A última Batalha escrita por Débora Falcão


Capítulo 9
Conversando com o Doutor




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Eu sinceramente não sei o que aconteceu. Edward ficou lá, parado, na porta da casa dele, ao lado do Dr. Carlisle, simplesmente me olhando. E me olhava com a mesma cara que fez ao abrir a porta: com raiva. E não tinha nada a ver com meus pensamentos. Ele simplesmente não mudou seu tom de voz nem sua expressão.

Era como se meus pensamentos não fizessem a mínima diferença.

"Essa casa está cheia de vampiros que não têm costume de se controlar na frente de sangue quente e fresco. Onde vocês estão com a cabeça?"

Sua voz era dura e seu semblante ainda mais duro. Carlisle tentou conter os ânimos, tocando Edward com sua mão em seu ombro.

"Calma, Edward. Vamos ver o que eles têm a dizer. Simples."

Depois, o doutor virou-se para mim. "Você é a garota do lobo, não?"

Eu assenti com a cabeça. Não queria olhar para Edward.

"Vocês sabem quais os riscos de terem vindo para cá?" O doutor continuou.

"Sim." eu respondi dessa vez. "Sei de todos os riscos. Sei absolutamente tudo. E é por isso que estou aqui."

"Sua presença aqui é totalmente desnecessária." Edward me cortou. "Você só irá acender a sede deles. Aliás, estão todos lá, na sala, loucos para virem aqui fora. Minha família e os Denali estão tentando conter seus ânimos, mas não poderemos nos responsabilizar se o frenesi os atacar."

Edward estava implacável em suas palavras. Mas eu me mantive em minha decisão.

"Vocês podem me deixar na biblioteca do Dr. Carlisle e manter Emmett de guarda comigo. Eu não vou sair daqui."

Ergui o queixo em direção a Edward. Ele faiscou.

"Você vai acabar morrendo..." e entrou em casa.

Dr. Carlisle sorriu ternamente para mim. Seth se virou para me encarar.

"Eu disse! Você parece que é maluca!"

"Você tem que entender, Seth. Agora que as coisas se complicaram, temos que resolver isso de frente. Fugir não vai adiantar. Eu não quero mais mortes por aqui."

"Mortes?" A voz do doutor era calma, mas intrigada, com um toque de preocupação, que mal dava para perceber.

Virei-me para ele, ele já estava ao meu lado, silencioso, aguardando.

"É uma longa história, Dr. Carlisle."

"Eu tenho tempo."

Olhei para Seth, mudando o peso para outra perna. Virei-me para o doutor, imóvel.

"Oh, entendo. Venha, vamos nos sentar ali."

Fomos os três nos sentar nos degraus da entrada da casa. Olhei para trás, através dos vidros da sala, e vi vários rostos angelicais nos observando. Voltei-me para o médico. Suspirei.

"Doutor, eu sou a garota do Seth, sim. Mas eu sei de tudo. Eu conheço tudo sobre vocês, sobre os Volturi, os Denali, a história de Renesmee, Edward, James, Victoria e Laurent, os recém-nascidos enfim. Eu sei de absolutamente tudo."

O médico me olhava aterrado.

"Mas... como?" Ele interrogava a Seth.

"Eu não disse nada a ela." Seth tirou o corpo fora.

"Não foi assim que eu soube, doutor. Eu soube de uma forma, digamos, mais oniciente, se é que posso chamar assim. Eu vi tudo acontecer de fora. Eu até mesmo participei de alguns episódios, como a tentativa de suicídio do Edward em Volterra e a corrida de Bella e Alice para salvá-lo. Eu estive lá e quase estraguei tudo."

O doutor não conseguia acreditar. "Mas como isso é possível!"

"Como eu disse, de uma forma onisciente. Todos vocês são personagens de uma série de livros, livros que eu adoro. E agora, eu sou um personagem também."

"Como é?"

Então comecei a explicar tudo. Eu sabia que o silêncio na mansão se devia aos ouvidos atentos a cada palavra que eu dizia. E era tudo muito estranho, dizer isso tantas vezes, e vê-los surpresos todas as vezes. Apenas Seth parecia com sono, sem muito interesse na história.

"Então, foi assim que Seth entrou em contato comigo e aqui estou eu. Ao seu lado."

Dr. Carlisle assoprou. "É uma história e tanto!"

"Sim, doutor. Mas é a verdade. O pior é que, com minha chegada, todos souberam quem eu sou e o que eu sei. Quando Seth se transformou em lobo, todos os lobos do bando ficaram sabendo. E depois, quando ele se aproximou de Edward, ele também ficou sabendo. E amanhã, quando os Volturi chegarem..."

"Aro também saberá." concluiu Carlisle.

"Sim. E isso pode significar a morte. Minha morte, morte dos lobos, a morte de todos os vampiros. Pois eles terão uma desculpa para acabar com o clã Cullen. Renesmee não é uma criança mortal, mas eu sou uma humana, que sabe tudo e não tem pretensão alguma de se tornar uma vampira."

O silêncio que se seguiu pareceu uma eternidade.

"E o que você pretende fazer?" Disse dr Carlisle.

"Eu... eu quero tentar..."

"Isso não vai dar certo!" Irrompeu Edward, me pegando de surpresa, aparecendo na soleira da porta. Atras dele, vários vampiros nos observavam com rostos não tão amigáveis.

E agora?


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