Depois de algumas horas na praça, vou para a casa do Diego. Mando uma mensagem pra minha mãe dizendo que estou  bem.

      Chego na frente da casa e toco a campainha. Uma mulher abre a porta e pede para eu entrar, pergunta se eu também vim fazer o trabalho de história e eu respondo que não logo perguntando se posso subir. Ela assente. “Que trabalho de história? Estamos nas férias de final de ano!” – penso enquanto subo a escada.

      Assim que chego na porta me deparo com uma cena bem perturbadora: Diego e Layla se agarrando. Sem pensar começo a bater palmas. Eles olham para mim:

  -Parabéns! Vocês se merecem. Isso foi alguma aposta? “Fique com a Myla e eu fico com você”? Foi isso Layla? Em troca do que exatamente? Você é uma vadia. –Ela me encarava com um sorriso idiota. – E você Diego... Nunca  imaginei que pudesse fazer isso comigo! –Ele tentou falar, mas eu impedi. Em um dia diz que me ama e no outro fica com a Layla? Bom... Você conseguiu me magoar, aliás, quem não consegue? Layla, Pra que ficar com o Liam se você já tinha o Diego? E pra que fingir ser minha amiga esse tempo todo? Eu te odeio. Nunca mais falem comigo! –E saí com Diego quase vindo atrás de mim.

      Fui pra algum lugar, pra alguma direção. Não sabia onde estava e nem que horas eram. Parei em uma pista de skate e sem querer esbarrei em alguém:

  -Desculpa, eu não te vi. – Ele recolheu o skate e virou de frente para mim.

  -Myla? Há quanto tempo! – Ele disse com um lindo sorriso estampado no rosto.

  -Desculpe, mas eu devia lembrar de você?

  -Sou eu, Alex, estudei com você há muito tempo.

  -Claro, o Lekinho! Nossa, você mudou! Desculpe não ter te reconhecido.

  -Certo, mas pare de me pedir desculpas!

  -Desculpe. – Nós rimos!

  -Você não mudou nada. Quero dizer, de jeito! Agora de aparência, se me permite dizer, você está gostosa.

  -Gostoso é sorvete, mas você também está em boa forma.

  -Eu sei que sou lindo, pode falar! – Rimos.

  -E modesto também. Mas, mudando de assunto, o que faz em São Paulo?

  -Bom, voltei a morar aqui. Cheguei há alguns dias e minha casa ainda não está pronta.

  -Bom saber... Onde você está morando?

  -Na mesma rua que você morava quando éramos pequenos, aliás, você ainda mora lá?

  -Moro sim! – Respondi feliz.

  -E a Layla e a Fernanda, como vão? – Abaixei a cabeça e uma lágrima silenciosa escapou de meus olhos. –Ei, o que houve? Falei algo de errado? – Disse ele segurando meu queixo e enxugando a lágrima com o polegar.

  -Não, é só que... A Layla me enganou, me magoou. Ela está diferente!

  -Se ela não deu valor a sua amizade, o problema é dela!  Agora vamos, eu te levo em casa, já está tarde.

       Ele conseguiu me animar novamente. Fomos até a minha casa conversando, rindo e contando as novidades. Chegamos a minha casa e ele se despediu dando um beijo em minha testa.