Dramione - When Fire Meets Ice escrita por Sofia, beaguiar


Capítulo 15
Capítulo 15 - Natal (parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Olá! Sim, sei que atrasei de novo, vocês já devem estar cansados de escutar minhas justificativas, portanto, não vou repeti-las. Espero que gostem, e boa leitura!



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Rony estava parado em seu quarto, vestindo um suéter cor-de-tijolo que ganhara da mãe no último Natal, preparando-se para descer para o jantar e se juntar à família. Decidira que iria parar de lamentar pelos cantos sem fazer nada, apenas choramingando seu término com Hermione. Definitivamente, era hora de tomar o controle de sua vida.
        
         Desceu as escadas pulando alguns degraus enquanto amassava os cabelos, tentando parecer mais arrumado. Encontrou toda a família sentada na mesa que haviam arrastado para o jardim, todos rindo de forma tranquila e enchendo os pratos.
        
         O ruivo sorriu e sentou-se, cumprimentando todos ali. Harry lançou-lhe um sorriso e Gina dera um tapinha em seu ombro.
        
         Depois do jantar e da entrega dos presentes, quando todos foram para dentro, Rony, Gina e Harry ficaram sozinhos sentados na grama do jardim.
        
         -Então –Começou o moreno. –Finalmente resolveu tomar alguma atitude em relação à Hermione?

         -Sim –Respodeu Rony, pigarreando. –Vou procurá-la para conversar quando estivermos em Hogwarts.

         Gina sorriu.

         -É a decisão certa, irmão. Aliás, isto chegou para você mais cedo.

         A ruiva estendeu a mão, entregando-lhe um embrulho laranja. Rony abriu, revelando uma caixa com diversos bombons. Cada um continha uma expressão facial diferente, que se movimentava. A frase na embalagem dizia “Como está se sentindo hoje?”. Rony soltou uma risada, sem conseguir se conter, e pegou um bombom com uma carinha feliz enquanto lia a carta do remetente. Era apenas um pequeno papel, um bilhete.

         “Olá Rony,
         Feliz natal! Já estivemos em situações em que quase fomos mortos na guerra, e podemos concluir que a vida é curta demais para ficarmos afastados por causa de algo tão pequeno.
         Espero que ainda sejamos amigos.
         Com amor,
         Hermione.”


         Rony releu a carta, sentindo um enorme alívio. Aquela era a prova que deveria procurar a ex namorada e pedir desculpas pelo que dissera e fizera. Estava decidido. No dia seguinte, iria ao Beco Diagonal comprar algo para enviar à ela.

         Iria reconquistar Hermione Granger.

~*~

         Draco sentou-se à mesa, trajando novamente um terno escuro. Dessa vez, porém, a roupa não era totalmente negra: a gravata cinza e a blusa possuía um tom grafite.

         -Nosso primeiro Natal juntos e... bem... –Narcisa pigarreou, evitando dizer a palavra “sãos”. O último Natal fora no mínimo desagradável por causa da loucura de Lúcio. –De qualquer forma, estamos aqui, como uma família. Um brinde!

         Draco e Lúcio ergueram os copos. O garoto não pôde deixar de reparar nas feições cada vez piores de Narcisa: Os cabelos despenteados, a roupa torta, o sorriso maníaco e forçado e os olhos fundos. Seus braços estavam cheios de hematomas, e quando Draco mostrara-se preocupado quando percebera os machucados, Narcisa fez um gesto como se aquilo fosse irrelevante, dizendo que havia escorregado na estrada da casa.

         O garoto afastou os pensamentos e tomou um gole do champagne bruxo, que tinha um leve gosto de alcaçuz. As bolhas da bebida fizeram cócegas em sua língua e desceram suavemente em sua garganta. Era totalmente diferente do uísque de fogo, pensou Draco. Enquanto o uísque era forte e violento, o champagne era delicado e tranquilo.

         -Bem –Disse Lúcio, quando terminaram de comer e de entregar os presentes. –Pode subir, Draco. Preciso conversar com sua mãe.

         O loiro assentiu sem discutir, levando consigo seu único presente: uma nova vassoura, que ganhara de sua mãe. Lúcio nem mesmo dera o trabalho de presentear o filho.

         Draco entrou no quarto e fechou a porta, jogando-se na cama, cansado. Pensara que a volta do pai iria melhorar as coisas e fazer com que os Malfoy voltassem a ser uma família feliz, mas estava completamente errado. Era muito melhor quando estavam só ele e Narcisa. Desabotoou a camisa e jogou-se debaixo das cobertas, tentando dormir o mais rápido possível e esquecer tudo que vinha acontecendo na mansão. Em pouco tempo, adormeceu.

~*~
         Hermione acordou cedo no dia 25. Arrumou-se rapidamente e deixou um bilhete para os pais, dizendo que estava indo até o Beco Diagonal. Colocou o pingente que ganhara de Draco e aparatou.

         O Beco estava vazio, o que era surpreendente, mesmo para o Natal. Poucos bruxos perambulavam pelas ruas, comprando coisas aqui e ali. Hermione entrou em algumas lojas, pensando no que poderia dar para Draco, quando ouviu alguém chamando-a.

         -Hermione! –Disse Rony, puxando o braço da garota com delicadeza. Suas orelhas estavam vermelhas. –Oi. O que está fazendo aqui?

         A garota engoliu em seco. Como iria explicar para Rony, depois de tudo que acontecera, que estava ali para comprar um presente para Draco Malfoy? Era a primeira vez que o ruivo falava com ela em meses, e Hermione não poderia estragar o momento.

         -Hã... Vim comprar mais... Quero dizer –Pigarreou, tentando afastar a surpresa por Rony ter começado uma conversa com ela. –Vim fazer outras compras, sabe, esqueci de alguns familiares.

         A castanha desviou o olhar para o chão enquanto escutava a respiração nervosa de Rony, como se ele estivesse tomando coragem para dizer algo.

         -Bem –O ruivo disse, encarando os próprios pés. –Eu vim comprar um presente para você. Queria agradecer a lembrança que você me mandou, aliás. Eu iria chamá-la para conversar quando estivéssemos em Hogwarts, mas já que estamos aqui... Queria dizer que eu estou arrependido por ter falado tudo aquilo e por ter exagerado na minha reação sei que tudo foi um grande mal entendido e eu peço desculpas pela minha atitude sei pensamos diferente e sei que você aceita o “novo” Malfoy e acho que posso conviver com isso e...

         -Rony! Vá com calma. –Pediu Hermione, atordoada. O garoto estava falando tudo muito rápido e sem fazer pausas. –Está pedindo desculpas?

         -Sim. –Gaguejou Rony. –Sim, estou pedindo desculpas, Mione. Será que... Será.. Ah, por Merlin, eu sou péssimo com palavras, seria muito mais fácil se...

         Rony interrompeu e própria frase e respirou fundo, depois, colocou uma das mãos na cintura da garota e a outra em seu pescoço, puxando-a para perto e dando-lhe um beijo de tirar o fôlego. O entusiasmo foi tão grande que Hermione teve que ficar na ponta dos pés para acompanhar o ritmo do ruivo, e não sabia o que fazia com as próprias mãos, que no momento estavam pressionadas contra o peitoral do garoto.

         Quando se soltaram, a castanha ficou vermelha, percebendo que várias pessoas tinham parado para observar a cena.

         -Hermione... –Começou Rony com um sorrisinho sem graça.

         -Não, Rony... Bem... Tenho que ir, conversamos depois.

         A garota colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, sem saber o que pensar, saiu andando o mais rápido possível dali, deixando Rony parado no meio da rua, totalmente sem reação.

~*~

         Draco acordou com o barulho ampliado de três batidas na porta da mansão. Sonolento, desceu as escadas do jeito que fora dormir na noite anterior: sem camisa e com a calça social desconfortável.

         Os pais não estavam em casa, e o loiro suspirou, abrindo a porta, esperando Blaise ou alguém perdido, mas a pessoa que estava parada na entrada era a mais improvável possível.

         -Hermione? –Perguntou, surpreso, repentinamente acordado.

         -Oi, Draco. –A garota disse, com um suspiro. –Desculpe incomodar, só quero entregar isto. Não achei justo mandar por coruja já que estou te dando um presente atrasado...

         Draco olhou para as mãos dela, que seguravam um embrulho preto.
 
          -Ah, claro que não. –Ele disse, tentando pentear os cabelos desalinhados. –Entre, por favor. Perdoe, hã... o modo com que eu te recebi.

         A castanha sorriu, tímida, e entrou, olhando tudo ao redor, como se estivesse se recordadando da última vez que estivera ali. Não fora uma visita muito agradável.

         -Sente-se no sofá enquanto eu troco de roupa. –Pediu Draco, apontando a poltrona. – Meus pais não estão em casa, não sei que horas voltam, espero que não se importe.

         Hermione fez que não com a cabeça e Draco subiu para o quarto, procurando a roupa mais normal que possuía. Soltou um palavrão quando percebera que a maior parte de suas roupas eram bruxas ou trajes formais, mas acabou achando um jeans amarrotado no fundo do guarda roupa, e colocou uma camisa pólo verde escura. Penteou os cabelos rapidamente, tentando torná-los um pouco mais apresentáveis, sem sucesso.

         -Bom –Disse ele, de volta à sala. –Desculpe por isso. Quero dizer, nós, Malfoy, temos uma vida muito ocupada e recebemos visitas quase todo dia, mas nunca tivemos a honra de receber alguém tão nobre e prestigiada quando a Srta. Granger...

         Ele se aproximou, dando um beijo na mão da garota e sentando-se ao lado dela logo depois. Hermione tentou reprimir uma gargalhada, mas não conseguiu. Merlin, pensou Draco. O que as garotas tinham em geral, e essa em particular, que o faziam ter vontade de ficar o dia todo sentado fazendo piadinhas idiotas só para conseguir outro sorriso maroto como aquele?

         -Eu só queria entregar seu presente e agradecer pelos que você me mandou e por sua carta... –A castanha corou, tímida. –Não tenho a intenção de demorar...

         -Não é nenhum incômodo você ficar por aqui. –Disse Draco, pegando o embrulho da mão dela. –E os presentes foram mais que minha obrigação. Vejo que gostou do colar.

         O loiro sorriu ao perceber que ela usava o colar de coruja que havia dado para ela. Hermione corou mais ainda, o que só vez Draco rir mais.

         O presente da garota era um livro sobre os maiores apanhadores da história, edição especial de capa dura e com letras douradas. O loiro sorriu, folheando as páginas amarelas.

         -Obrigada, Hermione. Realmente não precisava.

         -“O presente não foi mais que minha obrigação” –Hermione repetiu o tom formal de Draco, sorrindo. –Não é só isso, tenho uma surpresa. Depois que comtribuí para os direitos dos elfos no Ministério, ganhei certos privilégios por lá, e posso conseguir o que quero, desde que não seja nada grande. Enfim, pedi o primeiro pomo de ouro capturado por você em Hogwarts, e eles me deram sem recalamção. O original. Não é uma réplica nem nada, e ainda funciona... Não entendo muito de quadribol, mas pelo que eu me lembro, foi seu segundo jogo do primeiro ano, contra a Lufa-Lufa. E esses primeiros pomos tem toda a magia de se abrirem com o seu toque, de modo que você pode guardar o que quiser dentro dele.

         Hermione tirou a pequena bola dourada do bolso do casaco e entregou para Draco com cuidado. O loiro ficou impressionado, e libertou o pomo, que voou pela sala dando um passeio e começou a rodear a cabeça do garoto até que ele o capturasse de novo.

         -Isto é... incrível, Hermione! –Exclamou Draco. –Obrigado!

         Os dois riram enquanto brincavam se soltar e largar o pomo pela sala.

         -Então... –Falou Draco, quando pegou o pomo pela última vez. –Creio que somos definitivamente amigos, não é mesmo?

         -É claro, Draco. Chega de antigos conflitos.

         -Certo. –Ele riu, sem graça. –Obrigado por me aceitar. Muitas pessoas ainda me chamam de traidor. Vem sendo difícil para mim.

         -Eu sei.

         Os dois se encararam por alguns segundos, e Draco deu um passo para frente e abraçou a garota de forma amigável. Nesse momento, ouviram o grunhido da porta se abrindo.

         -Mas o que é isso? –Perguntou Lúcio Malfoy, num tom ameaçador, fazendo com que Hermione e Draco se separassem. –Eu te disse para ficar longe dessa ralé, Draco. O que essa sangue-ruim está fazendo dentro da mansão Malfoy?

         -Pai... –Draco engoliu em seco. –Hermione é uma amiga para mim...

         -Amiga? – Dessa vez, Lúcio gritou. –Que decepção, Draco. Você, um traidor do sangue!

         Lúcio aproximou-se do filho e deu-lhe um tapa no rosto. Draco caiu de joelhos no tapete da sala.

         -Lúcio, por favor. Ele é só uma criança... –Narcisa mantinha um tom desesperado, como se implorasse que o marido fosse paciente. Tudo que Hermione queria fazer era sair daquela sala.

         -Cale a boca, mulher. –Lúcio deu outro tapa, dessa vez, em Narcisa. Hermione abriu a boca, horrorizada.

         -O que você ainda faz aqui, sua vadiazinha? Saia! –O homem apontou para a porta, e sem mais delongas, Hermione andou o mais rápido que podia para longe dali, aparatando assim de pôde. Sentiu as lágrimas rolarem pelo seu rosto, sem palavras para descrever a cena que acabara de presenciar. 


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Coloquei Romione e Dramione no mesmo capítulo hehehe
Acho que o final merece destaque, porque ainda vão acontecer muitas coisas que terão relação com isso...
De qualquer forma, deixem suas opiniões nos reviews! Obrigada desde já!