se aproxima correndo, logo a avista batendo em Felipe.

- Idiota! – Ela se afasta irritada.

Felipe fica gargalhando e a observando se afastar. Alguém o observa atrás da prateleira de frigideiras.

- Carol... – Felipe sai da cozinha.

A pessoa se afasta dali rapidamente.