– Georgia - chamou o loiro
– Humm... - respondeu com um grunhido
– Já é quase meio dia. Não que isso seja da sua conta, mas eu tenho que trabalhar porque meus pacientes me esperam. - ele disse isso já sentando na cama.
– Pacientes? Como assim pacientes? Você é curandeiro por acaso? - ela perguntou já acordada.
– Não vai me dizer que a auror metida a sabe tudo não sabe que eu sou curandeiro do St. Mungus?! - disse sarcástico
– Não sabia, na verdade eu não sei muitas coisas sobre você. Uma hora você é sensível e atencioso e na outra é totalmente selvagem, faltou pouco para rasgar as minhas roupas. Pra falar a verdade você é um mistério. - ela disse em meio a um devaneio.
– Sabe o que eu acho sobre mistérios? - ele perguntou.
– Não tenho idéia… - respondeu ainda distraída.
– Que eles devem ser desvendados, mas por mais que eu queira ser desvendado isso não é para agora. Tenho que ir me arrumar para o trabalho, você pode ficar ai mais alguns minutos se quiser. Não vou prometer te levar pra almoçar, mas você pode fazer isso na sua casa com o Weasley. - disse rapidamente enquanto se levantou e já pegou suas roupas e se encaminhava para o banheiro.
– Já está me dispensando Draquinho! - ela disse aos risos. - Achei que nós tínhamos nascido um para o outro, o que eu vou fazer da minha vida agora sem você. - disse gargalhando.
– Que engraçadinha você Georgia acho que vou rolar no chão de tanto rir. - disse sarcástico e saiu para o banheiro.

Enquanto Draco tomava banho, a moça já havia levantado, arrumado a cama, vestido suas roupas e se preparava para sair do apartamento quando ele apareceu vestido para o trabalho.

– Nossa, UAU … Você fica muito sexy nesse jaleco sabia ? - ela disse enquanto o admirava de longe.
– Sei que sou sexy fazer o que, nasci assim. - disse cheio de si.
– Deixa de ser convencido. É melhor eu ir pra casa o Ron deve está me esperando para a gente conversar… - disse isso já girando a chave na fechadura. - de qualquer jeito obrigada pela noite garanhão, a gente se vê por ai. - disse isso e saiu.
– A gente se vê Georgia Groome. O mais breve que você imagina. - disse isso, mas ela já tinha partido.

Ron já esperava em casa fazia horas e nada de Georgia aparecer. Quando já tinha perdido as esperanças e já se encaminhava para a cozinha para preparar o que seria um almoço, ele escutou o barulho de chave na porta. Foi então correndo para recebê-la com um forte abraço.

– Eu achei que nunca mais você voltaria... - disse no ouvido da moça.
– Eu pensei em nunca mais voltar. Na verdade eu pensei em muitas coisas essa madrugada e uma delas foi a esquecer de tudo isso que aconteceu e seguir a vida em frente. Nós já namoramos faz 2 anos e não vou jogar fora tudo que construímos juntos por uma insegurança. Eu sinto muito por ter dito todas aquelas coisas pra você ontem, eu te amo Ron. - disse olhando no fundo dos olhos azuis dele.
– Eu estive pensando muito também no que você disse sobre eu não confiar em você e acho que realmente pisei na bola. Me perdoa por tudo Georgia, eu realmente nunca quis ser grosso daquele jeito com você ou esconder as coisas. - disse retribuindo o olhar intenso que ela o dirigiu.
– Tá tudo bem agora Ron, vamos só esquecer isso tudo e seguir a vida ok?! - perguntou e depois deu um selinho no namorado.
– Ok - respondeu retribuindo o gesto.
– Eu to com fome, que tal se nós almoçarmos fora hoje para variar? Podemos ir a um restaurante trouxa que eu conheço que faz uma comida ótima. -ela disse empolgada.
– Tudo bem, tudo que você quiser meu amor. Eu vou só pegar um casaco e já venho. - disse se encaminhando para o quarto.

Depois de chegarem ao restaurante e fazerem os pedidos, os dois começaram uma conversa animada, onde relembraram como se conheceram e o primeiro encontro...

– Foi você que me chamou pra sair Ronald para começo de conversa - disse aos risos
– Tem certeza? Eu acho que foi você que não resistiu ao meu charme… - disse rindo também.
– Como assim? Que eu não resisti ao seu charme é fato, mas foi você que não resistiu ao meu primeiro. Eu me lembro do nosso primeiro encontro como se fosse ontem. - disse pegando a mão do rapaz.
– É eu também. Foi um custo conseguir um beijo de você, sempre se fazendo de difícil. - ele disse
– Isso é porque eu sou difícil meu amor... - disse cheia de si.

A tarde do casal se seguiu agradável, eles após o almoço decidiram desaparatar no Beco Diagonal para tomar um sorvete na Florean Fortescue (que havia reaberto após a guerra) e para que Georgia pudesse ir até a Madame Malkin dar uma olhada no preço de um vestido para a confraternização de final de ano do departamento de aurores. Logo depois seguiram para o Ministério da Magia, afinal eles ainda tinham que trabalhar.

– Temos alguma novidade no caso da Lia Mutter? – Ron perguntou a Marcus um de seus amigos no departamento.

– Bom para ser sincero não temos nada novo no caso desde que descobrimos que o desaparecimento dela estava ligado ao trafico de unicórnios. – respondeu o rapaz.

– Nós já escalamos um pessoal para a missão, vocês dois estão no grupo de investigação junto a Groome, Mitchell, Davies, Smith, Miller, Parker, Collins e vão ter que viajar para a Noruega. Lá vocês irão se disfarçar de turistas ingleses e se misturar a cultura deles. Preciso que descubram para que eles estão querendo esses unicórnios, quem é o mandante do crime e quem daqui está ajudando eles. Vocês vão no começo do mês que vem... – disse Jonathan Harris o chefe do departamento inglês de aurores.

– Senhor eu acho que posso ajudar muito nessa missão, por isso se pudesse me dar uma chance de acompanhar o grupo... – disse Harry em tom suplicante.

– Não Potter preciso de você aqui em Londres. Já te disse que não posso me dispor dos meus melhores aurores todos de uma vez, por tanto você fica. – disse Jonathan firmemente.

– Mas senhor... –insistiu Harry.

– É minha ultima palavra sobre isso Potter e nem mais um piu sobre esse assunto estamos entendidos? – disse o homem finalizando a discussão.

– Sim senhor. – disse um Harry cabisbaixo.

– Já vocês –disse se referindo aos demais membros da missão - aguardem minhas próximas instruções. Teremos uma reunião antes da viagem para acertar os detalhes finais. – disse o chefe saindo da sala.

– Mas que droga! Ele sabe o quanto eu queria ir nessa missão e esta fazendo isso porque sabe que estou prestes a ser promovido para assumir o cargo dele. Maldito de uma figa... – disse um Harry muito irritado.

– Calma Harry, tenho certeza que tudo vai ficar bem. Você tem competência suficiente para conseguir o cargo sem ter que ir nessa missão. – disse Ron ao melhor amigo tentando acalma-lo.

– Concordo com o Rony, você com certeza vai conseguir o cargo Harry. – disse Georgia.

– Vocês tem razão, vou me sair bem mesmo não indo nessa missão. – concordou Potter.

Depois de uma tarde tensa no trabalho o casal foi direto pra casa. Ron sugeriu que eles jantassem fora, mas Georgia disse que preferia ficar em casa pedir uma pizza e ficar sentada juntinha com o namorado para que aproveitassem o tempo juntos. Foi isso que aconteceu, eles comeram uma deliciosa pizza e passaram a noite juntos apenas conversando e trocando carinhos até que adormecessem abraçados no sofá mesmo.

Na manhã que se seguiu Ron acordou cedo com o intuito de fazer um delicioso café da manhã para a namorada, porém quando acordou ela não estava mais lá. Levantou então assustado e a procurou por todo apartamento só que a única coisa que encontrou foi um bilhete de Georgia que dizia

“Amor fui até o Beco Diagonal para buscar o vestido que nós olhamos ontem e depois devo passar na casa de uma amiga minha para nós almoçarmos juntas. Te vejo a noite, amo você !! Beijos Geo.”

– Bom parece que vou ter que me virar na cozinha hoje. – disse para si mesmo.

Ron estava tentando fazer sabe se lá o que na cozinha. Ele era ótimo para comer agora pra cozinhar era uma negação, apesar de se esforçar bastante quando queria agradar a namorada. Nesse caso ele estava tentando fazer mesmo era o seu próprio almoço para a pena das panelas e da cozinha que estava ficando uma verdadeira zona (é nessas horas que se deve agradecer por ser bruxo) e faltava pouco para que a casa começasse a pegar fogo porque Rony deixou por duas vezes o pano de prato cair em cima da boca do fogão acesa. Tirando todos os pratos quebrados, uma cozinha praticamente destruída e quase um incêndio no fim tudo ficou bem. Ele havia conseguido fazer uma refeição razoável, mas se tratando de Ronald Weasley qualquer coisa que fosse comestível estava boa. Até então tudo estava bem até a hora de arrumar a bagunça, eram tantos cacos de vidro que não tinha como não pisar em algum e foi exatamente o que aconteceu. Um caco grande e afiado entrou no pé do rapaz com tudo e resultou em uma dor alucinante. Ron não pensou duas vezes e foi direto para o St. Mungus. Não podia desaparatar desacompanhado sangrando daquele jeito então antes de sair ligou para Harry e pediu que este viesse busca-lo. Em menos de 5 minutos Harry já estava lá e rapidamente levou o amigo ao hospital.

Chegando lá enquanto Ron entrou direto pra urgência por estar sangrando muito, Harry ficou na recepção preenchendo alguns papéis. Na sala de urgência Rony teve uma grande surpresa quando quem o atendeu foi ninguém mais ninguém menos que Draco Malfoy.

– Ora... Ora o que temos aqui... Tentando cozinhar Weasley? Parece que nem isso você sabe fazer direito. – disse o loiro com seu tom de deboche.

– Malfoy? O que faz aqui? – respondeu o ruivo surpreso.

– Se você não percebeu pelo crachá eu trabalho aqui, achei que tinha pelo menos aprendido a ler na escola. – disse enquanto retirava o caco de vidro do pé do rapaz que gemia de dor.

– Sei ler sim, só achei que por ser um hospital de respeito eles não deixariam um criminoso covarde como você trabalhar aqui. Pelo visto o critério para se contratar aqui não é lá essas coisas. – disse Ron que apesar de sentir muita dor ainda tinha energia para brigar com o rival.

– Sua mãe nunca te ensinou que não se deve discutir com quem te serve comida ou cuida de um ferimento grave em você não Weasley? – disse Draco cheio de si.

– Ah cala a boca Malfoy e cuida logo disso para eu não precisar ficar olhando para essa sua cara de doninha nojenta. – disse o ruivo enfezado.

Depois de cuidar do ferimento um longo silencio se estendeu na sala. Foi então que Draco começou...

– Você vai sentir muitas dores hoje, por isso tente não andar por ai, eu estou receitando um analgésico para aliviar mesmo sentindo uma enorme vontade de te deixar sofrendo eu não ganhei o meu diploma à toa. – disse o loiro por fim.

– Muito obrigado Malfoy, mas não pense que a minha vontade de quebrar a sua cara diminuiu por causa disso. - respondeu o ruivo que já ia saindo.

– Há antes que eu me esqueça, mande lembranças pra sua namoradinha Georgia. Diz pra ela que eu mal posso esperar pra ver ela de novo e que aquela noite foi ótima.

– De onde você conhece a Geogia? E que historia é essa de noite ótima? – disse Ron já ficando vermelho da cor dos cabelos.

– Ah Roniquito ela não te contou não? Que além de pobre, burro você é CORNO?! Pobrezinho acho melhor você abaixar na hora de passar na porta pra o seu chifre não ficar preso. – disse Draco com seu tom mais zombeteiro.

– Cala essa boca Malfoy, isso não é verdade, não pode ser verdade. – disse atormentado.

– Pois é Weasley o que eu posso dizer, eu sou irresistível e sua namoradinha estava toda triste por que você ficou com sua fantasia com a Granger que ela cedeu rapidinho aos meus encantos. E para sua informação foi ela que se ofereceu para mim viu?! Acho que foi porque ela estava sentindo falta de um homem de verdade... – disse com um grande sorriso nos lábios.

A confusão foi imediata, Ron nem se deu ao trabalho de responder e já virou um soco na cara de Malfoy que chegou a cair no chão tamanha a força que o rapaz emitiu, mas a briga não terminou por ai não , pois aproveitando que estava no chão Malfoy deu uma rasteira do rival e o derrubou, logo em seguida retribuiu o soco no ruivo. Então a pancadaria começou pra valer, era chute pra lá soco pra cá e a adrenalina de Rony era tão alta que ele nem sentia mais a dor no seu pé machucado. Depois de alguns minutos de briga Harry que tinha acabado de preencher os papeis entra no consultório e se depara com a cena. De inicio ele ficou apenas olhando Ron batendo em Draco, mas depois quando ele começou á apanhar novamente decidiu intervir e puxou o amigo para longe do loiro.

– Isso não vai ficar assim seu loiro nojento, sua doninha abominável eu ainda acabo com você... – Rony foi gritando isso e mais alguns insultos enquanto era arrastado para fora não só do consultório como do hospital.

Já do lado de fora do local e Harry viu que era seguro soltou o amigo para que este se explicasse sobre o que aconteceu.

– O que diabos foi aquilo? Porque você estava batendo no Malfoy? E o que diabos ele estava fazendo aqui? – perguntou o moreno

– Ele trabalha aqui. Aquela coisa disse que dormiu com a Georgia... Disse que eu não sou homem suficiente para ela e por isso ela me traiu com ele. – disse com uma fúria incomum nos seus olhos azuis.

– Mas você não acha que a Georgia seria capaz de fazer isso com você, não é?

– Não sei de mais nada Harry. Só me leva pra casa por que quero ficar sozinho. Hoje eu tiro essa história a limpo e se for verdade está tudo acabado entre nós dois. – disse o ruivo decidido.