E o Amargo Vira Doce escrita por Iulia


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Vim postar mais cedo, porque eu to cheia de dever pra fazer e não daria certo. Então, acho que estou meio... desanimada com a fic. Os leitores estão aumentando e os reviews diminuindo. Fico me perguntando se quem lê isso aqui, não comenta e escreve gosta de não receber reviews. Mas é como minha prima disse (na hora foi uma patada, mas depois achei foda), eu escrevo porque eu quero ninguém tem a obrigação de comentar. Por isso eu, sei lá, estava pensando em um hiatus (Clovely, love, agora não é drama meu, não.). Temporário, sabe? Eu tenho mais uns capítulos prontos, comecei a fazer isso agora, e até eles acabarem eu vou postar no domingo mesmo. Depois eu vou ver o que eu faço.



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Mordo meus lábios para não gritar de raiva e saio andando de volta para o set. Arregaço a porta e enfio minha cabeça no portal, gritando:

– O Tordinho de vocês se revoltou, acho melhor tratarem de adestrar ele melhor! Ela jogou a toalha, vão lá atrás dela!

Com isso eu saio para a sala de jantar. Pego a minha bandeja e me sento no lugar habitual. Hoje sou a última a chegar, se não formos contar o prefeito – não sei o que ele faz aqui, quase nunca o vejo – e sua família, que não estão aqui. Que inclui o maravilhoso Blolder, longe de mim por hoje. Pelo seu próprio bem.

– O que foi que aconteceu lá no set? – meu pai me pergunta, assim que percebe que estou quase fincando a faca na mesa.

– A Katniss. Saiu porque o Haymitch riu dela quando foram gravar o primeiro pontoprop com aquela frase.

– E o que você fez? – ele continua. Porque eu obviamente não estaria com tanta raiva se pelo menos mais uma porção da coisa não fosse direcionada a mim.

– Fui atrás dela. Disse que ela estava sendo egoísta.

– E...

– E mais nada. Eu disse isso, umas coisas a mais e aí ela me mandou calar a boca e virou a cara. Então eu voltei pro set, gritei umas... umas coisas e vim pra cá.

– O que você gritou? – Bryan pergunta, quase sorrindo. Nesse momento estou com raiva de quem está sorrindo.

– Nada importante. – sinto um olhar em mim e me viro para ver Cato me encarando com um sorriso sinistro. – O que é?

– Sabe o que fez, não é? Se você foi lá gritar coisas depois que o Tordo deles saiu, a atenção vai cair pra você. Acho melhor torcer para que a Katniss volte logo. – ele fala, ainda sorrindo.

– Cala a boca. – eu falo, sem expressão.

– Acho melhor achar uma solução para isso logo, Clove. – meu pai fala, de sobrancelhas erguidas. – Se te conheço você irritou mais a menina. Não falou só que ela era egoísta.

– Mesmo porque ela não é egoísta. Ela saiu porque ela quis, não foi culpa minha. O que querem que eu faça?

– Peça desculpas.

– Porque eu faria isso? Se ela pensa com o mínimo de clareza sabe que tudo o que eu disse é verdade.

– Então vamos ter a garota das facas em vez da das chamas.

– Vocês estão do lado dela. Estão agindo como se eu estivesse errada.

– De certa forma você está, filha. Não tinha que ter se metido, isso nem é da nossa conta, é?

– Ah, é sim. Se não fosse o senhor não teria ido lá no Beetee reclamar que eu não queria andar pra cima e pra baixo com a Katniss. Se não fosse, ninguém estaria me dando facas tecnológicas e ninguém estaria me colocando em um centro de estratégias para me vigiar. Eu que vou assumir essa droga de posto se alguém não colocar a real na frente dela.

– Clove, não é uma questão de estarmos do lado de alguém. É uma questão óbvia: Vai lá e faz ela ficar feliz em ser o Tordo de novo. É simples e você não assume nada.

– Se você não sabe que pedir falsas desculpas também ajuda não é tão estrategista assim. – Bryan fala, como se estivesse se divertindo com tudo isso.

– E você não é tão inteligente se não percebeu que eu não te perguntei nada. – empurro a cadeira para me levantar e resolver logo isso.

– Quer que eu vá? – Cato pergunta, quando estou de pé.

– Não. Vou resolver isso com a Katniss sozinha. – respondo, começando a andar. Mas ele prende meu braço.

– Eu não quero você no meio disso. Sério. – ele diz, ainda segurando meu braço. Emito um muxoxo de irritação.

– Eu tenho perfeita noção da seriedade disso. – me solto e continuo andando.

Não há palavras para descrever a raiva que estou sentindo. Nem uma lista enorme de palavrões define isso. Estou com raiva da Katniss, por ser tão idiota e egoísta (e mais tantas coisas) e fazer todo mundo pagar por isso. Estou com raiva desse pessoal, por não ter pulso firme e obrigar ela a fazer o que tem que fazer. Estou com raiva da minha família, por agir como se eu estivesse ridiculamente errada. E principalmente por me obrigarem a pedir desculpas.

E o pior é que eu não tenho nada nem ninguém para descontar a minha raiva. Nada para quebrar, nenhuma faca para jogar, ninguém que eu possa xingar. Ao menos na Capital eu tinha isso de sobra.

Encontro um guarda no meio do corredor e me dou conta que não faço a menor ideia de onde é o compartimento dela. Decido perguntar pra ele, mesmo não tendo nada para me defender no caso de emergências.

– Onde é o compartimento das Everdeen?

– Quem é a senhorita? – ele pergunta, me avaliando de alto a baixo.

– Clove. Ela é o Tordo, sabe? Uma... amiga minha, acho que ela está mal, realmente preciso consolá-la. – acho que deu pra convencer. Não sei para que tudo isso, não é como se eu fosse lá para espancar ela ou coisa assim. Mas sei que se não atuar bem começarão um interrogatório.

– Amiga, hã? Compartimento E, no andar de cima.

Aceno com a cabeça e murmuro um agradecimento. Ela deve ter se mudado por causa do gato. Chego no tal compartimento e bato na porta por pura educação. Logicamente está destrancado.

Ela abre a porta com o rosto ainda vermelho – mas não de lágrimas – e arregala os olhos de surpresa.

– O que você está fazendo aqui? – ela pergunta.

– Está sozinha? – falo, entrando e sem querer empurrando ela com o ombro. Bom, quase sem querer. É, ela está. Melhor.

Me sento na beliche e suspiro. Não acredito que estou fazendo isso.

– Estou. O que foi? – ela diz, ficando na minha frente, de braços cruzados.

– Mandaram eu vim te pedir desculpas. Não, mandaram não. Eu vim porque eu quis. – eu falo, a olhando.

– E porque você quis vim? Não está arrependida, está?

– Não, com certeza não. Mas não adianta, eu não quero, você não quer, mas vamos ter que trabalhar juntas. – sei perfeitamente o quanto não queremos. - Vamos ter que nos tolerar.

– Você não entende, Clove. Você não entende nada. – ela vira o rosto. - Você não ficou sabendo que o seu distrito está acabado por sua culpa sem que você sequer soubesse o que estava fazendo. Você não ficou sabendo que o Cato está na Capital sendo torturado porque o seu mentor bêbado decidiu te resgatar ao invés dele.

– É, eu não entendo mesmo. – falo com simplicidade. - Mas você também não entende que quanto mais tempo você disser não para tudo aqui no 13, mais tempo a guerra vai continuar. E mais gente vai morrer. E o Peeta vai ser torturado por mais tempo.

– Não é tão fácil assim...

– É sim. Você está sempre colocando drama em tudo, não precisa, sabia?

– Eu nasci em um lugar onde as crianças não atingiam os três meses de idade porque morriam de inanição!

– Eu nasci em um lugar onde as pessoas treinam para matar e apostam a vida dos seus filhos. Eu fui treinada para matar, sabia? Eu poderia estar perfeitamente no distrito 2, escutando o que Snow estaria me dizendo, ele poderia gostar de mim. Eu também não queria estar aqui no 13, acredite. Eu deveria estar em uma casa linda, no meio da Vila dos Vitoriosos, casada e treinando os carreiristas como eu sempre fiz, vendo a droga da guerra pela minha televisão. Mas não deu, não é? Snow não foi com a minha cara. Nem eu com a dele.

– Como sabe que pode confiar nessa gente aqui do 13? Eles deixaram os outros Vitoriosos lá, eles iam ser julgados como traidores.

– Eu não confio. Mas se a Coin tem medo de você é porque você pode fazer muita coisa, não é? Poderia perfeitamente virar a presidenta de Panem quando isso acabasse. Ela tem uma meta para você. Assim que cumprir ela vai te querer morta. Com razão, sabia? Eu também ia querer qualquer pessoa que me causasse problemas fora do jogo.

– O que está sugerindo?

– Jogue, ué. A gente passou os últimos anos sendo peças do jogo do Snow. Mandar no jogo deve ser legal, não acha?

Ficamos um tempo – talvez grande - em silêncio e eu fico olhando o compartimento. Ridiculamente igual ao meu e ao de todo mundo. Exceto a janela, claro.

– É.

Ergo as sobrancelhas e sorrio levemente, me levantando. É, deu certo, já quero ir embora.

– Tenho que ir, daqui a pouco as luzes se apagam e não quero dar de cara com a Coin no escuro. Tchau, Katniss. – aperto a mão dela e ela sorri discretamente, tentando ser educada. Retribuo da mesma forma e viro as costas.

– Obrigada. – ela fala baixo, quando estou abrindo a porta.

– Por nada. Afinal, vamos trabalhar juntas agora. – e fecho a porta.

Acho que estou mais calma agora. Vou ter que aprender a entender os outros. Aprender. Porque continuo sem concordar ou entender tudo o que ela faz. Mas foi até um pouco melhor do que eu imaginei. Pensei que não fosse agüentar e já chegaria batendo nela. Até que me saí bem. Não estou dizendo que ela virou minha amiga ou que amo ela nem nada assim. Nem que ela é legal ou simpática. Nem nada nesse sentido. As pessoas são mais decentes quando não falam nada e só concordam com o que você diz, exatamente como ela fez hoje. Enfim, ela é melhor que a Coin.

E minhas desculpas só foram falsas porque eu não estou arrependida. Mas no geral, ainda consegui mostrar a realidade sem ser grossa. O que é uma coisa rara. Realmente rara.

Estou abrindo a porta do compartimento quando alguém segura meu braço. Arquejo com o susto e emito um muxoxo quando vejo que é só Cato.

– Droga, que susto, Cato! O que está fazendo aqui?, as luzes já vão se apagar.

– Eu sei. Como foi lá com a Katniss? – ele fala, se sentando no chão. O imito e coloco as pernas na minha frente, de modo que possa esconder a minha cabeça na minha coxa no momento em que uma pergunta que eu não queira responder seja lançada.

– Foi... Normal. Um pouco estranho, mas ela não é tão ruim.

– Ok. Você faltava me bater quando eu dizia que o Conquistador era legal.

– Era diferente, você estava sendo hipócrita. E eu não estou dizendo que ela é legal.

– Não estava não, o cara era legal!

Reviro os olhos e faço uma careta.

– Não importa. O que interessa é que ela é melhor que a Coin. E não, ela não virou minha amiga e eu não gosto dela, é melhor você calar a boca.

– Eu sei. Clove, estou com sono agora.

– Ué, vai dormir. – eu dou de ombros e faço uma expressão óbvia. Ele se levanta.

– Não vem?

– Ah, não. Hoje não dá, tenho que ver direito os dias que eu vou. Não dá pra eu ir todo dia, entende?

– Não foi por causa do que eu disse de manhã, não é?

– Lógico que não. Como se eu escutasse o que você diz... – reviro os olhos e me levanto, sorrindo. – Boa noite. – nos beijamos tranquilamente, mas ele está apertando demais a minha cintura quando eu digo para ele tomar cuidado com o que faz e subo mais as mãos dele nas minhas “costas”. Perigoso demais.

– Boa noite, baixinha. – ele diz sorrindo, quando eu me desvencilho. Ergo as sobrancelhas.

Finalmente abro a porta e vou direto tomar banho. Estou me deitando quando as luzes se apagam.

– Resolveu dormir em casa hoje, maninha? – ouço Bryan falando lá de cima. Chego mais para perto da parede.

– Porque você não cala essa boca?

Ele ri.

– Resolveu as coisas com a Katniss?

– É, resolvi, sim. Não estou a fim de falar com você hoje, estou com sono. Boa noite.

– Boa noite, nervosinha.



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Notas finais do capítulo

Desculpem pelo capítulo ridículo. E desculpa também às pessoas que de forma nenhuma merecem estar lendo essa minha demonstração de deprê, mas vocês são tão poucos e isso realmente me irrita e me magoa. Porque ninguém aqui tem doença na mão (todo mundo escreveu o nome de exibição. Até perfis enormes e nomes de fic, não é? Fics inteiras...) e o dedo não cai se você comentar. Eu comento nas fics e os meus até hoje não caíram. E eu também acho que se a pessoa não entende o quanto um comentário faz a diferença, ela não se importa de verdade. E ela poderia perfeitamente escrever um "Não gostei", me explicando porque não. Eu poderia dizer que foi um erro ridículo meu, ou é só o meu jeito de escrever ou tudo que eu escrevo é uma bosta. Mas não, não comentar é mais legal, é mais hipster, é mais foda. Enfim, desculpa mesmo, gente, as coisas estão meio complicadas aqui na vida real e eu não estou pulando de felicidade como quase sempre. Os outros capítulos estão prontos e esse é o mais enrola até agora, os outros estão mais cheios de barracos e infartos e coisa e tal. Bye, meus amores, beijos sabor Ice Chocolate (tipo um milk shake enorme que tomei em um café hoje. Realmente enorme, quase não acabei de tomar. Mentira, acabei rapidinho, sou muito ogra pra comer).