Dramione - When Fire Meets Ice escrita por Sofia, beaguiar


Capítulo 18
Capítulo 18 - Rendição


Notas iniciais do capítulo

OLÁÁÁÁÁ
Gostaria de informar-lhes que estou oficialmente de férias e isso significa (se minha força de vontade permitir) capítulos com uma frequência maior. Também gostaria de dizer que é a partir de agora que a história começa a mudar de rumo, enfim. Tenho certeza que receberei ameaças de morte depois que vocês lerem este capítulo, mas foi um dos meus favoritos e adorei escrevê-lo e queria agradecer (de novo) à minha beta Bia porque ela que faz as correções chatinhas e mimizentas e sem ela eu não conseguiria disponibilizar pra vocês uma história tão legal *modéstia à parte*.
Ela é foda!



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Hermione abriu os olhos devagar, incomodada com a claridade que entrava no quarto. Tinha dormido a melhor noite dos últimos dois meses. Sentou-se na cama, esfregando os olhos, e percebeu que vestia apenas a camisa azul de Rony, que, por sinal, estava debruçado na janela, observando a paisagem, vestindo uma calça de moletom velha.

–Bom dia –Disse a castanha, com a voz rouca, bocejando.

–Bom dia. –Respondeu o ruivo, sem virar para trás. Hermione observou suas omeoplatas. Rony não tinha o corpo definido, mas, graças aos treinos de quadribol, era magro e possuía ombros e costas largos. –Dormiu bem?

–Melhor do que nunca.

–Trouxe café da manhã –Rony apontou para a escrivaninha, onde repousavam um copo de suco de abóbora e um prato com alguns biscoitos e um pedaço de uma torta de limão. –Perdemos boa parte da comida, mas foi só falar com os elfos que o café era para você que eles prontamente trouxeram alguma coisa..

Hermione sorriu e tomou um gole do suco.

–Bonita, não? –A castanha falou, entre uma mordida e outra em seu pedaço de torta. –A vista.

–É linda. Não sei como você não fica hipnotizada.

Hermione entrou no campo de visão do ruivo, comendo seu último biscoito.

–Você se acostuma.

Ele sorriu, puxando-a pela cintura. O beijo tinha gosto de biscoitos de baunilha. Hermione levantou-se e trocou de roupa de costas para o namorado. Com a proximidade do inverno, um vento frio invadia o quarto. Hermione enfiou-se dentro do suéter cor de tijolo de Rony, que batia no meio das suas coxas, mas ela não se importava: ia passar o dia inteiro dentro da enfermaria de qualquer maneira.

–Você fica muito sexy com essas roupas largas. –O Weasley sorriu de uma forma maliciosa, abraçando-a por trás e distribuindo beijos por seu pescoço, provocando arrepios na castanha.

–Ron, por mais que eu queira, e muito, continuar com isso... –Ela o empurrou delicadamente, medindo suas palavras. –Vou ver o estado de Dr... Malfoy. Você entende, não é?

Ronald suspirou. Tinha um olhar sereno.

–Pode chamá-lo de Draco, Mione, eu não ligo. E claro que entendo. Me dê notícias quando tiver saído de lá.

Hermione deu um último abraço no namorado e saiu apressada de seu quarto, descendo as escadarias pulando os degraus. Para um domingo, o castelo estava relativamente cheio.
–Bom dia, Madame Pomfrey – disse, alegremente, ao ver a enfermeira misturando algumas poções. –Draco está acordado?

–Olá, querida! O garoto loiro? Foi embora hoje cedo, McGonagall veio visitá-lo e os dois saíram juntos. Ele estava melhor, um pouco abatido talvez, mas a diretora levou-o para conversar...

–Ah –Hermione tentou esconder a decepção. Queria que Draco visse que ela havia cuidado dele –E onde ele está agora?

–Ele não está no castelo, querida. A diretora disse que iria levá-lo para um passeio. Provavelmente só estação de volta no final da tarde.

Hermione agradeceu, chateada, e voltou para o quarto, destinada a passar o dia com Rony, Harry e Gina, como nos velhos tempos.
~*~
Draco apertou o estômago, que estava embrulhado após a aparatação. Apesar de ter vomitado das três às sete da manhã, a ressaca ainda o atingia. Não fazia ideia de onde estava. Depois que havia parado de vomitar, McGonagall apareceu e levou-o para seu gabinete, onde Mary estava esperando. Os três tiveram uma longa conversa até que a diretora o informou de que saíriam do castelo e visitariam “um lugar que certamente iria ajudá-lo”, segundo McGongall. Olhou para os lados e percebeu que estava em um jardim. Grande, não tanto quanto o de Hogwarts, mas igualmente bonito. Garotos e garotas mais ou menos de sua idade corriam descalços pela grama fazendo feitiços. Usavam calças pretas e blusas azuis claras.

Draco seguiu a diretora e a conselheira até a entrada da grande casa de três andares situada no alto de uma pequena colina. A subida era curta e pouco cansativa, e quando entraram no edifício Draco não pôde deixar de perceber a beleza da construção, decorada com pequenos detalhes dourados e colunas de mármore.

–Olá, sejam bem vindos ao Retiro Bruxo de Brayerd. –Uma moça alta, magra e com aparência simpática veio recebê-los. –Creio que o senhor é... Draco Malfoy?

Ela disse o nome dele de modo incerto, lendo a prancheta que segurava. O garoto assentiu, inseguro.

–Draco –O loiro surpreendeu-se com o tom íntimo da diretora, que geralmente apenas o chamava de Sr. Malfoy. –Eu e Mary conversamos muito antes de tomar esta decisão, mas decidimos que seria o melhor pra você. Este lugar, o Brayerd, reúne jovens que passaram por experiências traumáticas, chocantes ou fortes. Certamente, você anda passando por um período turbulento da sua vida. Resolvemos te trazer aqui para que possa conhecer o local e se familiarizar com as atividades, e, caso queira, terá a minha permissão para passar os fins de semana no Retiro. A diretora Zoe vai te mostrar o lugar e te apresentar para alguns veteranos e o senhor poderá passar a tarde de hoje, vendo como o Brayerd funciona. No fim da tarde, venho buscá-lo para que possamos visitar sua mãe no St. Mungus.

Draco precisou de alguns segundos para processar as informações, mas assentiu, de acordo. Não custava nada conhecer o local, afinal, embora ainda achasse que poderia passar por tudo que estava passando sozinho e sem ajuda, obrigado. E nos últimos dias só pensava em quando poderia ver sua mãe...

–Tudo bem –Disse, rapidamente. –Quando começamos a visita?

A diretora Zoe sorriu.

–Agora mesmo.

~*~

Hermione abriu a porta do primeiro salão, cumprimentando os que estavam ali. Praticamente todos os monitores e capitães chamaram alguns amigos para passar a tarde no aposento, que estava lotado. A garota pretendia apenas pegar alguns livros que estavam guardados em seu quarto para voltar para o Salão Principal, onde estava estudando com Rony, Harry e Gina.

–Hermione –Ouviu uma voz contida e familiar vinda de algum lugar atrás dela. Virou-se, vendo o rosto de Draco.

–Olá –A garota disse, sorridente. –Onde você estava?

Hermione olhou-o dos pés à cabeça. O garoto usava sapatos sociais pretos e um terno risca giz da mesma cor, com uma camisa social cinza por baixo. Seus cabelos loiros estavam penteados para trás, e o comprimento acima do normal fazia com que alguns fios ultrapassassem a metade da nuca e cobrissem a ponta das orelhas. Sua barba estava por fazer, o que fazia com que ele tivesse uma aparência charmosa, atraente. Como sempre, o terno lhe caía muito bem, e o cabelo levemente molhado o deixava ainda mais sexy. Sua expressão era séria e um pouco nervosa: o garoto mordia os lábios e desviava o olhar a todo momento.

–Bom... McGonagall e Mary, a psicóloga, me levaram para um lugar chamado Retiro Brayerd. Disseram que seria uma experiência boa para mim, já que estou passando por um momento conturbado, e lá tem um monte de atividades, debates e realmente parece ajudar... –A expressão dele ficou mais dura do que já estava e uma sombra percorreu seu rosto. –Mas eu não acho que precise de ajuda, não. Aquilo me pareceu mais como reabilitação. Era como se... como se eu fosse um doente, viciado.

Hermione engoliu em seco.

–Draco. –Ela pegou a mão do garoto, apertando-a com carinho. – Acho que seria saudável para você frequentar este Retiro. Você pode achar que não precisa de ajuda, mas ninguém consegue passar pelo que você está passando sozinho...

–É, é, tudo bem... –Ele fez um gesto pedindo para que a garota esquecesse o assunto. –Enfim, estou bonito? Refinado?

Ele girou o corpo, devagar. Hermione sorriu.

–Não poderia estar melhor.

–Estou indo visitar minha mãe. –Draco sorriu, mas não era um sorriso animado. Estava desconfortável, ansioso.

–Isto é ótimo! –Ela exclamou. – Mande um beijo por mim. Tenho certeza que logo ela sairá do St. Mungus.

Draco abraçou a garota levemente, e Hermione sentiu-se extremamente segura envolta por aqueles braços firmes.

–Obrigado, Hermione. Por tudo.
~*~
–Espere um minuto, Draco –Pediu McGonagall, quando chegaram ao St Mungus. A diretora estava em um traje elegante e a todo momento dizia palavras de carinho e ajuda para o garoto, que apreciava o gesto, mas não estava muito no clima para aquilo. Enquanto observava a diretora ir conversar com alguns curandeiros, Draco passou a mão pela testa, molhada de suor. Seu penteado já começava a se desfazer.

Não fazia a menor ideia de como sua mãe estava. Já havia visto vários bruxos em estado de choque, e nenhuma dessas lembranças lhe era agradável. Não gostaria de ver a mãe num estado de demência. Queria que encontrasse a mesma Narcisa de sempre: a mãe carinhosa, disposta e amorosa que sempre fora, sempre disponível para qualquer problema que Draco encontrasse: a mulher que o ajudou em seus momentos mais difíceis. Em resumo, Narcisa era tudo que Draco sempre possuiu, e tudo que queria era a antiga mãe de volta.

Observou McGonagall conversando com os curandeiros responsáveis por sua mãe e percebeu que alguma coisa estava errada. Minerva parecia abatida e gesticulava de modo desesperado e furioso. Depois de alguns minutos, quando o cabelo de Draco já estava completamente despenteado, o loiro considerou a ideia de aproximar-se e perguntar que diabos estava acontecendo. No mesmo minuto que deu o primeiro passo, no entanto, McGonagall começou a andar em sua direção e o garoto percebeu que lágrimas escorriam pelo seu rosto.

–Draco Malfoy –Ela disse, num sussurro, sem conseguir conter o choro. –Sinto tanto, tanto.

E nesse momento o loiro percebeu que aquela visita não era de fato uma visita, mas sim um adeus.

~*~

Hermione ouviu um estrondo das portas principais sendo abertas e percebeu que todos viraram a cabeça ao mesmo tempo para olhar o que estava acontecendo. Pousou seus talheres, erguendo o pescoço para tentar identificar o que diabos perturbava a tranquilidade de um jantar de domingo em Hogwarts. Imediatamente, avistou Draco Malfoy entrando a passos largos no castelo. Já não vestia o paletó de seu terno, e a gravata estava frouxa, dependurada em seu pescoço. A camisa social cinza estava encharcada de suor e seus cabelos estavam completamente desgrenhados. Seus olhos estavam vermelhos e a garota não pôde deixar de reparar nos hematomas roxos em seus braços e no sangue que escorria de seu nariz. Mil pensamentos passaram pela mente da garota naquele momento, mas nenhum deles parecia muito provável. O que diabos poderia ter acontecido? A diretora McGonagall corria atrás do garoto, gritando seu nome, desesperada. Uma onda de sussurros invadiu o salão assim que Minerva desistiu da perseguição e parou, derrotada, no meio do aposento. Alguns alunos levantaram-se para ajudá-la.

Hermione saltou de seu lugar, confusa. Ainda conseguia ver os cabelos loiros de Draco andando para os fundos do local, fugindo.

–Hermione... –Sentiu o braço de Rony segurando-a, mas sem dizer nada levantou-se e começou a correr atrás do loiro. Precisava saber em que problema Draco havia se metido.

–Draco! Draco, o que aconteceu?

Seus gritos não pararam o garoto, e a única opção que encontrou foi continuar a segui-lo, até que viu-se subindo as escadas da torre de astronomia. Quando alcançou o topo, sem fôlego, perguntou, preocupada:

–Que diabos aconteceu, Drac...

Ao erguer o olhar, viu o garoto de frente para ela, em pé no parapeito da janela da torre. A respiração do loiro estava ofegante e os primeiros botões de sua camisa social haviam sido arrancados. Hermione não conseguia entender o que estava acontecendo ali ou qual era o objetivo de Malfoy. Tudo que ela queria era saber o que diabos havia acontecido no St Mungus para deixar Draco tão perturbado.

Mas então ela percebeu.

“Eu decidi, Hermione. Eu vou morrer.”

Uma queda longa o aguardava à suas costas. Apenas um passo...

O grito desesperado da castanha pôde ser ouvido do outro lado do castelo. A última coisa que Draco viu antes de deixar-se cair para a morte foi o rosto de Hermione Granger.


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Notas finais do capítulo

E aí? Pelo amor de Merlin, reviews, quero muito saber a opinião de vocês e sugestões! Até o próximo (:
ps.: a Bia que conseguiu criar o nome do Retiro, foi bem trabalhoso por sinal, créditos dela
ps².: não era pra Narcisa ter morrido, os planos foram modificados e a ideia também foi da Bia. heheheh