-Tudo saiu como o planejado?

-Sim. Tudo saiu perfeitamente.

POV Jacob.

-Eu não vejo nada aqui, Jake. Você achou alguma coisa? – Perguntava Alec. Nós estávamos vasculhando a casa, mas não achamos nenhum sinal de Robert.

-Que droga! O imbecil do Tyler o avisou bem a tempo. Ele foi embora. – Falei enquanto odiava Tyler.

-Você acha realmente que Tyler lhe deu o endereço certo?

-Sim. Ele me deu. – Eu não estava tentando convencer somente a Alec. Eu queria convencer a mim também.

Depois disso a conversa se encerrou e subimos para o segundo andar.

-JAKE, JAKE! – Gritava Alec.

-Seu idiota, para de gritar! – Gritei de volta.

-Olha o que eu achei! – Alec disse e me entregou um papel. –É uma carta. Leia em voz alta, por favor.

Peguei a carta e abri. A caligrafia era parecida com a letra de Alec: Bonita, porém feita rapidamente o que deixava um pouco feia.

“Querido Jake, aqui é Robert Tone. É um prazer quase conhecê-lo. Tyler me disse que é um menino muito charmoso. Alto, moreno, cabelos e olhos negros. E tem também bom gosto para amigos. Alec parece o Ken da Barbie em versão de cabelos negros e sua irmã Jane parece a Barbie mesmo. E Renesmee, pelos deuses, ela é linda! Espero que beleza seja um favor que conte para confidencialidade também. Se não confia neles, não conte nada que tem nessa carta. Se contar para a polícia ou até mesmo denunciar Tyler, eu te mato. E isso não está nos meus planos.

Isso é um jogo.

Confesso que minha vida estava entediante até eu lembrar da tal fita. Eu a tinha. Deveria tê-la queimado há anos atrás, mas acabei esquecendo dela. Agora ela está por ai, em qualquer lugar e sei que quer encontrá-la também. E, por favor, tire esse sorriso de campeão de seu rosto. Você não está na frente. Tudo foi um plano, Jake. Um belo plano que deu certo. Tyler é ator de teatro, não sabia? Ele fez tudo o que eu pedi e você fez tudo o que seu cérebro mandou. Você é exatamente como eu era em minha adolescência. Achava que sabia de tudo, me achava o tal e fazia tudo o que eu queria. Eu nunca te vi pessoalmente, mas sei cada passo que dará. Eu sempre vou estar um passo a sua frente.

Bem, que os jogos comecem. E que a sorte esteja sempre a seu favor”

Parei de ler e olhei para Alec.

-Isso é sério? – Ele estava quase rindo.

-Acho que sim. – Respondi, mas eu não estava rindo.

-“Que os jogos comecem. E que a sorte esteja sempre a seu favor”. Ele gosta de “Jogos Vorazes”? Vou levar ele na premiere de “Em Chamas”. – Alec disse e começou a rir.

-Alec, isso é sério.

-Mas não parece. Ele acha que isso tudo é um jogo? Sério? Esse cara é doente.

-Por isso mesmo ele acha que é um jogo.

-Eu ainda acho que ele gosta de “Jogos Vorazes”. Tipo, só um sai vivo. Curti. – E riu de novo.

-Alec, para com isso. – Falei e me sentei na cama que estava somente com um colchão. –Você não percebeu que tudo saiu como o planejado? Eu fiz, sem saber, tudo o que ele queria que eu fizesse. Ele pode ver o futuro? Eu acho que não.

-Além de maluco doentio ele é vidente? – E Alec gargalhou mais e mais.

-PORRA, ALEC! PARA, CARALHO! – Agora eu estava gritando. Alec percebeu que aquilo realmente era sério.

-Tá bom. Desculpe. Mas Jake, ele disse que a vida ele estava entediante. Fugir da polícia não dá adrenalina o bastante para ele não? – Alec disse e eu parei para pensar nisso.

Peguei a carta e a virei. Havia um nome ali.

-É isso! Olha aqui, Alec. – Falei e dei a carta para Alec. Na parte de trás havia um nome. Lucas McRay. -Você conhece?

-Não. Mas com certeza a internet conhece. – Alec falou e pegou seu iPhone no bolso da calça. Digitou algo e esperou que carregasse. –Escuta só: “Lucas McRay foi condenado à cadeira elétrica hoje (25/11/09). Ele matou cinco agentes do FBI nos últimos anos. McRay foi pego em sua casa em Los Angeles. A polícia não falou muito sobre o caso.”

-Foi por isso. – Falei. Eu estava perplexo.

-Bem, ele colocou a culpa em McRay e por isso sua vida estava entediante. –Alec disse e parou para pensar. -Essa cara é muito mais doente que eu imaginava.

-Pois é. Eu ainda não acredito.

-Agora eu estou levando a sério, Jake. Isso realmente é um jogo. – Alec disse e sentou-se a meu lado.

Nós ficamos sentados por alguns minutos e depois procuramos mais pela casa.

Para a nossa surpresa, achamos um bloco. E, com certeza, Robert não planejou deixá-lo. Naquele bloco tinha absolutamente todos os contatos deles.

-É melhor irmos agora, Jake. – Alec falou enquanto olhava pela janela. Já estava escuro.

-Tudo bem. – Falei e fui em direção ao carro. Alec me seguiu.

Fechamos a porta e depois fomos para o carro com o bloco e a carta.

-As meninas não podem saber disso. – Falei enquanto ligava o carro.

-Elas não vão. Mas é melhor ficarmos atentos quanto a Jane.

-Jane? Por quê?

-Se você me acha inteligente, irá achar Jane Einstein em versão feminina.

-Einstein em versão feminina? – Perguntei quase rindo.

-Vamos rir e depois levamos isso a sério. – Alec respondeu e começamos a rir.

-Pronto.

-Então, se achou que eu fui rápido em descobrir tudo, Jane é duas vezes mais rápida. Não podemos deixar pistas. – Alec parecia sério.

-Pode deixar.

O resto do caminho foi em silêncio.

(...)

-Home, sweet home. – Disse Alec assim que chegamos em casa.

-Vocês demoraram. – Jane falou. Espera um minuto, o quê ela faz aqui?

-O que você está fazendo aqui, Jane? Já não está na hora de ir para casa? – Falei enquanto me sentava a seu lado. Ela estava no Facebook e a TV estava ligada na MTV.

-Eu vou dormir aqui hoje. Posso?

-Até pode. Mas você deveria avisar antes, pequena. – Falei enquanto bagunçava seu cabelo.

-Eu te odeio, Jake. – Ela falou enquando arrumava seu cabelo.

-Eu também te odeio, Jane.

Depois de conversar com Jane, fui para meu quarto.

(...)

-Bom dia, flor do dia. – Jane falou e começou a abrir a janela de meu quarto.

-Que horas são, ein? – Perguntei enquanto tentava abrir os olhos.

-São 09:30.

-E você me acordou agora? Cara, é sábado!

-Mas você está com fome e a sua barriga roncando está me incomodando. – Ela disse e eu percebi que realmente estava com fome.

Jane saiu do quarto e eu fui para o banheiro fazer minha higiene matinal. Depois fui para a mesa tomar meu café da manhã.

-Cadê o Alec? – Perguntei enquanto me servia.

-Ele está trancado no quarto.

-Vou lá. Não coma tudo, por favor. – Falei e fui em direção ao quarto de Alec. Por incrível que pareça, Jane come bastante. Só que nunca comerá mais que eu.

-Alec? – Bati na porta e chamei por ele.

-Jake?

-Sim, sou seu. – Respondi e ele abriu a porta.

O quarto de Alec era o mais organizado da casa. Tinha vários livros e computadores. Sua cama era o único lugar que sempre ficava desarrumado.

-Eu acho que sei o próximo passo de Robert. – Ele disse baixinho enquanto fechava a porta do quarto.

-Como assim?

-O bloco. Tem todos os contatos dele e eu percebi que ele o escreveu duas vezes. – Ele disse e me mostrou. Realmente tinhas oito folhas preenchidas. As quatro últimas eram as copias das quatro primeiras.

-E o que temos com isso?

-É muito estranho ele ter feito duas vezes. E eu percebi que ao lado dos nomes tem corretivo. Só ao lado de um que não.

-E? – Essa conversa está entediante.

-E que parece que todos tinham uma bolinha do final. Agora só um tem.

-E o que tem o corretivo com isso?

-Ele apagou as outras bolinhas, Jake. Como eu vou explicar... Ah sim! Não tem quando vamos fazer compras? – Ele disse e eu concordei. –Não levamos uma lista e conforme vamos pegamos, nós não riscamos na lista? – Concordei novamente. –É isso. Parece que isso é uma lista. Agora me diga, lista para quê?

Parei para pensar por um minuto e parece que a ficha caiu.

-A fita está com um de seus contatos. – Falei para Alec.

-Isso! – Ele falou.

-Você já sabia?

-Sim, só queria ter certeza que você também pensaria como eu. – Alec disse com uma felicidade absurda. Ele me acha burro?

-É. Pois é. O que fazemos agora?

-Vamos atrás desse último contato, ué!

-Mas como vamos chegar até ele? – Perguntei.

-Internet, Jake, internet. Você realmente acha que os amigos dele não são criminosos?

Peguei meu celular e anotei o nome do último contato do bloco de Tone. O nome era Jace Klent.

-Presta atenção: “Jace Klent, acusado de matar duas delegadas no Arizona, está preso na penitenciária da Califórnia. Ele foi pego em sua casa próxima ao centro da cidade de Sacramento. Klent ficará preso por 32 anos.”

-Eu disse que os amigos dele eram criminosos. – Alec falou enquanto pegava uma garrafa de água em sua mini geladeira.

-Parece que vamos à penitenciária.

-E por sorte ela é aqui na Califórnia.

Depois de nossa conversa, eu e Alec fomos para a mesa. Jane já havia acabado de tomar seu café da manhã e agora estava vendo Teen Wolf na TV.

(...)

-Jane, estamos saindo. – Falei enquanto pegava as chaves do carro.

-Ei, espera! Vou com vocês. – Ela falou, pulou do sofá e correu para o quarto.

-Não vai dar não! Vejo você à noite! – Gritei e eu e Alec saímos correndo.

Chegamos ao carro e fomos em direção à penitenciária.

A viagem foi um pouco longa, demoramos duas horas e meia para chegar ao nosso destino.

-É aqui mesmo? – Perguntei para Alec assim que chegamos.

-Sim. Vamos?

Saímos do carro e foi em direção à entrada.

Fizemos aquela coisa toda de assinar papéis, depois nos revistaram e por último poderíamos ver Klent. Por sorte, hoje era do dia de visitas.

-É por aqui. – Disse o guarda.

Estávamos andando normalmente até que eu vi uma menina pequena de cabelos ondulados, pele bem branca e tênis surrado.

Renesmee.

Fim do capítulo.