- Sabe, dona Aracne – comecei – eu sou inofensiva, não faço mal a ninguém, só ao Will.

- Esse não é problema. Você irá ficar aqui e pagar pelo que sua mãe fez a mim.

- Por favor, não me deixem para morrer.

Capítulo 13 – Apaixonada pelo filho de Apolo?

      Minha cabeça estava a mil tentando pensar em algo que nos tirasse de lá. Pensa, Megan! Droga, como uma filha de Atena pode ser tão burra? Um clique e eu sabia o que fazer ou pelo menos tinha esperanças.

- Eu fico – falei assustando os dois.

- Megan? – Chris perguntou confuso.

- Vocês precisam continuar a missão e eu adoraria passar mais tempo ao lado da melhor tecelã que já existiu.

- Melhor tecelã...? Ah – Will exclamou provavelmente entendeu meu plano – Com certeza, eu entendo completamente, Megan.

      Aracne parecia um tanto honrada com as nossas palavras. E isso nos ajudaria a fugir. Olhei para trás e me arrependi disso na hora, as aranhas estavam cada vez mais próximas de nós. Senti minhas pernas fraquejarem e se eu não estivesse segurando na mão deles, teria ido com tudo para o chão.

- Eu adoraria aprender a tecer com a melhor – falei e puxei os puxei mais para trás.

- Sinto-me honrada pelos elogios – disse enquanto dávamos mais passos para três.

- Um, dois, três, corre! – gritei rapidamente começando a correr e eles me acompanharam.

      Estávamos na metade do caminho, com milhões de aranhas atrás de nós – dentre elas, Aracne – e as que estavam na nossa frente tentavam nos parar, mas de algum jeito Chris e Will conseguiam se livrar delas. Estávamos cada vez mais perto da porta quando sinto algo se prendendo ao meu pé.

      Era uma teia e eu caí com tudo no chão. Sentia meu tornozelo doendo e eu estava sendo arrastada cada vez mais para trás. As aranhas estavam quase em mim e eu não conseguia parar de gritar.

      Meus olhos estavam marejados devido ao medo que eu sentia, eu apenas via tudo borrado. Senti alguém me levantando e me colocando sobre o ombro.

- Chris, abre! – Will gritou e foi ai que percebi que era ele quem tinha me pego.

      Abri os olhos, agradecendo por poder enxergar com mais clareza e agora tive a certeza de que eu estava no ombro de Will. Levantei a cabeça para conseguir ver a situação.

      As aranhas estavam cada vez mais próximas de nós e Aracne estava vindo em nossa direção. Eu não via Chris em lugar nenhum e isso me deixou preocupada, mas logo Will se abaixou para pode passar pela porta e vi Chris em posição defensiva ao lado da porta, assim que passamos, ele nos seguiu e fechou a porta atrás de si.

      Com cuidado, Will me colocou no chão, mas meu tornozelo ainda doía muito, por isso, soltei um gemido baixo e me apoiei nele.

- Temos que ir – falei tentando andar.

- Eu preciso ver seu tornozelo – Will disse.

- Nós precisamos sair daqui ou pelo menos nos afastar – insisti.

- Megan, me escuta. Você machucou seu tornozelo, se forçar pode ficar pior.

- Will, me escuta você. Eu sei que eu machuquei a droga do meu tornozelo, a gente só precisa se afastar um pouco, por precaução – falei sensata e ele assentiu.

      Passei meu braço por seu ombro para que pudesse firmar, Chris veio ao meu lado e passei o outro braço pelo ombro dele, assim caminhávamos até estar longe o bastante, paramos. Fomos até onde não tinha água e nos sentamos.

      Estiquei as pernas e Will olhava para mim como se pedisse permissão, eu assenti. Ele tirou a bota, a meia e levantou a barra da calça jeans. Assim que sua mão tocou minha pele senti um arrepio percorrer meu corpo.

      Balancei a cabeça tentando afastar esses pensamentos e olhei para meu tornozelo, estava um pouco inchado e doía bastante. Will fez uma careta de desgosto e praguejou baixinho.

- Qual o problema? – Chris perguntou antes de mim.

- Ela torceu o tornozelo, por sorte, foi uma torcida grau um, precisaremos de gelo, compressão e elevação. Ambrosia e néctar vão ajudar, mas ainda precisaremos de gelo.

- Tem uma entrada ali – Chris apontou para o teto alguns metros – eu posso ir buscar as coisas e aproveitar para comprar algo para comermos.

- Não é seguro você ir sozinho – falei.

- Você não pode ir e é melhor deixar Will, ele pode cuidar de você caso algo aconteça e não é por nada, mas eu luto melhor que ele.

- Você tem razão, toma cuidado, ok?

      Ele assentiu sorrindo e depositou um beijo em minha testa. Will entregou os dólares para ele e Chris logo se foi.

- Me da a sua mochila – Will pediu me fazendo olhar para ele.

      Tirei a mochila das costas e a entreguei, ele delicadamente levantou minha perna e colocou a mochila em baixo dela.

- Vai ficar desconfortável, mas da para o gasto – sorriu.

- Obrigada – murmurei baixinho enquanto ele procurava alguma coisa em sua mochila.

- O que? Desculpe, não consegui ouvir – sorriu sacana.

- Você ouviu, panaca. Não vou repetir – ouvi sua risada rouca e desviei os olhos dele.

      Will achou uma atadura e com cuidado enfaixou o tornozelo um pouco forte demais, mas resolvi não me opor, assim pelo menos a dor aliviou um pouco.

- Melhorou? – ele perguntou sentando ao meu lado de forma que os nossos ombros se tocaram.

- Uhum – murmurei encostando a cabeça na parede fria.

- Tome – me entregou Ambrosia e Néctar.

      Apenas peguei e tomei esperando que isso fizesse efeito logo. Cansada, nem me importei em apoiar a cabeça no ombro de Will. Ele era quente e tinha um cheiro bom. Ele passou o braço ao meu redor e eu me aconcheguei no vão de seu pescoço.

- Com sono? – perguntou rindo.

- Sono, cansada, com medo – admiti.

- Espere Chris chegar, você come e pode descansar – falou com a voz doce.

- Wil... – murmurei com os olhos fechados.

- O que foi, Megan? – ele pergunta me fazendo olha-lo.

- Você é legal – falei presa naqueles olhos azuis como uma manhã ensolarada.

- Que bom que percebeu – disse com o rosto a centímetros do meu de modo que eu podia sentir sua respiração em meu rosto.

      Eu queria beija-lo? Por Zeus, sim! Mas não sabia se era certo, certo para mim, para ele e principalmente para Chris. Eu gostava muito do filho de Ares, muito mesmo, mas não ainda tinha duvidas sobre meus sentimentos por Will.

      Will era lindo, apenas olhar em seus olhos me fazia sentir diferente. Quando ele sorria, eu sentia vontade de sorrir também. Quando ele tocava em mim – como há segundos atrás – as coisas até então desconhecidas, aconteciam comigo.

Eu estava apaixonada pelo filho de Apolo? 

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Fic nova:

http://fanfiction.com.br/historia/325699/Meu_Valdez.​