POV Jacob

Annabeth pareceu perplexa.

–O quê? – Perguntou assustada.

–Você me ouviu. – Disse sem nenhum sarcasmo, o que era estranho porque eu sempre era sarcástico quando estava perto de Annabeth e Megan.

–Mas Jake... – Ela tentou argumentar.

–“Mas Jake” o caralh... – Respirei e comecei de novo. – Sem essa, Annabeth. Eu te pago e você deixa a menina. Não precisa mais levá-la.

–Seu pai morreu e você está preocupado com uma prostituta? – Ela disse com um sorriso no rosto. Não falei por mim mais. Dei um tapa em sua cara. Eu não dei um tapa forte, mas mesmo assim eu acho que foi um pouco porque minha mão é pesada por natureza.

–Nunca mais a chame assim! – Gritei com ela. Annabeth estava tentando se recompor depois do tapa.

–Você não fez isso! – Ela gritou de volta.

–Fiz e, se chamá-la assim de novo, eu faço novamente. – Falei bem sério.

–Você não teria coragem. – Ela disse.

–Sim, eu teria. – Disse encarando-a.

Ela olhou em meus olhos, respirou e então falou:

–E se eu não aceitar sua proposta?

–Se você não aceitar – Eu disse chegando perto dela. – Eu te denuncio para a polícia. Você tem sorte, Annabeth. Eu pelo menos vim até aqui para lhe dar essa alternativa de receber dinheiro meu.

–Você não tem provas de que ela trabalha lá. – Ela retrucou.

–Eu simplesmente não preciso de muitas provas. O marido da minha tia é policial, ela é juíza e os dois filhos deles são ambos delegados. Não seria problema te mandar para a cadeia... Até mesmo sem provas. – Eu disse e ela pareceu perplexa. Pior que quando eu fiz a proposta.

–Por que não me denunciou de uma vez?

–Porque eu não quero que Renesmee passe por uma situação constrangedora. – Respondi e ela suspirou.

–Eu aceito. – Ela disse.

–Você nem sabe a quantia. – Retruquei.

–Você é rico, Jacob Black. Sei que não me pagará pouco.

–É, você tem razão. – Eu disse.

Peguei minha carteira, tirei R$2.000 reais e dei em sua mão.

–Isso é para você não me perturbar nas próximas duas semanas. – Falei.

–Tudo bem. – Ela disse e colocou o dinheiro em seu bolso.

Olhei para seu rosto que estava vermelho, virei e fui em direção a porta. Quando a abri, Annabeth veio e me perguntou:

–Onde Renesmee vai ficar? Ela fica comigo?

–Ela pode ir para onde quiser. – Respondi e fui embora.

Subi até meu piso e fui para meu quarto.

Parei para almoçar e foi quando Alec e Renesmee chegaram.

–Hey Jake! – Disse Alec.

–Como foi a escola? – Perguntei.

–Péssima, como sempre. – Respondeu Alec.

Ficamos jogando “conversa fora” até mais ou menos umas três da tarde, que foi a hora que Renesmee foi embora.

Assim que ela saiu, Alec virou para mim e disse:

–Nossa, Jake. Eu nem pensei nisso ainda, desculpe. Eu fico com Renesmee hoje, tudo bem? – Ele disse.

–Não, Alec. Não precisamos mais fazer isso.

–Claro que precisamos! Já pensou em que vai acontecer com ela se nenhum de nós for? – Ele falou e eu parei para pensar o quanto eu tinha raiva de Annabeth.

–Já falei que não precisamos, Alec. Eu já pensei em tudo. – Disse.

–Tudo o que? – Perguntou.

–Espere e veja. Eu sei o que estou fazendo.

Alec ouviu o que eu tinha que dizer e depois de alguns minutos foi até o telefone. Eu achei que ele fosse ligar para Renesmee, mas não foi isso. Ele estava ligando para sua mãe para perguntar as coisas sobre o enterro. Assim que ele começou a falar, sai da sala e rumei para meu quarto. Eu sabia que ele iria chorar.

Entrei no meu quarto, liguei a TV e fiquei “zapeando” pelos canais. Parei em um Telejornal.

Fiquei vendo por mais ou menos uns 30 minutos. Depois eu decidi mudar, mas antes que isso ocorresse, o apresentador começou a passar uma reportagem sobre... Sobre meu pai e os outros mortos no acidente.

UGH!

Mudei de canal e fui parar em um de filmes. Vi dois filmes e depois fui dormir.

(...)

–JAKE, ACORDA! – Gritava Alec.

Abri os olhos e vi Alec com roupa de dormir.

–O que foi? – Perguntei.

–Você tem que preparar sua roupa. – Ele disse.

–Ah, sim. – Falei e levantei da casa. Por sorte eu tinha um terno preto. Peguei aquele mesmo. Escolhi um sapato social também preto e só.

Não quis saber o horário do enterro. Sei que Alec vai me acordar.

Depois de arrumar minha roupa e colocar no meu banheiro, voltei para a cama.

Fiquei rolando.

Fiquei rolando mais um pouco.

Ouvi música.

Vi metade de um filme na TV.

Li um pouco.

Entrei no computador e vi meu mural cheio de pessoas com pena de mim.

Argh!

Odeio quando sentem pena de mim!

Vi uns vídeos no Youtube.

E quando pensei em dormir, vi que eram sete da manhã.

Estava com sono agora e tentei dormir.

(...)

–JACOB BLACK, SE VOCÊ NÃO LEVANTAR EM DOIS MINUTOS, EU VOU SOCAR A TUA CARA! – Alguém gritava. E não era Alec. Era uma voz feminina.

Jane.

Ela entrou no quarto e eu a vi. Ela prendeu seu cabelo longo e loiro em um coque, usava um vestido preto com rendinhas e um salto alto preto.

–Me ame menos, por favor. – Eu disse. Sarcástico? Eu? Nunca.

–Cala a boca, Jake. – Ela disse, chegou perto de mim e puxou minha coberta. Por sorte, eu dormi de calça. – Vamos, anda. Você tem 10 minutos para se arrumar.

–Ok, senhorita “mando em tudo”. – Disse e sai em direção ao banheiro.

Tomei banho, fiz minha higiene matinal e depois peguei meu terno.

Respirei fundo e comecei a por.

Olhei no espelho e vi um menino. Não o Jake, mas sim um menino bem pequeno. Eu via o menino de anos atrás usando um terninho e levando flores até a cova da própria mãe.

Não, eu não vou chorar.

Respirei mais uma vez e sai do banheiro.

Fui em direção a sala e lá encontrei Alec, sua mãe e Jane.

Depois almoçamos rapidamente, tentamos conversar um pouco e depois partimos para a garagem.

Jane e sua mãe foram para o carro que meu pai havia dado a Jane em seu aniversário de 18 anos. Alec iria ganhar um carro também, mas ele preferiu ganhar três viagens. Uma para o Brasil, outra para a Rússia e uma outra para a França.

–Jake, por que está parado ai? – Perguntou Alec. Eu estava pensando e estava parado no mesmo lugar.

–Oh, desculpe. – Eu disse e fui até meu carro.

Alec entrou no carona e eu no motorista.

Jane foi na frente e eu fui seguindo para ver onde era o cemitério.

Eram duas da tarde. Com certeza muitas pessoas da minha escola estariam lá.

E assim foi.

O cemitério estava lotado. Não só de amigos, conhecidos e família, mas também de repórteres.

Por que essa gente existe, ein?

Passei por eles e fiquei lá na frente.

O enterro rolou como tinha que ser, depois conversei com algumas pessoas.

Encontrei Renesmee, Annabeth e Megan lá. Falei com elas e fiquei trocando olhares mortais com Annabeth.

Na hora em que parei para conversar com minha tia juíza, Annabeth parecia com medo.

Essa é a intenção, querida.

As conversas foram se arrastando.

Lá eu vi conhecidos e desconhecidos. Familiares e amigos.

Vi tudo quanto era pessoa, mas eu não sabia o quão seria importante aquele dia até quando uma pessoa que mudaria tudo. Ele era alto, tinha cabelos castanhos e de olhos verdes veio se apresentar a mim.

–Eu sou Tyler. - Ele disse – Tyler Tone.

Fim do capítulo.