– É o Peter! – Liz sussurrou para Jack com os olhos arregalados

– Eu desço – disse se levantando

– Não! – sussurrou gesticulando exageradamente para o menino se sentar – Vou mandá-lo subir. – disse em tom normal – Pode subir.

Trocou um olhar apreensivo com Jack e logo depois ouviu o som da campainha. Abriu a porta vendo o loiro a sua frente.

– O que você quer? – perguntou Elizabeth com cara de tédio

– Me dá uma chance de explicar. – Peter disse com o cenho franzido – Por favor.

– Você tem três minutos. – Liz respondeu dando espaço para ele entrar e fechou a porta

– Me desculpa. É serio, não era para você ter visto aquilo. – passou a mão nos cabelos

– Quem é ela? – Lizzie perguntou com a voz firme

– M-minha namorada. – respondeu com a voz baixa e abaixou o olhar

– O quê?! – a ruiva gritou, o que acabou atraindo a presença de Olivia e Jack até a sala – Sua namorada?! Sai da minha casa agora!

– Mas...

– Agora!! – abriu a porta e apontou para fora.

Após fechar a porta na cara dele, se sentou no sofá e pôs as duas mãos no rosto.

– Ele tinha uma namorada! – disse pausadamente – Esse tempo todo! Uma namorada. - se levantou.

– Onde você está indo? – perguntou Olivia

– Terminar meu macarrão

– Eu realmente não sei como você consegue – comentou Jack perplexo

(...)

– Eu quero ver mais um, Liz! – disse Liv empolgada ao final de Toy Story 2.

– Eu assisto com você, Liz, mas o tio Jack não vai querer ver. – disse Elizabeth se levantando e trocando o DVD

– Eu quero sim! – exclamou Jack – Eu amo Toy Story... – comentou mais baixo

– Que meigo! – Liz debochou – Não é o único. Olha Liv, a gente vê Toy Story 3 e chega de filme, tudo bem? Já está tarde e amanhã nós vamos ver a mamãe. Já fez seu desenho? – a menor assentiu – Jack, hoje você trabalha?

– Não. – respondeu olhando para a televisão

– Desistiu da vida, Jack? – perguntou Lizzie

– Presta atenção no filme, Lizzie! – respondeu ainda sem olhar para a menina

(...)

– Pode subir – a enfermeira sorriu para Elizabeth e ela foi até o quarto de sua mãe de mãos dadas com sua irmã

– Oi, mãe – Liz sorriu ao entrar no quarto.

– Mamãe! – Liv foi abraçá-la

– Princesas – Susan sorriu e as abraçou

– Olha, eu te fiz um desenho – Liv estendeu sua pequena mão entregando a folha de papel

– É lindo, meu amor. Muito obrigada – abraçou a filha novamente – Como andam as coisas, Beth? – Lizzie sorriu ao ouvir o apelido que somente sua mãe a chamava

– Estão ótimas na medida do possível. – a ruiva respirou fundo – Lembra do Peter? Aquele menino que eu te falei em uma das primeiras vezes que vim aqui? – Susan assentiu – Ele me traiu, o que na verdade não foi o que aconteceu porque a menina era namorada dele, então tecnicamente eu sou a outra. Mas eu sei que a culpa é dele.

– Que safado! – a mãe da menina disse indignada

– A boa notícia é que o Jack me chamou para sair na semana que vem, já é uma distração – deu de ombros e a mãe sorriu.

– Eu gosto muito desse rapaz. Pelo o que vocês duas me falam dele, ele é uma boa pessoa.

O dia inteiro com a mãe sempre fazia bem às duas, Susan havia recebido um lenço lindo de Elizabeth. Todas as três se divertiam demais aos domingos, sentiam-se felizes.

– Mãe, estamos indo. – Liz disse triste, ao fim da tarde – Amanhã eu trabalho e a Liv volta para a escola, então...

– Tudo bem meus amores – a mulher sorriu – Vão com Deus – sorriu

– Nós te amamos, mamãe – Elizabeth sorriu e saiu do quarto

(...)

– Jack, a Liv vai para a escola às sete e sai de lá às três, por favor não esquece – pedia Elizabeth na porta do amigo – Muito obrigada por tudo

– Tchau, Lizzie. – a abraçou – Não precisa agradecer

A segunda-feira estava extremamente quente e ensolarada, o que era estranho num clima como o de Londres. O dia de trabalho de Liz foi extremamente exaustivo, como o esperado. Margareth não dava sossego à Lizzie, a única coisa foi saber que faltava somente um dia para seu aniversário. Amanhã seria trinta de março, seu aniversário de 19 anos. Queria chamar Jack e Daniel, talvez, para comer uma pizza em seu apartamento. Quem sabe?

No dia seguinte, acordei extremamente feliz. Não estava esperando os parabéns de ninguém, pois não tinha contado para Jack, Liv era muito pequena para lembrar-se disso e Daniel não iria lembrar de qualquer forma. Ouviu o telefone tocar e correu para atendê-lo.

– Alô?

– Beth, te liguei para dar os parabéns! – ouviu a voz da mãe do outro lado da linha e seus olhos marejaram

– Mãe! – exclamou surpresa

– Muitas felicidade, filha, muita saúde e tudo de bom.

– Muito obrigada, mãe – disse extremamente feliz.

– Eu tenho que desligar agora. Já está na hora da quimioterapia. – disse triste – Um beijo, Beth. Eu te amo muito

– Eu também te amo, mãe. Tchau.

Pelo menos tinha começado seu dia bem. Acordou a irmã e bateu na porta de Jack.

– Oi. – ele sorriu

–Oi. – ela sorriu de volta – Tenho que ir, estou um pouco atrasada. – sorriu e saiu do prédio

Chegando na casa dos Harrison, começou o serviço logo. Quando deram nove horas, ouviu passos nas escadas e logo foi para a copa, à espera de Margareth. Se surpreendeu quando viu Daniel.

– Sr. Harrison? – perguntou ainda sem saber o propósito daquilo tudo

– Olá, Ellie – sorriu e pegou um pãozinho.

– O que faz aqui? – colocou um pouco de café na xícara do patrão

– Essa é minha casa – respondeu sarcástico e depois deu uma risadinha

– O senhor não deveria estar trabalhando?

– Tenho umas coisas para resolver aqui. – disse simplesmente dando de ombros – Falando nisso, pode me fazer um favor?

– Claro – sorriu

– Como disse, tenho algumas coisas para resolver. Inclusive entregar uns documentos lá na gravadora, só que eu não posso ir até lá. Você poderia entregar esses documentos para mim?

– Claro, não seria problema. Quer que eu vá agora? – se afastou da mesa

– Não, quero que vá mais tarde. Passe na sua casa e troque de roupa, você sabe como o pessoal de lá é – inclinou um pouco a cabeça – Pode sair daqui umas cinco horas. Troque de roupa e volte para cá, peço meu motorista para levá-la até sua casa e depois na gravadora. Quando chegar aqui, me chame. – a menina assentiu

(...)

– Ellie, se quiser pode ir agora – Daniel sorriu – Já avisei ao motorista

– Ok, Daniel – sorriu de volta – Tchau.

Cumprimentou o motorista e foi até sua casa se trocando o mais rápido possível. Quando voltou para a casa dos Harrison, abriu a porta de serviço e foi até a copa procurando seu patrão, não o achou, então foi até a sala onde as luzes estavam apagadas. Quando as acendeu, quase desmaiou de susto. Estavam todos lá: Daniel, Jack, Olivia, Margareth, os bebês e até sua mãe!

– Feliz aniversário, Elizabeth! – gritaram todos juntos