Dear Boss escrita por Bruna


Capítulo 11
The only thing that is keeping me alive.


Notas iniciais do capítulo

Voltei! eu tinha avisado que ia demorar hein gente!!!!!!!!! antes tarde que nunca! kkkkk me desculpa a quantidade de palavrão e tals. Enjoy!



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POV EDWARD;

Querido diário?

Eu não sei como começar essa merda sem parecer um completo demente e fodidamente gay

Isso foi idéia da Alice, aquela idiota só inventa coisas idiot

Ela pediu para falar dos meus sentimentos mas eu não sei quais são a porra dos meus sentimentos

Isso tá uma droga. Uma droga mesmo. Uma fodida droga. Eu deveria só parar de escrever nisso, jogar o caderno no lixo e acabar com tudo. Mas estou num hospital há cerca de 3 horas, e não é como se tivesse mais merda para fazer.

Droga, era para falar dos sentimentos. Tá, não, isso é gay. Falarei da Bella. É dela que vem girando toda a minha vida, de qualquer forma. Aliás, vida não define muito bem o que eu ando vivendo. Bella, seria uma boa definição. Eu estou vivendo-a. Por e com ela.

Acordar, hospital, dormir, hospital. Essa é a rotina. A merda da rotina. Está me dando nos nervos. Subindo minha garganta e saindo pelos poros. Por isso estou escrevendo. Porque essa rotina está me enlouquecendo, a cada maldito segundo. E sabe qual é a pior parte? Sabe? Não é acordar cedo todo santo dia, não é o cheiro fétido de hospital, não é a tensão constante, não é porque eu estou perdendo trabalho todos os dias, não é porque viajei milhares de quilômetros de casa, é que....Eu não consigo NÃO fazer isso. Não consigo voltar para casa e fingir que nada está acontecendo. Diabos, eu sequer consigo ficar 1 metro afastado da Bella. Porque, se ela se afasta, penso que está indo chorar, e não há nada do mundo que reverbere mais em mim do que as lágrimas dela. São como agulhas, milhares delas, penetrando na minha pele, só porque uma gota de H2O escorreu pelos olhos dela.

Então eu tenho que ficar. Não por vontade, mas por necessidade. Algo fora de mim me impele a ficar, e nesse exato momento, em que ela está no banheiro, está quase insuportável. Perigo de tempo demais longe de mim.

Ela, ela, ela. Sabe quando eu disse que a minha vida agora girava em torno dela? Veja, eu não estava exagerando. E isso é uma merda.

-O que você está fazendo?- uma voz atrás de mim perguntou, e eu quase quebrei o vaso de flores ao meu lado, tentando fechar o diário rápido o suficiente.

Me virei para a Bella, prestando bastante atenção nos olhos dela, como vinha fazendo há algumas semanas. Conhecia de cor cada olheira dela, assim como a sua forma, e saberia se houvesse qualquer diferença á mais. E tinha. Eu sabia disso. Ela sabia, e se encolheu ao perceber meu olhar reprovador.

-Você andou chorando? – questionei, já irritado com as agulhas me avisando o quanto essa constatação era dolorosa.

O tom em minha voz a fez recuar. Percebi imediatamente quando ela endireitou o corpo e semicerrou os olhos, o que ela fazia quando ficava na defensiva.

-Você não respondeu a minha pergunta.

-Isso nos deixa em um empate, então.

Encarei-a firmemente. Eu não costumava perder discussões. Ela segurou meu olhar por alguns minutos, mas pareceu desistir. Resisti a vontade de sorrir em alegria.

-Edward, foi só...Só um momento, eu...Eu me permiti pensar em tudo e em como meu pai não acorda e eu não... – ela começou a soar incoerente, e algumas lágrimas ameaçaram cair. Então eu a envolvi, acariciando seus cabelos.

-Shhh, Bella, shhh. Seu pai vai ficar bem. Por favor, acredite nisso. Por favor, por favor, por favor... – falei, sem certeza se falava para ela, ou para mim mesmo.

O engraçado era que eu não conhecia o pai dela. Nunca tive nenhum tipo de contato. A bella era apenas a minha funcionária, porra. Mas aí....aí ela virou algo mais. Algo como tudo.E tudo o que podia atingi-la, podia me atingir também. Veja bem, sou um homem de negócios. Não dá para ser um homem de negócios e ter pontos fracos. Negócios são como selvas. Se você mostrar fraqueza, é engolido pela imensidão da coisa toda. Eu não tinha fraquezas. Até a Bella aparecer. Agora, ela era, ao mesmo tempo, a maior das minhas fraquezas e a minha maior fonte de forças.

Espero que os meus concorrentes não descubram sobre isso.

-Edward, por que você está aqui? – Bella perguntou, após algum tempo.

-O que?

-Quero dizer, eu estou agradecida por tudo o que está fazendo, mesmo achando todo esse dinheiro em médicos e hospitais um exagero, mas, você não precisa fazer tudo isso. Não é a sua obrigação. – ela falou, afastando-se para olhar nos meus olhos.

Pensei no que ela estava dizendo, e decidi que não entendia o que ela queria dizer. Como poderia NÃO ajudar? Como não poderia dar até o último centavo que me resta em tratamentos para o pai dela, nos melhores médicos e equipamentos? Se isso a fazia feliz?

A não ser que não fizesse.

-Você não quer a minha ajuda? – perguntei, me odiando por não conseguir esconder a mágoa da minha voz. E, acrescentei, indo por um pensamento ainda mais doloroso – Não me quer aqui?

Bella balançou a cabeça rapidamente, parecendo horrorizada que os meus pensamentos tivessem me levado por esse caminho. Suspirei, um pouco aliviado.

-Não, não, claro que não é isso! Eu não sei o que faria se não estivesse aqui – ela me tranqüilizou, e respirou fundo – Eu quero dizer que você podia continuar sendo tão maravilhoso...Sem precisar dormir no hospital, e ser o primeiro a chegar além de mim. Você sabe, tudo isso.

Fiquei calado por muito tempo. E eu entendia o que ela estava perguntando. Claro que entendia. Não era isso que eu estava me perguntando pouco tempo atrás, naquele diário estúpido? O problema era que eu não sabia como responder. Não sem parecer completamente patético e boiola, pelo menos.

A verdade era que eu..Eu não sei, porra. Não sei porque estou fazendo tudo isso. Estou porque é o certo a se fazer. Porque eu daria cada membro do meu corpo, cada moeda do meu bolso, cada oxigênio do meu pulmão, cada cidade, país ou estado, daria tudo o que estivesse ao meu alcance e tudo o que não estivesse para vê-la sorrir. Porque não consigo ficar mais do que alguns centímetros longe dela. Porque olhar nos olhos castanhos á minha frente é o meu passatempo favorito. Porque eu moveria céus e terras para ficar com ela para sempre.

Por isso, e por mais. Por um mais que eu nunca senti e por isso não consigo falar. Não sei o que é isso que queima meu peito, que infla minhas narinas, que brilha nos meus olhos assim que ela está por perto. Não sei o que é essa vibração que me avisa que não quero soltá-la nunca. Não sei, porra, não sei.

Só sei que tudo isso parece coisa de aboiolado e não tem merda de jeito nenhum que eu vá falar toda essa porra para ela.

-Aqui é onde quero estar. Não é o suficiente? – falei, ao invés do amontoado de coisas que estava na minha mente.

Ela semicerrou os olhos, como resposta o suficiente.

-Senhorita Bella? – o médico chamou, gentilmente.

Bella virou-se rapidamente, ainda totalmente abraçada a mim, de forma que só ela sabia.

-Ele acordou? – ela perguntou, como fazia todos os dias há 2 semanas.

E eu já tinha a conversa toda de cor. Ele faria “Não, mas o quadro está estável” e o tantinho de esperança que ela renovava todos os dias ia desmoronar, e ela ia começar a chorar novamente, eu iria abraçá-la, dizer que tudo ficaria bem, o médico ia sair lentamente em busca de água e eu estava cansado dessa merda.

-Não.....

E aconteceu toda aquela merda de novo.

Mas teve uma coisa de diferente. A Bella não chorou. Ela só olhou fixamente para frente, sem emitir reação, sem falar nenhuma palavra. Ao final do discurso de sempre, ela só balançou a cabeça em concordância e afastou-se de mim.

-Por favor, me deixe sozinha por alguns instantes – ela pediu, sem olhar para mim. E saiu. Só. Porra. Saiu.

Deixá-la sozinha? Sem nenhuma merda de chance.

Segui a Bella temeroso, porque aquela reação não tinha nada a ver com ela. Quando ela saiu do hospital, fiquei realmente preocupado. Ela não saia desse hospital há dias. Só se afastava do pai quando era realmente necessário, e quando eu insistia muito. O que diabos estava acontecendo?

Ela começou a andar mais rápido, quase em desespero, e acelerei o passo atrás dela. Quando ela passou a mão no rosto, como se estivesse limpando o choro, entrei em pânico. Comecei a correr de verdade, desesperado para alcançá-la.

Não demorou muito. A Bella, desastrada como sempre, caiu, tropeçando nos próprios pés, mas para a minha surpresa, ela não tentou se levantar. Só ficou lá, deitada, sem reação. Sem esperança.

E eu entendi.

-Bella, Bella, por favor – segurei-a pelos ombros, tentando levantá-la, mas ela se balançava e chorava, tentando soltar-se.

-Me solte! Me solte, Edward, me solte!

-Bella, você tem que levantar! Saia daí agora!

-Não consigo! Eu....Eu não consigo! Eu não posso...Eu...

-Claro que consegue, bella, nãos eja estúpida, por favor – insisti, tentando puxar o seu rosto de forma que encontrasse o seu olhar.

O que foi a pior merda que eu podia ter feito.

Parecia aquelas experiências extra corporais. Quando você reconhece o rosto da pessoa, as olheiras, o cabelo, e para algum despercebido realmente PARECE a pessoa. Mas na verdade não é. Porque o que eu estava vendo não era a Bella. Era um resto de Bella. Um fantasma da Bella.

Eu não via dor, raiva, amor, nem mesmo desespero naquele rosto...Eu não via nada. Este era todo o problema. Parecia que tinham drenado tudo o que restara dela, e só o que restara eram pedaços, partes faltando de alguém que um dia fora incrivelmente luminoso. Como uma luz que se apaga. A minha luz que se apagava.

Minha, porque ela era minha. O QUE ela estava pensando? O que era aquela falta de esperança, aquela desistência que eu via nos olhos dela? Onde estava a mulher que me fazia ir de um extremo a outro com algumas poucas palavras? A mulher imponente, decidida, determinava, que me enfrentava com uma petulância nunca antes vista? Onde estava a mulher que me fazia pedir desculpas, voltar atrás, perder discussões? A minha bella? Onde?

A raiva invadiu a minha razão, e eu não estava mais em mim. Era raiva, muita raiva, porque ela estava desistindo de algo que era meu também. Como uma traição. Porque se ela se fosse, tudo mais iria junto. A revelação chegou rápida, cruel, como algo que eu sempre desconfiasse, mas que só veio á tona agora. Não existia eu sem ela. Não existia Edward sem Bella. Assim como Romeu só seria um solitário amargurado se não existisse a Julieta, eu só seria um grito no vácuo se não existisse a minha Bella.

-Bella! O que está acontecendo com você? LEVANTE-SE AGORA! ISSO É UMA ORDEM! – gritei, furioso, sem me importar com a platéia ao meu redor. Foda-se a platéia.

-Ele está morrendo – ela respondeu, apenas, sem emoção nem inflexão. Só a constatação de um fato.

-E DAÍ? – gritei, mais alto do que antes, me tornando desesperado – VOCÊ NÃO PODE DESISTIR! NÃO PODE! VOCÊ ACHA QUE ELE FICARIA ORGULHOSO DE VOCÊ SE TE VISSE DESISTIR? SE TE VISSE DESSA FORMA? ONDE ESTÁ A GAROTA QUE CONHECI? VENHA, ME ENFRENTE! ME ENFRENTE AGORA, BELLA. FAÇA QUALQUER PORRA DE COISA, MAS NÃO DESISTA!

-Ele não sentirá orgulho de mim porque ele vai morrer – ela deu de ombros, encolhendo-se no chão com uma bola.

E aquilo foi a gota d’água. Sem pensar nos meus atos e sem medir as minhas forças, segurei os dois lados do braço dela e a puxei para cima, obrigando-a a se levantar. Então comecei a balançá-la, gritando bem na sua frente.

-EU NÃO ME IMPORTO! NÃO ME IMPORTO COM SEU PAI, OU COM ESSAS PESSOAS NOS OLHANDO, OU COM DOUTORES, MÉDICOS, E NEM COM NADA. A ÚNICA COISA QUE ME IMPORTA É VOCÊ! E VOCÊ. NÃO. PODE. DESISTIR.

-Eu não tenho mais ninguém.

-VOCÊ TEM A MIM! VOCÊ ME TEM POR INTEIRO, BELLA, VOCÊ NÃO VÊ? VOCÊ PODE TER CADA PEDACINHO DE MIM.  VOCÊ PODE TER A MINHA FORÇA, SE QUISER. EU TE DOU CADA PEDAÇO DE FORÇA QUE TENHO, BELLA, PEGUE! PEGUE TUDO PARA VOCÊ! EU NÃO AS QUERO SE VOCÊ NÃO ESTIVER COIGO, SUA IDIOTA!

O xingamento surtiu efeito. Eu vi a defesa natural dela se remexer, e vi a raiva formando-se nos seus olhos.  Quase desmaiei de alívio.

-Me deixe em paz! Por que está fazendo isso comigo? Eu vejo o quanto te irrita quando choro toda a vez que o médico diz que ele não acordou! Vejo que não agüenta mais um minuto aqui. PENSA QUE NÃO VEJO? E agora que eu aceitei, que eu aceitei toda essa MERDA você me pede para ter esperança? QUAL É A SUA? – A bella então se descontrolou, e começou a me bater de todas as formas que podia. Não doía realmente, porque o meu alívio sobrepunha qualquer outro sentimento. Ela voltou para mim. A minha Bella voltou para mim.

Quase com um sorriso no rosto, vi todo o desenvolvimento dos seus tapas. Vi quando eles transformaram-se de carregados de ódio para sobrecarregados de desespero e depois foram enfraquecendo, a medida que  o choro começava a sair pela sua garganta.

E pela primeira vez, não senti as agulhas me perfurando. Não senti, porque estava concentrado demais em uma coisa. Eu precisava falar a ela. Precisava avisá-la. Precisava tanto, que manter aquilo comigo era quase uma dor física. Queimava meus ossos e dificultava minhas articulações. Por isso, peguei nos dois lados do rosto que eu adorava e esperei até que ela estivesse totalmente concentrada em mim.

-Você não está sozinha, Bella. – falei, olhando bem fundo nos olhos castanhos dela, quase afogando-me neles – Você me tem. Para sempre.


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Notas finais do capítulo

comentem! preciso saber q vcs ainda estão comigoo