Once Upon A Time... On The Sea escrita por Amethyst


Capítulo 1
A Vida que se segue.




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Capitulo 01 – A vida que se segue.


Ás vezes a vida gosta de te enganar, gosta de te fazer pensar que tudo está perfeito para depois acontecer a tragédia. Eu percebi isso depois que a minha mãe sumiu me deixando sozinho, sem ninguém por perto.

Para quem não sabe eu sou Percy Jackson, tenho 16 anos e nesse momento estou esperando o meu pai, Poseidon, vir me buscar no aeroporto do Havaí, eu viajei milhares de quilômetros só para não ficar sozinho, e estou começando a me arrepender.

Eu nasci em Londres, fui fruto de uma paixão avassaladora que durou menos de 5 anos. Meu pai e minha mãe resolveram se separar depois de uma proposta que o meu pai recebeu para trabalhar em New York, minha mãe ficou louca da vida e praticamente prendeu meu pai dentro de casa para que ele não nos deixasse, o problema foi justamente esse, ele não estava nem pensando em nos deixar, mas depois do ataque de loucura da minha mãe ele pegou suas malas e escalou a chaminé (literalmente) deixando apenas uma carta de despedida, uma alta quantia de dinheiro e uma mãe raivosa para me criar.

Hoje em dia muita gente reclama das brigas dos pais, choram pelas separações, mas eu nunca tive muito problema com isso, eu realmente fiquei com muita raiva do meu pai por me deixar, com apenas 4 anos de idade, e ir se aventurar em outro continente, mas eu também nunca imaginei minha mãe como uma heroína, ela tinha sua parcela de culpa. Agora eu encaro ela como a vilã, não pelo que ela fez com meu pai à 11 anos atrás, e sim por que ela me deixou sozinho a mercê de vizinhos com peninha do “pobre abandonado”.

Eu estou meio impaciente, estou aqui sentado nessa cadeira dura (que poderia ter sido feita de pedra verde amarelada) esperando meu pai a exatamente 3 horas. Será que ele esqueceu que tinha que vir me buscar? Eu não ficaria muito surpreso, isso é muito comum de acontecer comigo.

De repente uma sombra alta e bronzeada passa correndo, atropelado os pobres cidadãos presentes no pequeno aeroporto do Havaí, procurando por alguém.

– Percy! – É, ele achou quem procurava.

Queiram conhecer meu pai, o famoso Poseidon Waishiton, dono da loja de surf que tem mais de oito mil filiais espalhadas pelo mundo, nada de importante. Ele é alto, bronzeado (acho que eu já disse isso), tem olhos verdes como os meus e cabelos pretos e bagunçados que levam as mulheres a loucura mesmo nos seus incríveis 32 anos (é isso mesmo, ele é tão garanhão que engravidou minha mãe quando ele tinha só a minha idade).

– Filhão, como é bom ver você! – Ele falou me abraçando tão apertado que eu achei que iria explodir como um balão de aniversário. – Olha só como você cresceu.

– Porque você se atrasou? – Eu sei que é uma coisa rude para se dizer a um pai depois de 2 anos sem nenhum contato, mas era o melhor que eu podia fazer.

– Desculpe filho, ta tendo um campeonato de surf lá na praia e foi meio complicado sair de lá. – Ele falou se desculpando.

Eu apenas respirei fundo, e vi que ele tava fazendo o máximo que podia.

– Tudo bem pai, vamos logo, eu estou muito cansado. – Peguei minhas malas e sai na frente sem esperar ele falar nada.

Chegamos ao carro e meu pai abriu o porta malas para que eu pudesse colocar as minhas malas lá. Depois de colocá-las lá nós partimos. A viagem foi silenciosa, meu pai tentava conversar, mas eu sempre dava um jeito de deixar tudo em silencio, acho que ele percebeu depois da quarta tentativa de interagir.

Depois de quase duas horas de carro nós chegamos à praia onde ficava a casa do meu pai. A praia estava realmente lotada, várias meninas de biquíni se exibindo para homens que carregavam pranchas, algumas estavam esticadas na areia tentando se bronzear ou pegar um câncer de pele, eu não sabia direito. Eu e meu pai andamos no meio da multidão para finalmente chegar nos chalés, eu esqueci de comentar, mas a casa do meu pai era dividido em três chalés, nós estávamos indo para o principal que era, obviamente, o maior dos três. Várias pessoas esbarravam e mim e depois olhavam com uma cara de “desculpa irmão, espero que Deus proteja você de tudo de ruim” e depois viravam voltando a fazer o que estavam fazendo antes. Finalmente chegamos no chalé escuro, é assim que eu chamo ele, meu pai abriu a porta e correu para a cozinha, passando pela sala em velocidade recorde, para pegar de surpresa uma mulher loira que estava fazendo alguma coisa no fogão. Atena.

Minha madrasta era daquelas que todo mundo quer como mãe ou esposa, tanto fazia. Ela era loira, estatura mediana, olhos cinzas azulados, um corpo de dar inveja a qualquer mulher, e dotes culinários e históricos impecáveis, resumindo? Uma mulher gostosa e inteligente, duas em uma.

Mas para mim não importava.

– Percy querido, quanto tempo. – Ela falou vindo me abraçar. Eu não recuei, mas também não retribui.

Eu tinha visto Atena apenas duas vezes na minha vida, no casamento dela com o meu pai e em um jantar de ação de graças a quatro anos atrás quando a minha mãe derramou molho de pimenta nela, foi bem divertido.

– Oi Atena, como você está? – Perguntei educadamente, era o mínimo, e o máximo, que eu podia fazer.

– Muito bem, melhor do que nunca. – Ela falou dando um daqueles sorrisos “Oi, sou perfeita, caia aos meus pés” que não tinham efeito sobre mim.

– Filho, Atena está fazendo o jantar, você poderia ir se instalar logo no chalé três. – Meu pai falou mexendo na comida que estava no fogão, com um movimento hiper ninja, Atena jogou o pano de prato que estava no seu ombro nele, causando um estalo alto. – Aaaaai, querida isso dói.

– É para doer mesmo. – Ela ajeitou o cabelo e se voltou para mim novamente. – Ervaldo já levou suas malas para lá, você pode ir arrumando tudo.

Ervaldo era o segurança número 2 da casa, ele meio que fazia de tudo, desde ajudar Atena a lavar as louças até matar um homem de dois metros de dois segundos.

– Então eu já vou indo. – Falei saindo do chalé.

– Daqui a pouco estarei levando um lanchinho leve para você. – Atena gritou assim que eu fechei a porta do chalé escuro.

Enquanto eu caminho novamente por esse emaranhado de surfistas hippies explicarei como é a minha mentalidade para os chalés. Todos eles eram azuis, meu pai meio que me homenageou quando tava pintando eles; o chalé principal é azul escuro, por isso eu o chamo de chalé escuro, lá fica a cozinha, a sala, a biblioteca, o escritório e a sala de música; o primeiro chalé que você vê quando chega da cidade é o chalé médio, ele é pintado inteiramente de azul médio e têm janelas cor de marfim, aquele é o quarto do meu pai e da minha madrasta; o ultimo chalé é o chalé claro, o meu quarto, pelo menos é o que me disseram há quatro anos.

Cheguei ao chalé claro e entrei saindo finalmente daquela multidão. O chalé estava diferente de quando eu vi pela ultima vez, todas as paredes eram brancas como nuvens, mas uma única parede era cinza, nessa parede tinha varias fotos coladas, eu reconheci meu pai e minha madrasta em algumas delas, outras tinham uma menina loira de olhos cinzentos, Annabeth.

Annabeth Willians tinha a minha idade, apenas um mês mais nova, ela era filha da minha madrasta, ou seja, minha irmã. Quando agente tinha sete anos, meu pai e mãe dela se casaram, foi uma grande festa e tudo mais, foi nesse casamento que eu conheci ela, era uma menina doce e ao mesmo tempo sapeca, eu me lembro que ela me convenceu a subir em uma arvore enorme e foi lá que nós demos nosso primeiro beijo, eu sei que era muito cedo e tudo mais, mas foi apenas um selinho, coisa de criança, nada comparado com o nosso beijo de quatro anos atrás, aquele sim, foi de língua e tudo. Annabeth sempre me convencia de fazer coisas perigosas, mas eu sempre gostei.

Eu caminhei até uma outra cama encostada em uma das paredes branca, a oposta a parede de Annabeth, a cama estava forrada com um lençol azul e tinha no mínimo cinco travesseiros. Do lado da cama tinha uma cômoda vazia, acho que era ali que eu tinha que colocar minhas coisas, também tinha um guarda roupa vazio do meu lado do quarto, então eu coloquei minhas roupas lá.

Quando eu terminei de arrumar tudo Atena apareceu com uma bandeja com um sanduíche e um suco de framboesa.

– Uau, você arrumou tudo muito rápido. – Ela falou colocando a bandeja em cima da cômoda que agora era ocupada com os meus livros, mangás, cadernos, e bonecos colecionáveis do Dragon Ball Z, ah é claro, meu despertador.

– Eu não tenho muita coisa. – Eu peguei o sanduíche e dei uma mordida, estava muito bom.

– Bem, o banheiro fica atrás daquela porta branca. – Ela foi até a porta e a abriu, mas antes de sair se virou para mim novamente. – É muito bom ter você aqui querido. – E saiu.

Eu terminei de comer e fui até o banheiro tomar um banho porque o calor estava de matar. Enquanto eu tomava meu banho eu pensei em tudo estava acontecendo, o sumiço da minha mãe, eu ter que morar com o meu pai. Parecia que tudo tinha virado de cabeça para baixo. Eu fiquei pensando até ouvir um barulho estranho vindo do quarto. Eu me enrolei na toalha e sai do banheiro para ver o que tinha acontecido. Ok, isso é vai ser legal.

Uma loira, que eu acho que é a Annabeth estava se agarrando loucamente com um cara na cama dela. Eu acho que a Atena não ia gostar nada nada de ver isso. Mas como eu sou um menino bonzinho...

Eu fui até a minha cama e sentei para ver até quando eles iriam ficar sem me ver. Quando o loiro com quem a Annabeth estava se agarrando meu viu já tinha dado três minutos e meio.

– Ummm... Annabeth... – O loiro chamou por ela me olhando assustado.

– Que é Luke? – Ela falou beijando o pescoço dele.

– Tem um cara no seu quarto. – Ele falou e a Annabeth saltou do colo dele e me olhou assustada, algum tempinho depois ela mudou sua cara para de raiva pura.

– QUEM É VOCÊ? – Ela gritou, enquanto isso o menino, Luke, saia do quarto de mansinho.

– Não ta lembrada de mim maninha? – Eu falei sarcasticamente no mesmo momento em que o loiro fechava a porta.

– Pe... Percy? – Ela mudou a expressão para susto de novo.

– Pois é, quanto tempo em? – Eu levantei e, eu juro que foi sem querer, a toalha caiu do meu corpo.

Acho que nós ficamos uns cinco minutos em silencio. Eu tava sem reação, ela estava me olhando super assustada.

– Admirando a paisagem Annabeth? – Foi a única coisa que eu consegui dizer depois que eu sai do transe.

– O... O que? – E isso foi a única coisa que ela conseguiu dizer.

– Olha, eu sei que você não me vê a um bom tempo e que agora eu estou muito mais gostoso e todo mais, mas não precisa babar Annie. – Eu realmente tinha mudado muito nos últimos quatro anos, eu era um menino magrelo com um cabelo lambido e baixinho, hoje em dia eu era malhado, meu cabelo vivia bagunçado, estava bem mais alto, e eu aprendi a deixar as meninas morrendo com apenas um olhar

.- Olha aqui seu imbecil, dá pra você ir vestir uma roupa logo? Eu já estou enjoada de ter que ficar olhando para essa coisa pequena. – Ela falou dando um sorrisinho de deboche.

– Maninha, se você tivesse enjoada de olhar já teria virado para o outro lado ou fechado os olhos, e segundo mais de cinquenta mulheres, esse meu amigo não é nada pequeno. – Eu falei dando uma risada maliciosa.

– Você me dá nojo! – Ela falou se aproximando de mim. – E eu só não parei de olhar porque mesmo sendo pequeno eu ainda sou uma mulher louca por esse equipamento. – Ela me deu um selinho e apertou o meu amigo, se é que você me entende.

E então ela saiu.

Eu não esperava que a Annabeth fizesse isso, então eu oficialmente estou muito surpreso.

Depois de uma meia hora congelado, eu ouvi uma batida na porta.

– Percy querido, o jantar está pronto. – Era a voz de Atena me chamando de volta para a realidade.

E foi ai que eu me liguei, eu teria que conviver com uma maluca ninfomaníaca por tempo indeterminado, e o pior, teria que dormir no mesmo quarto que ela todos os dias.

E como dizem naquele filme. “Que os jogos comecem!’’

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Surpresa!!!

Essa fic veio semana passada na minha cabeça e eu já tô com cinco capitulos prontos.

Hoje, é meu aniversário, e essa fic é como um presente meu para mim mesma. =D

É isso, espero que vocês gostem.

Beijos, e aproveitem.




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