Sentimentos Incompreendidos escrita por Anny Starlight


Capítulo 6
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal!! Desculpem-me pela demora, mas Natal pode ser um problemas ás vezes, por exemplo, quando você tem parentes e sobra para você emprestar a internet e fazer sala... É complicado arrumar tempo para escrever, mas... Decidi compensar com um capítulo bem grandinho... Aproveitem! Gostei muito de escrevê-lo...



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Frederico havia ido dormir bem cedo e consequentemente acordou antes de todos... Ele estava com fome então desceu até a cozinha, Rosa ainda não havia chegado, assim, não havia café da manhã pronto. Ele improvisou um café e procurou alguns biscoitos.

Distraidamente, enquanto comia, passou os olhos pela cozinha e contra sua vontade imagens tomaram sua cabeça... O pequeno beijo; logo elas foram seguidas por outras ainda mais perturbadoras na opinião dele, o banho...

Ele sentia que iria enlouquecer se não deixasse de pensar nisso... Não conseguia evitar, as coisas passavam muito rapidamente por sua cabeça de forma que ele não conseguia controlar ou se deixar de pensar.

Novamente vieram as imagens, agora ambas eram um conjunto... Ele havia abraçado-a no primeiro momento, aquele corpo que tanto aparecia em sua cabeça já esteve sutilmente englobado pelo seu; as bocas se tocando levemente, as mãos na cintura fina...

–Droga! – Murmurou pela milionésima vez.

Ele precisava sair dali, precisava ir para algum lugar aonde não se lembrasse dela por cinco minutos!

Levantou-se da mesa da cozinha e seguiu para o seu quarto vislumbrando a porta fechada do quarto de Catarina; quando entrou viu a cama desarrumada, agora que havia comido sentiu-se sonolento e se permitiu deitar novamente.



Quando acordou já eram onze horas da manhã, Ana já estava deitada ao seu lado e dormia profundamente. Levantou-se novamente e silenciosamente se trocou: colocou uma calça jeans, tênis e camisa social preta.

Ele tinha de ir até a faculdade hoje por causa da reunião mensal de professores.

Saiu do quarto e foi em direção ao banheiro tentando novamente ignorar as lembranças; depois desceu até a cozinha onde estava Rosa.

–Pensei que não iria acordar hoje!

Ele sorriu sem muita vontade.

–Bem que não queria, Rosa.

Ela sentiu que ele estava estranho, incomodado, talvez até aborrecido e decidiu mudar o assunto.

–Onde vai tão arrumado? – Perguntou olhando-o.

–Ah, reunião mensal dos professores! – Explicou.

–Hum... Tudo bem, mas pensei que elas eram à tarde... – Rosa retrucou.

Ele pigarreou.

–Sim, elas são... Mas hoje decidi tirar um tempo para pensar... Sabe como é, preciso ficar um pouco sozinho. – Declarou incomodado por admitir isso em voz alta.

Rosa percebeu.

–Ok, não irá almoçar aqui então...

–Sim. – Respondeu sorrindo e se despedindo com um aceno de cabeça.

Quando ele deu seu primeiro passou Rosa o chamou.

–Ah, sim, quase me esqueci... Catarina perguntou de você hoje, também estava preocupada por você não acordar, acho que devia falar com ela antes de sair... Ela está no jardim!

Ele parou de imediato.

Catarina estar preocupada com ele não ajudava... E ele falar com ela muito menos!

–Hum... Tudo bem. – Ele concordou e logo saiu.

Ele não iria cumprimentá-la... Apenas concordou para evitar perguntas caso se negasse.

E assim pegou o carro e saiu.



Frederico abriu a porta de casa cansado, o dia fora cheio...

Depois que almoçou passou o dia inteiro em uma sala com um bando de professores se queixando dos alunos. A reunião durou a tarde inteira, terminou ás dezoito horas... Depois disso ele decidiu dar umas voltas e então voltou para casa.

Ele olhou no relógio em seu pulso, eram dezenove horas. A casa já estava escura, apenas iluminada por uma televisão ligada na sala logo no cômodo da frente. Ele andou em direção a sala que se fez parcialmente iluminada, então ele olhou para o sofá e viu quem não queria... Catarina.

Ela estava deitada no sofá desleixadamente e dormia. Estava de barriga para cima, a cabeça de lado no travesseiro, uma das mãos estava pendurada para fora do sofá enquanto a outra descansava em sua barriga; umas das pernas estava flexionada para cima e a outra esticada...

Ela estava tão serena, tão inocente... Mas mesmo assim algo foi despertado novamente nele, talvez por ela estar usando um vestido florido e leve, ou talvez por que esse vestido caira quando ela flexionou a perna... Ou mesmo por que a pele de aparência macia e lisa de sua perna estar à mostra de forma tão... Sedutora.

Aquilo tudo era como um imã para ele, não ajudava em nada definitivamente.

Ele que passou o dia tentando tirar imagens da cabeça acabou de receber mais uma para a coleção... Ela estava tão calma, tão pura, tão pequenina e indefesa. Ele quis se socar por pensar daquela forma, mas era algo que ele dolorosamente não conseguia mais controlar.

Ela despertava coisas nele que ele não compreendia mais... Que não sabia que ainda poderia sentir novamente.

Por um momento controlou um desejo estranho de se aproximar e comprovar a veracidade da imagem, ver se sua pele era lisa e macia, ver se ela era realmente tão pequenina... Ou tão inocente.

Não! Para, Frederico, para...

Ele sabia que o que sentia eram as sensações que um homem tinha perante uma mulher... Mas ela não era uma mulher, era uma garotinha se comparada a ele... E ele se frustrava por ainda assim sentir-se dessa forma, era como se contraria-se a si mesmo com isso.

Olhou novamente para ela sentindo tudo voltar a tona... Não, ele tinha que sair dali. Agora!

Frederico se afastou e foi em direção a escada, mas quando pisou no primeiro degrau foi denunciado por um ranger da tábua. Ele escutou o barulho do sofá quando se mexem em cima dele e automaticamente escutou a voz dela.

–Frederico? É você?

Logo ele viu uma silhueta se dirigindo até a escada... Mais lembranças...

Ela se aproximou e parou quando o identificou, estavam a uns três metros de distancia.

–Estava preocupada com você... – Ela declarou timidamente entre alguns tropeços na voz.

Droga! Por que ela tinha que falar isso?

–Não precisava, eu sei me cuidar. – Ele disse de forma ríspida.

Ela estranhou o tom de voz, logo ele que era sempre tão atencioso e educado com ela.

–E-Eu sei, mas... N-Não te vi desde ontem e hoje... Bom, hoje você acordou tão tarde e nem... E nem me cumprimentou... – Disse mostrando em sua voz a magoa por causa de seu tom.

Ele estava irritado, talvez até furioso... Mas era com sigo mesmo, não deveria descontar nela, porém novamente não conseguia se controlar.

–Como pode ver nada aconteceu, Catarina. Eu estou bem e, novamente, sei me cuidar... Sou um homem adulto e não preciso de preocupações. – Disse agora demonstrando seu estado.

Por um momento Catarina não pode acreditar que ela falava com o mesmo homem pelo qual se apaixonara por ser tão doce, atencioso e educado. Não, não era ele... Esse homem era estúpido... E estava machucando seu coração.

Ela se sentia idiota e triste... Viu uma lágrima empossar em seu olho direito turvando sua visão.

–Agora se me da licença preciso subir e descansar. – Ele disse virando-se e subindo.

Deixando para trás uma Catarina incrédula e magoada.



Ele subiu as escadas atônito, viu a porta do banheiro fechada e escutou uma movimentação dentro dele, deduziu ser sua esposa. Foi em direção ao quarto onde entrou e fechou a porta bruscamente.

Desabotoou três botões de sua camisa para respirar melhor e se jogou na cama encarando o teto. Ele estava bravo sim, sabia o que tinha feito... E não se orgulhava disso, pelo contrário, apensa deixava-o mais bravo saber que tinha descontado tudo em Catarina que não tinha culpa de nada.

Ele viu como ela havia ficado...Droga!

O problema era ele, e só ele!

Sentiu-se o pior homem do mundo, ele havia magoado uma menina que não tinha culpa de nada e pior, justo a menina que inconscientemente estava deixando-o dessa forma. Sua frustração era consigo mesmo apesar de o motivo ser ela.

Ele se sentia horrível, baixo... Ela já passava por muita coisa e ele não havia ajudado em nada tratando-a assim, apenas piorado.

–Parabéns, Frederico! – Disse a si mesmo.

Não podia deixa-la assim...

Sua raiva não havia passado, mas agora se concentrava só nele mesmo... O que dominava agora era o remorso. Estava profundamente arrependido por tê-la tratado dessa forma; sentia que não conseguiria dormir essa noite com essa sensação, então decidiu descer e se desculpar. Era o melhor a fazer...



Quando ele alcançou a sala viu que ela estava agora sentada no sofá assistindo televisão... Ela ainda não havia visto-o.

Catarina tinha seus olhos focados na televisão enquanto a mente relembrava a pequena conversa com Frederico, por que ele a tratou dessa forma? O que foi que ela fez?

Ela se lembrava dele chegando cansado outras vezes em casa, mas nunca havia tratado-a assim, pelo contrário, ele sempre se animava quando conversava com ela, mas agora...

Ele se aproximou dela entrando em seu campo de visão e fazendo-a nota-lo.

Catarina rapidamente se concentrou nele, ainda estava magoada, mas o sentimento se apaziguou um pouco quando viu a expressão em seu rosto... Arrependimento.

E mais uma vez Catarina não podia fugir da imagem a sua frente, aquele homem... Os cabelos bagunçados, a franja caindo desleixadamente pela testa, os olhos verdes brilhando de arrependimento... A boca fechada numa linha.

Notou sua camisa com alguns botões abertos mostrando uma leve camada de pelos sobre o peito que se definia pelo tecido. As mãos estavam nos bolsos da frente da calça, os músculos dos braços estavam tensos... E para ela essa era a visão mais linda do mundo.

Ele era lindo, sem duvida alguma... Um homem extraordinariamente lindo.

–Catarina... – Ele disse baixo.

Ela desviou os olhos para baixo por sentir seu rosto ruborizar por não conseguir impedir-se de admirá-lo e também por ainda sentir-se magoada por ele.

Ele suspirou percebendo sua magoa e foi em direção ao sofá sentando-se ao lado dela.

–Olha para mim, Catarina... – Pediu baixo ao seu lado.

Um arrepiou passou por todo o corpo dela, ele estava tão certo...

As falas dele tiveram o efeito errado sobre ela fazendo-a abaixar ainda mais o rosto.

Ele não pode evitar sorrir, ela agia como uma menininha magoada que ele tinha que ganhar novamente a confiança. E então, num súbito impulso colocou seu dedo indicador em baixo do queixo dela erguendo-o até que ela olhou para ele...

Nenhum deles tinha a menor noção do quanto aquilo afetou o outro, mas cada um sabia que aquele olhar havia afetado a si mesmo.

Frederico não conseguiu raciocinar novamente, apenas liberou o que estava dentro de si mesmo enquanto Catarina observava-o de uma distancia que nunca ousou.

–Me perdoa, Catarina... Eu... Eu realmente não quis te magoar e muito menos descontar meus problemas em você... É só que... – Ele olhou naqueles olhos castanhos claros profundamente. – É só que é muita coisa e tem horas que... Que não tem como controlar.

E foi naquele momento que ele realmente não sabia se falava sobre ter magoado-a ou se falava do que estava sentindo...

Ela olhava-o atenta e pela primeira vez realmente desejosa, queria chegar mais perto dele... Queria que ele a abraçasse novamente e que... Que a beijasse.

Ela sentia o dedo em seu queixo e sentia a pele queimar naquele ponto; os olhos verdes dilaceravam-na por dentro... E agora era ela que não conseguia controlar... Ela o entendia, de uma forma diferente da qual ela pensava que ele estava falando, mas entendia...

–Eu... Eu entendo... – Disse suavemente.

Porém o que ela não sabia é que eles falavam das mesma coisas sem realmente se darem conta.

Com as palavras dela Frederico olhou para sua boca. Ela estava a alguns centímetros de distancia... E ele não raciocinava mais.

Assim, inconscientemente se aproximou dela... Seu desejo não se contentava mais com apenas um dedo e um milímetro de pele, então percorreu um caminho lento e intenso até seu pescoço onde espalmou a mão.

Os olhos ainda se concentravam em sua boca... Doce, avermelhada, voluptuosa...

Catarina se fazia imóvel e incrédula. Ela notou o olhar dele e sentiu o dedo queimar sua pele em seu percurso... A mão em seu pescoço se fazia o paraíso para ela.

Catarina sentia o que acontecia, imaginava o que ele estava prestes a fazer... E pela primeira vez em sua vida desejou tanto uma coisa. Ela queria que ele continuasse, ela queria mais que tudo. Não entendia o porquê dos atos dele, mas não se importava...

Ele continuou se aproximando e por um momento teve um vislumbre de razão... Conteve-se por alguns segundos retirando os olhos de sua boca e encarando os orbes castanhos... Que agora se faziam quase negros. Era aquilo desejo? Ela queria-o?

Catarina percebeu a razão novamente se instalando nele...

Frederico percebeu o que estava fazendo e por um momento se retesou, afastando-se alguns centímetros... Catarina também notou e em um impulso fez o que pensou nunca ter coragem de fazer... Ela o beijou.


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Notas finais do capítulo

E então?? O que acharam??
Acho que o ppróximo capítulo será muito interessante para o Fred e a Catarina... Desejo a todos que tenham tido um maravilhoso natal!!
Beijos!!