Boa Leitura escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Pequeno capítulo


Notas iniciais do capítulo

Não gosto quando as pessoas confundem a falta de senso de direção do Zoro, com a falta de inteligência. Ele é bem inteligente, apesar de sempre se perder. É forte sim, mas isso não é sinonimo de pessoa burra.
Espero que entendam o final, pq deixei entrelinhas.



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A biblioteca da família real na ilha dos peixes era sem dúvida muito interessante e cheia de livros que Robin ansiava por ler imediatamente. O Rei permitiu que ela levasse quantos quisesse quando partissem. Mas antes disso, a morena decidiu dar uma olhada nos volumes disponíveis.

A arqueóloga sentou-se em uma confortável poltrona em formato de concha e iniciou a leitura. O local era tranquilo, uma grande janela com vista para um pátio. As cortinas azuladas davam um ar mais aconchegante e também privacidade para quem desejasse.

Nami passou por lá, convidando a companheira para ir as compras, mas Robin dispensou o convite. A ruiva não perdeu tempo e partiu com a princesa Shirahoshi e Keimi para a cidade. Algum tempo depois, Chopper também apareceu na biblioteca e ficou fazendo companhia a arqueóloga. Ele encontrou um livro sobre medicina e foi rapidamente atrás das ervas medicinais que dizia existir por lá. Mais uma vez Robin ficou solitária na biblioteca, até Sanji levar uma bandeja com chá e coisas deliciosas que fez para ela comer. Robin agradeceu com um sorriso e o dispensou também, não queria tomar o tempo do cozinheiro que estava animado para ir tomar banho com as sereias.

Robin tentava se concentrar na leitura, mas alguns barulhos vindos do lado de fora, não colaboravam. Eram Usopp e Frank. E logo depois a música de Brook preencheu seus ouvidos juntamente com a cantoria de Luffy. Alguns minutos seguintes, o barulho cessou misteriosamente.

A arqueóloga sorriu, segurando o livro em suas mãos. O silêncio foi absoluto a partir de então, Robin voltou a se concentrar melhor na leitura. Já era noite quando terminou mais um livro e o recolocou na estante. Sanji levou o jantar até a biblioteca, acreditando que seria mais confortável para ela, não precisar ir até a sala de jantar. Robin terminou a sobremesa, e o loiro levou os pratos deixando-a a vontade.

Ela relaxou na poltrona com um novo livro em mãos, era uma historia sobre lendas de samurais. Achava o assunto interessante, mesmo nunca tendo conhecido um samurai pessoalmente. Seria uma aventura excitante, pensou ela, virando a pagina.

Era madrugada, quando a arqueóloga fechou o livro e recostou a cabeça na poltrona assimilando tudo o que acabara de ler. Então, levantou-se e devolveu o livro a estante, mas antes de pegar outro, a porta da biblioteca foi aberta. Robin não precisou virar-se, para saber quem era que entrava, ela deslisou os dedos pelos volumes enfileirados na estante, lendo mentalmente o título de cada livro, até achar algo que a interessasse.

– Perdeu o sono, Zoro-san. – A morena pegou um livro, voltando a poltrona de concha.

Zoro caminhou até a janela, puxando um pouco a cortina para ver o pátio do lado de fora, vazio. Ele não estava com sono e decidiu caminhar pelo palácio, estava a procura da cozinha, mas encontrou a biblioteca por acaso. Robin bem imaginava que ele chegou ali inconscientemente.

Ou não. Mas isso não foi questionado.

Robin percorria os olhos, interessada no texto que lia. Zoro escorou-se numa das estantes de livros, com os braços cruzados.. A arqueóloga ergueu o olhar na direção do espadachim, e lhe lançou um sorriso, levando a mão ao queixo, fechando o livro, pousando-o sobre a saia rosa que vestia.

Desde que o bando se reencontrou no arquipélago, muita coisa aconteceu. Porém, agora o clima naquela ilha era diferente, e eles poderiam relaxar e aproveitar a hospedagem oferecida. Assim como, poderiam, aproveitar o tempo disponível para outras atividades.

– O que foi? – Zoro perguntou, carrancudo, fazendo Robin sorrir novamente.

– Está sem sono, porque veio a biblioteca?

– Esse é o melhor local para vir, e ficar com sono, eu acho. – Ele respondeu, desinteressado.

– Como poderia? Com tantos livros bons para ler.

– Justamente por isso. – Ele bocejou. – Ler me dá sono.

Robin levantou-se e caminhou na direção da estante de livros.

– O fato é que, o livro não lhe proporciona sono, mas sim como você está disponível para ler. – Ela devolveu o livro ao local de onde o retirou. – Quando sua mente já esta cansada e atribulada de um longo dia, ou no seu caso, muitos exercícios, é natural que se sentar em um lugar confortável e pegar um livro para ler, vai dormir.

– Mas você costumar ler em qualquer situação, mesmo depois de tudo o que aconteceu, não parece cansada para vir aqui e ler.

– Isso mesmo. – Ela ajeitou o óculos de leitura sobre o nariz. – Mas, já estou acostumada. A leitura é dinâmica, rápida.

– Hmm.

– Tenho esse hábito a muitos anos. – Ela voltou a atenção aos títulos na estante, ainda estava indecisa sobre quais iria levar, todos eram tão interessantes. – Se não for intromissão minha, posso sugerir um bom livro para você. Eu o li, e achei muito bom.

– É? – Zoro arqueou a sobrancelha, duvidando muito de que algum livro naquelas estantes poderia lhe interessar.

– Aqui! – Ela virou o livro, segurando-o com as duas mãos, estendendo para que o espadachim pegasse.

– A lenda do Samurai... – ele pegou o livro e olhou a capa. Havia uma espada.

– É a saga de um homem que em busca de realizar seus sonhos, aprende coisas importante.

– Como o que? – Ele perguntou, relutante em virar a primeira página.

– Amizade, honra... amor. – Robin mexeu nos cabelos, jogando alguns fios soltos para trás. Tirou os óculos e deixou-os sobre a mesa ao lado.

Zoro não disse nada, ele finalmente virou a primeira página, estava em branco. Depois virou mais uma. Havia uma dedicatória. Depois mais uma página com um breve comentário do autor e finalmente, a historia dava inicio.

O espadachim percebeu que estava sendo observado, e fechou o livro rapidamente.

– Quem sabe, se eu não estiver ocupado com alguma outra coisa importante, posso olhar.

– Sim, faça isso. – Ela jamais iria insistir.

Eles ficaram em um breve silêncio.

– Acho que já esta na hora de ir dormir, amanhã iremos partir.

– É – Zoro segurava o livro com um mão, e a outra sobre as espadas em sua cintura, nada pessoal, mas andava com suas espadas por precaução.

– Bom, vou indo. Boa noite, Zoro-san. – A morena disse, por fim, afastando-se em direção a porta. Ela ainda deu uma ultima olhada para trás, verificando que o espadachim estava na mesma posição.

Na manhã seguinte, antes de ir para o salão, onde era servido o café da manhã, Robin recordou-se de que deixou seus óculos na biblioteca. Aproveitaria para pegar os livros que levaria com ela, e deixar tudo organizando para quando fossem partir.

Ao abrir a porta da biblioteca, as cortinas ainda estavam fechadas, e por isso não havia claridade ali dentro. Robin aproximou-se da janela, puxou as cortinas, e a luz entrou, iluminando o ambiente. Na estante de livros, ela retirou os títulos que levaria, mas antes de sair, a arqueóloga percebeu que não era a única ali.

A sala ao lado, era bem espaçosa e com um sofá grande e confortável. Uma mesinha central com alguns enfeites delicados, e uma outra grande prateleira com mais livros. Aqueles não lhe eram interessantes por serem títulos que já havia lido antes. Mas o que chamou sua atenção, foi o homem deitado no sofá, com um livro sobre o peito, e as espadas estrategicamente deixadas próximo.

Robin caminhou na ponta da sandália, tentando não fazer barulho. Já ao lado do sofá, Robin esticou o braço e sua mão alcançou os cabelos esverdeados. No mesmo instante, sua mão foi segura com força. Ela não fez resistência quando seu corpo foi puxado e caiu sobre o colo do espadachim que, ao invés de uma espada, ele segurava apenas o livro.

– Achei que estivesse dormindo.

– E estava. Ler me dá sono.

– Então, deveria fazer isso sentado, e não deitado com o livro sobre o peito. – Robin tentou, inutilmente levantar, mas Zoro ainda a segurava com uma mão. De maneira que não facilitava muito. – Gostou do que leu?

– Depende. – Ele abriu o livro, e mostrou a última página lida.

– É o começo ainda. – Robin pegou o livro, e escapando de Zoro, ela se levantou. – Talvez eu tenha me enganado quanto a escolha.

Zoro espreguiçou-se e levou as mãos para trás da cabeça, esticando as pernas e depositando os coturnos sobre a mesa de centro.

– Talvez.

– Vai me dar mais uma oportunidade?

– Quem sabe, se eu estiver com sono novamente. – Zoro estava pronto para deixar a sala.

– E se houvesse mais ação?

– Mais do que a que vivemos?

Robin pensou um segundo, mas não houve oportunidade de responder, porque Zoro já havia partido. A arqueóloga permaneceu no sofá. Passando os dedos pelas folhas do livro, ela chegou ao final do livro e verificou uma pagina amassada, não estava assim da última vez que o pegou.

É, talvez fosse precipitado algum julgamento, mas Robin não costumava fazer isso, e não seria agora que iria começar.

– Robin! Robin! – Era a voz de Nami ecoando pelos corredores. Robin se levantou e decidiu levar aquele livro com ela, pegou seus óculos e foi encontrar com a navegadora. Estava na hora de partirem.


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