Sentimentos Incompreendidos escrita por Anny Starlight


Capítulo 21
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Tã dãh! Surpresos? Hehehehe... (Eu também...)
Disse que queria postar o outro rapidamente e consegui! Estou orgulhosa de mim mesma! Hahaha... Ok, menos!
Mas então... Aqui está e para quem gostou do Eric... Acho que gostarão ainda mais, eu gosto dele! (Por que a Catarina é tão sortuda?)
Enjoy it!



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Catarina entrou na casa alguns segundos depois, ainda tentava absorver aquela frase, mas pensou sou ser melhor realmente não absorvê-la e, assim, decidiu por ignorar, ou ao menos tentou... Ela voltou para o sofá e sentou-se, onde Frederico estava anteriormente, tentando prestar atenção ao filme, mas não conseguiu deixar de observá-los, estava curiosa, afinal, nunca havia visto um aluno de Fred antes.

Os dois homens conversavam ali perto, logo ao início da escada.

–Desculpe por te atrapalhar, professor; sei que está muito em cima da hora. – Se desculpou Eric ajeitando uma mochila em suas costas que Catarina não havia notado.

–Não se preocupe, tenho a tarde livre hoje. – Assegurou Frederico sorrindo gentilmente.

–Ainda bem... – Brincou o outro com um sorriso. – E obrigado, professor. – Agradeceu.

Frederico acenou aceitando o agradecimento.

–Bom, então vamos começar logo, porque eu, sinceramente, calculo que demoraremos um bocado... – Disse Fred guiando o rapaz para a escada e começando a subir alguns degraus.

–Ah, sim... – Concordou Eric sorrindo envergonhado da situação repentina em que colocou seu professor.

–Mas antes... – Frederico parou enquanto Eric o imitou. – Me dê cinco segundos. – Pediu e deixou o rapaz para trás quando se voltou para Catarina.

Ele sorriu em desculpa para ela quando se sentou virado de frente para ela ao seu lado no sofá.

–Desculpe... – Disse baixo para que só ela escutasse. – Foi ele quem me ligou agora pouco, é sobre um projeto anual da faculdade... Depois eu te conto melhor, mas como foi em cima da hora não pude te avisar antes.

–Sem problemas, Fred. – Catarina lhe garantiu sorrindo compreensiva.

Ainda sorrindo para Frederico, Catarina sentiu um olhar fixo em cima dela e descobriu de onde ele vinha quando olhou rapidamente sobre o ombro dele: Eric. Ele lhe encarava com um sorriso de canto divertido e calmo, porém com um brilho estranho nos olhos. Ela desviou os seus rapidamente sentindo o rosto esquentar e sem notar que o sorriso ao fundo se alargando com isso.

Frederico se aproximou mais dela para dizer-lhe no ouvido com uma voz rouca:

–Te recompenso mais tarde...

Catarina sentiu o rosto queimar fortemente e teve o ímpeto de empurrar Frederico antes que o outro notasse a intimidade exacerbada dos dois, mas quando se afastou viu que Fred tinha um rosto de diversão, como se tivesse acabado de lhe contar uma piada e não fazer insinuações sensuais no ouvido dela.

Sorriu ainda que envergonhada para que o outro não notasse, mas aparentemente ele nem deu atenção àquilo, apenas olhava para ela de longe...

Então Fred se levantou e se juntou ao rapaz novamente.

–E então? – Brincou Eric. – A brilhante Catarina irá nos ajudar?

Frederico riu enquanto Catarina ficou tensa.

–Não, hoje não! É melhor... Antes que ela me processe por trabalho forçado! – Disse Fred guiando o outro para o andar de cima.

–Mas que pena... – Eric disse olhando para Catarina antes de seguir Fred pelos degraus.

O que diabos ele quis dizer com isso?


Catarina novamente passava os canais na televisão em busca de algum programa, seu filme havia acabado e ela estava pensando seriamente em ir ler um livro no jardim ou algo do tipo quando Rosa entrou no cômodo. Ela olhou para os lados em busca de algo.

–Onde está seu Frederico? – Ela perguntou confusa. – Ele normalmente fica aqui com você!

–Ah, não! – Catarina respondeu recordando que Rosa não sabia sobre Eric. – Um aluno dele está aqui, foi quem ligou quando estávamos te ajudando com a louça...

–Brincando! – Corrigiu Rosa com um olhar de brava.

Catarina riu lembrando-se.

–Bom, de qualquer forma... Eles estão no escritório dele fazendo alguma coisa com relação a um projeto anual da faculdade que o Fred não me explicou direito.

Rosa ponderou por algum tempo e exclamou quando algo lhe veio na cabeça.

–Sim! O seu Frederico já mencionou isso comigo, creio que ano passado realmente, mas agora não me vem detalhes na cabeça...

–Bom, seja lá o que for eles estão lá há quase duas horas! – Conferiu Catarina num relógio pendurado na parede.

–Tudo bem, então... – Concluiu Rosa. – Iria perguntar a vocês o que gostariam de comer à tarde e... – Rosa fez mistério. – Iria propor que você me ajudasse a fazer um bolo de chocolate.

Catarina sentiu seus olhos brilhando, afinal, bolo de chocolate é supremo.

–Mas é claro que eu aceito! – Catarina disse desligando a televisão e se levantando. – E você sabe! – Disse rindo e acompanhando Rosa para a cozinha.

Rosa riu, sim, ela sabia. Bolo de chocolate era uma ótima chantagem para com Catarina e uma maneira melhor ainda de conversar com a mesma, ela descobriu quando a menina ainda era quieta em seu canto.


Catarina havia terminado de colocar a massa no forno e já se adiantava para o pote a ser raspado com os dedos. Rosa riu dela e começou a lavar as colheres e copos sujos.

–E então, você viu esse aluno do seu Frederico? – Rosa perguntou curiosa.

Catarina ainda concentrada em terminar com o pote em seus braços acenou com a cabeça.

–E quantos anos você acha que ele tem?

–Hum... Vinte e dois. – Respondeu terminando de lamber o chocolate de seu dedo.

–Nome?

Catarina que agora havia terminado com o pote juntou-se a ela para lavá-lo.

–Eric. – Respondeu desconfiando das perguntas da outra.

–Nome bonito... – Catarina concordou com aceno enquanto ensaboava o pote. – Só o nome?

Agora sim ela entendia o motivo do questionário, Catarina riu levemente para Rosa ao mesmo tempo em que corava.

–Rosa! – Exclamou ainda rindo.

–O que? – Disse se fazendo ultrajada. – Só perguntei se ele era bonito...

Catarina ainda rindo se concentrou em enxaguar o pote.

–E então, ele é? – Insistiu Rosa com um sorrisinho malicioso.

Catarina revirou os olhos, mas ainda sorrindo olhou para Rosa e respondeu ao mesmo tempo em que se sentia com as bochechas quentes.

–Sim, Rosa, ele é.

Rosa esbugalhou os olhos e começou a rir também.

–Eu nunca pensei que fosse ouvir de você que algum garoto é bonito...

Catarina a acompanhou na risada.

–Será que ele reparou em você? – Rosa sugeriu vendo-a ruborizar intensamente.

–Rosa! – Exclamou novamente. – O rapaz tem vinte e dois anos, o que ele veria em mim? E mesmo que ele tivesse reparado... Não me parece o tipo que eu me... Interessaria... – Respondeu tentando escapar do assunto “Eric”.

Eric a lembrava de alguns garotos do seu próprio colégio e, apesar de ele ser aparentemente educado e gentil, tinha o mesmo “porte” deles... Aqueles garotos que se superestimavam e procuravam uma garota a cada dia.

–Mas ainda assim é bonito? – Insistiu Rosa.

Infelizmente... E muito!

–Sim, Rosa! – Afirmou novamente quase que implorando para que ela abandonasse ao assunto. – Esse rapaz, Eric, é muito bonito. – Disse com todas as letras para deixar claro de uma vez por todas.

–É o que você acha, Catarina? – Perguntou uma voz grossa atrás de ambas as mulheres.

Óh, Deus! Não é possível...

–Ah, seu Frederico! – Rosa disse se virando. – Fizemos bolo de chocolate! – Disse tentando amenizar uma situação aparentemente tensa.

Fred apenas lhe dedicou um olhar e um aceno, mas logo encarava novamente Catarina que se virava para ele.

–Há quanto tempo está ai? – Catarina perguntou reunindo toda a sua coragem.

Ela estava em maus lençóis e sabia muito bem disso.

–Cheguei na hora exata para ouvir sua pequena confissão... – Respondeu tentando soar calmo e divertido, mas ela percebeu a irritação na voz dele e a ironia.

Ambos ficaram se encarando durante alguns torturantes segundos; Catarina queria que um buraco se abrisse e a engolisse para dentro da terra, mas... É, não iria acontecer!

–Fizemos bolo de chocolate, seu Frederico... – Rosa tentou dizer algo para aliviar a tensão do ar. – Ficará pronto daqui uns vinte minutos, chame seu... Aluno... Para vir comer também.

–Talvez Catarina queira fazer isso... – Disse insinuante.

A garota corou ao mesmo tempo em que se sentiu irritada com o comentário.

–Ele não é meu convidado. – Disse mais ríspida do que imaginou.

Catarina não sabia de onde vinha a irritação, talvez da própria irritação descabida que ela via em Frederico, afinal, ela não podia ao mesmo achar o rapaz bonito?

Frederico notou a mudança na voz dele e um pouco surpreso apenas acenou enquanto sai da cozinha.

Catarina se recompôs e olhou para Rosa em busca de explicações para seu próprio comportamento, mas a outra apenas riu enquanto pedia para ajudá-la arrumar a mesa.


Catarina estava sentada ao lado de Fred e na frente de Eric na mesa de quatro lugares, para sua infelicidade Rosa e Ana já haviam deixado a cozinha.

Ana havia ficado com o trio por alguns minutos, foi apresentada a Eric que foi-lhe muito educado e conversou com o mesmo quando ele perguntou de seu trabalho no hospital enquanto comia seu pedaço de bolo, mas logo terminou de comer pediu desculpas e deixou-os.

Ela se fazia concentrada em seu bolo evitando as olhadelas de canto que Frederico lhe deva, provavelmente esperando algum deslize dela, enquanto Eric comia com gosto seu segundo pedaço alheio a tudo.

–Cara, isso está ótimo... – Ele disse pela centésima vez, mas agora tinha chocolate em volta da boca.

Catarina não pode evitar rir, ele parecia uma criança.

Eric notou a diversão dela e riu junto para logo passar a mão na boca se limpando; Catarina corou ao ser pega.

–Me desculpe todo o trabalho. – Ele disse sentindo-se realmente incomodado por ser um intruso na mesa do café da tarde.

–Sem problemas... – Respondeu Fred antes que Catarina pudesse dizer algo, o que ela não falaria de qualquer forma.

O silêncio incomodo reinou por algum tempo até que Eric decidiu quebrá-lo.

–Então, Catarina, o professor já te contou sobre o projeto anual da faculdade? – Comentou animado com o tópico.

–Não... – Catarina respondeu sentindo-se o centro da atenção.

–Na verdade não tive tempo, mas prometi explicar depois. – Frederico se defendeu ao mesmo tempo em que colocou uma mão na perna de Catarina no “depois”.

Catarina quase pulou da cadeira, mas contentou-se em retirar a mão dele e logo notou o sorriso zombeteiro que ele tinha.

–Ah, então me dê a honra... – Adiantou-se Eric. – Todo o ano na faculdade é desenvolvido um projeto com algum tema ético.

Catarina, que queria avidamente se esquecer da situação em que se encontrava prestou atenção no que o rapaz dizia e logo se viu interessada.

–É muito interessante, pois é algo que não se mantém apenas interno na faculdade, é um posicionamento da instituição em outros eventos, por exemplo... – Eric continuou entusiasmado pela atenção dela.

–Isso é ótimo. – Concordou Catarina. – E qual o tema ético desse ano? – Perguntou interessada.

–A relação de ética e biotecnologia... – Eric respondeu. – Extremamente interessante e atual, sendo ótimo para mim já esse é meu curso. – Esclareceu sorrindo galante.

Catarina impulsivamente admirou o rapaz a sua frente... E Frederico notou. Ele realmente não estava gostando muito da conversa que se desenvolvia entre os dois.

–Incrível... – Catarina soltou levemente admirada e Eric notou alargando o sorriso. – E o que vai ser englobado? – Perguntou ávida por informação.

–Bom, dentre o tópico óbvio da ética também está sendo discutido desenvolvimento “desenfreado” das ciências, as políticas de desenvolvimento tecnológico e também... – Eric continuou com sua explicação resumindo para ela os tópicos que vinha discutindo com os colegas e também com seu professor Frederico.

Passaram os dois assim por minutos, ela absorvendo cada palavra dele e ele não podendo conter sua própria admiração para com a garota; ela tinha comentários muito pontuais e ótimas observações, com certeza estava no nível para as discussões das quais estava participando. Desde que chegara notou que ela era uma menina muito bonita e facilmente “envergonhável”, ele admitiu que a provocou com isso, mas agora via mais...

Frederico que estava desejoso por interromper o diálogo procurou qualquer motivo para isso e olhando para os pratos em cima da mesa achou.

–Bom... – Disse interrompendo a conversa. – Não queria terminar com a conversa, mas já todos nós acabamos de comer creio que seria melhor continuarmos Eric, ainda temos muito no que pensar.

Eric olhou para relógio em seu pulso e assentiu.

–Sim, concordo com você... Infelizmente... – Disse enquanto olhava para Catarina como se pedisse desculpas.

–Sem problema algum... – Ela respondeu sorrindo levantando-se da mesa e recolhendo os pratos.

Catarina esticou sua mão para recolher o prato de Eric, o único que faltava, mas sentiu uma mão se enrolar em seu pulso antes que tocasse no vidro.

–Não se preocupe... – Eric disse olhando com um sorriso divertido, afinal, Catarina havia se tornado um tomate. – Eu não quero dar mais trabalho...

Catarina não sabia realmente o que responder, primeiro porque as palavras lhe faltavam e segundo por sentir Frederico enrijecer visivelmente ao seu lado com o toque nela.

–E-Eu... N-Não é trabalho nenhum... – Respondeu gaguejante.

Ela queria bater com sua própria cabeça na parede, o que diabos ela tinha com o sexo oposto que fazia com que ela agisse assim?

–Você é muito gentil, mas eu... –Eric começou.

–Eu retiro os pratos! – Frederico disse levantando-se e tomando os pratos de Catarina bem o como o de Eric, fazendo com ele a soltasse.

Fred andou até a pia onde colocou os pratos e logo chamava Eric para voltarem ao escritório.

–Ah, claro... – Ele disse se levantando e se mostrando quase tão ato quanto Fred, Catarina se sentia uma anã. – Mas, talvez... – Continuou mostrando agora um largo sorriso em sua boca. – Não gostaria de nos ajudar, Catarina?

A menina congelou no seu trajeto para pia, ela pretendia lavar a louça, mas se sentiu estancada no chão ao escutar a pergunta do outro. Ele lhe encarava esperançoso e educado, mas apenas alguns centímetros atrás sentia o olhar cortante do outro homem.

Catarina não seria louca de se colocar no meio de um cubículo com ambos os olhares de diversão e irritação pelo resto de uma tarde, sem contar que ela já sabia a longa conversa que teria que ter com Frederico só por causa do fato de achar Eric “muito bonito”. Merda! Estou ferrada!

–Hum... Eu adoraria, Eric... Mas eu já tenho planos para esse fim de tarde... – Mentira, Catarina! – Me desculpe...

O sorriso do outro murchou.

–Sem problemas, é que eu pensei que... Bom, você se interessou e eu poderia lhe mostrar o projeto, mas... Tudo bem!

Catarina sentiu-se mal.

–Ah, me desculpe... Mas Fred me explica mais depois... Não é? – Perguntou incerta para o outro que tinha cara de poucos amigos.

–Claro... – Respondeu ele evasivo. – Vamos, Eric?

–Ah, sim... E obrigado de novo. – Agradeceu educadamente enquanto saia da cozinha.

–Por nada! – Respondeu Catarina finalmente indo lavar a louça.

Logo que se viu sozinha, o espaço apenas preenchido pelo som da água que corria da torneira, veio-lhe a imagem de Fred na cabeça e uma pergunta que finalmente se formou, por que diabos ele dava tanta importância para isso?

Ela sabia do ciúme dele, já havia provado antes, mas aquilo era exagerado demais, por Deus! Ele sabia que era com ele que ela estava, só com ele! Esse garoto pode ser o que for, e ela admitia que ele fosse muita coisa, mas ela ama Frederico! E ele sabe... Não sabe?

Não, ele não sabe! Ou talvez saiba! Merda!

Catarina nunca lhe disse em alto e bom som aquilo, mas era visível! Como ele poderia não perceber? Aparentemente até Rosa notou!

Talvez devesse falar... Ou será que ele finalmente fugiria dela?

E agora, o que faço?

Ela realmente teria de conversar com ele e deixar claro que era só ele, Frederico, quem ela queria... Declarar seu amor? Talvez, provavelmente não, mas deixar límpidas as águas entre eles!

Eu vou fazer-lo entender... Ele querendo ou não!




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Notas finais do capítulo

E então gostaram? Please, let me know!
Um ótimo final de semana à todos!
Abraços...