Charlotte Le Fay - Herdeira De Voldemort escrita por DudaGonçalves


Capítulo 10
Primeiro Dia de Aula


Notas iniciais do capítulo

Oi! *-*
Eu ia postar este capítulo no feriado, mas deu um problema na minha internet e eu estou postando este capítulo no computador da minha amiga.
E deixei ele bem grandinho para me desculpar.



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Acordei assustada, gotas de suor escorriam pelo meu rosto, minha respiração estava irregular. Havia tido um pesadelo. Tentei me lembrar de qualquer parte dele, mas só vinham imagens cortadas e sem nexo. A cama estava quente demais, eu me sentia desconfortável nela.

Levantei, meus pés descalços tocaram o chão do quarto gelado e senti um alívio. Andei em direção à janela, ela só mostrava o Lago Negro, eu não saberia dizer se era noite ou dia. Mas a visão das profundezas daquele lugar me deixou tão extasiada quanto se eu estivesse vendo o nascer do Sol.

Resolvi tomar um banho. Andei em direção à segunda porta do quarto, que dava para o banheiro.

Quando saí, já com o uniforme e arrumada, todas as garotas ainda dormiam. Pensei em acordá-las, mas aparentava ser muito cedo, sair do quarto parecia ser a melhor idéia. Então saí do quarto levando minha bolsa com o material das aulas do dia e me sentei no sofá de couro preto mais perto da lareira, que se acendeu assim que entrei no salão comunal.

Recostei-me no sofá e deixei o calor me acolher. Estava tão confortável ali, só com o barulho da madeira queimado e da água clamando mais espaço contra a parede, que acabei cochilando... E o mesmo pesadelo se apoderou da minha mente.

Novamente acordei sobressaltada, e não me lembrava de nenhuma parte do meu sonho. Nem mesmo um pedacinho, mas eu tinha a sensação que, onde quer que eu estivesse, estava frio.

Ajoelhei-me ao lado da lareira e fiquei me esquentando com a cabeça descansando entre as pernas. Meus nervos estavam tão ativos que o estalo da madeira que pegava fogo dentro da lareira me fez, extintivamente, pegar minha varinha que estava no bolso do meu casaco.

Ri pela minha idiotice e voltei a enterrar meu rosto entre os joelhos, pensei que talvez pudesse me lembrar de algo do que sonhei, é horrível não se lembrar de algo que parece aos seus olhos é importante.

Desisti de tentar me lembrar do pesadelo e resolvi fazer algo que prestava com meu tempo que sobrava, já que não conseguia dormir, passeando pelo castelo.

Passei por todos os corredores que havia nas masmorras, e cada um parecia mais frio que o outro. Comecei a andar sem direção enquanto o frio se apoderava de mim, comecei a ouvir vozes que não estavam lá e achava que deveriam ser a do meu sonho, fechei os olhos parada no meio do corredor e tentei me lembrar só que no momento que estava quase conseguindo eu ouvi o eco das vozes de várias pessoas.

Deveriam ser alunos da Sonserina indo para o salão principal tomar o café da manhã deles. E, como não queria me atrasar logo para a minha primeira aula no meu primeiro dia, saí correndo para me juntar ao grupo que ia em direção ao salão.

Quando cheguei todas as mesas estavam lotadas e todas as garotas do meu dormitório já estavam sentadas na mesa da Sonserina e havia o espaço para uma pessoa entre elas e foi exatamente lá que eu sentei.

–O que houve com você, Charlie? - Marie me perguntou.

–Ah, tive esse sonho estranho... Não consegui dormir mais, então resolvi dar um passeio pelas masmorras.

–Achou algo interessante? - Jennifer falou com sua boca cheia de pão.

–Não, só congelei todos os meus membros... - rimos.

Conversamos sobre milhares de assuntos, tais como: Expectativas sobre o primeiro dia; Como a comida de Hogwarts pode ser tão boa; Quais aulas deveriam ser as mais legais.

–Eu acho que Transfiguração será ótimo! – Jenn começou.

–Prefiro Poções, temos Snape ao nosso lado – Ali falou aquilo e todas nós olhamos para o professor de poções e diretor da nossa Casa.

–Pois eu prefiro DCAT – Marie opinou

Fiquei em silêncio já que, para mim, todas as matérias eram iguais e fáceis. Voltamos todas a comer o café.

–Marie - Jenn a chamou, ela apontava para alguém que estava sentado perto da outra ponta da mesa. - o garoto ali está me pedindo para te chamar.

Todas nos viramos para ver quem era. Em minha opinião o garoto era igual à Marie, só que menos branco, mas com o mesmo nariz pontudo e cabelo preto.

–Ah, é meu irmão... - ela exclamou coçando a nuca. - Eu vou ir lá, rapidinho, ver o que ele quer.

–Tudo bem, vai lá - respondemos em coro.

Quando ela já estava bem longe, Alison lançou um sorrisinho para nós.

–Bonitinho ele, não? - ela falou em um sussurro.

Todas nós olhamos para ela com uma cara séria.

–Ali, ele deve ser do sexto ano... - Jenn começou.

–E ele é igual à Marie – conclui e todas o olharam e concordaram.

Quando terminamos pegamos nossas bolsas e fomos em direção à sala da nossa primeira aula; feitiços.

Era difícil caminhar pelos milhares corredores de Hogwarts durante a manhã, alunos ficavam atravancando os caminhos e as meninas e eu tínhamos que driblar pessoas duas vezes mais altas que nós (Nem tanto assim para mim, já que sou a maior de todas).

E quando estávamos quase chegando à sala de feitiços - que só sabíamos onde era porque eu perguntei para um quintanista. -, eu vi um professor distribuindo mapas de Hogwarts para os alunos.

Cutuquei as garotas que reclamavam de alguém que gritou tão alto que os tímpanos delas quase estouraram. E apontei para os mapas de Hogwarts, quando elas entenderam o que era saíram correndo para pegar um. Elas foram tão selvagens que o professor ficou com uma cara de dar pena. Eu esperei elas passarem para pegar um mapa para mim e sussurrei um "obrigado" para o professor.

Paramos em um corredor que não havia ninguém e tentamos entender o mapa, mas o castelo de Hogwarts era uma loucura; Havia mais de cento e vinte escadas dentro do castelo: algumas largas e imponentes e outras estreitas e rangedoras, havia as que mudavam de posição, já que, de uma hora para outra, andares que eram ligados apenas por uma escada eram ligados por vinte. E havia portas que não levavam para salas nenhuma e outras que apareciam e depois desapareciam.

–Ah, este mapa deve ser uma pegadinha... - Jennifer exclamou com um tom meio exasperado.

–Gente, vamos logo para a sala de aula, estamos ficando atrasadas! – apontei para a sala denominada como “Sala de Feitiços”.

E voltamos para a loucura que era os corredores de Hogwarts, e nada poderia dar errado depois que ficamos atrasadas, além de Pirraça, o Poltergeist, nos seguir e puxar nossos cabelos enquanto corríamos.

E pior foi quando Filch, o zelador, nos viu correndo igual doidas pelo último corredor que faltava para chegarmos à sala de aula.

Ele nos parou e eu tentei explicar que estávamos indo para a sala de aula que ficava no final do corredor, mas ele parecia estar muito alegre em poder castigar quatro garotas logo no primeiro dia de aula. E a gata dele, Madame Nor-r-r-a, um bicho magricelo que parecia estar com seus pelos empoeirados e com olhos saltados, miava de felicidade quando ele falou de nos prender de ponta cabeça nas masmorras. Mas fomos salvas pelo próprio Dumbledore, que apareceu do nada, comentando que estava um dia muito bonito para caminhar.

–Mas o quê quatro alunas fazem fora da sala de aula...

–Ah, Senhor. Elas estavam matando aula! - Filch exclamou. - Eu ia ver com o diretor da casa delas como poderia puni-las.

–Dumbledore - me pronunciei enquanto todas as garotas olhavam com medo para Dumbledore, na expectativa de serem mesmo repreendidas pelo próprio diretor de Hogwarts. - A nossa sala de aula é aquela dali - apontei para a porta no fim do corredor. - Estávamos indo para a aula quando Filch nos prendeu aqui.

Filch ia me desmentir quando Dumbledore levantou a mão e ele se calou.

–Muito bem - ele olhou para algo em seu pulso, acho que era um relógio. - A aula terminará em cinco minutos, acho que vocês deveriam ir para a sua próxima aula - ele nos deu um sorriso sereno.

–Obrigada, Professor.

Nós quatro saímos correndo e só paramos no salão comunal da Sonserina, nas masmorras, já que a próxima aula seria de poções.

Sentamos no sofá preto perto da lareira.

–De onde você conhece Dumbledore, Charlie? - Marie me perguntou. Todas as garotas se aproximaram.

–Melhor, de onde ele te conhece? - Alison se pronunciou.

–Eu já vim aqui em Hogwarts, pouco tempo atrás. E conversei com Dumbledore algumas vezes.

Todas as garotas ficaram alguns segundos pensando no assunto e eu tive meu tempinho para pensar em como eu conviveria com aquelas garotas escondendo detalhes da minha vida.

–Agora é poções... Droga! - Marie finalmente se pronunciou.

–Pelo menos é com o Snape, o santo protetor da Sonserina - Jenn tentou mostrar um lado positivo.

–Ah, não. O Snape é um saco... - Marie bateu no sofá. – Meu irmão me contou umas histórias sobre ele.

–Bem, ele não é assim com os sonserinos - Ali tentou consolar também.

–Vamos indo? - perguntei.

–Claro - todas concordaram.

A aula de poções fora como eu imaginava; fria e "severa". A sala era arrepiante, cheia de prateleiras onde animais embalsamados flutuavam nos fracos de vidros.

Ele fez a chamada, parou por alguns segundos no meu nome e continuou até o final da lista. E quando o fez seus olhos negros como túneis na escuridão avaliavam cada aluno e parecia sugar a felicidade de todos ao seu redor.

–Nesta sala vocês aprenderão a arte do preparo de poções - Ele falava em um sussurro, mas havia algo que me deixava vidrada em ouvir o que ele dizia como se fosse importante. - Como aqui não fazemos gestos tolos com varinhas muitos de vocês podem pensar que isto não é mágica. Não espero que entendam a beleza do delicado poder dos líquidos que correm pelas veias humanas e enfeitiçam a mente, sem precisar de palavras e gestos estúpidos.

Fingi que ouvia o que Snape dizia enquanto esperava a ação começar, o que não demorou muito.

Ele nos colocou em duplas e mandou-nos misturar uma poção simples para curar furúnculos. Ele passeava entre as duplas com sua longa capa negra voando, e criticava todos.

A aula acabou e todos saíram correndo dali indo à direção da próxima aula, Defesa Contra As Artes das Trevas.

Henry Jinx era um loiro, alto e muito branco, estilo fantasmagórico. A maioria das garotas suspirava conforme ele falava sobre as aulas. Até mesmo as garotas da Sonserina pareciam cair de amores pelo professor, menos Marie e eu que ficávamos conversando entre sussurros no último lugar da sala, o mais perto da porta.

–Meu irmão e os amigos dele estão no último ano e já conhecem muito bem Hogwarts, e ele me contou tudo que sabe.

–Como o quê? - perguntei interessada.

–Ah, passagens e salas secretas, ele me explicou um pouco sobre cada professor, me deu dicas internas, esses tipos de coisa.

–Nossa!

–Pois é. Por exemplo, dizem que a vaga de professor de DCAT é meio que amaldiçoada... - olhei para sem entender. - Nenhum professor fica mais de um ano no cargo desde que Dumbledore virou diretor.

–Então, esse professor aí - apontei para o professor. -... ele vai ser demitido?

–Bem, eu não sei o que vai acontecer para ele não dar mais aulas aqui, mas sim, ele será demitido ou pedirá demissão - ela me olhou com uma cara de terror. - ou vai morrer!

Ri com a última fala dela enquanto ela me dava um sorriso torto.

Conversamos sobre Hogwarts até o final daquela aula e da outra - eram duas aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas.

Quando a aula acabou eu me senti três vezes mais próxima de Marie, ela era uma pessoa muito interessante. Senti que ela escondia algo, mas não posso julgá-la já que faço o mesmo.

Nos juntamos as garotas e fomos todas almoçar no Salão Principal. Como eu imaginava tudo estava maravilhoso, os elfos cozinham melhor do que alguém que usa mágica.

Os garotos do nosso ano da Sonserina sentaram juntos a nós e começamos todos a conversar, ignorei logo depois nossa conversa. Eu comecei a imaginar porque estava tendo sonhos tão vividos desde que pisei meus pés em Hogwarts.

Meu devaneio só fora interrompido quando duas cabeleiras laranja entraram na minha linha de visão, que estava meio embaçada.

Pisquei algumas vezes e vi Fred e Jorge chegando ao salão e sentando-se à mesa da Grifinória, os dois me viram olhando para e eles e acenaram para mim, mas não como antes. Deve ser por eu ter ido para Sonserina.

Voltei a conversar com os meus colegas, que conversavam sobre as próximas aulas.

–Charlie - Marie sussurrou do meu lado.

–Fala.

–Tem dois garotos da Grifinória te olhando.

Quando eu olhei para onde Marie olhava vi duas cabeleiras ruivas sorrindo para mim, Fred e Jorge.

–Não os conheço - tentei desmentir.

Ser amiga deles complicaria minha vida com os sonserinos, e ser filha de Voldemort já é um desajuste e tanto.

–Charlie, não precisa mentir para mim - eu olhei para ela. - Todos temos algum segredo que poderia nos colocar em maus lençóis com os sonserinos - nem me fale.

–E qual seria o seu? - perguntei sem pensar.

Ela me olhou nervosa e depois olhou para os lados.

–Olha, não precisa me contar, eu te entendo - lhe dei um sorriso. - Mas quando você sentir que está pronta para me dizer, estarei aqui! E prometo que não irei ficar contra você, ou algo do tipo.

–Obrigada - ela olhou novamente para os gêmeos. - Também não contarei sobre seus amigos da Grifinória.

Estávamos saindo do salão principal quando uma bolinha de papel atingiu minha cabeça, ia jogar ela de volta quando percebi que havia algo escrito. Abri a folha e vi que era um bilhete:

"Senhorita Malvada,

Como foi seu primeiro dia de aula? Já está lançando azarações em Grifinórios ou está beijando os pés do Snape?

Espero que tenha aprendido como duelar direito, porque as férias de Natal desse ano serão um bom treinamento para você!

T. Le Fay"

Virei-me para mesa da Corvinal e vi Thomás lançando um sorriso de escárnio para mim. Peguei o papel e fiz marcas no outro verso, escrevendo:

"Senhor Eterno Perdedor,

Foi ótima, perdi a primeira aula porque o Filch ficou me enchendo. Se não ficar na sua lançarei uma maldição imperdoável no seu nariz, não, não beijei os pés do Snape, deixo esse trabalho para você está noite.

Eu sempre ganhei de você sem nem estudar em Hogwarts, e não espero passar minhas férias em casa, continuarei aqui, avise seus pais.

C. Le Fay."

Mandei a bolinha exatamente na cabeça dele, não esperei uma resposta. Estávamos todos indo em direção à sala de transfiguração quando eu sinto uma dor de cabeça, minhas pernas travam. Mas todos estavam conversando entre si e não me viram ficar para trás, apenas Marie que conversava comigo.

–Charlie, o que foi?

–Minha cabeça - olhei para ela.

–Quer ir para a Ala Hospitalar?

–Não, não. Estou melhor.

Não estava, mas não poderia perder mais uma aula sendo que era a da Minerva.

Chagamos na sala e sentamos em quarteto; Marie, Jenn, Alison e eu. Lucien, Oliver Grinch, Felip e o garoto-da-Sonserina-que-até-agora-não-sei-o-nome.

Ver McGonagall tão cedo não deve fazer bem nem mesmo a própria Minerva. Mas ela durante a aula parecia pior do que eu jamais imaginei vê-la. Ela falava calmamente, explicando como seriam as notas e aulas do ano e o que seria necessário para passar, quais atitudes ela não gostava durante uma aula e tantas outras coisas que eu não prestei atenção, estava folheando o livro de transfiguração e reparei que as nossas aulas seriam sobre como transfigurar objetos em outros objetos.

Só percebi que a aula havia mudado quando percebi que McGonagall escrevia no quadro anotações que seriam estranhas para mim se não soubesse transfiguração.

Quando ela terminou a anotação entregou a cada aluno um palito de fósforo.

–O que deveríamos fazer com isso? - Lucien perguntou.

–Tentar transformá-lo, como está escrito na anotação que copiou, em uma agulha.

Todos leram as anotações e tentaram fazer o que ela dizia com o palito, mas nada aconteceu com nenhum deles em vinte minutos.

Minerva percebeu que eu não tentava e me olhou de maneira terrível, percebi que ela queria que eu transformasse aquele palito, mesmo sabendo que eu poderia sem o menor problema.

Esperei mais um pouco e como ninguém conseguiu olhei para o palito na palma da minha mão e imaginei-o como uma agulha; todo prateado, com a ponta pontiaguda e a outra com uma cabeça para passar a linha.

Não demorou nem meio segundo para o palito se transformar totalmente em uma agulha, poucos perceberam que eu havia conseguido.

–Professora - Marie chamou McGonagall, ela olhava para minha agulha. - A Senhorita Le Fay conseguiu.

McGonagall se aproximou da minha mesa e olho para minha agulha. Ela pegou-a e dirigiu-se a frente da sala.

–Podem parar! - ela disse no exato momento que alguém gritava atrás de mim.

–Consegui!

McGonagall foi até a mesa atrás e pegou a outra agulha. Ela andou até o mesmo lugar que estava antes de um dos garotos da sonserina terem conseguido.

–Muito bem, estou surpresa que dois alunos terem conseguido fazer qualquer mudança no palito. A agulha da Senhorita Le Fay jamais seria reconhecida como um palito de fósforo. E o palito do Senhor Rousseau ficou prateado e um pouco pontiagudo, uma grande evolução.

"Pela tarefa bem feita eu concederei 5 pontos de cada um para a Sonserina.".

McGonagall passou dois pergaminhos de dever de casa e a aula acabou, quando saíamos todos os alunos que eram da Sonserina deram palmadinhas nas minhas costas e nas de Philip.

–Você me surpreendeu Charlotte - ele falou nos deixando para trás do grupo que conversava. - Eu mal consegui transformar aquele palito... E usei toda a mágica que tinha.

O sotaque francês dele me tirou toda a atenção do que ele havia dito.

–É eu achei até fácil. Acho que só precisa de concentração - olhei para o dever que McGonagall passou. - E não milhares de folhas de dever.

Rimos com a minha fala.

–Agora é aula de que? - perguntei enquanto olhava o nosso grupo sonserino caminhar em direção ao lado de fora do castelo.

–Herbologia, nas estufas.

–Plantas e fungos nojentos? - perguntei com cara de nojo.

–Exatamente - ele riu.

Estávamos ao lado das estufas quando alguém me chamou. Viro-me e vejo dois rostos ao longe, percebi pelo tamanho dos dois que era igual e os cabelos alaranjados que eram novamente Fred e Jorge.

Os dois vieram rapidamente até Philip e eu, quando se aproximaram senti que o garoto da sonserina der uma recuada, talvez pelos gêmeos serem muito grandes ou por serem da Grifinória e, provavelmente, mais velhos.

–Charlie, eu vou entrando. Guardo um lugar para você.

–Obrigada - dei um sorriso a Philip. E me virei para os gêmeos.

Eles estavam radiantes, parecia que algo muito bom havia acontecido.

–Por que os sorrisos? O que houve de bom para você, em?

Eles se olharam e pularam pra cima de mim, comecei a rir e dei pulinhos também.

–Contem tudo antes que eu volte pulando para dentro da estufa - falei ainda pulando. Eles pararam e eu também.

–Nós pegamos nossas vassouras e fomos para o campo de quadribol...

–Sem ninguém saber...

–Estávamos praticando.

–Vocês jogam em que posição? - eles me olharam surpresos por eu ter algum conhecimento sobre quadribol.

Eu sou perita em quadribol, jogava com Thomás desde pequena, ele sempre tentava me derrubar. Quando eu comecei a treinar sozinha percebi que era boa em qualquer posição - goleira, batedora, artilheira e apanhadora.

–Somos batedores - típico, percebi que eles esperavam que eu falasse algo. Apenas disse para eles prosseguirem. - Estávamos praticando quando todo o time da Grifinória nos viu jogando lá...

–Todo mundo disse que achou que somos bons batedores e perguntaram se faríamos os testes para o time...

–Dissemos que sim e eles, antes de irem embora, falaram que provavelmente já temos uma vaga do time.

Pisquei algumas vezes tentando entender o porquê deles terem ficado tão felizes com isso, mas não entendi.

–Uau - tentei dar o meu melhor sorriso. - Parabéns, garotos!

–Você vai ver o teste? - fiz não com a cabeça. - Por favor, vai lá.

–Eu sou da Sonserina, não posso ir para o exame de quadribol da Grifinória como se fosse de lá.

–Claro que pode!

Que idiotice a minha pensar em ir a um teste bobo que nem é da minha casa, mas senti que os gêmeos queriam mesmo que eu fosse. Então concordei em ir.

–Eu vou, mas não esperem em me ver gritando e pulando na arquibancada.

–Não esperaremos - eles fizeram um "X" por cima das vestes onde seria o coração.

–Ótimo - vi a professora Sprout, de herbologia, chegar às estufas. - Tenho que ir, antes que a professora chegue. Até depois!

Quando estava entrando na estufa número vi os gêmeos indo na direção do Lago Negro. Eles não vão às aulas?

Sentei-me rapidamente entre Marie e Philip... e me preparei para a pior aula, sabia logo quando entrei na estufa que não gostava de Herbologia.

A professora Sprout era muito baixinha e gordinha, e parecia sempre estar suja de terra. Ela começou a aula explicando o que estudaríamos nas aulas de herbologia e como ela ajudava as aulas de poções, que usa as plantas mágicas no preparo de várias poções. E na enfermaria, que usa plantas mágicas para encontrar formas de curas para doenças e machucados.

–Este ano estudaremos sobre algumas ervas e fungos mágicos, que serão usados por vocês nas suas aulas de poções deste ano - urgh! Se eu souber que só temos essa aula maldita porque ela ajuda na aula de poções eu juro que me jogo da torre de astronomia!

No resto da aula ela falou um pouco sobre cada fungo e planta e mostrava alguns exemplos que cultivava naquela estufa.

Saí de lá enjoada, herbologia com certeza não era a minha aula predileta.

–Charlie? - Philip me chamou. Virei-me para ele, que me puxou para mais longe do grupo. - Por que você é amiga daqueles grifinórios? Sem querer ofender.

Impressionante como uma sonserina conversar com dois grifinórios é algo abominável na concepção da maioria das pessoas.

–Eu os conheci no trem antes de ser escolhida para ser da Sonserina e, mesmo tendo conhecido eles em tão pouco tempo sei que os dois são ótimas pessoas - parei um pouco para refletir sobre o que disse. - Eles são legais, mesmo sendo da casa inimiga da minha.

Depois da minha resposta Philip me deixou de lado para conversar com os garotos, aposto que ficou com vergonha... ou agora vai me tratar estranho pelas outras amizades que cultivava.

Deixei ele de lado e fui para perto de Marie, que deixou de conversar com Jenn para vir falar comigo sozinha.

–Eu vi antes de entrar nas estufas você conversando com o Philip e também vi que ele entrou sozinho, onde a senhorita estava aquele tempo todo? – ela piscou para mim e riu.

–Meus amigos da Grifinória apareceram, Philip se assustou com eles e fugiu para dentro das estufas. Então decidi que ficar em maus lençóis com os sonserinos não era nada comparado ao que aqueles dois me fizeram rir em dois dias e fiquei conversando com eles.

–Isso que é uma garota que se impõe! Vi como Philip te olhou estranho desde que você entrou na estufa e agora sei por que, todos aqui têm medo do que uns irão pensar do outro e estou me incluindo aí, mas você provou que não faz parte disso. É uma atitude muito nobre e de gente crescida como minha mãe diria, ela sempre fala que aqueles que sabem o que querem e não tem medo de enfrentar estão prontos para os desafios que a vida trás.

–Só porque eu decidi que, mesmo sendo contra o que os sonserinos acreditam eu iria ser amiga dos gêmeos, não quer dizer que posso sair pelo mundo enfrentando desafios da vida – e sabia que os que viriam para mim eram desgastantes de formas inimagináveis. – Assim como não quer dizer que a senhorita possa dar belos discursos a nível de Dumbledore e fingir que é pouca coisa! – rimos com o que disse.

Não sei se na época já tinha certeza do que direi agora, mas Marie é uma das poucas pessoas que chegaram e jamais saíram do meu coração, aquela garota com aquele elogio soberbo, talvez o melhor elogio que já recebi, conseguiu criar uma afeição por ela tremenda. Tá bom, na época não pensei exatamente dessa forma, mas já tinha declarado para mim mesma que aquela garota seria especial na minha vida.

Fomos andando pelo castelo para as masmorras se tivesse notado bem enquanto estava muito absorta em meus próprios pensamentos. Estava tão absorta que mal ouvi o que quer que minha amiga estivesse falando, mas uma hora notei que ela percebeu que não estava prestando atenção e por isso comecei a ouvir Marie falando sobre a sua primeira impressão de cada aula e de cada professor.

As meninas se aproximaram e todas começamos a conversar sobre o assunto, quando vi estávamos entrando no Salão Comunal e sentando em um dos sofás em forma de L, um perto da lareira.

Não sei quanto tempo todo mundo ficou conversando, mas uma hora alguém falou que estava na hora de jantar e fomos novamente em grupo para o Grande Salão.

Enquanto caminhávamos Ali parou algumas vezes para cumprimentar alguém assim como Lucian, mas a não ser isso e os breves comentários de Ali sobre como conhecia as pessoas que nos paravam o assunto das aulas prevaleceu. Quando chegamos ao salão mal esperei para sentar e começar a comer, nunca fui uma pessoa sociável e não era hoje que me tornaria uma.

Não queria ter que conversar mais, só aquelas horas de conversa foram o suficiente para me esgotar. Disse a todos que estava com muita dor de cabeça e por isso iria logo para o dormitório, quando se ofereceram para ajudar eu recusei e fui logo embora assim não teria que responder perguntas.

Caminhei até o salão comunal da Sonserina nas masmorras o mais rápido que pude, e encontrei com um grupo mais velho já entrando.

Um deles me viu chegando e não deixou a porta fechar, disse um obrigado baixinho e andei até o quarto estranhamente mais frio do que normalmente e logo fui deitando na minha cama. Estava tão cansada que quando minha cabeça repousou no travesseiro meus olhos já se fecharam e um sonho novo abraçou minha mente ou ele a comprimiu...? Não consegui me lembrar na manhã seguinte qual dos dois ocorreu.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Estou desculpada?
Me mandarão reviews? =3
Até o próximo!